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TOPE NOVE – Arquivo X

Hoje à 00h, o momento mais aguardado da televisão dos últimos tempos (pelo menos para mim, eXcer de carteirinha) finalmente chegará: o revival com seis novos episódios de Arquivo X, a melhor série de todos os tempos! A importância que as investigações de Mulder e Scully tem para mim simplesmente transcende a explicação racional, tanto quanto o próprio fenômeno da série em si. Bom, nesse clima de esquenta misturado com ansiedade, aí vai meu TOPE NOVE com os melhores episódios, confessando que foi o mais difícil já feito por esse humilde editor que lhes escreve.

A verdade está aqui!


9) O Descanso Final de Clyde Bruckman (Clyde Bruckman’s Final Repose – S03E04)

Vencedor de dois prêmios Emmy, um dos picos de audiência da série (ficando entre as 10 maiores da TV segundo o TV Guide), um dos preferidos de David Duchovny… Tudo isso, misturado ao excelente roteiro de Darin Morgan e a fantástica interpretação de Peter Boyle como o personagem título, um clarividente que ajuda Mulder e Scully a encontrar um serial killer que vem assassinando psíquicos, faz de O Descanso Final de Clyde Bruckman um dos mais queridos da série.

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Autoasfixia erótica, Mulder…

8) O Hospedeiro (The Host – S02E02)

O Arquivo X está oficialmente fechado e Mulder é chamado para investigar um assassinato ocorrido nas redes de esgoto, um trabalho sujo (perdão pelo trocadilho) que o deixa determinado a pedir demissão do FBI, até que Scully resolve ajuda-lo, e juntos se deparam com o Flukeman, uma criatura mutante hospedeira de um verme parasita vinda de um cargueiro russo. Clássico episódio de “monstro da semana” escrito pelo próprio Chris Carter, dando vida a um dos mais famosos vilões da série.

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Não é um homem, é um monstro!

7) O Mistério do Piper Maru I e II (Piper Maru / Apocrypha – S03E15 / S03E16)

Episódio duplo, escrito por Carter e Frank Spotnitz, e dirigidos por Rob Bowman e Kim Manners, que apresenta ao cânone da série o famigerado óleo negro, uma entidade biológica – depois descoberto se tratar de sangue alienígena – que pode adentrar o corpo dos seres humanos e controla-los. Mulder e Scully investigam os misteriosos acontecimentos que levaram a tripulação de um navio francês a queimaduras geradas por alta exposição radioativa, que seguirá em uma caçada a outro clássico personagem da série: o traíra Alex Krycek, que tem um final não muito bonito.

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Sangue (alienígena) nos zóio

6) Duane Barry / Ascenção / Por um Fio (Duane Barry / Ascension/ One Breath – S02E05 / S02E06 / S02E08)

Um episódio duplo, seguido por outro que encerra esse arco primordial para a série. Duane Barry é um dos mas memoráveis episódios, com uma interpretação fantástica do Steve Railsback como o personagem título, vivendo um homem que acabara de fugir de um hospital psiquiátrico e acredita piamente ter sido abduzido por alienígenas, vítima de terríveis testes. O clímax se dá quando quando Barry rapta Scully e no episódio seguinte, Mulder está em sua caça, quando a agente acaba sendo “abduzida”, retornando apenas dois episódios depois, que daria início a todo um novo capítulo da conspirãoaço que culminaria na descoberta do câncer de Scully.

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Se ficar o Grey te pega, se correr o Grey te come

5) Assassino Imortal / Eugene Tooms Volta a Atacar (Squeeze / Tooms – S0103 / S01E21)

O primeiro episódio de “monstro da semana” da série, e que por sinal, já introduziu no cânone um dos mais emblemáticos personagens, o mutante serial killer Eugene Victor Tooms, que tem a capacidade de esticar e comprimir seu corpo, e precisa se alimentar de fígados humanos a cada 30 anos. Impedido por Mulder e Scully, ele é liberado em condicional e volta em outro episódio futuro para completar seu banquete antes de hibernar. Ambos escritos pela melhor dupla que passou pelos roteiros do seriado: James Wong e Glen Morgan.

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Só observo…

4) Piloto (Pilot – S01E00)

Sem dúvida, o primeiro episódio de Arquivo X até hoje é um dos melhores pilotos de uma série em todos os tempos. Todos os principais elementos da mitologia começavam a se desenhar ali e a linha que a série seguiria, além da atmosfera soturna e paranoica, quando a cética Scully chega até o porão do FBI para tentar desacreditar o trabalho do incasável Mulder e ambos partem para uma investigação de um caso de mortes em uma cidadezinha dos EUA que o agente acredita ser por conta de abduções alienígenas.

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Vim aqui desacreditar seu trabalho, prazer!

3) Os Calusari (Calusari – S02E21)

Dois motivos para Os Calusari estar entre os meus três episódios favoritos: primeiro, porque como sou fã de terror, esse é o que mais traz elementos do gênero que se desenham num episódio genuinamente assustador. Segundo, meus ascendentes por parte de avó materna são romenos. Mulder e Scully investigam a trágica morte de um garoto em um parque de diversões e se depara com um caso que envolve uma velha feiticeira sinistra, possessão demoníaca, espíritos malignos e a mitologia romena dos calusari. Simplesmente foda!

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Missa negra!

2) O Lar (Home – S04E02)

Depois do fracasso da série Space: Above and Beyond da dupla James Wong e Glen Morgan, eles voltaram para Arquivo X e entregaram sem dúvida o mais sujo, brutal, obscuro, visceral e impactante episódio de todas as temporadas, sendo de longe o melhor “monstro da semana” de todos. O Lar nos apresenta os Peacock, uma família de mutantes consanguíneos deformados que vive em uma casa no interior dos EUA desde a Guerra Civil. É como se Mulder e Scully encontrassem O Massacre da Serra Elétrica e Quadrilha de Sádicos.

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Miss Consangínea 96

1) Irresistível / Reverendo Orison (Irresistible / Orison – S02E13 / S07E07)

Donnie Pfaster. Esse foi o sujeito mais maligno que apareceu nas até então nove temporadas de Arquivo X. O serial killer de mulheres, fascinado por colecionar cabelos e unhas de suas vítimas era simplesmente o MAL encarnado. Obceado por Scully, Pfaster acaba preso na segunda temporada e foge de uma penitenciária de segurança máxima na sétima, auxiliado pelo tal Reverendo Orison – o Hershel de The Walking Dead (Glória, Amém!). Ambos pesadíssimos e com uma forte conotação religiosa, colocando em embate as crenças de Scully, nesse caso católica e um Mulder ateu, mostrando a verdadeira maldade do pior vilão da série (desculpa aí, Canceroso!)

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Don’t look any further

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O Arquivo X foi reaberto

Para a alegria de todos aqueles que ainda querem acreditar e que acham que a verdade ainda está lá fora, Mulder e Scully estão de volta, desfilando com seus crachás por aí


Um dos maiores fenômenos da cultura POP está de volta – e, ainda bem, em grande estilo, para alegria dos fãs saudosistas, trazendo na fórmula uma mistura de tudo aquilo que eles gostariam de ver novamente. Quase 14 anos depois de seu final, o Arquivo X foi enfim reaberto por Chris Carter.

Novamente, David Duchovny e Gillian Anderson encarnam os agentes Fox Mulder e Dana Scully, de volta àquele escritório no porão do FBI onde se encontraram pela primeira vez, quando a brilhante e cética médica foi designada para desacreditar o trabalho do paranoico agente que tentava desmantelar uma intrincada conspiração governamental com alienígenas cheios de terríveis planos de dominação global.

Esse clima de “não confie em ninguém”, outro dos famosos bordões de Arquivo X, foi uma das grandes forças motoras da série, junto dos chamados episódios de “Monstro da Semana”, em uma época na qual você era obrigado a sentar a bunda no sofá toda sexta à noite e no máximo acompanhar os fóruns de discussão na internet discada e as revistinhas tipo Herói, Super Herói e Wizard.

Houve uma grande reviravolta na política americana (e mundial) depois de 11 de Setembro, que assumiu um aspecto paranoico que Mulder conhece bem. Da mesma forma, rolou uma crescente evolução tecnológica de lá pra cá, cada vez mais catalogando bilhões de dados e informações sobre praticamente cada ser vivo do planeta. Os dados são usados como instrumento de vigilância, pretexto aberto por conta da paranoia com relação ao terrorismo.

É nesse mundo no qual Mulder e Scully voltaram.

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A verdade está aqui?

Aí que o Arquivo X do novo milênio pega no calo, e essa foi a tacada de mestre de Chris Carter e todos os envolvidos. Aparentemente, em um primeiro momento, toda a coisa da invasão alienígena é deixada de lado, mas a conspiração governamental continua. Os homenzinhos verdes (ou cinzas, dependendo da editora que imprimir), aqueles que caíram no Novo México, apenas serviram como cobaias para experimentações genéticas e bélicas nos últimos 70 anos, preparando o terreno para que um bando de gente nos bastidores do poder possa seguir com um grande e orquestrado ato de dominação mundial. Claro!

Cerceamento dos direitos civis, consumismo exagerado, fundamentalismo religioso, destruição dos nossos recursos naturais. Tudo aquilo vem sendo secreta e cuidadosamente plantado em nosso modo de vida durante essas sete décadas. Um prato cheio para os fãs de teorias da conspiração. E para o Mulder, óbvio. A grande ameaça não são os ETs. Mas sim os próprios seres humanos.

O primeiro episódio já começa a desenhar uma gigantesca rede de intrigas, daquelas mais absurdas e impossíveis de se imaginar, que sim, envolve alienígenas, mas de uma forma muito menos direta do que a que envolveu o Sindicato e os planos de colonização. A situação fica tão feia que outro veterano da série original, o Diretor Assistente Walter Skinner (Mitch Pillegi) não tem outra solução senão reabrir o Arquivo X e trazer de volta ao FBI Mulder e Scully, os únicos com métodos nada ortodoxos que poderiam levar as investigações a fundo em uma instituição governamental muito mais burocratizada após o 11/9. Vamos deixar os dois correrem ao longo da papelada, não é?

E se alguém ficou preocupado com isso, só poderia ter sido o Canceroso (William B. Davis), como o próprio demonstra ao final do episódio, depois de uma bela tragada de seu Morley via aparelho em sua traqueia. Ele deveria estar morto, mas está lá firme, forte, e maligno. Como? Só Chris Carter sabe…

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Bom te ver!

