Hatchet
2006 / EUA / 84 min / Diretor: Adam Green / Roteiro: Adam Green / Produção: Scott Altomare, Sarah Elbert, Cory Neal; Roman Kindrachuk, Andrew Mysko (Produtores Executivos) / Elenco: Joel David Moore, Tamara Feldman, Deon Richmond, Kane Hodder, Mercedes McNab, Parry Shen
Terror no Pântano é sensacional e divertidíssimo! A paródia aos slasher movies do espirituoso Adam Green – sério, um dos diretores mais legais do gênero atualmente e que vê o terror tosco e não se levando a série como entretenimento salutar – não tinha como dar errado.
Pegue aí a fórmula do sucesso: escracho, humor negro, sacanear todos os clichês slasher, os vilões do subgênero e seus personagens estereotipados, violência gráfica extrema, mas como alívio cômico repleto de sangue falso jorrando e exagero cômico, e claro, Kane Hodder, o eterno Jason Voorhees no elenco, como o já icônico vilão psicopata deformado Victor Crowley e seu machado, e ainda tem a participação de Robert Englund e o Tony Todd! Chupem essa manga!
A sua tagline “Old school American Horror”, em tempos de torture porn e aquela enxurrada de filmes de terror asiáticos que chegavam no mercado não poderia ser mais precisa! É um festival gory insano tão caricato e tão exagerado, que sério, você tem que ser muito xiita, ou não tiver um pingo de senso de humor, para não se divertir com Terror no Pântano.

Aqui Green mostrou de fato ao que veio e porque passou a fazer parte do cenário do cinema de terror – e adorado – que mais tarde se consolidaria com a sequência Terror no Pântano 2, o igualmente tosco Pânico na Neve, a sensacional paródia mockumentary Digging Up the Marrow e a série de TV nerd máster do horror, Holliston.
Completamente straight forward, a trama, igualmente escrita por Green, traz Ben (Joel David Moore) e Marcus (Deon Richmond), dois sujeitos que estão em Nova Orleans para curtir o Madri Grass. Mais ou menos, porque Ben está na fossa por ter levado um pé na bunda da namorada. Ele não quer saber de diversão, bebedeira e nem peitos, e ao invés disso, quer participar de um tour pelos pântanos supostamente assombrados da região.
Pois bem, ele e o amigo se metem numa roubada, num barco navegando ilegalmente por aquelas águas turvas, pilotado por um chinês que não tem muita ideia do que está fazendo, duas atrizes pornô, um “suposto” agente que quer fazer o filme com elas, um casal de idosos e Marybeth (Tamara Feldman), moça silenciosa e temperamental, que depois descobrimos estar no passeio para saber do paradeiro de seu irmão, um dos dois caipiras mortos brutalmente no prólogo do filme.

Ali naquele pântano também mora ele, o homem, o mito, Victor Crowley, o tal assassino da vez, considerado uma lenda urbana, que nascera deformado, vivia escondido, sofrendo bullying e acabou sendo morto acidentalmente pelo próprio pai, que depois tirara a própria vida por conta da culpa. Mas como nós, eles irão descobrir da pior maneira que não se trata de uma lenda e Crowley realmente é um redneck maluco feio de doer (num tosco mas sensacional trabalho de maquiagem), todo anabolizado, que vive nos pântanos com seu machado – vestindo suspensório e tudo – e claro, um por um serão mortos das formas mais brutalmente bizarras e ridículas possíveis.
Hodder como Crowley é a cereja do bolo, assim como todas as mortes espetaculosas, envolvendo armas brancas ou a própria força descomunal do psicopata (que consegue numa boa arrancar cabeças com colunas cervicais e desmembrar pessoas com as próprias mãos). Hilário e um banho de sangue, mas tudo da forma mais caricata possível.
Nem há muito que se aprofundar em uma análise de Terror no Pântano, até pelo teor do filme e como ele próprio se enxerga: uma sangrenta homenagem satírica dos filmes que tanto fizeram a cabeça de Green em sua adolescência nos anos 80. E quem ganha com isso, somos nós!

