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Channel: Marcos Brolia – 101 Horror Movies
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“Não terror, mas suspense…”

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A produtora Blumhouse publicou um editorial convidado em seu site oficial, escrito pelo ator Graham Skipper que relata uma conversa que teve sobre filmes de terror com um recém conhecido. Skipper é um ator super engajado no cinema de horror independente e participou de várias produções recentes do gênero atualmente como por exemplo Almost Human (2013) e o ainda inédito por aqui, The Mind’s Eye, além de interpretar ninguém mais ninguém menos que Dr. Herbert West, na adaptação teatral de Re-Animator.

Em seu relato, o ator fala sobre essa constante tentativa de diminuir o gênero horror, atribuindo à filmes de qualidade o título de suspense. Como fãs de um gênero tão frequentemente marginalizado, com certeza todos nós já nos deparamos com alegações do tipo “Esse filme é bem inteligente, então deve ser um suspense”, ou “não tem sustos e nem morte, logo não é de terror”. Isso não chega a ser um incômodo para a maioria, mas me coloco no grupo daqueles que se sente bem irritado com tais comentários. Ao considerar o terror um gênero que não possui inteligência, qualidade artística ou algum tipo de mérito cinematográfico, abre-se espaço para preconceito e falta de interesse por parte de produtores na hora de se produzir no gênero. Foi pensando nisso que entrei em contato com Graham Skipper e pedi a ele que me deixasse traduzir o artigo para compartilhá-lo com vocês!

Originalmente Skipper se refere ao gênero como horror e thriller, que optei por traduzir como terror e suspense respectivamente, facilitando o entendimento


 

Eu tive uma discussão uma noite passada com um cavalheiro que eu havia acabado de conhecer, um cara esperto que claramente é um fã de cinema e tem um profundo amor pelas artes. Eventualmente a conversa se direcionou para o Halloween, sobre como amamos essa época do ano, e se assistiríamos algum filme de terror bom durante o mês…

Foi então que uma frase já muito familiar foi proferida: “Eu não curto muito filmes de terror. Eu gosto de suspense psicológico.”

Eu permaneci calmo – Perguntei, “Hmm, tipo o que?”

“Ah, você sabe, O Silêncio dos Inocentes…”

(Meu cérebro: “Okay, tudo bem, acho que é compreensível…”)

“… O Bebê de Rosemary…”

(O filme sobre o bebê demônio e um culto satânico??”)

“… Ou, O Exorcista.”

(::Cérebro Explode)

Eu gostaria de um minuto com vocês, meu povo, para tentar entender isso melhor. Eu sou uma pessoa paciente e compreensiva, mas eu tive quase exatamente essa mesma conversa com vários outros, e toda vez eu falho em compreender como, por qualquer extensão da imaginação, alguém poderia se referia a “O Exorcista” como alguma coisa que não um filme de terror. Por que tantas reticências para chamar um filme de terror de… terror?

Eu vou citar alguns dos principais pontos levantados por ele e fazer o meu melhor para responder com inteligência. Deixe-me fazer um pequeno prefácio: Eu entendo que isso tudo poder ser apenas semântica. Nós estamos falando de uma classificação que é em última análise, subjetiva. Meu terror é o suspense dele – ok, eu entendo – mas por que? Eu penso que isso chega à alguma coisa mais profunda e mais depressivamente presente na população geral do que gostaríamos de acreditar. Eu acredito que isso é uma discussão importante, não apenas como fãs do terror, mas como emissários representando nosso gênero favorito.

Aqui estão os pontos levantados por ele:

  • Filmes de terror são feitos unicamente com o propósito de aterrorizar a audiência. Eles são puro entretenimento, sem nada abaixo da superfície.

Este talvez seja o X do problema: já reparou que quando um filme recebe uma indicação ao Oscar, magicamente muda de “filme de terror”, para “suspense”?

Casos em questão:

O Silêncio dos Inocentes: Filme de serial killer sobre um maníaco que esfola mulheres e veste a pele delas como roupa, enquanto um psiquiatra canibal ajuda a caçá-lo. Hannibal Lecter é frequentemente listado junto com Freddy Krueger, Frankenstein, e outros slashers famosos como um “monstro do cinema”. E ainda assim isso não é um filme de terror, é um “Suspense, crime, drama”.

O Sexto Sentido: Um garotinho que consegue ver os espíritos dos mortos é constantemente atormentado enquanto um psiquiatra assombrado por uma tentativa de assassinato tenta ajudá-lo à colocar os espíritos para descansar. Outra vez, não é um filme de terror… é um “Suspense, drama sobrenatural.”

Louca Obsessão: Adaptação de um livro de Stephen King sobre uma mulher obcecada que sequestra e tortura brutalmente um homem inocente. Deve ser terror… não, é um “Suspense”.

Tubarão: Um filme de monstro sobre um tubarão gigante assassino que mata crianças. Com certeza é um filme de terror… não não, é descrito como um “suspense e filme de aventura”. Um filme de aventura!

A lista continua. Mas como isso acontece? Como é que pessoas tão espertas, que claramente tendem a ter um bom gosto para filmes, continuam rotulando erroneamente grandes filmes de terror? Com a exceção de O Exorcista – que até a Academia teve que admitir ser terror – o problema é geral.

Talvez seja por que um verdadeiro cinéfilo se recusa a admitir ser afetado por algo tão básico quanto um filme de terror. Se um filme os assusta, deve ser por que é algo mais que terror. Tem de ser um suspense. Ou, mais provavelmente, um suspense psicológico. Um que requer o uso do cérebro. Por que não é uma reação animalesca, instintual, automática que assusta – não, você tem que ser esperto para entender o terror real.

