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Channel: Marcos Brolia – 101 Horror Movies
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Veja o trailer da nova minissérie de Stephen King com James Franco

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Novembro de 63 estará disponível no serviço de streaming Hulu no dia 15 de fevereiro e terá produção de King e J.J. Abrams


Vem aí mais uma minissérie baseada em um livro de Stephen King: Novembro de 63 (11.22.63) que estará disponível pelo Hulu – uma espécie de genérico do Netflix – a partir do dia 15 de fevereiro, em oito episódios de uma hora.

James Franco estrela como o professor Jake Epping, que volta no tempo acidentalmente para o ano de 1958, e resolve impedir o assassinato do presidente John F. Kennedy, mas sua missão corre riscos por conta de Lee Harvey Oswald, além de se apaixonar e pelo próprio passado, que não quer ser alterado.

A produção é do próprio Stephen King e de J.J. Abrams. Aí embaixo você confere o trailer



774 – Marebito – Seres Estranhos (2004)

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Marebito / The Stranger from Afar


2004 / Japão / 92 min / Direção: Takashi Shimizu / Roteiro: Chiaki Konaka (baseado em seu livro) / Produção: Mikihiko Hirata, Kenzô Horikoshi, Atsuko Ohno; Tsukasa Ariyoshi, Takashi Ikezaki, Hiroo Murakami, Fumio Sebata (Produtores Associados) / Elenco: Shinya Tsukamoto, Tomomi Miyashita, Kazuhiro Nakahara, Miho Ninagawa, Shun Sugata


De volta a “quase” interminável lista dos 1001 filmes de terror. Ano sai, ano entra, e estamos aí na atividade. :D

Takashi Shimizu é aquele nome do cinema japonês que sempre despertou interesse dos fãs do horror em geral e principalmente do J-Horror. Apesar de ter entrado em decadência e sumido, como o próprio gênero (vídeo o recente péssimo Voo 7500), naquele boom do terror oriental da década passada ele foi responsável por alguns de seus melhores exemplares, como o Ju-On – o Grito.

Marebito – Seres Estranhos é um dos seus longas mais interessantes, gravado em oito dias entre a produção de Ju-On e de seu remake americano, O Grito. Esquisito, hermético e cabeçudo ao extremo. Daquele tipo de cinema perturbador, o qual os japas são experts, que afugenta o público mainstream por seu avanço lento e climático, toda sua atmosfera tétrica em uma complexa trama sobre o medo, obsessão e a degeneração humana, que evita explicações faceiras.

Marebito é uma palavra japonesa que significa “a vinda de um estrangeiro que é celebrado como um deus”. Na trama, Masuoka (Shinya Tuskamoto, diretor de Tetsuo: O Homem de Ferro e que viveu o inesquecível Jijii em Ichi – O Assassino) é um cinegrafista que ao filmar um homem cometendo suicídio em uma estação de metrô de Tóquio, fica intrigado em conhecer a verdadeira essência do medo, tal qual aquele sujeito presenciou antes de enfiar uma faca dentro do próprio olho.

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Tomou?

Tentando descobrir o que havia assustado tanto o homem aquele ponto, e obcecado no mesmo genuíno sentimento de pavor, Masuoka desce até uma série de túneis abandonados pelo subterrâneo da capital japonesa e acaba encontrando uma entrada para uma misteriosa caverna, uma espécie de passagem para outro plano existencial, onde se depara com uma garota nua acorrentada (Tomoi Miyashita).

O cameraman leva a figura feminina primitiva, a quem passa a chamar apenas de F, para seu apartamento e passa a trata-la como seu bicho de estimação, limpando e tentando lhe dar comida, que é recusado. Não demora em descobrir que o tal “ser estranho” é na verdade uma espécie de vampira, que se alimenta apenas de sangue. No começo ele passa a oferecer gatos e outros animais mortos para ela, mas conforme sua obsessão e paixão pela criatura passam a aumentar, ele vai colecionando vítimas para poder alimentá-la. Bizarríssimo é pouco!

Marebito é baseado no livro de Chiaki Konaka, que também assina o roteiro do longa, onde nada é devidamente explicado e tudo fica subentendido, gerando uma imensa sensação de incômodo. Ninguém sabe ao certo o que é na verdade F, sua origem, os devaneios de Masuoka, a aparição constante do senhor morto no metrô e tudo mais. Esse desconforto é escorado pela história lúgubre, sua narrativa cadenciada e minimalista e trilha sonora pontuada, onde vamos acompanhando o intimista declínio moral e psicológico do personagem, aos moldes de um típico filme artsy com o pé na excentricidade oriental.

Um filme perturbador e que incomoda ao extremo, Marebito – Seres Estranhos é daquelas gemas raras do J-Horror, bizarro e sufocante, mostrando todo o potencial de Shimizu como diretor, e que aviso de antemão, vai desagradar em cheio aqueles que curtem o horror mainstream, os blockbusters e que curtem – e até delimitam –o cinema de terror apenas como “fábrica de jumpscare”.

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Sede de sangue

 


Veja o primeiro minuto da volta de Arquivo X

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Eu ainda quero acreditar!


Prepare seu coração! Caiu na rede o primeiro minuto do revival de Arquivo X, que estreia na FOX no próximo dia 25 de janeiro (aqui no Brasil simultaneamente, na madrugada de terça, dia 26, à 1h), trazendo Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson) de volta, junto com Chris Carter e cia limitada!

Se existe algum estado máximo de ansiedade e empolgação, ele atinge plenamente esse reles mortal que vos escreve, afinal, Arquivo X é minha série preferida de todos os tempos e tem toda uma importância especial em minha vida! E esse sneak peek, uma rápida retrospectiva sobre a vida de Mulder narrado pelo próprio (ou seja, não se preocupar com SPOILERS) só serviu para atiçar mais ainda!

Confira abaixo e já sabe: não confie em ninguém!

 


TOPE NOVE – 2010 – 2015 por Marcos Brolia

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E por fim, mas não menos importante, para fechar essa retrospectiva trevosa, o TOPE NOVE com os melhores filmes de terror dessa meia-década escolhidos a dedo pelo editor, fundador, idealizador, CEO, chefia do 101 Horror Movies, Marcos Brolia.


9) Ataque ao Prédio (Attack the Block) – 2011

Antes de ser o Finn de Star Wars: O Despertar da Força, John Boyega foi Moses, o herói malaco do mais porra-louca sci-fi horror dessa meia década, liderando um grupo delinquentes do Sul de Londres em proteger o condomínio onde vivem de uma invasão de alienígenas que parecem uns primatas mutantes anabolizados com os dentes fluorescentes! Woop-woop! That’s the sound of da police!

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Sorriso Colgate!

8) Eu Vi o Diabo  (Ang-ma-reul bo-at-da / I Saw the Devil) – 2010

O provérbio popular do Seu Madruga, “a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena” nunca se encaixou melhor em uma situação do que nesse violentíssimo filme sul coreano. Um balé de sangue e selvageria, que é escabroso e belíssimo cinema de arte ao mesmo tempo, numa espiral de desgraça e baixeza humana quando um policial resolve se tornar um monstro para caçar outro que matou sua noiva.

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Extração dentária das antigas

7) Sobrenatural (Insidious) – 2010

James Wan, Leigh Whannell, Oren Peli e Jason Blum, os quatro nomes mais quentes do cinema de terror dessa meia-década, juntos em um neo-clássico que deu novo fôlego ao subgênero “assombração” e a uma nova “franquia”. É só você ver a quantidade de filmes lançados hoje em dia que tem em seu pôster “do mesmo diretor, ou do mesmo produtor” de Sobrenatural.

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O último a sair apaga a luz!

6) O Segredo da Cabana (The Cabin in the Woods) – 2012

Quando o cinema de terror resolve sacanear, e sacanear BIG TIME, com todos os clichês do próprio gênero! O longa de Drew Goddard, escrito e produzido por Joss “Vingadores” Whedon, é deliciosamente divertido e te juro, um dos mais criativos jamais vistos, com direito a Sigourney Weaver, final apocalíptico completamente nonsense e tudo mais.

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Que boca grande você tem…

5) Invocação do Mal (The Conjuring) – 2013

Throwback sensacional do horror sobrenatural setentista, mais uma cortesia do malaio James Wan. Fez o mundo conhecer o famoso casal Warren, a boneca Annabelle (que gerou até um spin-off, pro bem ou pro mal) e provou que o cinema de terror mainstream e de estúdio, pode sim ser excelente!

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Rodando!

4) The Babadook – 2014

BA-ba DOOK DOOK DOOK! A australiana Jennifer Kent manda aquele horror psicológico  indie hype arrebatador em vários níveis, que traz um frescor absurdo ao gênero, e apresenta o melhor “monstro” da década, o creepy Sr. Babadook, metáfora pesada sobre a maternidade, o luto de uma mãe e o pesar na criação de seu filho sozinha, além de todas aquelas coisas do filme captadas só com um olhar mais atento.