Não bastasse isso, mais uma vez há toda uma tensão no ar envolvendo Mulder e Scully, mas dessa vez muito mais carregada que durante a parceria anterior, por conta de muitas feridas que continuam abertas. São dramas pessoais, mágoas do passado e as perdas de ambos – principalmente do filho, William, dado para adoção como forma de proteção. Hoje o moleque teria 15 anos, mas ninguém sabe de seu paradeiro.

Já o segundo episódio trouxe uma história fechada, independente, escrita por Glen Morgan – um dos responsáveis, junto de James Wong, por alguns dos melhores episódios da série – que tem experimentos genéticos que envolvem DNA alienígena em mulheres grávidas como trama, mas sem ligação com a “conspiração principal” que será o elo de ligação dessa revisita.

Ou seja, tudo indica que apesar da curta duração desta temporada (apenas seis episódios!), veremos os agentes de volta aos seu modus operandi, com aquela pegada mais procedural, investigava, mas sempre com foco em atividades paranormais e casos que o governo nega ter conhecimento. Vale até trazer um monstrinho da semana, hein?

Acontece que ver Mulder de paletó e gravata e Scully com seu tailleur, ambos carregando suas identificações do FBI, armas e lanternas (sem sobretudo, pois isso é anos 90 DEMAIS), em ótima forma, fez com que nem parecesse que a série terminara há quase uma década e meia, dando a maior impressão de que rolou apenas aquele ano básico de hiato entre uma temporada e outra. E ao mesmo tempo em que trata a velha guarda com carinho, Arquivo X se atualiza para uma nova geração de eXcers que pode estar por vir.

O revival acertou em cheio o seu tom, indo direto ao assunto. Carter também não teve medo de parecer fora de forma e ridículo, instaurando mais uma vez esse fio condutor ao ressuscitar os terríveis segredos do governo em esconder a verdade sobre a existência de vida extraterrestre (e suas casuais visitas ao nosso Planeta Azul). Mas, de maneira inteligente, soube atualizar muito bem seu discurso conspiratório.

A verdade não está tão lá fora assim!

Matéria originalmente publicada no Judão
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Jogando nova luz nas teorias da conspiração

 


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784 – A Chave Mestra (2005)

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The Skeleton Key


2005 / EUA / 104 min / Direção: Iain Softley / Roteiro: Ehren Kruger / Produção: Daniel Bobker, Lorenzo P. Lampthwait, Michael Shamberg, Stacey Sher, Iain Softley; Clayton Townsend (Produtor Executivo) / Elenco: Kate Hudson, Gena Rowlands, John Hurt, Peter Sarsgaard, Joy Bryant, Maxine Barnett


Cinema de terror mainstream americano de estúdio muitíssimo acima da média é esse A Chave Mestra, hein? De uma época em que ter o nome de Ehren Kruger no roteiro, ainda mais depois do sucesso acachapante de O Chamado, era sinônimo de coisa boa vindo por aí (hoje em dia, bem, ele escreveu os três últimos Transformers…).

Certo que foi exatamente o roteiro de A Chave Mestra, misturado com toda a atmosfera da Nova Orleans mística e pantanosa e a pegada sobrenatural da trama que fez do longa um sucesso instantâneo, que agradou em cheio os fãs do horror, muito por conta também do certeiro plot twist, com aquele final pessimista tudo de bom.

Confesso que quando o assisti pela primeira vez no cinema, aquela reviravolta final me deixou embasbacado, subvertendo a manjada tônica da vingança sobrenatural tão em voga naqueles tempos, e foi um verdadeiro sopro de alívio e vigor no cinema norte-americano, que vinha tomando de lavada do oriental, quando não apelava para remakes e/ou torture porn.

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Nos pântanos de Nova Orleans, ninguém vai ouvir você gritar

Como disse ali no outro parágrafo, o mais interessante do longa de Iain Softley (seu primeiro e único filme de terror) é a ambientação em Nova Orleans, em um grande casarão supostamente mal-assombrado no Bayou, e explorando a temática do hudu. Enquanto o vodu, seu “primo conhecido” é uma religião afro-americana, o hudu é a prática de feitiçaria e magia negra. Da brava, ainda por cima. E A Chave Mestra foi responsável por apresenta-la a muita gente (eu mesmo nem sabia da existência antes do longa) e de certa forma, popularizá-la e gerar certo interesse pelo assunto.

Kate Hudson é Caroline Ellis, uma enfermeira que aceita o emprego de home care para tratar de um velho senhor, Ben Deveraux (John Hurt) que sofrera de um derrame que o deixara inválido, em uma afastada casa nos pântano, junto de sua esposa, Violet (Gena Rowlands), carregada com todos os seus trejeitos e comportamento tipicamente sulista, incluindo aí suas crenças e superstições. Há uma chave mestra que abre todos os aposentos, e um deles, no sótão, é proibida a entrada. Outro fato curioso é que não há espelhos em toda a casa.

Conforme o tempo vai passando e coisas estranhas vão acontecendo na casa e principalmente, no comportamento de Ben, Caroline descobre sobre o passado do local, pertencente a um poderoso banqueiro, sua esposa e dois filhos pequenos, que tinha dois empregados, Papa Justifiy (Ronald McCall) e Mama Cecille (Jeryl Prescott Sales), praticantes do hudu. Certa noite durante uma festa regada a muito álcool, os pais e convidados descobrem que os dois criados estavam ensinando as técnicas da magia negra para as crianças, e eles são espancados, enforcados e queimados no jardim da casa.

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Retratos de família

Após o ocorrido, a família entrou em decadência e os boatos de que o local era mal-assombrado e os espíritos dos dois bruxos ainda continuam por lá acabou se espalhando. A explicação faceira seria que o enredo parasse por aí mesmo, na facilidade de uma vingança sobrenatural e segue a vida, mas A Chave Mestra traz aquele plot twist já citado, dois na verdade, sendo um deles sensacional, que acaba elevando muito o nível da produção e que o tornou um dos hits daquela metade da década passada. E é tão legal quando os vilões vencem os mocinhos no final, não é verdade?

Além disso, conta com atuações seguras de todos os envolvidos, desde Hudson, que nunca foi o exemplo de melhor atriz do planeta Hollywood, passando por Peter Sarsgaard como o advogado da família Deveraux, Luke Marshall, e chegando, principalmente em Hurt e Rowlands, que estão ótimos. A fotografia tétrica e sombria, auxiliado pelas belezas naturalmente assustadoras dos pântanos da Louisiana faz muito bem sua parte e o medo é instaurado na exibição dos rituais e práticas das religiões negras ali instaladas, nunca antes exploradas dessa forma no cinemão de terror. Apesar da utilização do jumpscare, tudo é muito mais calcado no terror psicológico e nas crendices.

A Chave Mestra é um ótimo filme, de uma excelente safra do cinema comercial americano, em um ano repleto de boas produções do gênero.

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Chave de Salomão


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785 – Escuridão (2005)

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The Dark


2005 / Reino Unido, EUA, Alemanha / 1h33min / Direção: John Fawcett / Roteiro: Stephen Massicote (baseado no livro de Simon Maginn) / Produção: Paul W. S. Anderson, Jeremy Bolt; Robert How (Coprodutor); Steve Christian, Robert Kulzer, Paul Tamasy (Produtores Executivos) / Elenco: Maria Bello, Sean Bean, Maurice Roëves, Sophie Stuckey, Abigail Stone, Richard Elfyn


Escuridão é um interessante filme de terror. Apesar dos clichês, da confusão em sua trama e da sensação de pontas soltas, ele consegue também se destacar na escuridão multidão dos convencionalismos do gênero (e do subgênero) por conta de uma abordagem diferente envolvendo a mitologia celta e um final daqueles bem niilistas.

Horror psicológico com um pé no sobrenatural e no drama, produzido por Paul W. S. Anderson, mas que também abusa do jumpscare quando necessário, para seguir algumas fórmulas prosaicas do cinema enlatado convencional, a trama de Escuridão, escrita por Stephen Massicotte, baseado no livro de Simon Maginn, traz a atriz Maria Bello como Adelle, que viaja com sua filha, Sarah (Sophie Stuckey) para visitar o ex-marido James (Sean Bean – que milagrosamente NÃO morre nesse filme) que vive na costa do País de Gales. O que ela não sabe e acaba descobrindo pelas histórias locais, é que aquela antiga fazenda foi palco de um suicídio coletivo promovido pelo pastor da região, onde todos ali presentes se jogaram do penhasco.

Uma tragédia irá se abater sobre a família quando durante um passeio pela praia: Sarah desaparece, levada pelo mar, e um intenso ritmo de buscas e o estresse da situação vão esgotando e minando as forças do casal. Enquanto isso Adelle começa a ter visões de uma pequena e estranha garota no abatedouro de ovelhas próximo a casa, aqui clara influência direta do terror oriental, tão em voga naquela metade de século.

Acontece que essa garota, Ebrill (Abigail Stone) é na verdade a filha morta do pastor que reaparecera, e então Adelle se vê presa em uma tênue linha entre o mundo real e o espiritual, um plano espectral conhecido como Annwn, um submundo da mitologia celta pré-cristã existente nas lendas galesas, que é uma espécie de mundo dos mortos, que pode ser acessada corporal ou espiritualmente por humanos.

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Não é um torture porn

Mas para poder sair do limbo desse mundo de, hã, escuridão, alguém precisa ficar em seu lugar, e quando a jovem Ebrill retorna de Annwn, significa que Sarah ainda está lá, e Adelle então resolve adentrar naquele mundo para encontra-la, a ao fazê-la, visualmente lembra demais a cega Emily de Terror nas Trevas de Lucio Fulci. A protagonista tentará fazer de tudo para trazê-la de volta, além de lidar com os horrores daquele local e do sentimento de culpa pelas brigas com a filha, negligência e ter que conquistar o seu perdão e admitir seu egoísmo e falhas.

ALERTA DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco. No final, que parece ser daquele chavão maniqueísta sem tamanho, Adelle consegue fazer a troca novamente da filha por Ebrill e salvar a menina, levando-a de volta ao mundo dos vivos. Bom isso é o que ela e a gente pensa, porque na verdade, para a garota retornar, o sacrifício foi dela, quando descobrimos no final que ela continua presa no Annwn. Então aquele final feliz foi pelo ralo e temos um desfecho pessimista para a família, apesar de Sarah voltar à vida junto do pai.

Escuridão mistura horror com drama familiar, e apesar de pecar em apelar para sustos fáceis e alguns elementos batidos do gênero, e ficar bastante confuso em sua reta final, também se sobressai por sua fotografia, tanto da região costeira da Ilha de Man, no Reino Unido, onde foi filmado, quanto do interior do Awnnw (as ovelhas mortas com seus olhos brilhantes são bastante assustadoras), quando o longa adquire uma atmosfera tétrica e soturna, e por explorar elementos célticos, fugindo do lugar comum do terror americano convencional.