Ah, aqui está o problema: “Entender” o terror. Não se deve aplicar lógica ao primal.

  • Filmes de terror exibem mortes violentas. Se não houver violência em cena, então por consequência não é um filme de terror.

Mais uma vez, me sinto sitiado pela subjetividade. Se uma árvore cai em uma floresta e não há ninguém por perto para ouvir, ela fará algum barulho? Da mesma forma, se uma pessoa acredita que um filme de terror deve conter mortes violentas, mas não o faz, ainda assim seria um filme de terror?

O que dizer então sobre filmes de terror em que ninguém morre? Poltergeist – O Fenômeno não seria um filme de terror então? E o que dizer sobre Invocação do Mal? Eu argumentaria de que filmes de terror são filmes de terror se eles aterrorizam. Pessoas não tem que morrer, mas eles tem que temer que vão morrer.

  • Filmes de terror não transcendem o espaço que os separam de ser um “cinema excelente” por que eles não são belos ou artísticos. Eles são baratos por definição, coisas bobas.

Ele continuou: “Você não vai encontrar uma imagem elegante e impactante em Sexta-Feira 13 como você encontra em O Iluminado. Consequentemente, O Iluminado é um suspense psicológico, enquanto Sexta-Feira 13 é apenas um filme de terror.”

Ok. Então filme de “terror” também não pode ter uma linguagem cinematográfica mais refinada; nada artístico será encontrado. Eu imediatamente pensei em um exemplo: O Massacre da Serra Elétrica. Eu mencionei a última cena do filme, a dança macabra performada pelo Leatherface no pôr-do-sol. Na minha opinião, essa é uma das melhores cenas em todo o cinema. Bem lá em cima com Lawrence da Arábia ou 2001 – Uma Odisseia no Espaço. É bonito, é horripilante, agressivo e perigoso, mas também exultante. É a insanidade encapsulada na tela. Se nada mais, é ao menos impactante.

Ele respondeu dizendo algo do tipo, “Essa é uma cena legal, mas eu não diria que é bonita.” Subjetividade novamente. Como eu poderia argumentar com tal avaliação? Eu não posso provar pra ele que é uma cena bonita, logo, se o critério para ser um filme de terror é se este tem ou não tem beleza, então eu acho que realmente depende dele fazer esse julgamento por conta própria. Mas se o oposto da beleza é a feiúra, então a última não seria arte? Ou não seria tão importante? Talvez seja o filme “feio” seja o pior de todos: entretenimento simplesmente pelo entretenimento.

Mas espere um minuto! Digamos que esses filmes são apenas “entretenimento pelo entretenimento”. Isso é realmente ruim? Seria Fome Animal mais que algo desenvolvimento puramente para entreter? O que dizer de Uma Noite Alucinante? Ou até mesmo Halloween – A Noite do Terror? Claro, pode-se argumentar que Halloween reflete a natureza do mal, mas em última análise, é uma história simples sobre um assassino perseguindo babás. É para entreter. A opus da mutilação de Peter Jackson existe para promover a violência e causar nojo na audiência. Uma Noite Alucinante pode ser puro entretenimento, mas que o diabo me carregue se Bruce Campbell não teve uma das melhores performances de todos os tempos na história do cinema.

:: Suspiro de frustração::

O ponto é: Estes são filmes excelentes. Eles são exemplos de cinema, onde performances, filmagem, direção, iluminação, design de som… tudo se junta para criar um filme efetivo. Então como é que um filme perfeitamente efetivo naquilo que se propõe pode ser menor do que sua contraparte que contem “beleza”, ou que ganha prêmios?

Eu devo chegar a conclusão de que esse escalão da população cinéfila tem que denegrir filmes de terror até certo ponto, pela própria sanidade deles. Eles se veem rindo de um homem coberto de sangue que está literalmente moendo uma horda de zumbis com um cortador de gramas, e então precisam se reassegurar de que são melhores que isso. “Não é belo.” É básico, é baixo, e por consequência não pode ser arte. Tem que ser algo menor. É terror e não suspense.

Eu acredito que exista arte no feio. Eu não gosto de assistir O Maníaco, mas é certamente artístico. É cruel, suado e perturbador. Joe Spinell entrega uma performance brilhante, afetuosa, feia. Ele te faz se sentir imundo. Como isso não é arte?

Então e se o terror te atinge em um nível mais profundo que sua inteligência? E se ele te incomoda em um nível tão primitivo que você não consegue explicar logicamente?

Nós não ficamos incomodados com O Exorcista por causa de seu valor intelectual ou pelo discurso inteligente sobre a natureza da religião. Nós ficamos incomodados por que parte de nós acredita que o diabo existe e ele pode nos pegar e nos arrastar para o inferno e nem nossa mãe poderia nos salvar. Por que deveriamos então declará-lo “psicológico” quando não há nada de psicológico sobre ele? Terror se alimenta dos nossos medos primordiais mais antigos… dizer que ele não é arte por causa disso é como dizer que uma montanha russa não é envolvente por que você não está pensando sobre ela quando se está nela.

Mas talvez rótulos não sejam importantes. Contanto que as pessoas estejam assistindo filmes de terror, quem se importa com o que as pessoas os chamam?

Mas nós devemos nos importar! Filmes de terror podem mudar vidas, especialmente daqueles que não são acostumados com tais coisas. Eu nunca vou esquecer quando levei minha esposa para ver o relançamento em resolução 4K de O Massacre da Serra Elétrica – ela nunca tinha assistido. Quando o filme acabou, e nós estavamos sentados no escuro, em um silêncio pesado… minha esposa olhou para mim e disse, “Eu sabia que seria assustador, mas você não disse também que seria um filme artístico.” Boom! Um filme artístico! Sim! Ele é, ele é!