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POP-UP horror

3) Corrente do Mal (It Follows) – 2014

O terror sexual indie do diretor David Robert Mitchell, com sua estética oitentista, subtextos e ambiguidades à rodo, ritmo cadenciado com seus momentos de silêncio e introspecção, diálogos melancólicos e trilha sonora minimalista, bebe bonito na fonte de John Carpenter, é um dos mais originais e melhores filmes de terror dos últimos tempos e prova cabal da guinada do gênero e do futuro promissor que ele nos reserva nos próximos anos.

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Sexo sem proteção contra encostos

2) Berberian Sound Studio – 2012

Esse obscuro e atmosférico filme, com um Toby Jones absolutamente impecável, é a homenagem definitiva ao cinema de terror italiano dos anos 70, aos Bavas, Argentos e Fulcis da vida. Brinca com a metalinguagem, a vida imita a arte e perde-se entre a realidade e a loucura, o palpável e o onírico. Só para os escolados, com um daqueles finais ambíguos e confusos que vão contra as explicações faceiras que o público médio do cinema de terror sempre procura.

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Cinema Pradiso

1) V/H/S/ 1 e 2 – 2012 e 2013

Rolou um empate aqui, entre o primeiro e o segundo V/H/S/ (apesar de considerar o segundo melhor). Ambos representam o expoente de uma nova geração do cinema de terror indie, da revolução do gênero que não será televisionada, do efervescente mumblegore, dos novos e promissores cineastas, todos com seus 20/30 poucos anos de idade, filhos dos VHS e dos filmes de terror dos 70’s e 80’s, que entregam a melhor antologia de terror em tempos e mostram como se faz um filme independente e um found footage (o subgênero mais malhado da paróquia) foda!

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Rebobine por favor

Confira também os TOPE NOVE dos melhores filmes dessa meia década da Niia Silveira, do Daniel Rodriguez, do Victor H.M. Chab e do Angelus Burkert.


775 – Montado na Bala (2004)

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Riding the Bullet


2004 / EUA / 98 min / Direção: Mick Garris / Roteiro: Mick Garris (baseado no conto de Stephen King) / Produção: Mick Garris, Brad Krevoy, David Lancaster, Greg Malcom, Joel T. Smith, Vicki Sotheran; Bill Kravitz, Julia Verdin (Coprodutores); Chad Marting, Neal Ramer (Produtores Associados); Jan Fantl, Frank Hübner, Jeff Ivers, Stephen King, Jörg Westerkamp (Produtores Executivos) / Elenco: Jonathan Jackson, David Arquette, Cliff Robertson, Barbara Hershey, Erika Christensen, Barry W. Levy


Quer uma dica de amigo? Para assistir Montado na Bala (se você realmente tiver essa necessidade) pegue o começo, da cena dos créditos até a descoberta do protagonista que a mãe teve um enfarte e precisa vista-la na noite de Halloween, e depois aperte com gosto o FFW até mais ou menos 40 minutos de fita, quando ele finalmente pega carona com o tal misterioso George Staub.

E isso ainda não será o suficiente para livrá-lo da mediocridade e chatice que é o filme, mas pelo menos é o melhor que vai se encontrar no longa, e fora que estará recheado de todos os clichês possíveis e imagináveis que se pode encontrar em uma obra de Stephen King, que todo mundo já sabe meio que de cor e salteado (mas ainda assim, adoramos).

Coloque aí nesse balaio de gato a atuação péssima, quase inexpressiva de um irritante Jonathan Jackson como protagonista (que foi indicado para o Saturn Award como melhor performance de um jovem ator – bem, depois que Lady Gaga ganhou o Globo de Ouro, não duvido de mais nada) e sua cara de cachorro largado na chuva, e claro, a sempre nada inspirada, nada ousada e letárgica direção de Mick Garris, cujos únicos apreciadores de seu trabalho devem ser sua família e o próprio Stephen King.

Assistir Montado na Bala é uma tarefa hercúlea de se concluir, de tão chato e insosso, confuso, indeciso e todas aquelas reviravoltas de várias cenas se repetindo diversas vezes entre a realidade e o sonho, em uma narrativa truncada que cansa o espectador pela linguagem ser repetida à exaustão.

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Perdeu (a cabeça), Playboy

Como disse lá em cima, ambientado no ano de 1969, o estudante universitário de artes, Alan Parker (Jackson), após uma “tentativa acidental de suicídio” recebe a ligação de que sua mãe sofrera um enfarte e está internada no hospital, e abrindo mão de um concerto de John Lennon e Plastic Ono Band, irá visita-la na mesma noite, que por sinal, é de Halloween.

Vagando por uma estrada noturna deserta, que parece sempre a mesma, e de carona em carona, resultando em diversas experiências bizarras, sempre acompanhado das dicas de sua “voz da consciência”, depois de mais da metade do filme de puro sacal, finalmente ele pega carona com um George Staub, vivdo por David Arquette, vilão “kingiano” mais caricato e estereotipado possível, que ele já sabia estar morto, pois visitara sua tumba em um cemitério próximo (ou ao que tudo indica, porque tudo é confuso e sem sentido no longa). O sujeito é uma espécie de entidade espectral coletora de almas, que morrera em um acidente de carro no Halloween e fica vagando por aí com seu possante, e dará a Jackson a ingrata escolha sobre quem deverá morrer: ele, ou sua mãe.

Os três únicos pontos positivos do longa são aquelas velhas e famosas relações humanas e interpessoais, algo que King domina, e como Garris é ali cupincha do escriba do Maine e já havia anteriormente dirigido CINCO filmes adaptados de sua obra, ele então sabe transpor isso muito bem nas telas. O outro é a trilha sonora sessentista e por último, Arquette que parece estar adorando aquele papel. Também vale para os fãs do escritor, a tonelada de autoreferências, tanto a si mesmo quanto seus livros (Christine é a mais acentuada).

Publicado originalmente na Internet e depois parte da coletânea “Tudo é Eventual”, Montado na Bala (o título corresponde ao nome de uma montanha-russa de um parque de diversões chamada A Bala), é daquelas fracas adaptações das histórias de Stephen King, dirigida pelo mais medíocre dos diretores, e que irrita de forma profunda pela sua forma bagunçada que brinca com as cenas de imaginação do personagem tantas vezes, que a mão que aperta o STOP chega a tremer…

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A morte pega carona

 

 


Confira o novo trailer de A Bruxa

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Filme de terror mais aguardado do ano chega ao Brasil em 03 de março


Recentemente demos aqui no nosso TOPE NOVE dos filmes de terror mais aguardados de 2016 que A Bruxa ocupava o primeiríssimo lugar, muito por conta do alvoroço que causou em seu primeiro trailer.

Eis que saiu um segundo trailer e a expectativa só aumentou! Simplesmente de arrepiar e causar taquicardia de tanta tensão.

Situado na Nova Inglaterra, no ano 1630, a história é narrada pela jovem Thomasin (Anya Taylor-Joy). Depois que sua família se muda para uma nova casa na floresta, coisas estranhas começam a acontecer: animais tornam-se malévolos, a plantação morre e uma criança desaparece inexplicavelmente. Desconfiados, os membros da família acusam a adolescente de praticar feitiçaria.

Confira o novo trailer abaixo e vá riscando os dias do calendário até a estreia no Brasil, dia 03 de março:


Sai o trailer da terceira temporada de Penny Dreadful

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Série estreia no Showtime no dia 1º de maio nos EUA


Saiu o trailer da terceira temporada de Penny Dreadful, a série vitoriana de terror criada por John Logan que traz alguns dos mais famosos personagens da literatura gótica e de terror, como vampiros, demônios, lobisomens, bruxas, o Dr. Frankenstein e sua criatura e até Dorian Gray.

Depois de duas excelentes temporadas, esse sneak peek já dá as mostras que ela pretende voltar com tudo, assustadora e climática como sempre, e claro, com Eva Green (<3) fantástica como Vanessa Ives! No elenco também estão Josh Hartnett, Timothy Dalton, Rory Kinnear, Billie Piper e Harry Treadaway

A estreia será nos EUA, no dia 1º de maio, no Showtime. No Brasil, Penny Dreadful é exibida pela HBO.