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Terror nas Trevas?


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786. O Exorcismo de Emily Rose (2005)

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The Exorcism of Emily Rose


2005 / EUA / 122 min / Direção: Scott Derrickson / Roteiro: Paul Harris Boardman, Scott Derrickson / Produção: Paul Harris Boardman, Beau Flynn, Gary Lucchesi, Tom Rosenberg, Tripp Vinson; Andre Lamal, David McIlvain, Terry McKay, Julie Yorn (Produtores Executivos) / Elenco: Laura Linney, Tom Wilkinson, Campbell Scott, Jennifer Carpenter, Colm Feore, Joshua Close, Kenneth Wlesh


O Exorcismo de Emily Rose é o melhor filme sobre possessão demoníaca desde O Exorcista. Ele simplesmente conseguiu essa façanha, das mais difíceis do subgênero, de se aproximar do clássico dos clássicos, além trazer uma abordagem diferente, nesse caso, um drama de tribunal, sem cair nas armadilhas dos clichês e trazer uma sequência de exorcismo daquelas verdadeiramente assustadoras e impressionáveis.

Desde que William Friedkin trouxe o livro de William Peter Blaty para as telas (e rejeitou a trilha sonora de Lalo Schifrin, já leu isso aqui?), todo filme sobre o tema sempre esbarrou na mesma fórmula prosaica (e ainda é assim até hoje, mais de dez anos do lançamento do drama da pobre Emily Rose) e na panfletagem carola da igreja Católica e sua luta maniqueísta sobre as forças do mal. O Exorcismo de Emily Rose tem isso, mas conseguiu, a partir de um drama sério, adulto, baseado em fatos reais, trazer um novo olhar sobre a possessão demoníaca, atualizando os efeitos especiais e principalmente, servindo como referência para produções futuras, desde O Último Exorcismo até o recente Exorcistas do Vaticano.

Scott Derrickson, hoje um dos nomes mais quentes do horror, responsável pelo sensacional A Entidade e o decente Livrai-nos do Mal, e diretor do aguardadíssimo filme do Dr. Estranho da Marvel, acertou em cheio a mão de não fazer um longa apelativo, fugir das levitações, vómitos e cabeças rodando em 360º, mas instituindo aí alguns outros truques – depois copiados a exaustão – como a quebra de coluna, deformações faciais práticas (nada tão exagerado quando de Regan McNeil possuída pelo Pazuzu) e olhos com pálpebras negras, usar elementos sobrenaturais deveras sinistros, mas tudo isso como subtexto, pano de fundo de um típico filme de tribunal, à la John Grisham.

Outra grande força motora de O Exorcismo de Emily Rose é a atuação de Jennifer Carpenter, futuramente mais conhecida como a irmã do Dexter Morgan, no papel título. Seguido de perto igualmente por dois grandes atores e que abrilhantam ainda mais a produção, como Laura Linney como Erin Bruner, que começa o filme como uma fria e obstinada advogada, mulher forte, solteira, independente (com seu problema de bebida), mas que lá pelo final, por conta das situações que envolvem o julgamento e das forças das trevas que passam a operar em sua vida (como fazê-la acordar toda noite às 3h, a hora do Anticristo, contrário do horário da morte de Jesus), acaba se tornando fragilizada e crente; e Tom Wilkinson como o Padre Moore, acusado de homicídio culposo por negligência durante a prática do exorcismo que tirou a vida de Emily.

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Ai miga, tô quebrada!

Com diversas cenas climáticas intercaladas com o julgamento, há uma coleção de momentos de bastante impacto visual, que pode realmente meter medo nos impressionáveis, como a sequência quando ela entra na Igreja após começar a ser molestada pelas forças demoníacas; no quarto do campus da universidade quando seu namorado acorda e a encontra toda torta ao chão; as cenas em que ela já está de volta a casa dos pais e passa a arranhar a parede, se contorcer e comer insetos; e a já clássica cena do exorcismo no celeiro, com os demônios (sim, no plural) se revelando como possuidores do corpo da pobre garota interiorana católica. Falando na tal religião, a mesma mensagem carola em seu final (até que a moça seria uma santa) está lá e não dava para fugir disso.

O mais interessante da fita é que de verdade ela é baseada em fatos reais, não como muitos filmes alardeiam por aí. Emily Rose da vida real é Anneliese Michel, uma jovem alemã que sofreu de um trágico destino como sua personagem fictícia, alegando estar possuída não por um, mas uma legião de demônios (tal qual os 1,2,3,4,5 e 6 do filme) morta durante a prática do exorcismo envolvendo dois padres, que foram à julgamento junto com os pais da menina. O caso ficou conhecido nos anos 70 como “O Caso Klingenberg” e virou o livro “The Exorcismo f Anneliese Michel” escrito por Felicitas D. Goodman, antropólogo chamado para depor, expert em possessão. No final os pais foram declarados culpados por negligência e os padres pegaram a sentença de seis meses de prisão (que acabou suspensa) e três anos de condicional.

A mais significante diferença entre os dois casos (tirando a transferência para os EUA) é que enquanto Emily parou de tomar o medicamento Gambutrol, prescrito para casos de epilepsia psicótica, tecla batida pelo promotor Ethan Thomas (Campbell Scott) e esse foi um dos motivos alegados de sua morte (além dos severos traumas físicos e a incapacidade de comer, influenciada pelas forças demoníacas), o exorcismo real de Michel estendeu-se por vários meses e ela continuou tomando o remédio até sua morte.

Mas o que importa de verdade é que O Exorcismo de Emily Rose conseguiu uma façanha dificílima, que é pelo menos manter elevado o nível conquistado por O Exorcista e ser um ótimo filme. Na verdade, eu ouso dizer aqui, passados quase 11 anos de seu lançamento, que ele também, tal qual o seminal filme, dadas as devidas proporções, é um divisor de águas do subgênero, uma vez que a maioria dos filmes que vieram depois que tratam e retratam o tema, se inspiram muito mais na estética da possessa apresentada por Derrickson, do que o clássico de 73 de Friedkin, considerado datado pela nova geração.

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The power of Christ compels… não, pera…


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Nas páginas, ninguém ouvirá você gritar!

Novelização oficial de Alien, por Alan Dean Foster, lançado pela Editora Aleph, é leitura obrigatória para os fãs do xenomorfo.


Alien – O Oitavo Passageiro de Ridley Scott é um dos mais importantes filmes de ficção científica de todos os tempos, responsável até hoje pela mais bem executada amálgama entre o gênero e o terror, por criar uma sensação de claustrofobia, sujeira e angústia no espaço, seminal pela criação da criatura xenomorfa, monstro parecido com algo oriundo de um pesadelo febril, maquinal e orgânico ao mesmo tempo, e responsável por criar toda uma franquia de filmes, e mais que isso, uma mitologia.

O monstro, desenhado por H.R.  Giger e criado por Dan O’Bannon e Ronald Shusset tornou-se um personagem transmídia. Ele saiu das telas para botar seus ovos e parasitas em jogos de videogame, RPG, HQs e livros. E falando em livro, no final de ano passado, a Editora Aleph lançou nas livrarias brasileiras a novelização de Alien, escrita por Alan Dean Foster, em uma edição daquelas para colecionador e fãs da barata espacial nenhum botar defeito.

Eu sou bem imparcial com relação ao Alien, pois quem me conhece sabe como eu sou vidrado na criatura, na franquia e tudo que o envolva (mas não a ponto de defender Alien  – A Ressurreição, só para constar). Então seria impossível não gostar do livro, que apesar de trazer a mesma história que conhecemos nas telas, oferece algumas informações adicionais, que ficam só no subtexto no longa, como um fundamental complemento, e que joga um pouco de luz sobre os corredores frios, desgastados e assustadores do cargueiro espacial Nostromo.

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Livro de cabeceira da cápsula hiperbárica

A trama você já conhece de cor e salteado: A nave, composta por sete tripulantes da classe operária, recebe um sinal de socorro de um inóspito planeta que os tira do estado de animação suspensa e interrompe sua volta à terra para que a tripulação investigue o sinal, que supostamente parte de uma forma de vida orgânica, algo de valioso interesse da Companhia, aqui ainda não batizada como Weiland-Yutani. Depois de um pouso desastroso na atmosfera e geologia árdua do planeta, três tripulantes, o capitão Dallas, a navegadora Lambert e o primeiro imediato, Kane, saem para investigar a origem do sinal e se deparam com uma colossal nave abandonada.

Claro que o livro, por mais rico em detalhes, não substitui a impressionante experiência visual do filme de Ridley Scott. Automaticamente na sua cabeça as imagens captadas por sua lente, com o design único de Giger e arte conceitual de Moebius, saltam em nossa frente. Porém, entre os pontos em que o livro de Foster se destaca com relação a sua contraparte cinematográfica, é exatamente os capítulos em que se passa essa exploração espacial no planeta desolado, até encontrarem a nave e a descida de Kane a um compartimento subterrâneo, onde se depara com os ovos de couro do alienígena, que expele o facehugger, um dos estágios evolutivos do xenomorfo, que se afixa em seu rosto, injetando o parasita em sua garganta e alojando-o em seu estômago.

Eles retornam a nave, junto da tenente Ripley, dos mecânicos Parker e Brett e do oficial de ciências, Ash, que viola os protocolos de segurança e quarentena deixando Kane, e os demais, entrar com a criatura à bordo. Bem, não é novidade que a próxima evolução do monstro, o chestbuster, irá irromper do peito de Kane durante um jantar (outra passagem que em palavras se perde comparada ao impacto visceral da cena de cinema) e dar origem ao alienígena da forma que o conhecemos, que passa a caçar um por um dos tripulantes, indefesos contra aquela máquina de matar perfeita e virtualmente indestrutível.

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Interessante na novelização é o clima de paranoia, pessimismo e estresse que surge aos tripulantes, e como são explorados detalhes científicos e biológicos do monstro e as minúcias e do comportamento de Ash, que depois se monstra um androide, assim como sua relação principalmente com Dallas e depois com Ripley, que desconfiam das atitudes do sintético (sem saber que ele é um) até ser revelado o terrível segredo da companhia, que sabia a origem do sinal, na verdade um aviso e não um SOS, por conta de sondas espaciais lançadas para vasculhar o universo, e como a tripulação da Nostromo, desde o começo, fora escolhida para se deparar “coincidentemente” com a forma alienígena e leva-la a bordo, economizando milhões em uma expedição de exploração e com a ajuda de Ash, passar pela alfândega com a criatura.