Ela estava mudada, eu pude ver. Ela havia gostado de um filme de terror – um dos mais intensos, duros e indiscutivelmente “isso é um filme de terror” filmes de terror já feitos – e ela o considerou como uma experiência profunda e afetiva e ela queria ver mais filmes de terror por conta disso.

Nós não devíamos negar ao “terror” seu título simplesmente por que não gostamos de admitir que nos assustamos. Eu acho que é vital que os fãs do gênero defendam seu lugar no panteão das grandes formas de arte. Sempre que escutamos alguém sugerir que um filme de terror não é um filme de terror simplesmente por que é bem feito, nós devemos lutar! Nós devemos negar esse rótulo e espalhar o evangelho negro. Por que mudar a percepção do público é realmente um feito alcançado uma pessoa de cada vez. Apenas olhe o que Sutter Cane foi capaz de fazer com alguns livros assustadores…

É hora do mundo abraçar aquilo que teme amar.

Artigo enviado por Daniel Rodrigues traduzido do editorial escrito por Graham Skipper para o site da Blumhouse.

Graham-Guest



770 – A Janela Secreta (2004)

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Secret Window


2004 / EUA / 96 min / Direção: David Koepp / Roteiro; David Koepp (baseado no livro de Stephen King) / Produção: Gavin Polone; Ezra Swerdlow (Produtor Executivo) / Elenco: Johnny Depp, John Turturro, Maria Bello, Timothy Hutton, Charles S. Dutton, Len Cariou


A Janela Secreta é mais uma das boas adaptações de um livro de Stephen King para as telas. Thriller de primeira, dirigido e escrito por David Koepp (roteirista de Jurassic Park – O Parque dos Dinossauros, Ecos do Além e Homem-Aranha) e que tem um Johnny Depp inspiradíssimo, fugindo do caricato que tomou conta de seus papeis tanto em sua filmografia em parceria com Tim Burton quanto pós-Jack Sparrow de Piratas do Caribe, assim como um também excelente John Turturro como coadjuvante.

Baseado no conto, “Janela Secreta, Jardim Secreto”, retirado da coletânea “Depois da Meia-Noite” (o mesmo material que contém o conto que se transformou no filme Fenda no Tempo), King mais uma vez faz o que sabe de melhor: escrever sobre escritores, e colocar pessoas comuns em situações de terror. Depp interpreta Morton Rainey, um excêntrico escritor recluso e desleixado após ter se separado recentemente de sua mulher, Amy (Maria Bello) ao pegá-la o traindo com Ted Milner (Timothy Hutton – que fez um escritor em outro longa baseado na obra de King, A Metade Negra) em um motel.

Certa amanhã após um de suas típicas sonecas largado em um sofá (e com uma cena de um pesadelo que, se prestado muita atenção, já dá claros indícios sobre a ruptura – se é que você me entende – que está por vir) atende um estranho maluco do Mississipi, típico vilão caricato (deliberadamente) na porta de sua casa, chamado John Shooter (Turturro), que na lata o acusa de plágio.

Bom, até aí sabemos também que o escriba do Maine A-DO-RA retratar alguns causos pessoais transportando-os para seus personagens (Jack Torrance de O Iluminado que o diga, ou então o maluco que é atropelado e fica em coma em Kingdom Hospital, e por aí vai). Aqui, lembramos de quando ele foi acusado de plágio por Angústia, o livro que deu origem a Louca Obsessão. Pois bem, Shooter diz que ele “roubou sua história”  e arruinou o seu final, e começa a ameaçar o escritor, exigindo que ele reescreva e o republique, lhe dando os devidos créditos.

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Escritor que escreve sobre escritores

Enquanto o comportamento de Shooter se torna cada vez mais psicótico, ameaçando as pessoas à volta de Rainey, o escritor passa a se tornar completamente acuado em sua casa isolada na floresta e paranoico, contratando um investigador particular para tentar descobrir os podres de Shooter e lhe dar um apavoro. O agravante aqui é que Rainey já tem um histórico de plágio, em um escândalo que ficou abafado após um acordo com seus advogados, então, ele também acaba ficando sob suspeita se roubou ou não a história, e a única forma de prova-la, é mostrar a revista em que ela fora publicada originalmente, com a data anterior da alegada por Shooter.

O desenrolar dos personagens, auxiliado pelas pistas e analogias jogadas por Koepp durante toda a projeção, assim como as ótimas e seguras atuações de todos os envolvidos, elevam o nível de A Janela Secreta até seu plot twist final. ALERTA DE SPOILER. Pule os próximos dois parágrafos ou leia por sua conta e risco, Em seu terceiro ato, finalmente descobrimos que Rainey é um louco de pedra, que teve um colapso nervoso fortíssimo após pegar a esposa lhe colocando chifres, e criou a figura de Shooter para extravasar toda sua raiva contida e se vingar, sendo assim, por fim, alterar seu final, matando a esposa, como o personagem do “suposto conto” escrito por Shooter, enterrando-a no jardim ao fundo da casa, que a fazia tão feliz.

Pelo menos para mim, essa reviravolta no roteiro me pegou de surpresa da primeira vez que o vi no cinema e diabos, funciona muito bem, principalmente tendo em vista o processo de estresse mental que o personagem de Depp sofreu após o trauma da separação, a crise, a depressão, a raiva contida, e como a própria mente humana pode pregar peças e criar uma dupla personalidade, com saídas macabras para situações que se recusa a aceitar e confrontar. Usa a psique para colocar a culpa em outro.