776 – Plataforma do Medo (2004)

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Creep


2004 / Reino Unido, Alemanha / 85 min / Direção: Christopher Smith / Roteiro: Christopher Smith / Produção: Julie Baines, Jason Newmark; Martin Hegemann, Barry Hanson, Kai Künnemann (Coprodutores); Robert Jones (Produtor Executivo) / Elenco: Franka Potente, Paul Rattray, Kelly Scott, Jeremy Sheffield, Vas Blackwood, Sean Harris


Plataforma do Medo é um daqueles excelentes filmes menores, independente e de baixo orçamento, visceral, sujo, claustrofóbico e com sua boa dose de violência gráfica e gore. Lembro que quando o aluguei em DVD lá em meados da década passada, foi uma excitante surpresa.

Simples, direto e sem muitas firulas, o longa do diretor Christopher Smith se apega ao básico do cinema de terror e o faz muito bem. Com certa inspiração de outro filme inglês, O Metrô da Morte (inspirado em uma lenda urbana britânica), ele nos entrega uma fita suja em uma atmosfera lúgubre, sobre uma criatura mutante que vive nas estações abandonadas do metrô de Londres, onde o termo creep (título original) se encaixa nas mais perfeitas condições.

Franka Potente, a eterna Lola (aquela que corre) interpreta Kate, uma alemã que mora na Inglaterra e planeja tentar um encontro de surpresa com George Clooney, que está na cidade (talvez descolar uma xícara de Nespresso…). Ao descobrir que sua amiga saíra da festa de táxi, ela resolve pegar o último trem do metrô e acaba adormecendo na estação, acordando com o local todo fechado após o horário de funcionamento.

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Pegue o metrô Lola, pegue!

Pronto, a moça estará a mercê, junto de um casal de sem-teto que mora nos subterrâneos e alguns funcionários a uma terrível e asquerosa criatura, toda deformada, que vive em condições insalubres regredida apenas as seus instinto animais, predadora e que se alimenta de carne humana, cercada por ratos. Até me lembra um pouco o personagem Rattus, um dos coadjuvantes da sensacional Graphic Novel “A Última Caçada de Kraven” do Homem-Aranha.

A primeira metade é aquele velho e bom exercício de suspense, nunca mostrando-o em seu esplendor, e primando mais pela fotografia escura e azulada, com o contraste berrante do vestido amarelo floral de Potente entre os túneis e as cenas de agonia e claustrofobia. A metade final, com o perdão do trocadilho, Plataforma do Medo vira um trem descarrilado.

A adrenalina da fuga pela sobrevivência e a dose de gore e nojeira então é elevada, com destaque para duas cenas em particular: primeiro quando George (Vas Blackwood), um dos funcionários do metrô acaba se dando mal em um confronto com a criatura e tem seu rosto enterrado em uma serra e a segunda, e mais impactante, quando Mya (Debora Weston), uma das vítimas raptadas pelo monstro e presa na estação de esgoto é levada para uma espécie de sala de operação clandestina no local.

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Velocidade reduzida por objeto nos trilhos…

Temos então uma pista sobre o vilão, chamado Craig (interpretado de forma excepcional por Sean Harris) e que provavelmente é fruto de algum tipo de experiência genética, uma criatura híbrida criada por algum cientista louco por meio de inseminação artificial (há no ambiente vários fetos em jarros de formol de outros experimentos fracassados) e isso fica bem claro quando ele passa a repetir os procedimentos de “seu pai”, ou “seu criador” com a pobre indigente. Sem dar uma explicação didática, mas com essa brutal cena de contexto subentendido o filme já ganha vários pontos com o verdadeiro fã do horror.

Harris está verdadeiramente bizarro e assustador e é um daqueles atores metódicos, e não socializou com os demais durante as filmagens. Tanto que a reação de Debora Weston de confusão e medo é genuína na fatídica cena da “cirurgia”, uma vez que não havia visto o ator de maquiagem completa até o momento da filmagem. Aliás, demoravam sete horas por dia para que toda a maquiagem fosse aplicada e mais outras três para ser retirada.

Plataforma do Medo, um dos campeões de reprises do Telecine Action, pega um clichê e transforma num ótimo filme britânico indie, obscuro, longe do hype hollywoodiano, mas que funciona, assusta, causa angústia e asco e certamente uma das melhores surpresas da década passada.

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Cafuné

 



Vem aí documentário sobre A Hora do Espanto

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You’re So Cool, Brewster! The Story of Fright Night promete arrebatar o coração dos fãs de um dos mais icônicos filmes de vampiros dos anos 80!


“WELCOME, TO FRIGHT NIGHT!” Quem não lembra da introdução do fictício programa noturno de filmes clássicos de terror apresentando pro Peter Vincent, aka THE GREAT VAMPIRE KILLER, interpretado pelo inesquecível Roddy McDowell, no clássico oitentista de vampiros A Hora do Espanto, dirigido pro Tom Holland?

Pois bem, fãs de Charlie Brewster (William Rasgadale), Peter e do vampiro galã Jerry Dandridge (Chris Sarandon), regojizai-vos pois vem aí um documentário que pretende esmiuçar todos os detalhes da produção do filme do diretor Tom Holland, assim como sua sequência: You’re So Cool Brewster! The Story of Fright Night, dirigido por Gary Smart, o mesmo do doc Leviathan: The Story of Hellraiser and Hellbound: Hellraiser II, que teve seu financiamento levantado pelo Kickstarter, e associação com o próprio Holland.

You’re So Cool Brewster” para quem não tá ligado, é a frase que o adorável Ed, antes de virar Evil Ed (Stephen Geoffreys), fala para o protagonista Charlie Brewster quando ele toma uma tortada na cara da Amy, a sua namoradinha e personagem de Amanda Bearse, na cafeteria da escola.

Abaixo você pode se deliciar com o trailer e o pôster, além da sinopse, e fique ligado na página do Facebook para outras novidades.

A Hora do Espanto é um dos mais amados filmes de terror dos anos 80. Apresentando entrevistas exclusivas com membros chaves da série, vamos aos bastidores do primeiro e segundo filmes com esse inédito documentário retrospectiva.

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Conheça as regras para lidar com o Boneco do Mal

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Três novos TV spots alertam a Lauren Cohan em como cuidar do ser (quase) inanimado no longa que estreia no Brasil em 18 de fevereiro


Quer saber as três regrinhas para ser a babá de um boneco creepy as hell de tamanho real que parece um garoto de verdade, usado para substituir a morte de um filho de uma excêntrica família inglesa?

Pois bem, nesses novos spots de TV de Boneco do Mal, novo longa do diretor William Brent Bell (o mesmo de A Filha do Mal) você vai descobrir como. Fica a dica, Lauren Cohan!

Confira aí embaixo. Boneco do Mal estreia nos cinemas do Brasil no dia 18 de fevereiro.

 


777 – O Terror da Premonição (2004)

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Yogen / Premonition


2004 / Japão / 95 min / Direção: Norio Tsuruta / Roteiro: Noboru Takagi, Norio Tsuruta (baseado no mangá de Jirô Tsunoda) / Produção: Takashige Ichise; Yukie Kit (Produtor Associado); Kazuya Hamana, Yasushi Kotani (Produtores Executivos) / Elenco: Hiroshi Mikami, Noriko Sakai, Maki Horikita, Mayumi Ono, Hana Inoue


O Terror da Premonição é o segundo filme da série J-Horror Theater, criada pelo produtor Takashige Ichise, seguindo a esteira de seu lançamento anterior, Infecção, no mesmo ano. A ideia do J-Horror Theater era convidar seis diretores diferentes para cada um criar seu filme, lançado pelo selo.

Assim como Infecção, O Terror da Premonição é um filme mediano, que não consegue explorar todo seu potencial, assim como o do subgênero, nessa altura do campeonato já notabilizado por algumas excelentes, assustadores e perturbadoras obras lançadas desde o final da década de 90.

O seu começo é bastante interessante e parece que vai prender a atenção do espectador: Inspirado no mangá “Kyoufu shinbun”, escrito por Jirô Tsuonda (na lista dos 25 mangás mais traumatizantes segundo votação no site japonês Ranking Goo), a trama, escrita pelo diretor Norio Tsuruta e Noboru Takagi, traz uma família em viagem pela estrada, quando o pai, Hideki (Hiroshi Mikami) precisa de um telefone público para se conectar a Internet e enviar um e-mail urgente de trabalho para sua conclusão de magistério (era duro aquele tempo de Internet discada, viu…).

Na cabine telefônica, enquanto sua esposa, Ayaka (Noriko Sakai) e sua filha pequena, Nana (Hana Inoue) aguardam no carro – a menina está presa ao cinto de segurança no banco de trás – ele encontra um pedaço rasgado de jornal que trazia a reportagem da morte da menina em um acidente envolvendo o caminhão desgovernado. Não dá outra, e realmente uma carreta atinge o veículo, que pega fogo com a menina presa em seu interior.

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Moço, o Sr. tem um copo de água?