Para os fãs da mitologia e, digamos, “universo expandido” de Alien, a leitura é interessantíssima, e até mesmo obrigatória, mesmo perdendo não só visualmente, mas em questões de sensação de claustrofobia, de desolação e de terror que o filme inspira. E como um ótimo bônus, o livro traz ainda duas entrevistas, uma com Sigourney Weaver, que deu vida à icônica personagem Ellen Ripley e com o diretor Ridley Scott, em 1984 para Danny Peary, publicada originalmente na revista Films and Filming, e ainda nota do autor Alan Dean Foster exclusiva para a edição brasileira.

Agora é torcer para a editora, que vem tratando muito bem os fãs de ficção científica e horror no Brasil, também lance a novelização dos outros dois filmes, Aliens – O Resgate e Alien 3, também escritas por Foster.

Ficha técnica:

Allan Dean Foster – Alien – 1979
Tradução: Henrique Guerra
Lançamento no Brasil – 2015
Editora Aleph

 

 

 


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787 – Horror em Amityville (2005)

The Amityville Horror


2005 / EUA / 90 min / Direção: Andrew Douglas / Roteiro: Scott Kosar (baseado no roteiro de Sandor Stern e no livro de Jay Anson) / Produção: Michael Bay, Andrew Form, Brad Fuller; Matthew Cohan, Stefan Sonnenfeld (Produtores Associados); Randall Emmett, George Furia, Paul Mason, Steve Whitney (Coprodutores Executivos); Ted Field (Produtor Executivo) / Elenco: Ryan Reynolds, Melissa George, Jesse James, Jimmy Bennet, Chlöe Grace Moretz, Philip Baker Hall


 Em sua segunda releitura de um filme clássico de terror, a Platinum Dunes acertou novamente com Horror em Amityville. O Massacre da Serra Elétrica de 2003 deu uma nova roupagem para o seminal filme de Tobe Hooper, e agora a revisita a mais famosa casa mal-assombrada do cinema (e da vida real, em partes) mostrou-se bem melhor do que o original de 1979.

Apesar de Terror em Amityville ser dos mais célebres filmes de terror dos anos 70, que até gerou uma infinidade de continuações, prequelas, spin off, e tudo mais, o fato consumado é que ele é um beeeeem fraquinho. Arrastado, atuações medíocres, não desenvolve todo o potencial da trama e não é nem um pouco assustador e climático, caindo muito mais na história da lembrança afetiva.

Já no remake dirigido por Andrew Douglas e produzido por Michael Bay (sempre acho tão estranho escrever isso), Andrew Form e Brad Fuller, pelo menos o filme é mais atmosférico, dinâmico e assustador, claro, repleto de jumpscare e todos aqueles artifícios que meio que manda o terror psicológico – esse sim que cairia como uma luva no longa – para as cuias, e por incrível que pareça, conta com uma boa atuação de Ryan Reynolds (melhor até que de Josh Brolin), principalmente durante sua descida à loucura, atormentado pelos espíritos que também ali habitam.

A trama é a mesma, inspirado pelo livro de Jay Ansen, aquele mesmo alardeado de forma sensacionalista como baseado em fatos reais. O prólogo mostra Roland DeFeo executando a sua família a sangue frio, botando a culpa nas vozes. Depois dos créditos em tom documental, utilizando vídeos e recortes sobre o crime e o julgamento de DeFeo, somos apresentados ao casal George e Kathy Lutz, Reynolds e a lindíssima Melissa George, que se muda para a casa onde os crimes ocorreram, ignorando o preço do imóvel que estava uma pechincha.

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Comando para matar

Bom, não demora que as entidades, as mesmas que enlouqueceram DeFeo, comecem a investir pesado em George, que passa a ter um comportamento errático e violento com sua esposa e os enteados, incluindo aí a jovem Chelsea, primeiro papel de Chlöe Grace Mortez no cinema, que de lambuja faz amizade com o espírito da menina Jody, assassinada por ali. Também tem o pequeno detalhe, depois descoberto por Kathy, que o local também era uma antiga prisão e local de sacrifício e tortura de índios no passado.

Como disse, comparado com o material original, que tem um valor histórico e sentimental que realmente não entendo de verdade (a sequência/prequela, Amityville 2 – A Possessão é infinitamente superior), Horror em Amitvyle se sobressai (eu DETESTO aquele epílogo da menina fantasma, mas tudo bem, revelamos) apesar de apegar bastante nas fórmulas apelativas de susto fácil. Pelo menos seu terceiro ato, mais físico, carrega uma boa dose de sobrevivência e adrenalina, enquanto Reynolds persegue sua família com um machado pela malfadada habitação.

Um detalhe peculiar é que a atriz Melissa George alegou ter experimentado “sentimentos sobrenaturais” durante as filmagens e algumas cenas em que ela está assustada, foram reações genuínas da loira. Ela sentia algumas presenças no set enquanto as câmeras não estavam rodando. Se ela tá dizendo…

Horror em Amityville tem aquele padrão Platinum Dunes, para o bem ou para o mal, mas pelo menos é um daqueles raros casos que supera o original, e isso precisa ser destacado.

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♪ Era uma casa muito assombrada… ♫

 

 


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Veja o trailer do remake de Cabana do Inferno

Produzido por Eli Roth, refilmagem do longa de 2002 estreia em 12 de fevereiro nos EUA


 

Mais um remake vindo aí. Dessa vez, de Cabana do Inferno, splatter que catapultou a carreira do diretor Eli Roth no começo da década passada, que já havíamos noticiado por aqui.

A nova versão acompanha cinco jovens universitários que decidem ir para uma remota cabana na floresta a fim de aproveitar os últimos dias de férias. Mas o sossego acaba quando um deles entra em contato com um terrível vírus devorador de carne humana e ameaça contaminar todos os outros.

A direção ficou a cargo de Travis Zariwny (Scavengers) e Roth, retorna como produtor, já tendo dado sua benção para o longa. Gage Golightly (Teen Wolf), Dustin Ingram (Atividade Paranormal 3), Samuel Davis (série Um Drink no Inferno), Matthew Daddario (Delivery Man) e Nadine Crocker (Deadgirl) estão o elenco.

Confira o trailer abaixo. A estreia está marcada para o dia 12 de fevereiro nos cinemas do EUA. Nenhuma informação quanto ao seu lançamento no Brasil.


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Escritor de “Bairro da Cripta” lança primeiro episódio de seu novo e-book

Minissérie “Os Santos de Colditz” de M.R. Terci terá novos capítulos disponibilizados toda sexta-feira na Amazon


O autor nacional de terror M.R. Terci, conhecido pela publicação “Bairro da Cripta” lançado pela Editora LP-Books, disponibilizou na última sexta-feira (29) o primeiro episódio de sua nova minissérie em e-book, “Os Santos De Colditz“, pela Amazon.

Dividido em 10 episódios de 36 páginas, que totalizarão 360 páginas, disponíveis toda sexta-feira para quem possui um Kindle, pelo valor de R$ 1,99, traz a história do capitão-aviador Garcia e o cabo Franco, soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial e que acabaram em um campo de prisioneiros de guerra conhecido como Colditz, no leste da Alemanha. Dentro em breve, neste castelo gótico, enredado em mistérios, pesadelos e muita carnificina, os soldados descobrirão que os horrores perpetrados por seus algozes, a SS nazista, são apenas uma sombra perto do que está por vir.

“As trevas… as trevas estão vindo! Sombras estão cantando, vejo olhos amarelos na escuridão! As trevas estão vindo! Deus tenha piedade de minha alma… os Santos estão chegando…”

Clique aqui para comprar o primeiro episódio na Amazon.

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788 – Hellraiser 7: O Retorno dos Mortos (2005)

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Hellraiser: Deader


2005 / EUA, Romênia / 88 min / Direção: Rick Bota / Roteiro: Neal Marshall Stevens, Tim Day / Produção: David S. Greathouse, Ron Schmidt, Stan Winston; Nick Phillips (Produtor Executivo) / Elenco: Kari Wuhrer, Paul Rhys, Simon Kunz, Marc Warren, Georgina Rylance, Doug Bradley


As picaretagens das tosquíssimas continuações do seminal filme de Clive Barker continuam em Hellraiser 7: O Retorno dos Mortos, na sua escala decrescente de qualidade (e que infelizmente não para por aqui).

Picaretagem, porque tais quais suas execráveis continuações anteriores, Hellraiser: Inferno e Hellraiser: Caçador do Inferno, o roteiro original, escrito por Neal Marshall Stevens, não tinha absolutamente nenhuma ligação com a mitologia de Pinhead e cia limitada, e foi apenas enxertado o personagem, os cenobitas, a Configuração das Lamentações e um personagem revelado como descendente de LeMarchand no terceiro ato, apenas para a Dimension continuar com os direitos da franquia, lançando mais uma bomba direto no mercado de home vídeo, e ainda por cima, filmado simultaneamente com a oitava parte, que infelizmente, serei obrigado a comentar no post de amanhã.

Hellraiser 7 é um típico filme pobre de baixo orçamento de décima categoria que serve apenas para afundar cada vez mais no próprio inferno da vergonha o personagem clássico criado por Barker. A premissa, que poderia até ser interessante se vista por um ponto de vista separado (mais uma vez friso que o conceito original não teria nada a ver com a cinesérie) traz uma jornalista, Amy Klein (Kari Wuhrer, de Anaconda) que vai até a Romênia investigar um culto ocultista, conhecido como “Deaders” que parece possuir o poder de fazer seus membros retornarem à vida depois de mortos. O editor da moça recebe uma fita pelo correio e a manda checar a história.

Lá, ela irá se deparar primeiramente com a Configuração de LeMarchand, que para quem não sabe, é o nome daquele cubo capaz de abrir as portas do inferno e convocar os Cenobitas, e então, indo mais a fundo da “mortal” trama, ela irá se deparar com Winter (Paul Rhys), o líder dessa seita, mas não antes de serem gastos preciosos minutos de nossa vida em um filme fraco de doer, entediante, com uma tosca mistura de realidade e devaneios da jornalista, até seu plot twist, que já revelei lá em cima com um SPOILER mas não dou a mínima, pois considero um serviço de utilidade pública afastar o fã do horror dessa bomba.

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Decifra-me ou te devoro!

Winter é um descendente do Fabricante de Brinquedos, o francesão que criou a caixa (cuja história foi explicada em Hellraiser IV – Herança Maldita, oficialmente o último filme “original” da franquia e com algum tipo de envolvimento de Barker) e a usava para angariar seguidores e explicava os tais poderes das trevas capaz de trazê-los de volta a vida.