Trocando em miúdos, A Janela Secreta é um filme que se preza a entregar aquilo que promete, e vale com um ótimo thriller.

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“Você roubou minha história!” (insira sotaque sulista)


Jack, o Estripador em Assassin’s Creed Syndicate

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Trailer em 360º  traz o serial killer de Whitechapel em DLC do jogo da Ubisfot


Jack, o Estripador, o “homem que deu a luz ao Século XX”, segundo ele mesmo, é o novo personagem da primeira grande expansão de Assasin’s Creed Syndicate, da Ubisoft.

O serial killer de Whitechapel está presente neste DLC, chamado “Jack the Ripper”, que coloca a assassina Evie Frye contra o infame estripador, e você pode conferir abaixo no trailer em 360º.

O DLC está disponível para o PS4 e Xbox One, e chega para a versão PC em 22 de dezembro.

Aproveite também e dê uma olhada no TOPE NOVE que fizemos com os filmes sobre Jack, o Estripador.

 


 


O despertar da vampira indie

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Longa P&B cult da iraniana Ana Lily Amirpour, estreia no Brasil junto com o maior fenômeno cinematográfico da cultura pop para arrebatar hipsters e outsiders


Outro dia desses vi um meme gringo que mostrava a estreia de Star Wars – O Despertar da Força coincidindo com o lançamento de Alvin e os Esquilos: Na Estrada, acompanhado da frase: “Você pode ser confiante, mas nunca será tão confiante quanto os produtores de Alvin e os Esquilos”.

Aqui no Brasil, poderíamos usar quase do mesmo argumento para a Imovision, distribuidora que coloca esta semana nos cinemas o filme de vampiro indie da iraniana Ana Lily Amirpour, Garota Sombria Caminha Pela Noite, com estreia limitada a algumas salas.

Talvez essa até seja a estratégia dos marketeiros: funcionar como o que eles chamam de “contra-programação”, indo contra a overdose de Star Wars, mesmo que neste momento seja a história da cultura pop sendo feita. Pode até ser. Mas a gente fica pensando se talvez este fosse o produto certo pra estratégia, em especial por se tratar de uma produção lançada em abril deste ano nos EUA e que rodou desde 2014 por tudo quanto é festival. Por que agora?

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Caminhando sombriamente pela noite

Uma coisa, no entanto, a gente pode dizer: deixe o preconceito de lado. Afinal, não se trata de “só mais um simples filme de vampiro”. Me atrevo a dizer (e sei que vai ter gente reclamando por conta de Amantes Eternos, aposto um braço nisso) que Garota Sombria Caminha Pela Noite é o MELHOR filme do subgênero que eu vi desde o sueco Deixe Ela Entrar, lançado no longínquo ano de 2008.

O filme é daqueles artsy até dizer chega, com uma pegada de cinema noir e faroeste, um ritmo diferente da acelerada loucura hollywoodiana, uma fotografia P&B lindíssima com seu jogo de luz e sombra, direção precisa, roteiro poderoso, ótimas atuações e trilha sonora afiada (incluindo alguns nomes da música pop iraniana que fazem crítica ao Estado, ao melhor estilo Quentin Tarantino).

Não bastasse isso tudo, apesar de se esconder embaixo do sombrio véu do vampirismo como metáfora, Garota Sombria Caminha Pela Noite fala sobre o empoderamento feminino e a opressão da mulher em uma sociedade patriarcal e machista em um país fundamentalista como o Irã.

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Dressed to kill

O filme é ambientado em uma cidade fictícia chamada Bad City, uma Basin City perdida no Oriente Médio com aquela coisa toda de crime, tráfico de drogas, prostituição e violência, numa linha de tempo que não consegue ser identificada (fitas cassetes, discos de vinil, celulares, música eletrônica coexistem com roupas, carros e arquitetura dos anos 50 e 60 – mescla da modernidade pulsante de uma Teerã freada pela Revolução dos Aiatolás com aspectos retrô).

Nas noites de Bad City, uma garota sombria (Sheila Vand) caminha pela noite (ah, vá!), pelas escuras vielas, a pé ou de skate, vestida com uma camiseta listrada – daquelas que as minas indie usam – por baixo de seu chador, só observando, e pronta para fazer sua próxima vítima. Mas ela não é uma vampira comum com sede de sangue que sai aleatoriamente atrás de uma jugular. Ela é uma anti-heroína, uma vingadora que persegue molestadores, pedófilos, agressores de mulheres.

Seu universo irá colidir com o de Arash (Arash Marandi), um jovem com todo seu estilão de James Dean iraniano (t-shirt branca enfiada nas calças pretas de brim enquanto fuma um cigarro inclinado sobre uma cerca como se estivesse em um subúrbio da Califórnia) que passa seus dias sustentando o vício de seu pai em heroína – há todo um drama familiar aí que será explorado até a ótima conclusão do filme.

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James Dead do Teerã

Depois de ficar pra lá de Bagdá (viu o que eu fiz aqui?) em uma festa à fantasia na qual ironicamente está usando uma capa de Drácula, Arash conhece a garota, que acaba levando-o para seu quarto repleto de pôsteres de Madonna, Michael Jackson e Bee Gees. E lá veremos uma cena de uma beleza ímpar, um quase plano-sequência de cinco minutos entre os dois — tudo ao som da faixa Death, da banda White Lies, colocada na vitrola sob a luz de uma bola de discoteca rodando no teto. A garota lentamente se vê na encruzilhada entre seu instinto natural de se alimentar e seu confuso sentimento, com um Arash somente como uma marionete passiva, enquanto o vocalista Harry McVeigh canta que “yes, this fear’s got a hold on me”. Serve para ambos. E os hipsters piram!