Elipse temporal para três anos no futuro, quando Hideki está amargurado, separou-se da esposa, e obcecado, tenta decifrar os mistérios daquele jornal premonitório, envolvendo-se cada vez mais em pesquisas e uma série de acontecimentos bizarros. Enquanto isso, Ayaka também vai fazendo suas pesquisas paralelas e descobre sobre a lenda urbana desse jornal, tipo do Early Edition, que irá reaproximar o casal.

Apesar da promissora cena de abertura, o filme simplesmente não consegue chegar lá e não se sustenta. Por mais que já conhecemos o ritmo do cinema de terror japonês, muito mais lento, atmosférico e comedido que o mainstream americano habitual, O Terror da Premonição é daqueles que não consegue te prender, te intrigar e torna-se sonolento, monótono e repetitivo em sua boa parte de metragem.

Apenas em seu final que ele passa a ficar interessante novamente, quando o personagem de Hideki, após ter finalmente conseguido alterar o curso de uma das trágicas premonições noticiadas, começa a passar por uma distorcida viagem no tempo com várias situações no decorrer dos últimos anos, incluindo aí o fatídico acidente, entregando nas entrelinhas que tudo na vida é uma questão de escolha, de atos e consequências, e que claro, ao seu final, suas decisões podem trazer a redenção, com uma conclusão bizarramente (afinal, estamos falando de filmes orientais) satisfatória.

O Terror da Premonição é um exercício de suspense canhestro sobre perda e escolhas, com uma virada sobrenatural e fantástica, mas que não causa impacto e nem comoção, encaixando-se como uma obra regular do período (e até da série J-Horror Theater). Interessante (ou trágico) é o quanto as distribuidoras nacionais gostavam de capitalizar de qualquer forma com o boom do terror japonês na época e julgavam o público uns verdadeiros idiotas desinformados, pois na capa do DVD nacional lançado pela Paris Filmes está escrito em letras garrafais de “o mesmo diretor de O Grito” – MENTIRA, uma vez que é dirigido por Takashi Shimizu – e do “mesmo roteirista de O Chamado” – MENTIRA DE NOVO, uma vez que o roteiro é de Hiroshi Takahashi. Isso era uma prática bem comum, na verdade…

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Deu no Notícias Populares!


Afinal, o que é 10 Cloverfield Lane, Sr. J.J. Abrams?

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Trailer de uma possível sequência ou spin off do found footage de monstro de 2007 surgiu do nada e deixou todo mundo em polvorosa!


Pipocou na Internet nessa sexta-feira o trailer de um tal 10 Cloverfield Lane, causando um furor imenso, exibido junto com as cópias de 13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi, de Michael Bay. Mas afinal, o que cargas d’água é esse filme?

Cloverfield – Monstro, excelente found footage lançado em 2007 mostra o ataque de uma criatura gigante em Nova York, e foi dirigido por Matt Reeves, escrito por Drew Goddard e produzido por J.J. Abrams, sua primeira investida no cinema depois dos sucessos de Lost e Alias nas telinhas.

Eis que essa nova produção também foi filmada às escondidas e também lançada nesse esquema super secreto, viralizado, sem ninguém saber muito do se tratava, assim como o original – e o que é sensacional em um tempo de cinema didático e revelador ao extremo, taí os trailers de Vingadores: A Era de Ultron e Batman vs Superman: A Origem da Justiça para não me deixar mentir – e exatamente junto com as cópias de outro filme de Michael Bay.

Primeiro começou a surgir uns bootlegs no YouTube e depois a Paramount oficializou o trailer e o projeto que relativamente NINGUÉM sabia que estava sendo produzido e BOOM, quebrou a Internet (pelo menos para os fãs de cinema fantástico). Isso porque parece tratar-se de uma “sequência” – ou derivado – do filme original, mas sem nenhum detalhe sobre a trama, sem found footage e aparentemente nenhuma menção sobre ser um “filme de monstro” ou “filme catástrofe”.

Como se vê no teaser trailer, ele se inicia com uma família perfeita que vive em um abrigo de bombas e depois descobre-se que o personagem de John Goodman os mantém ali trancados. Quando a garota, vivida por Mary Elizabeth Winstead, escapa, Goodman tenta a impedir e fica verdadeiramente desesperado, daí sim ficando claro que ele estava de fato tentando protegê-los de “algo que está vindo”.

Mas que diabos, que comecem as teorias: uma nova evolução do monstro de Cloverfield? Um spin off que se passa naquele mesmo universo, depois dos acontecimentos de Cloverfield – Mostro que deixou a a cidade inabitável depois do ataque da criatura (ou a Terra, depois de um ataque em massa)? O nascimento de uma nova franquia de sci-fi derivada? Ou que não tem absolutamente nada a ver com o original?

O próprio Abrams deu uma declaração confirmando o projeto:

A ideia surgiu há muito tempo, durante a produção. Nós queríamos fazer um ‘parente de sangue’ de Cloverfield. A ideia foi desenvolvida ao longo do tempo. E queríamos segurar o título o quanto fosse possível.

O que importa é que de repente, todo mundo ficou empolgadíssimo com o filme e as milhares de possibilidades e segredos. A estreia relâmpago será no dia 10 de março aqui no Brasil, e 10 Cloverfield Lane será dirigido por Dan Trachtenberg, conhecido pelo curta Portal: No Escape.

O tal trailer você confere abaixo e diz aí, qual a sua teoria?

 


778 – Três Extremos (2004)

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Saam gaang yi / Three…Extremes


2004 / Hong Kong, Japão, Coreia do Sul / 118 min / Direção: Fruit Chan, Park Chan-wook, Takashi Miike / Roteiro: Haruko Fukushima, Pik Wah Lee, Park Chan-wook / Produção: Ahn Soo-hyun, Peter Chan, Fumio Inoue, Naoki Sato, Shun Shimizu; Kazuo Kuroi, Eugene Lee, Jung-Wan Oh, Eric Tsang / Elenco: Bai Ling, Pauline Lau, Tony Ka Fai Leung, Lee Byung-hun, Lim Won-hie, Kang Hye-jeong, Kyoko Hasegawa, Atsuro Watabe


Três Extremos, como o próprio nome já diz, é uma antologia multicultural de terror asiática, composta por três episódios extremos, dirigidos por alguns dos mais importantes nomes do cinema transgressor, totalmente perturbadora e intensa.

É até difícil selecionar qual dos três contos é o melhor. Todos eles são impecáveis tanto na questão técnica, verdadeiros exercícios de direção e fotografia, e com histórias que esbarram no bizarro e grotesco, nos melhores moldes do cinema de terror asiático.

O chinês Fruit Chan dirige o primeiro segmento, “”Dumplings, – nome de um prato típico cantonês que são uma espécie de bolinhos recheados que podem ser comidos de várias formas (empanados, ao vapor, na sopa…) – que até acabou se transformando em um longa metragem, lançado no Brasil como Escravas da Vaidade. Uma belíssima ode ao grotesco e crítica pesada a obsessão pela juventude e padrões estéticos pré-estabelecidos, onde uma dondoca rica ex-atriz de TV, a Sra. Li (Pauline Lau) procura os famosos serviços de uma cozinheira, Mei (Bai Ling) que prepara os tais dumplings conhecido por rejuvenescer aqueles que os come. Detalhe que o ingrediente secreto é só FETOS abortados!

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Master Chef China

Segue para “Cut”, dirigido por ninguém menos que Park Chan-wook, o mesmo de Oldboy, Lady Vingança e Sede de Sangue, entre outros. Um dos mais importantes, brilhantes e influentes cineastas sul-coreanos nos brinda com um curta visceral sobre inveja, vingança, adultério, completamente amoral e repleto de sangue e humor negro, que reflete todo o seu repertório estético e técnica de câmera e enquadramentos, recurso visual e misé-en-scene, onde um diretor de sucesso e sua esposa pianista são raptados por um sujeito medíocre que tem inveja da vida aparentemente fácil e glamorosa do mesmo, sem saber dos detalhes sórdidos e mesquinhos do casal. O lance é o seguinte: ou ele mata uma suposta garota enforcada ou a cada cinco minutos, o psicopata cortará um dedo de sua esposa, presa ao piano.

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E… corta!

O último segmento é J-Horror puro! Comandando por Takashi Miike, outro grande diretor que dispensa apresentações, “The Box” é o mais próximo do cinema de horror asiático que estamos acostumados, uma vez que foi grande parte da produção japonesa que chegou até as nossas mãos. Minimalista, com uma estética belíssima e fotografia exuberante, mostrando o quanto Miike manja do riscado e não pode ser julgado apenas a um diretor transgressor, brutal e repleto de filmes WTF no currículo (taí o recente Yakuza Apocalypse que não me deixa mentir), o capítulo que encerra a antologia traz uma garota que vive atormentada por um acidente do passado que resultou na morte de sua irmã gêmea, quando as duas ainda garotas, trabalhavam em um circo que pegara fogo. Claro que vai ter uma espécie de acerto de contas e uma aparição sobrenatural aí.