Misturado em uma história sem pé nem cabeça, que envolve até um sujeito cyberpunk que tem um vagão balada no metrô (JURO!), o que salva Hellraiser 7 do mais completo fracasso são três cenas em particular: a primeira, e que me perdoe, mas é realmente MUITO BOA, é quando Amy encontra o corpo de Marla (Georgina Rylance) morta enforcada em seu apartamento, de posse da caixa; a segunda, quando ela abre o quebra-cabeças pela primeira vez, invocando Pinhead (mais uma vez interpretado por Doug Bradley) e por último, uma cena de um massacre no tal vagão de trem, que lembra em muito a cena da boate de Hellraiser III – Inferno na Terra. Aliás, o final desse aqui, é uma cópia cuspida e escarrada também de Hellraiser – Renascido do Inferno, com o destino do antagonista IGUALZINHO ao de Frank Cotton no original (só faltava ele falar que Jesus chorou e coisa e tal).

Agora sabe qual é a mais mórbida das curiosidades sobre esse longa? É que o produtor do mesmo é ninguém menos que o mago dos efeitos especiais, Stan Winston, o cara que só tem na bagagem dele Aliens – O Resgate, O Predador, O Exterminado do Futuro, Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros, Homem de Ferro e Avatar, entre outros.

Hellraiser 7: O Retorno dos Mortos só não é o pior da franquia (briga de foice no escuro com as sequências anteriores), porque tiveram a pachorra de lançar mais dois filmes depois (inclusive outro ainda no MESMO ANO), que conseguem, respectivamente, ser uma porcaria ainda maior!

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Um lixo para uns, uma porcaria para outros!


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Naomi Watts e Tom Sizemore em Twin Peaks

Revival da série de David Lynch e Mark Frost volta ao Showtime em 2017


 

Outro revival de uma série clássica dos anos 90 que está deixando os fãs em polvorosa, agora que o Arquivo X finalmente foi reaberto, é Twin Peaks, que volta em 2017 pelo canal Showtime, totalmente dirigida por David Lynch e coescrita por ele e Mark Frost (ambos criadores do televisivo).

A novidade é que segundo o Deadline, Naomi Watts, de O Chamado e Tom Sizemore (O Resgate do Soldado Ryan), estão no elenco, juntando-se aos originais Kyle McLachlan, Sheryl Lee e Sherilyn Fenn, além dos novos nomes, Laura Dern, Robert Knepper, Balthazar Getty e Amanda Seyfried. Por enquanto, o Showtime só confirma McLachlan reprisando seu papel como o agente do FBI Dale Cooper, mas onde há fumaça…

Há também um rumor de que Lynch também irá reviver seu célebre papel na série como o o Chefe Regional do FBI, Gordon Cole. É aguardar as novidades e confirmações oficiais.

Considerada uma das mais influentes séries de todos os tempos, Twin Peaks segue os habitantes de uma cidade abalada pelo assassinato de Laura Palmer. O agente do FBI Dale Cooper é designado para investigar o assassinato. Conforme Cooper conduz suas buscas, os mais terríveis segredos da cidade são terrivelmente expostos em uma cadeia de estranhos acontecimentos que mergulham os moradores em um profundo e sombrio olhar sobre suas próprias existências . Depois de 25 anos, a história continua…

 


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789 – Hellraiser 8: O Mundo do Inferno (2005)

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Hellraiser: Hellworld


2005 / EUA, Romênia / 91 min / Direção: Rick Bota / Roteiro: Carl V. Dupré / Produção: Ron Schmidt; Nick Phillips, Vlad Paunescu (Produtores Executivos) / Elenco: Lance Henriksen, Katheryn Winnick, Christopher Jacot, Khary Payton, Henry Cavill


Um fã do horror comentou certa vez aqui no blog que o PIOR INIMIGO de Pinhead, é o diretor Rick Bota. Ele não poderia estar mais certo, uma vez que ele, junto da famigerada Dimension, conseguiu imprimir toda sua incompetência nas três piores continuações de Hellraiser (quiçá de uma franquia do cinema de terror), as partes 6, 7 e essa daqui, Hellraiser 8: O Mundo do Inferno.

E adivinha se esse oitavo filme não nasceu de um roteiro que não tinha absolutamente nada a ver com a franquia, onde Pinhead e a mitologia foram enxertados só para mais um lançamento comercial vagabundo direto para o vídeo, e ainda por cima, gravado em simultâneo com o igualmente pavoroso Hellraiser 7: O Mundo dos Mortos, que também chegou as prateleiras das lojas e locadoras no mesmo ano.

A notícia triste também é que esse foi o último longa que Bradley encarnou o Pinhead, papel que veio repetindo há quase 20 anos, quando Hellraiser – Renascido do Inferno fora lançado em 1987. Bom, triste para nós, fãs do cara e do personagem, porque deve ser uma satisfação não estar mais ligado a essa franquia deprimente que vem definhando e perdendo qualidade lançamento após lançamento.

Outra notícia triste é ter Lance Henriksen como protagonista/ antagonista do filme, ator outrora querido dos fãs do horror, por conta de seus papeis em Aliens – O Resgate com o sintético Bishop, Exterminado dor Futuro, a série Millenium de Chris Carter e até diabos, Piranhas 2 – Assassinas Voadoras, mas que esteve presente nessa bomba, já fez novela da Record e até recentemente atuou na picaretagem Lake Eerie, lançado este ano e resenhado aqui no 101HM. O ator aliás, recusou o papel original de Frank Cotton em Hellraiser, para atuar no vampiresco Quando Chega a Escuridão. E ah, para constar essa sétima parte tem no elenco o novo Superman, Henry Cavill.

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It’s a trap, Lance!

 

Originalmente, a história escrita por Joel Soisson seria para um filme chamado “Dark Can’t Breath”, mas foi completamente reconstruído e modificado por Carl V. Dupré para que entrasse na mitologia. Na trama, um grupo de jovens fanáticos pelo universo de Hellraiser (pegou a metalinguagem aqui?) joga um jogo de MMORPG chamado Hellrworld e descolam um convite para uma festinha fechada só para convidados, onde o anfitrião, papel de Henriksen, é um estudioso e colecionador de artefatos relacionados a Configuração das Lamentações, ao LeMarchand, Pinhead e os cenobitas.

Como assisti o filme sem o menor saco, e pior ainda, emendando com Hellraiser 7 (POR QUE EU FAÇO ISSO COMIGO MESMO? É muita falta de a amor próprio) também não tenho a menor paciência (e criatividade, e motivos reais) para escrever esse texto e adianto que a história mais chinfrim possível, filmado com o inconfundível estilo Rick Bota de qualidade, é uma vingancinha perpetrada pelo personagem de Henriksen, pois seu filho se suicidara em um dos joguinhos do Hellworld e ele resolveu se vingar de todos os amigos, culpando-os pela morte.

Por isso ele cria toda essa farsa trágica do convite e da festa, e dopa todos os envolvidos com uma droga alucinógena, os enterra vivos e fazem com que seus piores medos venham a tona, sendo caçados um a um (nas suas cabeças) por Pinhead, que aqui se transformou apenas na alucinação de um assassino slasher de quinta categoria. No final, tosco até a medula, Henriksen paga o preço de abrir a caixa e é despedaçado pelo nosso vilão SM preferido. FIM.

Hellraiser 8: O Mundo de Inferno, uma coprodução americana e romena (o produtor executivo é o Vlad Paunescu, parece piada pronta…) que por muito tempo foi considerado o último filme da franquia, segue a tradição da sacanagem que a Dimension/Miramax fizeram com a série de Barker, nunca preocupados em construir um roteiro decente e trabalhar seus personagens e cânone, apenas indo pelo caminho mais barato de pescar histórias já escritas e fazer uma gambiarra metendo o pobre Pinhead no meio, dando para sujeitos como Rick Bota dirigir, e denegrindo um dos mais importantes e cultuados filme do gênero. Mas quando você pensou que a tortura sem fim havia terminado, eles lançaram ainda Hellraiser: Revelações em 2011, atingindo a façanha de ser o pior que todas essas tralhas juntas.

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Deixa eu me esconder aqui atrás dos outros cenobitas para ninguém me ver nessa vergonha


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Por que “Mulder and Scully Meets the Were-Monster” foi tão sensacional?

Episódio de Arquivo X desta semana, escrito por Darin Morgan, foi uma divertidíssima sátira, autoparódia e homenagem para os fãs da velha guarda da série!


Eu não sou um cara que tem costume aqui no 101HM ficar comentando episódio por episódio de séries. Geralmente escrevo sobre o piloto e o season finale, e faço minhas resenhas pontuais de algumas lá no Boca do Inferno. Mas, PRECISAMOS FALAR SOBRE O EPISÓDIO DESSA SEMANA DE ARQUIVO X.

Antes da estreia da nova temporada/ revival de Arquivo X, e principalmente quando não havia muitas pistas e informações sobre o caminho que a série seguiria, uma das ideias que eu tinha em mente era justamente que eles estavam tentando pavimentar caminho para uma nova geração de fãs, ainda mais quando anunciada a presença de dois novos agentes – que ainda não deram as caras – Lauren Ambrose como a Agente Einstein e Robbie Amell como o Agente Miller.

Depois de três episódios, sendo o terceiro o SENSACIONAL “Mulder and Scully Meets the Were-Monster” eu estou percebendo que cada vez mais, e de forma mais evidente, que a volta de Arquivo X é mesmo para os fãs da velha guarda da série, tamanho a tonelada de referências, homenagens e autoparódia presentes, e principalmente o nível altíssimo de galhofa, marca registrada de muitos episódios escritos por Darin Morgan, roteirista responsável por este aqui.

Muitas pessoas detestaram e criticaram o episódio na Internet por aí – juro que ouvi gente até falando que parecia coisa de Ed Wood, no mal sentido – mas definitivamente, esses não eram fãs de Arquivo X, não entendem absolutamente nada da série, não sacaram um monte de piadas e referências deliciosamente colocadas em praticamente todos os 44 minutos de duração, e mais ainda, não estão acostumados com os episódios nonsense escritos pelo Morgan mais novo, responsável por apenas seis dos 202 das nove temporadas anteriores, mas quatro deles dos mais memoráveis e fundamentais para uma mudança na direção do seriado.

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Mando nudes?

“Mulder and Scully Meets the Were-Monster” nos leva de volta aos melhores momentos cômicos de Arquivo X, como o inigualável episódio “Do Espaço Sideral”, do próprio Morgan, na terceira temporada, exatamente no mesmo nível de sátira e tosqueira, e tantos outros como o premiado “O Repouso Final de Clyde Bruckman” e “A Guerra das Baratas”.