A faísca do romance será acesa, só que obviamente entra em cena os conflitos da crise da imortalidade, com a personagem de Vand não permitindo se envolver com Arash. Mas fiquem tranquilos porque a relação entre eles não chega nem próxima da cafonalha daquela série de livros e filmes de vampiros que brilham no sol e quase destruiu a reputação dos mortos-vivos até o começo dessa década.

A vampira de Amirpour pode até emular a solidão dos quartos das adolescentes, o isolamento romântico e exílio emocional, mas não é atormentada pela agonia da vida eterna, não é fragilizada e sabe muito bem o que quer. É independente, não se vitimiza e não fica naqueles solilóquios intermináveis sobre dor, sofrimento e a falta de amor, além de ter um senso de justiça aflorado contra um mundo masculino de repressão e hipocrisia. Se eles são a doença em Bad City, ela é a cura!

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…got a hold on me

Apesar de ser escrito e dirigido por uma iraniana, e falado inteiramente em seu idioma, Garota Sombria Caminha Pela Noite é esteticamente uma produção 100% americana. Amirpour cresceu nos EUA e absorveu toda sua estrutura cultural, colocando-a na tela. Sua distribuição na Terra do Tio Sam foi feita pelas mãos da Vice Films, braço da companhia de mídia de Shane Smith sediada em Williamsburg, a meca dos hipsters. Então todo seu apelo cult, estilização, cheio de referências e escolha musical precisa é um pacote pronto para arrebatar o coração dos jovens modernos e descolados.

Mas se engana pensar que ele se limita somente a isso. Além do poderoso contexto por trás, também agrada aos fãs do subgênero como um ótimo filme de terror soft, mesmo com sua quase completa falta de violência e sangue, primando pela beleza estética, seus longos momentos de silêncio, apelo de cinema de arte e destacando-se como um filme de personagens. Mais recomendado ainda para os apreciadoras de obras mais existências das criaturas da noite, como os já citados Deixa Ela Entrar de Tomas Alfredson ou Amantes Eternos de Jim Jarmusch, ou até mesmo clássicos obscuros como The Addiction de Abel Ferrara.

Se você não conseguiu comprar ingresso de O Despertar da Força para esse final de semana – ou então talvez esteja mesmo querendo fugir do alvoroço em que as salas de cinema se encontrarão, fica a dica: que a garota sombria que caminha pela noite esteja com você!

Texto originalmente publicado no Judão
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Dá um sorrisinho!


771 – Jogos Mortais (2004)

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Saw


2004 / EUA, Austrália / 103 min / Direção: James Wan / Roteiro: Leigh Whannel, James Wan (história) / Produção: Mark Burg, Gregg Hoffman, Oren Koules; Richard H. Prince e Daniel J. Heffner (Co-produtores); Lark Bernini, Peter Block, Jason Constantine , Stacey Testro (Produtores Executivos) / Elenco: Cary Elwess, Leigh Whannel, Dany Glover, Monica Potter, Tobin Bell


Hoje em dia pensar em Jogos Mortais dá até uma preguiça e você torce o nariz, devido a decadência impressionante que a série chegou depois de seis continuações que estreavam todo santo ano, uma pior do que a outra. Mas devemos lembrar o quanto o primeiro filme da cinesérie foi chocante em seu lançamento há quase dez anos.

Junto com O Albergue, Jogos Mortais foi um dos responsáveis pela avalanhce do terror torture porn no cinema e grande culpado por aumentar a classificação indicativa dos filmes de terror, fazendo essa nova geração gostar de filmes gore e com alta dose de tortura, mutilação e sadismo.

Foi quando o malaio James Wan (hoje alçado ao status de novo “mestre do terror”) e Leigh Whannel teve a ideia incrível de fazer um filme com uma trama bem simples, porém bastante inteligente, e criar um novo assassino serial que tecnicamente não pode ser considerado um assassino, já que ele não matava ninguém e obrigava suas vítimas a tirar suas próprias vidas, caso não conseguissem sobreviver às suas intrincadas armadilhas. E mais do que isso, ele só escolhia pessoas que não davam valor a própria vida, como drogados, delatores, adúlteros, e tinha na verdade o altruísta propósito de dar-lhes uma segunda chance, mas somente se uma boa quantidade de sangue fosse derramada no processo. Esse é Jigsaw, interpretado por Tobin Bell, o mais novo vilão do cinema de horror a entrar mesmo rol de outros figurões como Freddy, Jason, Leatherface, Pinhead, Michael Myers e Ghostface.

Isso que dá dormir no banheiro da rodoviária…

O filme começa nos apresentando os dois personagens principais: O Dr. Lawrence Gordon (Cary Elwes) e Adam Faulkner (vivido pelo próprio Whannell), que são os prisioneiros de Jigsaw, acorrentados pelos pés em um banheiro imundo, elemento importantíssimo na trama, afinal grande parte do filme se passa ali, onde estão espalhadas as pistas e a grande surpresa do final.

Gordon é um brilhante oncologista que trata os pacientes de maneira fria e distante, tal qual trata sua mulher e filha, tendo um relacionamento extraconjugal com uma de suas residentes. Já Adam é um fotográfo free-lancer voyuer que aceita qualquer grana para tirar fotos comprometedoras de pessoas comuns. Os dois são capturados por Jigsaw e jogados nesse ambiente claustrofóbico, junto com outro corpo estirado no chão em meio a uma poça de sangue, com uma arma em uma das mãos, a qual provavelmente usou para estourar os próprios miolos após descobrir que tinha veneno no sangue.