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Exige flexibilidade

Todos os contos de Três Extremos são ótimos, e isso é bem raro em uma antologia, que quase sempre tem um resultado irregular, com um primoroso trabalho de câmera de seus diretores e excelente uso de cores, que explodem na retina dos espectadores, assim como suas teias de acontecimentos bizarros e brutais, mostrando realmente o créme de la créme do cinema asiático, tão em voga naquela metade de década. Você pega o perfeito horror clássico japonês de Miike, com a virtuose visual e visceral de Park Chan-Wook e o belamente grotesco de Chan e juntos formam essa obra-prima.


 


Espetáculo de teatro de terror à meia luz em São Paulo

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Com um candelabro aceso numa sala escura, a Companhia da Sombra convida os espectadores a encararem seus medos na peça Memento Mori, no Teatro UMC


No último sábado, dia 16, entrou em cartaz o espetáculo Memento Mori – Um Ensaio Para a Morte, realizado pela Companhia da Sombra, no Teatro UMC, em São Paulo.

O espetáculo Memento Mori é inspirado nos clássicos da literatura gótica do século XIX e no cinema de horror da primeira metade do século XX. Um caleidoscópio de imagens sinistras se desenrolam numa grande tela diante dos espectadores. Ainda que não haja propriamente uma narrativa definida, as silhuetas são reconhecíveis e ressoam no imaginário e crenças de quem assiste de formas muito particulares, cada espectador “compondo” sua própria história.

Essa é a aposta do diretor Rodrigo Emanoel Fernandes: “A iconografia do horror gótico é muito presente no nosso imaginário, independente do interesse que cada um possa ter pelo tema. Mesmo que você nunca tenha se interessado muito por filmes de horror ou temas do oculto, certamente você já especulou sobre a morte, sobre a possibilidade de continuar ou não existindo de alguma forma depois dela, já sentiu o medo do escuro e já teve a impressão de sentir presenças em lugares sabidamente vazios”, reflete. “Quando as atrizes projetam as sombras na tela estamos tentando atingir esses pontos de pressão no público e temos obtido resposta”.

“De forma meio consciente, meio inconsciente, acabamos nos inspirando em alguns dos autores mais pessimistas do gênero, como Sheridan Le Fanu ou mesmo Poe”, prossegue Rodrigo, “mas foi especialmente Ambrose Bierce que nos marcou, um autor americano que tinha um estilo muito particular para seus contos de fantasmas e desaparecimentos misteriosos. É uma constante em suas histórias espectros perdidos que vagam por uma espécie de limbo incompreensível, em perpétua desesperança. De uma forma ou de outra, nosso espetáculo mostra esse tipo de reflexão mórbida”.

A peça de teatro de sombras e está em cartaz durante os meses de janeiro e fevereiro, sempre aos sábados, com ingressos que variam de R$ 40 a R$ 20, até dia 27 de fevereiro. Os ingressos podem ser adquiridos por meio do site: www.compreingressos.com. O Teatro UMC fica localizado na Av. Imperatriz Leopoldina, 550 – Entrada pelo Boulevard Lateral do Fran’s Café.

Ficha Técnica

Concepção: Companhia da Sombra

Direção e Pesquisa: Rodrigo Emanoel Fernandes

Dramaturgia: Companhia da Sombra

Atrizes/Ator- Sombristas: Bruna Villa, Daiane Baumgartner, Fabíola Gonçales e Marcos Calegari (trabalham apenas 3 atores por apresentação)

Cenário: Juciê Batista

Música original e fotografia: Bruno Hayata

Operador de som: Bruno Hayata/ Rodrigo Emanoel Fernandes

Ilustração e Comunicação Visual: Glaucia Silva

Produção: Andressa Francelino, Daiane Baumgartner e Fabíola Gonçales.

 

Serviço

Memento Mori – Um ensaio para a morte

Sábados, de 16/jan a 27/fev, às 19:00h.  (Exceto dia 06/fev)

Onde: Teatro UMC – Av. Imperatriz Leopoldina, 550 – Entrada pelo Boulevard Lateral do Fran’s Café.

Bilheteria: (11) 2574-7749.

Concepção: Companhia da Sombra.

Classificação etária: 14 anos.

Duração: 50 minutos.

Ingressos: Antecipados – R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia).

Site de vendas: www.compreingressos.com

Estacionamento: local ao preço de R$15,00 o período.

Ar condicionado, wi-fi e espaço gourmet do Fran´s Café.

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779 – Abismo do Medo (2005)

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The Descent


2005 / Reino Unido / 99 min / Direção: Neil Marshall / Roteiro: Neil Marshall / Produção: Christian Colson, Paul Ritchie (Co-produtor), Ivana MacKinnon e e Keith Bell (Produtores Associados), Paul Smith (Produtor Executivo) / Elenco: Shauna Macdonald, Natalie Mendoza, Alex Reid, Saskia Mulder, Nora-Jane Noone


Abismo do Medo é uma sensacional produção independente britânica e definitivamente um dos melhores filmes da década passada. Entre os três melhores para ser mais preciso! Só o pôster, que é inspirado no quadro In Voluptas Mors de Salvador Dalí, já é fantástico para começo de conversa!

E há três fatores que contribuem para essa obra ser tão assertiva: O primeiro é a ambientação. Ficar preso em uma caverna escura e claustrofóbica por si só já é motivo para se ter medo o suficiente; O segundo é o gore. Quem curte ver sangue, jugulares sendo dilaceradas, peitos sendo abertos, órgãos sendo devorados, fraturas expostas e muita carnificina, não irá se decepcionar; E o terceiro é a construção do clima. Um dos grandes maus que acometem o gênero é que geralmente os protagonistas são simplesmente descartáveis em prol da matança desenfreada, e você acaba não simpatizando e se envolvendo com nenhum deles. Aqui a coisa é diferente. Marshall, que também escreveu o roteiro, vai trabalhando muito bem o psicológico do seu grupo de cinco mulheres e nos envolvendo na trama, não mostrando suas cartas toda de uma vez, para que quando chegue em seu ápice, seja assustadoramente impactante.

O filme começa após Sarah (a excelente Shauna McDonald) sofrer um acidente traumático na estrada que resulta na perda do marido e filha pequena, ao voltarem de um rafting realizado com suas outras três amigas aventureiras. Após um ano afastadas, Juno, Beth, Rebecca, Sam e a novata no grupo Holly, resolvem se reencontrar com Sarah para realizar uma expedição em um complexo de cavernas nas Montanhas Apalaches nos Estados Unidos e tentar reafirmar os laços de amizade, principalmente da parte de Juno, que não conseguiu segurar a barra e se afastou da melhor amiga, até por ter um certo peso na consciência que vamos descobrir mais tarde, mas que já dá para sacar logo no comecinho da fita.

Não dê nem um pio!

Juno decide então, sem consulta prévia, que as cavernas que elas iriam explorar eram entediantes e apenas para turistas, e descobre um novo complexo ainda não catalogado, resolvendo em segredo arrastar todas as mulheres para lá, afim de poderem explorar juntas e talvez até batizar com o nome de Sarah (mais uma vez o sentimento de culpa aparece). Porém, como até uma delas explica durante a trilha para encontrar a entrada, lá embaixo elas estão sujeitas a sofrer de desidratação, desorientação, claustrofobia, ataque de pânico, paranoia e alucinações. Está bom para você?

Tudo está indo bem durante a aventura, até que em um incidente, uma das garotas fica presa em um dos túneis e na tentativa de a socorrerem, acabam provocando um desmoronamento e as cinco se veem presas em uma caverna que não conhecem e não fazem a menor ideia de onde fica (e se há) uma saída. Além da forte tensão humana crescente, que logo vai começar a gerar conflitos e lavagem de roupa suja entre o grupo, Marshall enfia sua câmera em túneis apertados, escuros e deixa o ar rarefeito, criando uma enorme sensação de mal estar nos espectadores.

Após passarem por diversos perrengues para tentar encontrar a saída, faltando pouco mais de 45 minutos para o filme terminar, é que temos o primeiro vislumbre real de que o perigo que elas vão enfrentar nessas cavernas é muito pior. Se você não sabe nada sobre o filme e nunca leu a respeito, não faz a menor ideia do que te aguarda. Ali embaixo, moram horrendas criaturas mutantes carnívoras, completamente adaptadas para viver naquelas condições inóspitas graças a séculos de evolução (ou involução), que vão persegui-las, sendo os responsáveis por um verdadeiro banho de sangue e sequências de sustos e mais sustos.