Os agentes de FBI se veem às voltas com um assassinato onde o principal suspeito é um monstro, uma espécie de Homem-Lagarto, com um visual pra lá de tosco metido numa roupa emborrachada de zíper (muita gente por aí brinca que o Walderrama de A Noite do Chupacabras, de Rodrigo Aragão, foi a inspiração para o personagem). Em nenhum momento o episódio tenta se levar a sério, e o que vemos é David Duchovny e Gillian Anderson nitidamente se divertindo horrores com a autoparódia (e com uma química absurdamente incrível entre ambos).

Mulder, em uma crise de meia idade, está todo descrente com o Arquivo X, resmungando que todos os casos inexplicáveis foram explicados nos últimos anos, uma vez que a maioria foi descoberta como hoax, ou simples explicações naturais, como o degelo, e que claro, hoje todo mundo tem um celular para tirar uma foto da criatura ou o que seja. Isso enquanto ele está jogando seus lápis amarelos no pôster “Eu Quero Acreditar”, que dessa vez, é um pôster da Scully. Só faltou ele comendo as sementes de girassol.

A grande sacada do roteiro inteligentíssimo – e não me venha dizer o contrário – é que o tal “Monstro da Semana”, o Homem-Lagarto, era originalmente uma criatura da floresta que, subvertendo toda e qualquer lógica convencional do cinema fantástico e de terror, foi mordido por um humano, e houve uma metamorfose reversa, com o mutante se tornando um homem.

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Tomou um porre de catuaba e foi mandar mensagem de voz no WhatsApp pra ex no túmulo do amigo… Quem nunca?

Ao tornar-se humano, ele passa a ser acometido pelos nossos desejos, acompanhado por um caminhão de crítica social mordaz velada. A primeira coisa que ele quer fazer ao acordar de manhã é arrumar um emprego – que dois dias depois ele já está de saco cheio! Ele passa a desenvolver todos os vícios e traquejos (ou falta de) sociais inerentes a nossa personalidade, como tomar café, beber, adotar um cachorro, consumir pornografia, mentir sobre sua vida sexual, continuar em um emprego enfadonho por medo de não conseguir se aposentar…

Enquanto isso, Mulder, que questionava se queria passar o resto da sua vida num porão correndo atrás de devaneios e farsas, ao conhecer o monstro e ouvir sua história, a priori nada plausível – como quase tudo no seriado – mas depois ao vê-lo se transformando no lagarto humano, servirá como novo combustível para o agente, que assim como nós, ainda quer acreditar. A marca registrada de Morgan está toda lá no episódio: divertido, experimental, metafísico, metalinguístico e uma mistura de sensibilidade alegre e melancólica ao mesmo tempo.

Para os fãs, há diversos easter eggs em todo episódio que são nada menos que deliciosos. Começa com uma homenagem gritante a Kolchak e os Demônios da Noite, a série que inspirou Chris Carter a escrever Arquivo X.  A versão humana do monstro, batizada de Guy Mann veste-se igualzinho ao Kolchak de Darren McGavin, e em paralelo, sua sugestão que o Homem-Lagarto pode ser morto com um vidro verde atravessado em seu apêndice, era o típico recurso de roteiro usado no televisivo, onde Kolchak era, como Mulder, um crente no meio de céticos, e a série sempre teve esse viés cômico.

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Lápis ao alvo!

Enquanto Mulder e Guy conversam no cemitério, eles estão ao lado de duas lápides, de Kim Manners, famoso diretor e produtor da série, falecido em 2009, e Jack Hardy, diretor-assistente do longa Arquivo X – Eu Quero Acreditar de 2008, dos filmes Premonição, A Vingança de Williard e Natal Negro (todos dirigidos por Glen Morgan) e da série Millneium (também de Chris Carter). No cemitério também pode ser visto outra tumba com o nome de Jerry Hardin, o ator que interpretou o célebre informante Garganta Profunda na primeira temporada, famoso pela emblemática frase “Não confie em ninguém”

O cão adotado por Guy, e em seguida por Scully, chama-se Daggoo, nome de um dos arpoadores de Moby Dick, assim como Queeqeg, o ex-cachorro de Scully, inclusive citado por ela, que surgiu exatamente em um episódio escrito por Darin Morgan, “O Repouso Final de Clyde Bruckman” e foi devorado em “O Monstro do Lago”. E falando em “Clyde Bruckman”, daí vem outra sensacional referência quando Scully diz para Mulder que ela é imortal, surgida de uma teoria dos fãs quando Bruckman, um vidente que sabia dizer quando e como as pessoas iriam morrer (Mulder, por exemplo, faleceria por autoasfixia erótica), não sabia precisar sobre a morte da agente. Além disso, no episódio Tithonus, da sexta temporada, o fotógrafo Alfred Fellig aparentemente troca sua própria imortalidade para salvar Scully.

Para fechar, Guy certo momento é encontrado escondido em um banheiro químico, como o Flukeman do episódio “O Hospedeiro”, que por sinal, foi interpretado por Morgan, e o psiquiatra visitado por Mulder, que prescrevera um antipsicótico para Guy, diz que às vezes os “monstros moram aqui”, apontando para o abdômen, em referência ao episódio “A Fraude”, também escrito por Morgan, onde a aberração de circo Leonard era irmão siamês de Lanny, colado por seu abdômen, que se desprendeu do irmão tentando encontrar um novo corpo, e devorava bem aquela região de suas vítimas. Teve até uma sacanagem com Mulder deitado na cama só de cueca vermelha, tirando um sarro com a infame cena dele saindo da piscina de sunguinha de bombeiro e dando um pito em Alex Krycek na segunda temporada. E ah, não vamos esquecer que o toque do celular de Mulder é a música tema composta por Mark Snow. Genial é pouco!

Certo momento do episódio, Scully diz a Mulder que havia se esquecido de “quão divertido podia ser um caso daqueles”. Nós também nos esquecemos nesse hiato de quase 14 anos, de como também Arquivo X poderia nos divertir em episódios como esse. “Mulder e Scully Meets the Monster” nos lembrou disso. Obrigado, Morgan!

Matéria originalmente publicada no Boca do Inferno
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Prazer, Walderrama dos Santos!

 


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790 – Jogos Mortais 2 (2005)

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Saw II


2005 / EUA, Canadá / 95 min / Direção: Darren Lynn Bousman / Roteiro: Leigh Whannell, Darren Lynn Bousman / Produção: Mark Burg, Gregg Hoffman, Oren Koules; Greg Copeland, Daniel J. Heffer (Coprodutores); Peter Block, Jason Constantine, Stacey Testro, James Wan, Leigh Whannel (Produtores Executivos) / Elenco: Tobin Bell, Shawnee Smith, Donnie Wahlberg, Erik Knudsen, Franky G, Glenn Plummer, Emmanuelle Vaugier, Dina Meyer


O primeiro Jogos Mortais, dirigido pelo hoje estrelado diretor de terror, James Wan, e escrito por Leigh Whannell (dobradinha que depois nos brindaria com Sobrenatural) foi um hype só quando lançado, dando o pontapé inicial em um dos subgêneros modernos deste século, o torture porn, angariando elogios de público e crítica. Tão certo como 2+2 = 4, que a Lions Gate se aproveitaria do sucesso para uma sequência, que depois se tornou uma franquia, com um filme lançado todo ano.

Jogos Mortais 2 chegou com uma tremenda expectativa, como uma expansão da mitologia do Jigsaw de Tobin Bell, o mais novo (e marcante) movie maniac do século, e novas daquelas armadilhas, geringonças terríveis, para aqueles que não dão valor a vida tentarem lutar por sua sobrevivência. Era o alvoroço do momento no cinema de terror, e quando ele chegou aos cinemas, onde fui conferir no mesmo ano do lançamento atrasado do primeiro longa pela Paris Filmes aqui no Brasil, enquanto TODO mundo havia adorado e achado o segundo melhor que o original, minha opinião não havia sido bem essa.

Hoje, passados mais de dez anos e depois de pelo menos umas duas revisitas, atesto com mais veemência o quanto não gosto de Jogos Mortais 2, por três motivos bem claríssimos, pelo menos para minha pessoa. O primeiro deles (mas não o pecado mortal do longa), é o roteiro, obviamente. Darren Lynn Bousman – que criou a história original dessa sequência, outro nome que até hoje se beneficia de seu envolvimento na franquia, claro que anos luz de distância do sucesso que Wan atingiu – na verdade escreveu o roteiro de um filme completamente independente, rejeitado diversas vezes pelas produtoras por ser considerado “muito violento”.

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Pegue aqui sua vacina para a Zika

Eis que Jogos Mortais hypou em Sundance, estreou como um estouro nas bilheterias, o torture porn começou a bombar e a Lions Gate, que lembrou daquele roteiro que era a cara do filme, chamou Bousman para transformá-lo na sequência, trazendo mais tarde Whannell ao barco com as suas ideias originais para uma continuação apropriada, principalmente trazendo um pouco da história de Jigsaw, nas últimas por causa do câncer em seu cérebro, e a construção de seu legado para a personagem Amanda Young de Shawnee Smith.

Até aí tudo bem, é uma prática comum de Hollywood recauchutar roteiros que sai mais barato que contratar alguém para escrever todo um novo, mas o grande problema é a quantidade absurda de furos desse roteiro. Enquanto no primeiro filme, o brilhante Jigsaw tinha ali toda sua situação sobre controle, com o confinamento de duas pessoas em um banheiro e desenvolvendo ali o seu jogo, aqui, oito indivíduos são sequestrados e presos em um prédio abandonado, inalando um gás tóxico, similar ao utilizado nos atentados do metrô do Japão, que em duas horas irá mata-los se eles não encontrarem os antídotos espalhados pelo local.

Uma quantidade de variáveis absurdas poderia ter ocorridos com aquelas oito pessoas, sem o menor controle de John Kramer, nome de batismo de Jigsaw, mas tudo sai milagrosamente como o planejado, incluindo aí todas as ativações das armadilhas mirabolantes, sem nenhum percalço no caminho, ou mesmo o fato que Amanda, que convenhamos, apesar de estar lá para tentar ser o equilíbrio da situação e manter o roteiro do serial killer que tecnicamente não é um serial killer, em perfeito funcionamento, passar quase incólume, sendo que poderia muito bem ter tido uma sorte pior. Vamos só supor que por algum segundo, alguma coisa saísse errado, uma vez que você está lidando com um grupo díspar de pessoas? Muito provável que isso acontecesse certamente, mas não nesse caso. Tudo ocorre às mil maravilhas, conforme combinado, com as doses cavalares de buracos no roteiro. Jigsaw não tem qualquer poder manipulador naquela situação pelo menos, algo que foi brilhante no primeiro longa.