Gordon e Adam devem jogar o jogo do assassino segundo as suas regras, sendo que o doutor deverá matar o fotógrafo até às seis da tarde, caso contrário sua mulher e filha, que estão em posse de outra vítima de Jigsaw nesse mirabolante plano, serão assassinadas. Vamos sendo então bombardeados por flashbacks, para contar a história do vilão, do doutor e sua família, de Adam e dos policiais Tapp (interpretado por Danny Glover) e Sing (Ken Leung), que investigam os casos e tentam encontrar o maníaco. Isso além de contar como algumas armadilhas de Jigsaw foram preparadas e como suas vítimas acabaram morrendo, ou sobrevivendo, como o caso de Amanda (Shawnee Smith), que será muito importante no futuro da franquia, tudo sempre com uma rápida e intensa edição de imagens, clonada da estética de videoclipe.

Jogos Mortais é aquele típico filme que traz um sopro novo para o gênero quando você acredita que não haverá mais nada de diferente, principalmente tratando-se do cinema mainstream americano. Pode não ter nenhuma novidade, mas toda a forma como ele é construído, a esperteza e frieza de um serial killer nada convencional e a criatividade na elaboração das armadilhas, além da violência gráfica, o torna extremamente atraente e único.

Quanto sangue você derramaria para continuar vivo?

E o ponto alto do longa é a impressionante cena em que Gordon é explicitamente obrigado a serrar a própria perna, como um coiote preso em um armadilha que deve mastigá-la para para sobreviver, para conseguir escapar e tentar salvar sua família. É de uma brutalidade ímpar. E a grande reviravolta do final vem de forma avassaladora e você percebe o quão meticuloso é o assassino e como ele já tinha todos os movimentos dos seus peões premeditados, apenas para dar o xeque-mate.

É um daqueles casos de filme que você sempre irá indagar: poxa vida, o primeiro foi tão bom, como conseguiram cagar com tudo depois? Com um orçamento de 1,2 milhão de dólares (considerado baixo para os padrões Hollywoodianos), faturou mais de 102 milhões ao redor do mundo, encheu o rabo da, então pequena, Lions Gates, de dinheiro e deu orgiem a uma interminável franquia, destinada a ser uma espécie de novo Sexta-Feira 13.

Como sabemos, Jogos Mortais virou Brasil, e todo aquele charme e novidade do primeiro filme foram para as cuias com as continuações, com armadilhas cada vez mais estapafúrdias, deixando o roteiro de lado e se preocupando apenas em cenas de mortes surreais. Falando em Brasil, aqui em terras tupiniquins demorou mais de um ano para o filme passar em nossos cinemas (mais uma vez, obrigado Internet), e em uma estúpida jogada de marketing da então distribuidora Paris Filmes, colocaram na tagline do pôster “Esqueça Seven”, como se alguma coisa tivesse a ver com a outra e os dois filmes não fossem completamente diferentes, sendo que Seven – Os Sete Crimes Capitais, continua sendo muito mais filme que Jogos Mortais. Mas ambos com méritos diferentes.

Você quer jogar um jogo?


HORRORVIEW – Garota Sombria Caminha Pela Noite (2015)

“Boa Noite, Mamãe” chega ao Brasil em janeiro

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Longa austríaco, que fez barulho nas redes sociais este ano, e concorre ao Critic’s Choice Award como “melhor filmes estrangeiro”, estreia nos cinemas pela PlayArte Pictures.


 

Lembra do Boa Noite, Mamãe, certo? Aquele filme austríaco dos diretores Severin Fiala e Veronika Franz, que fez um barulho na Internet quando seu trailer foi exibido? Bom, ele anda colecionando boas críticas, e também dividindo opiniões.

Pois bem, a PlayArte Pcitures cravou a data de estreia para o longa no próximo dia 21 de janeiro, aproveitando também o fato do mesmo concorrer ao 21º Critic’s Choice Award, na categoria “melhor filme estrangeiro” e ser o indicado austríaco ao Oscar.

Na trama, dois irmãos gêmeos que moram em um local isolado passam a desconfiar que sua mãe fora substituída ao voltar para a casa com o rosto todo enfaixado após a realização de uma cirurgia plástica, por conta de seu comportamento violento e errático. O longa segue por esse clima de paranoia e tensão crescente durante seu decorrer.

Abaixo você pode conferir o trailer legendado e o pôster nacional. E fique ligado aqui no 101 Horror Movies para novidades e promoções.

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772 – Madrugada dos Mortos (2004)

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Dawn of the Dead


2004 / EUA / 101 min / Direção: Zack Snyder / Roteiro: James Gunn / Produção: Marc Abraham, Eric Newman, Richard P. Rubinstein; Michael D. Messina (Coprodutor); Armyan Bernstein, Thomas A. Bliss, Dennis E. Jones (Produtores Executivos) / Elenco: Sarah Polley, Ving Rhames, Jake Webber, Mekhi Phifer, Ty Burrell, Michael Kelly, Kevin Zegers


Descobri que cada vez que eu assisto Madrugado dos Mortos, vou gostando menos. Digo isso porque quando assisti ao filme pela primeira vez, com meus 22 anos, em uma última sessão de sexta-feira à meia-noite quando sua estreia no cinema, com minha ex-namorada e mais um casal, claro que em um multiplex de um shopping center, e ao sairmos da sessão o local estava todo deserto, assim como o estacionamento – o que foi uma sensação MEGA FODA – eu havia simplesmente achado o longa do caralho!

Lembro que comprei o DVD em pré-venda ao ser lançado, louco para ver novamente, e fui assistindo no decorrer dos anos, inclusive com minha última namorada, no começo de 2010, quando eu ainda achava demais e queria muito que ela assistisse (ainda não havia o visto), pois achava dos filmes de zumbi mais legais de sempre.