My precious!

Neil Marshall (que antes já havia feito o ótimo filme de lobisomens Dog Soldiers – Cães de Caça) é brilhante por trabalhar em Abismo do Medo alguns dos piores medos do ser humano: lugares fechados, escuridão e o medo do desconhecido. Trabalhando muito bem o perfil de cada uma das garotas, vemos a desesperada corrida delas pela sobrevivência, que vai levando-as a um estado alterado de loucura e adrenalina para tentarem escapar vivas daquele pesadelo. Principalmente no caso de Sarah, que devido ao histórico de vida, ter que tomar remédios para combater a depressão e tudo mais, para surtar é um pulo. Ela ainda vai sendo banhada de sangue, e até o final do filme, se transforma em uma espécie de Ash de saia.

Outro ponto positivo que Mashall aplicou é foi ter decidido gravá-lo em ordem cronológica, o que difere bastante do jeito de se fazer cinema normalmente. A sequência que vemos no filme é a mesma que as tomadas foram feitas. E com isso, ele também aproveitou para deixar as atrizes trabalharem juntas e começarem a formar seus laços de amizade e afinidade no set, criando essas relações de convivência antes de jogá-las na cova dos leões para enfrentar as terríveis criaturas. E por não ser um filme de estúdio e muito menos de Hollywood, Marshall conseguiu imprimir um final completamente trágico e desanimador.

Volto a repetir: Abismo do Medo é uma das três melhores produções de terror da década. É o filme mais claustrofóbico que vi desde Alien – O Oitavo Passageiro. E mais um que tive o prazer de ver nos cinemas aqui no Brasil, mesmo que com mais de um ano de atraso com relação ao lançamento. Se você ainda não assistiu essa obra prima do gênero, não perca mais tempo e veja agora mesmo. Uma pena que com o sucesso, uma inevitável continuação foi feita. Não é de tudo tão ruim, mas perde o quesito surpresa por você saber o que te aguarda naquele labirinto subterrâneo e principalmente por desperdiçar a genialidade do final do primeiro filme.

Refrescância!

 



TOPE NOVE – Edgar Allan Poe

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Há exatos 207 anos, em um 19 de janeiro, nascia em Baltimore, Edgar Allan Poe, autor, poeta, crítico literário, escritor e um dos nomes mais importantes da literatura de horror de todos os tempos. Para comemorar o aniversário do sujeito de bigode, escolhemos aqui no TOPE NOVE as melhores adaptações cinematográficas baseada na obra do sujeito.

Outra dessas, NUNCA MAIS!


9) Histórias Extraordinárias (1968)

Frederico Fellini, Louis Malle e Roger Vadim, três feras (ô loco, meu) adaptam “Metzenherstein”, “William Wilson” e “Toby Dammit”. E ah, Jane Fonda e Brigitte Bardot no elenco! <3

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Fogo pra Bardot!

8) No Quarto Escuro de Satã (1972)

Sérgio Martino pega “O Gato Preto” e prova porque italians do it better!

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Satanás?

7) O Corvo (1935)

Bela Lugosi vs. Boris Karloff nesse clássico da Universal, vagamente baseado na ideia do poema clássico de Poe.

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Nunca mais, Bela?

6) Obsessão Macabra (1962)

Ray Milland tem um medo do cão de ser enterrado vivo no único filme do Ciclo Poe de Roger Corman não estrelado por Vincent Price

Cortejo!


5) Muralhas do Pavor (1962)

3 X Price! Antologia com três contos, dirigidos por Corman e escritos por Richard Matheson, inspirados em “Morella”, “O Gato Preto” (com toques de “O Barril de Amontillado”) e “O Caso do Sr. Valdemar”.

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O Humphrey Bogart do horror!

4) O Solar Maldito (1960)

“A Queda da Casa de Usher” foi o conto que deu o pontapé inicial ao famoso Ciclo Poe de Roger Corman para a American International Pictures

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Me dê a mão, me abraaaaaça….

3) A Mansão do Terror (1961)

Como O Solar Maldito fez sucesso, no ano seguinte a dobradinha Price e Corman logo pegaram “O Poço de o Pêndulo” e também levaram para as telas.

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Price, seu danadinho!

2) Dois Olhos Satânicos (1990)

Pegue Dario Argento e George A. Romero para dirigir dois contos adaptados da obra de Poe (mais uma vez “O Gato Preto” e “O Caso do Sr. Valdemar”) e você tem essa obra prima!

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Bichano!

1) A Orgia da Morte (1964)

Impossível desvencilhar a imagem do Príncipe Próspero de Vincent Price, nessa pintura em forma de cinema dirigida por Corman, inspirado pelo conto “A Morte da Máscara Rubra”.

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Micareta!

780 –Água Negra (2005)

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Dark Water


2005 / EUA / 105 min / Direção: Walter Salles / Roteiro: Rafael Yglesias / Produção: Doug Davison, Roy Lee, Bill Mechanic; Diana Pokorny (Coprodutora); Kerry Foster (Produtor Associado); Ashley Kramer, Todd Y. Murata (Produtores Executivos) / Elenco: Jennifer Connelly, John C. Reilly, Tim Roth, Dougray Scott, Pete Postlethwaite, Ariel Gade


Se existe uma ÚNICA coisa em que Água Negra é melhor que sua contraparte original nipônica, é a musa, beldade, linda, estonteante Jennifer Connelly.

Vai, para ser sincero, o remake americano, que tem direção brazuca de Walter Salles, também acerta em cortar aquele demorado epílogo de Dark Water – Água Negra de Hideo Nakata, condensando em uma única cena final com um efeito parecido. Mas para por aí.

Não que seja um filme ruim, mas é aquela sensação de déja vú, uma vez que refilmagens do J-Horror costumam ser cópias em carbono com grandes diferenças culturais e estéticas, com exceção de O Chamado, só quem sem o horror sobrenatural pungente e assustador de uma fita asiática. Porém ambas são tristes, daqueles de dar vontade de cortar os pulsos ao subir dos créditos.

Salles mantem a tônica em um drama de horror, claro com sua parcela de sobrenatural, mais preocupado no drama familiar, algo também salientado no filme de Nakata, baseado no livro de Kôji Suzuki, tal qual Ring – O Chamado, e apoiado pela excelente interpretação de Connelly como a mãe solteira, cheia de problemas financeiros e psicológicos que precisa lutar como uma leoa para cuidar da filha, Cecilia (Ariel Gade), que batalha pela sua guarda na justiça com o ex-marido (papel de Dougray Scott), enquanto tem de se mudar para a Roosevelt Island, vizinha pobre de Manhattan, que não para de chover um instante, morando em um condomínio de apartamentos velhos e caindo aos pedaços.

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Mas só chove, choooooove!

Junto de Connelly e toda sua sofrência (como uma mulher tão linda pode sofrer tanto, meu Deus!) está todo um time de excelentes atores, como John C. Reilly, Tim Roth e Pete Postlethwaite, o diretor de fotografia Affonso Beato, a edição de Daniel Rezende e a trilha sonora de Angelo Badalamenti, colaborador de David Lynch e criador da trilha de Twin Peaks, que contribuem totalmente com Salles para que Água Negra seja um filme correto, climático e lúgubre, bem acima da média do mainstream do horror americano e, mais ainda, das fatídicas refilmagens.

A goteira negra que surge no quarto de Ceci e vai causando uma série de fatores de estresse psicológico que vão minando as forças de Dahlia, juntando aí a falta de grana, trabalhar em um emprego enfadonho, ter de lidar com um trauma particular com a própria mãe que a abandonara, o marido que pega pesado no gaslighting e morar em uma pocilga, tira de Connelly uma atuação visceral digna de um Oscar. Para piorar aparece uma nova “amiga imaginária” para sua filha, que é onde entra o elemento do terror sobrenatural, inspirado no filme de Nakata, explorado com o mesmo desfecho, tristeza e melancolia.

Falando em sofrência, o grande diferencial entre a versão americana e japonesa é que os japoneses não são tão melodramáticos e emotivos quando toda a sociedade ocidental, e muito mais religiosos e apegados nos aspectos espirituais e nas metáforas de uma sociedade milenar que tem de se ver às voltas com problemas inerentes do mundo moderno. Dark Water assusta mais. Água Negra emociona mais. Ambos são sabiamente calcados no horror psicológico, com louvor.

A beleza plástica e a carga dramática de Água Negra são mantidas por Salles com unhas e dentes, e muito bem captadas por Connelly, mesmo que no frigir dos ovos, o diretor de Central do Brasil e Diários de Motocicleta renegue a fita por conta de problemas e interferências de produtores, que queriam entupir o filme de efeitos de CGI e jump scare, para funcionar muito bem para o público americano médio. O resultado final é inferior ao original, porém decente.