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Tá tranquilo, tá favorável

O segundo problema de Jogos Mortais 2 é que aqui foi inserida a estética que seguiria os filmes até sua exaustão, jogando a originalidade e o choque do primeiro no ralo, apenas para se reciclar a cada continuação e inventar a armadilha mais sanguinária, criativa, devassa, até a fórmula se esvair e os filmes virarem remendos com histórias cada vez piores, sempre com um plot twist tacanho em seu final, que serve como cliffhanger para o lançamento do filme posterior no ano seguinte. É a típica fórmula que acabou com os slasher movies nos anos 80. Dá para se fazer um paralelo com as mortes espetaculosas de Freddy Krueger, que tentava se superar uma Hora do Pesadelo após a outra, se distanciando cada vez mais do espírito original. Ou é também o que aconteceu com outra franquia do mesmo período, Premonição, onde o que importava era o acidente maior que o anterior. Aqui substitua pela engenhosidade, sangue e violência gráfica explícita.

Agora o terceiro e mais grave problema de Jogos Mortais 2 é justamente e direção afetada de Bousman. Aquela edição frenética epiléptica de videoclipe chega a dar náusea e você percebe claramente como é um recurso narrativo dos mais pobres, fruto de um diretor medíocre, que quer utilizar essa linguagem para os jovens do começo do século, e que foi arrastando essa identidade até a quarta parte dirigida por ele, e em seus péssimos filmes posteriores. E sem contar aquele final ridiculamente didático, repetindo cena por cena e com uma cacetada de flashbacks, julgando a inteligência do espectador, parecendo mais o MOBRAL do que um filme, não deixando absoluta margem para interpretação ou dedução do público.

Mas bom, eles entregaram o americano médio enlatado queria ver, fez a galera sair agoniada do cinema por causa da cena do buraco cheio de seringas, a reviravolta final que deixou todo mundo boquiaberto – isso é de tirar o chapéu, principalmente a armadilha que ele montou para o Detetive Eric Matthews (Donnie Wahlberg), a única que ele tinha de verdade o controle da situação e foi genial como de costgume, e o fato das cenas exibidas nos monitores serem gravadas e o filho do policial, um dos raptados e peças-chave de todo aquele jogo, hã, mortal estar dentro de um baú no próprio esconderijo de Jigsaw – e faturou impressionantes 31 milhões de dólares no seu final de semana de estreia de Halloween (foram gastos 4 milhões de orçamento), chegando a mais de 147 milhões no mundo todo, quase 50 milhões de doletas a mais que seu predecessor.

Bom, daí sabemos que a partir de Jogos Mortais 2, a franquia foi ladeira abaixo, só dando CTRL C+ CTRL V nas suas fórmulas até o lançamento de seu último filme só em 2010, com a qualidade caindo vertigionsamente um após o outro, com exceção do terceiro filme, que subvertendo a lógica, é muito melhor que o segundo, e único da cinesérie que vale a pena, além do primeiro, é claro. Mas isso fica para uma discussão e devaneios num futuro próximo.

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It’s a trap (não canso dessa legenda!)


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Condado Macabro: das telas para as páginas

Marcos DeBrito, codiretor e roteirista do slasher nacional, novelizou a obra lançada pela Editora Simonsen


Você sabe como funciona o procedimento: um livro faz sucesso, é premiado pela crítica ou muito comentado em diversos círculos e, alguns anos depois, lá está ele nas telas do cinema. Fãs aplaudem a fiel adaptação; fãs rechaçam as escolhas do diretor; fãs reclamam dos cortes, e invariavelmente começa a (eterna) discussão sobre qual das duas obras é a melhor, o livro ou filme.

Mas invertendo a ordem natural das coisas, Marcos DeBrito, codiretor e roteirista de Condado Macabro e autor de À Sombra da Lua, publicado pela editora Rocco, escreveu a novelização do slasher nacional, exibido e premiado em diversos festivais nacionais e internacionais, lançado pela Editora Simonsen nessa quinta-feira, em noite de autógrafo, na Livraria da Vila, (Al. Lorena, 1731) em São Paulo, às 18h30.

O livro traz três eixos narrativos que se cruzam nesta história que parte de clichês tradicionais do terror universal (adolescentes em apuros, assassinos mascarados, palhaços e frustração sexual) para percorrer uma inesperada trilha repleta de homenagens, subversões e reviravoltas – tudo com profunda inspiração brasileira, no estilo e na substância. Outro destaque do texto são suas intervenções gráficas, como “erros de gráfica” e brincadeiras com o leitor. Sangue fresco com sabor tupiniquim.

Condado Macabro estará a venda nas melhores livraria, pelo preço sugerido de R$ 34,90

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791 – Um Lobisomem na Amazônia (2005)

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2005 / Brasil / 76 min / Direção: Ivan Cardodo / Roteiro: Rubens Francisco Luchetti (baseado no livro de Gastão Cruls) / Produção: Diler Trindade; Daniel Lion, Clara Machado, Madge Miranda (Assistentes de Produção); Wilson Borges (Produtor Associado); Telmo Maia (Produtor Executivo) / Elenco: Daniele Winitts, Karina Bacchi, Tania Boscoli, Bruno de Lucca, Orlando Drumond, Sidney Magal, Nuno Leal Maia, Evandro Mesquita, Paul Nascy


Depois de Londres e Paris, foi a vez de nossa Floresta Amazônica, pulmão do mundo, patrimônio tupiniquim, ser visitado por um licantropo no cinema, só que não um americano, e sim, um espanhol, e talvez o mais célebre lobisomem do cinema trasheira. E ah, tudo isso em uma produção de Ivan Cardoso, o mestre e pai do terrrir.

Concluindo sua trilogia dos monstros clássicos, depois de O Segredo da Múmia e As Sete Vampiras (esse último lançado em 1986), Cardoso resolve usar todo seu dom para a bagaceira nacional sem vergonha em Um Lobisomem na Amazônia, um filme que não se leva a princípio desde o início, e por incrível que pareça, é uma deliciosa paródia e homenagem ao cinema de terror, com uma cacetada de referência para os fãs do gênero (volto a isso no decorrer do texto).

Um Lobisomem na Amazônia é uma salada de frutas de clichês e absurdos, que envolve um cientista louco, um grupo de jovens em perigo perdidos na mata, que só querem saber de transar e tomar o Santo Daime, lobisomem, amazonas, e ainda por cima tem Nuno Leal Maia, Tony Tornado, Sindey Magal e o Seu Peru no elenco. Claro, além da lenda, Paul Naschy, codinome de Jacinto Molina Álvares, o famoso Waldermar Daninsky, o lobisomem espanhol!

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É pra ungir de pé!

Gravado no Rio de Janeiro, emulando safadamente a Floresta Amazônica (como se Cardoso fosse se importar com isso), com roteiro de outra legenda do cinema de terror nacional, Rubens Francisco Luchetti, com colaboração de Flávio de Souza e de Evandro “Você não soube me amar” Mesquita, baseado no livro de Gastão Cruls chamado “Amazônia Misteriosa” (inspirado em “A Ilha do Dr. Moreau”, de H.G. Wells), lançado em 1925, a fita é uma tranqueira daquelas que só o nosso varonil cinema nacional poderia produzir.

Em uma época que o gênero no país estava largado às traças, antes da “retomada” orquestrada pelos novos cineastas como Rodrigo Aragão, Joel Caetano, Petter Baiestorf, Tiago Belotti e cia limitada, todos filhos de Mojica, e porque não, de Cardoso, o longa pega as mesmas características narrativas das produções baixo nível anteriores do diretor, claro, atualizando para o novo século, mas com a mesma cara de pau, insinuações sexuais, breguices e piadas de gosto duvidoso.

A trama sem pé nem cabeça traz um grupo de jovens, no qual estão inclusos Danielle Winits (que tem uma cena de nudez no chuveiro que homenageia Psicose, mas muuuuuito melhor, se você me entende – desculpe aí Janet Leigh e Hitchcock), Karina Bacchi pré piercing genital na capa da Playboy e Bruno de Lucca, que quer ir para o meio da Amazônia chapar de ayahuasca, e são conduzidos pelo guia de turismo, Jean Pierre, ou somente JP, vivido por Mesquita.

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Êta que beleza esse cinema nacional!

Só que o local é palco de uma série de mortes estranhas, onde corpos aparecem dilacerados por algum grande animal, o que faz com que o Secretário de Segurança Pública, vivido por Orlando Drummond, o Seu Peru da Escolinha do Professor Raimundo e eterna voz do Scooby-Doo, chame a ajuda de um especialista, o zoólogo Prof. Scott Corman (Nuno Leal Maia) – sobrenome devidamente batizado por conta do Rei dos Filmes B, Roger Corman – que também parte para o meio do mato junto do Delegado Barreto, ninguém menos que Tony Tornado.

Na real, o que está rolando por aquelas bandas é que o famigerado Dr. Moreau, aquele mesmo da literatura de Wells, mas que não é nem o Marlon Brandon, nem o Charles Laughton e nem o Burt Lancaster, mas sim Naschy (que também é um lobisomem, só para constar), fugiu para o meio da Floresta Tropical, levando o livros dos experimentos de Joseph Menguele que ele encontrou por aí, para continuar suas experiências genéticas de humanos com animais, e criar um exército de amazonas superpoderosas (???!!!!). Só que a personagem de Winits é uma descendente da rainha amazona, e descobre isso quando na sua viagem psicotrópica ela se depara com um Sacerdote Inca, que é interpretado por Sideny Magal. Tá bom para você?

O espírito é entrar na galhofa que é Um Lobisomem na Amazônia, mas que nas entrelinhas traz essa cacetada de referência ao cinema de terror (tem outra sensacional onde a floresta é chamada de “Inferno Verde”, clara homenagem a Ruggero Deodato) e o visual do lobisomem, além de lembrar as bagaceiras em que Naschy interpreta Waldermar Daninski, também remete a clássica maquiagem de Jack Pierce para Lon Chaney Jr no monstro clássico da Universal. O filme é uma bagaceira, mas dá para se divertir se você entrar no clima “besteirol nacional”.

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Lobisómi

 


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TOPE NOVE – Lobisomens

O verme passeia na lua cheia! O lobisomem sempre foi o monstro mais amaldiçoado do cinema! E já diria o sábio poema: “Mesmo um homem puro de coração e que faz suas orações toda noite, pode-se tornar um lobo quando a mata-lobos desabrocha e a lua cheia brilha no céu”. Esse é o TOPE NOVE para os desafortunados que se transformam em uma fera peluda que curte uivar para a lua e morrem de medo de prata.