O que aconteceu então que dessa última vez que o vi, eu achei o filme uma droga? Eu acho que tenho três pontos aí para discorrer sobre essa opinião extremamente pessoal. Primeiro, pode ter sido a saturação, de tantas vezes que eu o vi. Mas pera lá, eu já revi muito mais vezes Tubarão, Alien – O Oitavo Passageiro, O Enigma de Outro Mundo, O Exorcista, e claro, toda a hexalogia Star Wars (sim, incluindo a nova, me julguem), e eles melhoram a cada revisita, e não acho uma droga. Talvez tenha o lance da saturação do zumbi também (obrigado, The Walking Dead).

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Quase um Lucio Fulci

Segundo, é o fato de que eu, no decorrer dos últimos anos, comecei a entender muito mais de cinema e de cinema de terror (cof, cof, cof) do que durante todos os meus outros 30 anos de vida, exatamente pelo exercício que escrever nesse blog me trouxe, assim como análise crítica e principalmente por me aprofundar muito mais na obra social e crítica do subgênero, que é mandada literalmente às favas aqui, contradição por se tratar de um remake de um filme tão contundente quanto Despertar dos Mortos de Romero.

A terceira e última é a droga do Zack Snyder, ponto! Não sei se eu peguei ranço do sujeito, mas MANO DO CEU, como ele é um péssimo diretor. Mesmo que aqui tenha sido seu primeiro filme, 300 ser OK e Watchmen aceitável, aqueles pobres recursos visuais de videoclipe com cortes acelerados e as suas malditas câmeras lentas (que aqui no filme ele já praticava à rodo, dando uma prévia do que estava por vir) e todo seu exagero estilístico, transformou uma obra-prima zumbi numa maratona de mortos-vivos corredores desenfreados sem ter o mínimo porquê de existir, de verdade. E isso é triste.

Contribui aqui o raso e fraco roteiro de James Gunn, anos luz aquém do original, mas que pelo menos, depois se redimiu com Seres Rastejantes (dos melhores e mais menosprezados filmes da década passada) e claro, com Guardiões da Galáxia (e nem tem nada a ver com ser “marvete puxa-saco” e Snyder fazer parte da Distinta Concorrência, afinal, é ele que tá CAGANDO NO PAU com Batman, Superman e cia limitada). Enquanto Despertar dos Mortos era um tapa na cara da cultura do consumismo de massa, do capitalismo, da alienação, Madrugada dos Mortos é só um amontoado de personagens rasos presos em um shopping correndo, pulando e atirando para a nova geração videogame (a crítica consumista – verdadeira intenção dele se passar num shopping, caso contrário poderia ser em qualquer outro lugar – é reduzida a uma única mísera cena de humor de seus 101 minutos).

E para mim, a treta nem são os zumbis atléticos, não. Danny Boyle já havia os introduzido no cânone em seu Extermínio, dois anos antes. E nem é nenhum purismo xiita por se tratar de uma refilmagem do Romero, porque a meu ver, são dois filmes completamente diferentes, e não significa que pela versão do Snyder existir, de Romero precisa desaparecer. Simplesmente, tornou-se um filme desnecessário, que hoje nem em seu gore consegue te prender (mais uma vez, obrigado The Walkig Dead).

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Barrados no shopping

São seus personagens mal trabalhados, sem empatia, suas atitudes idiotas (que não culminam em uma merda quando os motoqueiros liderados por Tom Savini invadem o shopping no original, mais uma vez mostrando o quanto os homens são muuuuito piores, e sim na babaquice de uma moleca que quer ser rebelde e vai tentar resgatar seu cachorro sozinha). Os zumbis estão lá apenas para tomarem uma saraivada de balas, sem o menor contexto histórico ou social, algo sempre presente na mitologia do morto-vivo, como se o espectador estivesse do outro lado de um Kinect para tentar alvejá-los naquela correria desenfreada.

Mas pior que tudo isso mesmo, é a direção de Snyder, seus arroubos de exagero, sua visão pobre de cineasta que abusa dos recursos manjados de videoclipe, suas malditas cenas de ação acelerada mescladas com suas irritantes câmeras lentas (a quantidade de cenas que você vê balas caindo com seus cartuchos vazios no chão em slow motion são impressionantes). A cena da garota grávida dando a luz a um bebê zumbi, sem comentários. E aquela tosquíssima em que eles explodem um botijão de gás quando os ônibus reforçados dos sobreviventes do shopping estão completamente tomados por zumbis tentando virá-los, e de repente, depois da baita explosão, todo aquele mundaréu de corpos em CGI desaparece?

Vai, tiro meu chapéu para o começo do filme, de perder o fôlego, com uma das melhores introduções do cinema de terror, fato. Também para a ótima trilha sonora, que vai de Johnny Cash, Stereophonics a Ron Carrol Band, e o excelente personagem escroto, sarcástico e pulha de um Ty Burrell bem antes de Modern Family. E ah, claro, como posso me esquecer das participações especiais dos “originais” Tom Savini, Scott H. Reiniger e Ken Foree, falando exatamente a sua mais célebre frase: “quando não houver mais lugar no inferno, os mortos caminharão sobre a Terra”.

De resto, é uma pena se decepcionar tanto ao revisitar Madrugada dos Mortos, um filme que você adorou de verdade. :/

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Viu o que dá não escovar os dentes direito?



TOPE NOVE – Filmes de zumbi

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MIOOOOOOOOOOLOS! Tudo bem que hoje, o zumbi já deu no saco e virou Brasil (valeu aí, The Walking Dead) mas convenhamos que os filmes dos cadáveres ambulantes comedores de carne humana são dos melhores, mais divertidos e gory do gênero. Então tome um apetitoso TOPE NOVE, de levantar da tumba!