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Mãe, não usaram tigre…

781 – O Albergue (2005)

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Hostel


2005 / EUA / 94 min / Direção: Eli Roth / Roteiro: Eli Roth / Produção: Chris Briggs, Eli Roth e Mike Fleiss, Daniel Frisch e Philip Waley (Co-produtores), Boaz Yakin, Scott Spiegel e Quentin Tarantino (Produtores Executivos) / Elenco: Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Gudjonsson, Barbara Nedeljakova


Eli Roth é um sujeito controverso e meio doente. Agora imagine quando ele encontra um sujeito ainda mais doente e conta a sua ideia de um filme onde viajantes são torturadas no leste europeu por pessoas que pagam muita grana para satisfazer esse seu desejo macabro. Acontece que esse outro sujeito é o über cult Quentin Tarantino, que achou a ideia do amigo o máximo e resolveu produzir o filme. Daí surgiu O Albergue, o suprassumo do novo cinema torture porn.

Filhos da cultura grindhouse e do culto ao trash, Roth e Tarantino apresentaram sua ideia para a ascendente Lion Gates, que já estava produzindo a sequência do sucesso Jogos Mortais, e tinham tido uma excelente experiência com Roth, que havia dirigido anteriormente para eles Cabana do Inferno (lançado diretamente em DVD por aqui), um filme gore e com pitadas de humor negro à lá Sam Raimi e Peter Jackson, com uma ninharia de orçamento (1,5 milhão de dólares para ser mais preciso), que faturou 30 milhões ao redor do mundo. O sinal verde foi dado na hora.

Roth entrega uma fita sem firula e nenhuma frescura. É cinema cru e brutal com sangue, tripas, olhos sendo arrancados, membros decepados, uso de furadeiras, alicates, maçaricos e por aí vai. Pega dois americanos babacas, enfia em uma Europa mais estereotipada possível, principalmente tratando-se de leste europeu, e que não querem saber de mais nada além de morte, sexo, tortura, sexo, drogas e eu já falei de sexo?

É das maiores quantidade de litros de sangue e peitos aparecendo no cinema nos últimos tempos. Tanto que ele não fez a menor questão de pegar uma censura menor que R. Aqui no Brasil mesmo, que pegamos classificações mais brandas que nos EUA (por exemplo, o recente Prometheus lá saiu como R e aqui como 14 anos), o filme teve uma censura 18 anos. E o que fez de O Albergue um sucesso absoluto foi todo o marketing trabalhado em cima dele, alardeando aos quatro ventos que era uma produção de Tarantino (Roth ficou até em segundo plano, principalmente no salseiro feito aqui no Brasil) e que era extremamente gráfico e violento, um dos filmes mais polêmicos dos últimos tempos e que nego saía vomitando do cinema nas sessões.

Não vai mais cantar, Zezé!

Enfim, Paxton (Jay Hernandez, clone de Zezé di Camargo) e Josh (Dereck Richardson) são dois americanos em uma eurotrip, viajando junto com o islandês Oli, que como mesmo dizem, estão pouco se lixando com os passeios culturais e visitas a museus no Velho Continente. Querem mesmo é fumar maconha nas coffee shops de Amsterdã, visitar as vitrines do distrito da luz vermelha e tentar ficar o mais louco e conseguir o máximo de mulheres possíveis.

Nessa necessidade compulsiva por sexo, os três acabam conhecendo Alex, que dá a valiosa dica a eles de que se eles querem realmente conhecer as mulheres mais lindas e fáceis do planeta, devem desistir de ir à Barcelona e ir para a Bratslava, capital da Eslováquia. Lá todas as mulheres são deusas do sexo e é só chegar junto que você as leva para cama. Ainda mais por faltar homem por causa dos longos anos de guerra. E se você tiver sotaque americano ainda, pronto, torna-se irresistível. Alex passa o endereço do albergue para se hospedar na cidade e lá vão os três mochileiros.

Ao chegar no local, as promessas de Alex se tornaram realidade. Ao chegar no quarto 237 do albergue, eles já conhecem as estonteantes e nuas Natalya e Svetlana, com que já se envolvem na sauna e na balada na mesma noite. Porém na manhã seguinte, Oli simplesmente faz o seu check-out e aparentemente foi embora com uma outra turista japonesa, que deixou sua amiga também sozinha. Intrigados, os dois começam a suspeitar que algo estranho está acontecendo, mas não o suficiente para passarem mais uma noite na discoteca com as garotas, que os dopa com algo colocado na bebida. Paxton acaba por cair desacordado no depósito da balada e não é encontrado. Já Josh não tem a mesma sorte, e é levado para o quartel general de um grupo que fornece turistas para serem torturados e assassinados por pessoas podres de ricas e com sérios problemas mentais. Paxton vai em busca do amigo e também é capturado, porém consegue fugir e tenta lutar por sua vida e não se tornar a próxima vítima.

1kg de alcatra, 1kg de contra-filé e 1kg de maminha…

Roth tem alguns méritos que fazem seu filme funcionar muito bem, além do grau extremo de violência e maquiagem perfeita. Primeiro é o fato de usar um destino pouco conhecido do grande público, principalmente dos americanos. A Bratslava e os países ex-comunistas do leste europeu nunca foram tão explorados no cinema, então isso dá um certo ar de, podemos dizer, credibilidade, que coisas realmente sinistras podem acontecer por lá, ainda mais por se tratar de países pobres perante os grandes centro econômicos europeus e por terem sido tão castigados pela guerra e pelo comunismo durante tanto tempo. Detalhe que o filme é rodado na verdade na vizinha República Tcheca e não na Eslováquia propriamente dita. E outro importante detalhe crível do filme, é que é sabido como as mulheres do leste europeu são lindas. Além disso, Roth trabalha muito bem seus personagens antes de começar a derramar um caminhão de sangue na tela. Ele vai apresentando cada um deles, mostrando seus defeitos, seus anseios, e faz com que acabem gerando empatia para o público, sem apressar as coisas em uma matança desenfreada, como um filme slasher qualquer.

Na verdade para quem quer só um filme de terror pesado, O Albergue demora bastante para pegar, parecendo muito mais uma comédia adolescente. E esse alívio cômico é uma saída para Roth preparar seus espectadores, deixando os relaxados antes do impacto brutal da sua metade final. Outro desses alívios cômicos é a gangue de crianças que vira e mexe aparece para assaltá-los. Assim como o doidão personagem de Oli, o responsável por algumas boas risadas em sua busca incessante por sneepur (clitóris em islandês). Ainda há espaço para duas pontas especiais no filme, do próprio Eli Roth, que aparcece chapando no coffee shop em Amsterdã e de Takashi Miike, diretor japonês de filmes extremos como Ichi – O Assassino e Audition (certamente uma das grandes influências de Roth para realizar esse filme), que se apresenta como um dos clientes da organização e dá a dica para Paxton não entrar ali dentro, pois ele pode gastar todo seu dinheiro lá. É impagável.

No final de O Albergue, além da violência gratuita e desmedida, Roth ainda tenta colocar um pouco de filosofia no filme, onde nos pegamos nos questionando se realmente existe esse tipo de gente em um mundo tão retardado como esse que vivemos, e se você realmente pode fazer qualquer coisa com dinheiro, rebaixando o ser humano para satisfazer desejos doentios e reduzindo nossa presença na terra a um saco de carne, vísceras e sangue em prol da diversão do outro. Pense nisso!

Ela não vê motivo para toda essa violência!


782 – Almas Reencarnadas (2005)

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Rinne / Reincarnation


2005 / Japão / 96 min / Direção: Takashi Shimizu / Roteiro: Takashi Shimizu / Produção: Takashige Ichise; Yukie Kito (Produtor Associado); Kazuya Hamana, Yaushi Kotani (Produtor Executivo) / Elenco: Yûka, Karina, Kippei Shina, Tetta Sugimoto, Shun Oguri, Marika Matsumoto, Mantarô Koichi, Atsushi Haruta, Miki Sanjô, Mao Sasaki


Almas Reencarnadas é o terceiro (e melhor!) filme do projeto J-Horror Theater, criado pelo produtor Takashige Ichi, uma hexalogia concebida por seis diferentes diretores do cinema de terror asiático. Por que o melhor, Marcos, você me pergunta? E eu te respondo fiel leitor: é dirigido por Takashi Shimizu.

Depois de dois filmes anteriores bem regulares, Infecção e O Terror da Premonição, lançados no ano anterior, finalmente a série mostrou a que veio. Almas Reencarnadas é J-Horror puro, no maior sentido da palavra: climático, sombrio, assustador, direção precisa e inspirada de Shimizu, principalmente no recurso narrativo da mistura dos acontecimentos em tempo real com footage de 8mm dos anos 70 e, perdoem se estiver sendo leviano, com a BONECA MAIS BIZARRA E ASSUSTADORA do gênero. Chupa Annabelle!