9) A Maldição do Lobisomem (The Curse of Werewolf) – 1961

Na Espanha, Leon nasceu em uma noite de Natal, filho indesejado de uma garota muda estuprada por um mendigo peludão, e por isso, na noite de lua cheia, ele se transforma em um terrível lobisomem que aterroriza uma cidade. By Hammer Pictures.

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Fuga alucinada!!!!!

8) Late Phases (2014)

Um rabugento veterano cego do exército precisa enfrentar uma criatura bestial enquanto descobre o terrível segredo que os moradores de uma isolada comunidade de aposentados escondem. Daqueles poucos bons filmes da nova safra do peludão!

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Lobinho da Duracel

7) Lua Negra (Bad Moon) – 1996

Um homem luta contra a maldição de se transformar em lobisomem durante as noites de lua cheia ao passar a morar com sua irmã, sobrinho e o pastor alemão da família. Ah, anos 90, seu danadinho!

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Que boca grande você tem…

6) O Lobisomem (The Wolf Man) – 1941

Clássico dos clássicos da Universal onde Lon Chaney Jr. vive o coitado Larry Talbot, que ao voltar para sua cidade natal, é atacado por um lobisomem e está fadado a se transformar na criatura nas noites de lua cheia e quando a mata-lobos desabrocha (ui!).

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Só observo…

5) A Possuída (Ginger Snaps) – 2000

Metáfora da menstruação e chegada à adolescência onde duas irmãs obcecadas pela morte precisam lidar com os problemas corriqueiros da puberdade quando uma delas é atacada por uma fera e vira uma lobismulher!

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Essa mina é uma fera na cama!

4) Dog Soldiers – Cães de Caça (Dog Soldiers) – 2002

Um exercício militar de rotina nas florestas da Escócia levará um pelotão a lutar por sua sobrevivência quando atacados por uma matilha de lobisomens sedentos por sangue. Tipo Zulu, versão licantropo!

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Pedigree sabor carne humana

3) A Hora do Lobisomem (Silver Bullet) – 1985

Também conhecido por Bala de Prata, um lobisomem aterroriza uma pacata cidade e um garoto paralítico, sua irmã e tio devem enfrentar a criatura. Baseado no livro de Stephen King e um dos saudosos campeões de reprise do Cinema em Casa do SBT!

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Chama o Dr. Pet!

2) Grito de Horror (The Howling) – 1981

Depois de um encontro quase fatal com um assassino, uma repórter televisiva e seu marido se isolam em um afastado resort que na verdade é lar de uma comunidade de que? Lobisomens, claro!

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SAI DAQUI, RACHA!

1) Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London) – 1981

Dois viajantes americanos são atacados por um lobo na região pantanosa da Inglaterra. O único sobrevivente passará a se transformar nas noites de lua cheia e tocará o pânico nas ruas de Londres (já diria o Morrissey).

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Metamorfose ambulante

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Saiu o teaser da segunda temporada de Fear the Walking Dead

Spin off de Walking Dead estreia no canal AMC dia 1o de abril, com transmissão simultânea no Brasil


 

A segunda temporada de Fear The Walking Dead, spin off de The Walking Dead (ah, vá) teve o teaser divulgado hoje pela AMC. A trama acompanhará o grupo de sobreviventes refugiados no barco de Victor Strand (Colman Domingo) após os eventos do primeiro ano da série.

A estreia nas telinha gringas acontece em 10 de abril e com transmissão simultânea no Brasil através do canal pago AMC, disponível somente na Sky.

 


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792 – Menina Má.com (2005)

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Hard Candy


2005 / EUA / 104 min / Direção: David Slade / Roteiro: Brian Nelson / Produção: Michael Caldwell, David Higgins, Richard Hutton; Brian Nelson, Hans Ritter (Copordutores); Ellora Chowdhury, Barney Jeffrey (Produtores Associados); Jody Patton, Paul G. Allen, Rosanne Korenberg (Produtores Execuitvos) / Elenco: Patrick Wilson, Ellen Page, Sandra Oh, Odessa Era


Ignorando o completo desserviço que a distribuidora nacional do filme prestou colocando o título de Menina Má.com, até porque dá um PUTA sentido pejorativo – que parece nem raspar a superfície da questão delicada que leva a menina a ser, hã, má, – o hypado terror indie com uma jovem e promissora Ellen Page e magistralmente dirigido por David Slade, faz jus a todo seu falatório na época de seu lançamento.

Sensação em Sundace, que gerou uma baita polêmica e controvérsia, Hard Candy (RECUSO A ESCREVER O TÍTULO NACIONAL DURANTE O RESTO DA RESENHA) é uma espécie de torture porn soft, se é que isso existe. Mas fato é que lançado na mesma época que o subgênero estava ganhando espaço, muito por conta de Jogos Mortais e O Albergue, a grande diferença é que aqui a violência gráfica, recurso que sempre explode nas telas nesse tipo de filme, fica completamente off screen, subentendida, o que é uma tacada de mestre de todos os envolvidos, sendo que a agonia é ainda muito maior, pelo menos, se você for homem.

Aliás, tema espinhoso esse de Hard Candy, hein? Suscita aquele tipo de discussão moral tão tênue sobre os motivos e atitudes da personagem Hayley, de Page, que anda cada vez mais atual, em tempos em que participante de BBB se mostra pedófilo em frente as câmeras e ainda aparecem advogados da Rede Globo para defende-lo no programa matutino do dia seguinte de sua eliminação, em que gente escrota posta ofensas gravíssimas machistas e pedófilas no Twitter por conta de Master Chef Júnior, e do próprio levante do movimento feminista, contra o patriarcado e emporderamento feminino.

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Deixa a Lorraine saber que você tá saindo com as 9inhas!

Mas ainda assim, a pedofilia (e suspeita de assassinato, ou de pelo menos, cumplicidade) do fotógrafo Jeff Kohlver, do ótimo Patrick Wilson, abre o precedente para que Hayley execute justiça pelas próprias mãos? Cabe a ela – ALERTA DE SPOILER – torturar uma pessoa e induzi-la a tirar sua própria vida? Bem, não quero entrar nesse mérito de discussão aqui, mas rende um debate amplo e completo, mas claro, que em nenhum segundo, envolva qualquer tipo de inocência, defesa ou passada de pano em um nojento criminoso sexual como Kohlver.

Aliás, o roteiro escrito por Brian Nelson foi inspirado em casos reais acontecidos no Japão. O produtor David Higgins leu reportagens onde colegiais japonesas estavam emboscando homens que surfavam em chats da Internet em busca de garotas menores de idade. Que é o que acontece em Hard Candy, logo na primeira cena. Kohlver se encontra com Hayley, de apenas 14 anos em um local público, uma cafeteria, com quem ele tentara marcar e impressionar há um bom tempo, e no final acaba levando-a para sua casa, tudo por conta de um MP3 gravado ao vivo em um show do Goldfrapp, que Hayley dizia adorar. Eu confesso que pelo menos para mim, todo o date deles, até a menina se mostrar uma verdadeira psicopata (independente dos seus motivos, aquilo é comportamento de psicopata) é de um constrangimento absurdo.

David Slade é um PUTA diretor. Oriundo do universo do videoclipe, como muitos, ele conseguiu misturar essa linguagem da geração MTV com um tipo de filme independente e mais intimista, com doses cavalares de tensão da metade para frente. Só que antes disso, a câmera dele é invasiva, ele filma os dois atores sempre de perto, em quase closes de seus rostos, como se fossemos testemunhas encabuladas muito próximas daquele encontro proibido, que dá uma tremenda sensação de mal estar, mais uma vez, principalmente se você é homem adulto. Hayley provoca propositalmente (a cena de seu lábio sujo de ganache é o auge disso), e Kovhler, homem, idiota, primitivo e irracional por concepção, vai dando cada vez mais corda para se enforcar (literalmente – desculpem o trocadilho).

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Um date eletrizante!

O ritmo que Slade imprime no filme, ora frenético, ora contido, somado com duas atuações fortes, de Page, exigindo o máximo de sua capacidade física (afinal, há uma parte de suspensão de descrença que um homem adulto não conseguiria fisicamente subjugar uma garota de 14 anos, ou 17 que seja, a idade da atriz) e também de Wilson, em um papel bem espinhoso de covarde, manipulador e mentiroso. Com recursos e budget limitado, primeiro por ser um filme independente, e depois por não querer interferência da Lions Gate, o longa se desenvolve com esses três pilares fundamentais, que deveria ser de fato o mais importante em toda produção cinematográfica: direção, roteiro e atuação, e acerta como um dos mais interessantes thrillers dessa safra

Menina Má.com é apelativo apenas dentro de seu limite e em seu conceito, diferente do torture porn convencional, onde, por exemplo, mostraria uma cena muito mais visceral na operação de castração (que talvez nem fosse falsa), aqui saindo-se muito melhor e mais sofisticado usando essa fórmula quase hitchockiana, e deixando muita coisa subentendida, assim como a própria participação do fotógrafo no estupro e assassinato de garota menor de idade que incitou a caçada de Hayley, quanto o final quando ele salta do telhado.

E bom carnaval aí pra vocês! Voltamos na quinta-feira, se a ressaca deixar!

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Bondage


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Veja o trailer de Uma Noite de Crime 3

Aproveitando o ano eleitoral nos EUA, terceiro filme da série da noite de expurgo será lançado no feriado de independência americano.


 

Saiu o trailer do terceiro filme da série Uma Noite de Crime. Após e primeiro longa, dirigido por James deMonaco e produzido pelo midas Jason Blum, com sua dose de terror, suspense, violência, ação AND crítica social velada, se tornar um hit, claro que sequências seriam inevitáveis.

Na sinopse, dois anos após Leo Barnes (Frank Grillo) decidir não matar o homem que assassinou seu filho na noite do expurgo, o ex-sargento da polícia torna-se chefe de segurança da Senadora Charlene Roan (Elizabeth Mitchell) que encabeça a próxima eleição presidencial por conta de sua promessa política em eliminar a controversa lei.

Aproveitando o ano em que os americanos vão para a urna decidir quem ficará sentado na cadeira da Sala Oval pelos próximos quatro anos no lugar de Barack Obama, o filme parece trazer uma boa dose de crítica política. Vale lembrar que a trama se passa em em um futuro não muito distante nos EUA, que conseguiu controlar a criminalidade ao instaurar uma noite em que todo tipo de crime e violência estão liberados por 12 horas, sem nenhum serviço público liberado, como polícia, médicos e bombeiros.

Sem mais delongas, segue o trailer abaixo. Uma Noite de Crime 3 chega nos cinemas americanos no dia 1º de julho, para aproveitar o feriado da Independência.


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