Como roteiro de Shimizu e Masaki Adachi, a trama do longa, por mais que seja simples e clichê, consegue muito bem ser trabalhada por toda a ótica do subgênero, claro, invocando o bom e velho fantasma vingativo oriental, ou melhor, nesse caso, uma série de fantasmas vingativos, e mistura de tom documental e metalinguagem de filme dentro do filme.

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Pegação na biblioteca!

Um famoso diretor do cinema de terror resolve fazer o filme sobre um terrível massacre ocorrido em um hotel nos anos 70, quando Norihasa Omori (Atsushi Haruta), um professor colegial se hospedou com sua família e matou onze pessoas, incluindo hóspedes, funcionários e seus dois filhos pequenos, filmando tudo e se suicidando em sequência.

Uma das atrizes, Nagisa Sugiura (Yüka), que interpreta a filha do professor assassino, começa a ser atormentada por visões fantasmagóricas e tem alucinações onde se vê perseguida pelas vítimas, além das almas das duas crianças mortas, inclusive, a aparição da tal boneca vesga medonha, que pertencia a garotinha a qual ela faz o papel. Tem uma cena quando ela começa a andar, que é de dar cagaço de verdade.

Paralelo a isso, uma estudante durante uma palestra sobre “criptoamnésia” – memórias escondidas que ressurgem como se fossem de outras pessoas ou encarnações passadas – fica intrigada no assunto e resolve escrever uma pesquisa sobre, contatando Yuka Morita (Marika Matsumoto), uma jovem também atriz, que inclusive participou dos testes de audição para o filme, que se diz reencarnação de uma das vítimas mortas no massacre do hotel. Para congregar os pontos.

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Cinema vérité

Quando a equipe de filmagens chega até o verdadeiro hotel onde todo o horror aconteceu, e que é descoberta a fita em que Omori gravou a carnificina, é aí que o caldo vai entornar para a protagonista, quando AVISO DE SPOILER – pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco – Nagisa passa a vivenciar os ocorridos há 35 anos, com os atores trocando de lugar com as vítimas – em um sensacional recurso narrativo metalinguístico que mistura a “realidade” com as filmagens que vão sendo exibidas do filme em 8mm – e descobre que na verdade ela é a reencarnação do professor, e todos os espíritos do hotel buscam pela boa e velha vingança.

Ainda há tempo para um interessante e aberto plot twist final, daqueles bem aos moldes dos filmes orientais, e uma assustadora última cena, que é impressionantemente crível o nível de medo na atuação de Yüka. E muito interessante também os momentos de documentário que Shimizu imprime, utilizando emulsão de filmagem de época, além dos momentos de transe e puro horror, algo que o diretor domina com maestria, e que já pudemos ser testemunhas em Ju-On – O Grito (e sua contraparte americana) e em Marebito – Seres Estranhos.

Almas Reencarnadas, que chegou a ser lançado no Brasil, junto com a primeira trilogia do J-Horror Theater, difere-se dos seus demais pares por conta da presença de Shimizu na cadeira de diretor, as excelentes atuações e o clima fantasmagórico e assustador, ajudado e muito também pelas presenças sobrenaturais e aquela verdadeira boneca do mal, para trazer mais um excelente filme da safra do J-Horror, que chegava ao seu auge naqueles tempos.

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Venha brincar comigo


783 – A Casa de Cera (2005)

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House of Wax


2005 / EUA / 115 min / Direção: Jaume Collet-Serra / Roteiro: Chad Hayes, Carey Hayes / Produção: Susan Levin, Joel Silver, Robert Zemeckis; Richard Mirisch (Coprodutor); Erik Olsen (Produtor Associado); Bruce Berman, Herbert W. Gains, Steve Richards (Produtor Executivo) / Elenco: Elisha Cuthbert, Chad Michael Murray, Brian Van Volt, Paris Hilton, Jared Padalecki, Jon Abrahams, Robert Ri’chard


Olha, apesar dos apesares, a Dark Castle, produtora de filmes de terror de Joel Silver e Robert Zemeckis, meio que pela primeira vez acertou um A Casa de Cera. Claro, que é nivelar por baixo tendo em vista os lançamentos anteriores como A Casa da Colina, 13 Fantasmas, O Navio Fantasma e Na Companhia do Medo.

Mas o longa dirigido pelo espanhol Jaume Colett-Serra pelo menos é bem generoso na questão violência e tem uma boa dose de brutalidade. Só que assim, nem rola classifica-lo como um remake de Museu de Cera de 1953, estrelado por Vincent Price (que por sua vez já era um remake de Os Crimes do Museu). Porque enquanto o primeiro é um thriller de suspense e vingança com um dos mais carismáticos e multifacetados atores do cinema de terror, esse aqui nada mais do que é um slasher.

Entupido de rostos de jovens conhecidos da televisão, como a Elisha Cuthbert de 24 Horas, Chad Michael Muray de One Three Hill, Jared Padalecki de Supernatural e argh! Paris Hilton no elenco, A Casa de Cera foi feita como um enlatado sob medida, com todos os clichês possíveis e imagináveis hollywoodianos, aquele plot twist salafrário, personagens que estão ali só pra entrar no body count… MAS, repito, na questão violência e doses de brutalidade, ele se sobressai aos demais, tanto que tomou uma classificação R nos States.

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Olha, um boneco de cera do Sam Winchester!

Claro, estamos na metade da década quando o torture porn começou a pegar de vez, Jogos Mortais e O Albergue já haviam chocado a galera e escancarado a porteira, então, a ideia foi manter o nível de gore e sujeira, muito também inspirado na refilmagem de O Massacre da Serra Elétrica, há dois anos. Na verdade, parando para pensar, A Casa de Cera tem muito mais de Armadilha Para Turistas do que o original o qual ele rouba o título.

Outro grande problema da fita é a metragem. Sua 1h53 minutos, sendo que trinta minutos poderia ter ficado na lixeira da sala de edição, e para ser mais preciso, a meia-hora inicial. Criado para o público desenvolver alguma espécie de empatia com os personagens (mas que falhou miseravelmente, uma vez que é impossível se identificar, curtir e se comover com aquele bando de jovens inócuos e estereotipados), o filme só pega mesmo quando finalmente o casalzinho principal chega a tal cidade de Ambrose, depois de ter seu carro sabotado.

A cidade tem seu museu de cera, um verdadeiro tourist trap, mas dos bons, que tem toda uma história de tragédia (que é cantada a bola no começo) sobre um médico que perdeu o direito de praticar medicina, teve dois filhos gêmeos, um bom e um ruim, tipo a Rutinha e a Raquel, e sua esposa começou o museu de cera. Depois vai rolar uma reviravolta (salafrário como salientei) e os dois irmãos vão se mostrar psicopatas de marca maior que vão caçar os jovens incautos, assim como os demais que se perdem por aquela região, para servir como molde para sua cidade inteira de cera.

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Turminha da TV tudo!

Agora um parêntese: eu não sou arquiteto, engenheiro civil, empreiteiro e nem nada do tipo, mas eu acho BEM impossível se construir uma CASA INTEIRA, incluindo alicerces, escadas, teto, paredes, chão, de cera, que começa a derreter toda durante um incêndio. Haja suspensão da descrença para engolir essa, mas tudo bem. Se eu estiver enganado, que me corrijam aí nos comentários.

O personagem de Jared Padalecki é o que mais come o pão que o diabo amassou, junto com a nossa Final Girl da vez, que nem é tão Final assim porque o irmãozinho metido a bad boy dela também sobrevive (ah dei SPOILER, mas era tão óbvio). O sujeito tem o tendão de Aquiles cortado com uma tesoura, é dopado para não conseguir gritar ou se mover, mas está acordado e sentindo tudo, o rosto depilado, é besuntado de cera quente, sobrevive, vira um boneco no museu de horrores e tem parte da pele de seu rosto arrancada na tentativa de salvá-lo. É de uma agonia da brava! Elisha Cuthbert segue de perto, sendo torturada, tendo seu dedinho cortado por um alicate e lábios colados por Super Bonder (CHUPA Boa Noite, Mamãe!). Além da morte de Paris Hilton que tem um cano atravessado em seu crânio (e a galera VIBRA!).

Volto a repetir porque vale bem enfatizar: A Casa de Cera está em um nível acima do cinemão comercial americano adolescente de terror, exatamente por não economizar na violência gráfica, brutalidade e sujeira, nada asséptico, apesar do roteiro e dos clichês fazerem de tudo para derrubá-lo.

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Fazendo a Madame Trussot

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