9) A Noite dos Arrepios  (1986)

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Acho que passei muito esfoliante facial

8) Pelo Amor e Pela Morte (1994)

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Tem uma formiga na sua orelha, deixe que eu “tiro” (RÁ)!

7) Zumbi 2 – A Volta dos Mortos (1979)

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NHAC!

6) Extermínio (2002)

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Me dá! Me dá!

5) Fome Animal (1992)

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Tá atravessado na garganta!

4) Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos (1985)

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Conjuntivite da brava!

3) A Volta dos Mortos-Vivos (1985)

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NHÁ NHÁ NHÁ NHÁ

2) Despertar dos Mortos (1978)

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Tá servido, pessoal!

1) A Noite dos Mortos-Vivos (1968)

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Aulas de jardinagem

 

 

 


Um presente de thriller

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Filme maduro, classudo, que prende o espectador até uma interessantíssima inversão de valores sobre quem é o herói e quem é o vilão em seu final aberto, O Presente de Joel Edgerton e produzido por Jason Blum é uma bela surpresa


 

Você já ouviu o termo “suspense estilo Supercine”, a sessão de cinema das noites de sábado da Rede Globo? Era uma série de filmes de segundo escalão exibidos na programação da emissora do Plim-Plim, geralmente com um mesmo plot, mesma construção de personagens, vítimas indefesas, uma investigação em curso com uma reviravolta na descoberta da identidade do vilão, e que pareciam sempre o mesmo filme pasteurizado logo nas chamadas dos comerciais.

O Presente, mais uma produção do incansável atual midas do terror moderno, Jason Blum, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas do Brasil, poderia facilmente ter se tornado um “suspense estilo Supercine”, mas por uma série de fatores, ele não se tornou.

O longa é um thriller maduro, classudo, que vai prendendo a atenção do espectador de uma forma desconcertante, crescente em sua construção, tanto de personagem quanto de enredo, mesmo que por vezes batido, até chegar a uma interessantíssima inversão de valores sobre quem é o herói e quem é o vilão (e se realmente há um mocinho nessa história), deixando os conceitos básicos de maniqueísmo jogados para escanteio e debochando da nossa tendência para o juízo de valor.

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#chatiado

Tecnicamente falando, o debute de Joel Edgerton na direção é impecável. Ele cria o clima certo, mantendo o longa em banho-maria, abusando do auxilio da trilha sonora e fotografia minimalistas, trabalhando os personagens de forma excelente, até uma explosão psicológica final, tal qual a Cavalgada das Valquírias que explode no home teather de Simon de Jason Bateman, um ator de comédias que está ótimo com toda sua sobriedade, cinismo e futura canalhice descoberta.

Na trama, um casal muda-se de Chicago para a Califórnia para um novo recomeço, quando Simon recebe uma excelente proposta de emprego e Robyn (Rebecca Hall, perfeita!) tenta reconstruir sua vida após a perda da gravidez. Tudo parece mil maravilhas para o típico marido e mulher suburbano dos EUA, quando um antigo colega de colégio de Simon, Gordo (também interpretado por Edgerton), aparece e começa a se aproximar do casal, tentando conquistá-los com simpatia e presentes que são deixados em frente de sua casa.

Falar muito sobre o roteiro, também escrito por Edgerton, poderá estragar muitas das surpresas de O Presente, mas como a própria sinopse do filme já alardeia, há algum entrevero entre os dois no passado, que gerou consequências devastadoras para Gordo, taxado de “esquisito” na escola, e esse seria um momento para o acerto de contas.

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“Up here, Michael”

 

Só que a forma com que O Presente se desenha, e até mesmo lendo esse texto, a nítida impressão que dá é que Gordo é um daqueles psicopatas de marca maior (estilo Supercine), vilanesco, invejoso, que quer se vingar e acabar com uma vida perfeita, com o verdadeiro american way of life, colocando em seu antigo colega de escola, e no quer que ele tenha feito, toda a culpa por seus fracassos e infortúnios. Existe isso de fato, mas não é do jeito que você imagina e Simon nem é tão vítima assim também.

O Presente não cai em suas próprias armadilhas fáceis e foge dos padrões convencionais do suspense para o espectador médio, e a todo momento, conforme os minutos vão passando e você vai se aprofundando nos desvios psicológicos de todos os personagens, inclusive do casal em questão e do personagem de Bateman, que deveria ser a vítima de um lunático – daqueles bem maquiavélicos, diga-se de passagem – e o herói do cavalo branco, mas vamos descobrindo seus verdadeiros escrúpulos a ponto de detestá-lo, Edgerton vai subvertendo a expectativa do público com sua lógica narrativa, pistas falsas, reviravoltas na história, mudanças de perspectiva e ambiguidade moral DAS BRAVAS, até aquela sensação de gosto amargo na boca em seu final em aberto.

Que aliás, levanta um elefante de dúvida que irá pairar eternamente na cabeça do protagonista, e dos espectadores, que poderia render discussões de bar ao melhor estilo Dom Casmurro, se a Capitu traiu ou não Bentinho. A indagação não acaba, não é respondida quando os créditos sobem, e esse é o truque de mestre.

O Presente é um thriller inteligente que evolui de forma natural e realista sem tropeçar nas próprias pernas e evita saídas fáceis, que apresenta personagens tão críveis quanto eu e você, todos eles vítimas e vitimizados ao seus próprios modos, eternos reflexos de escolhas, erros de julgamento, decisões erradas, desvios de conduta, mesquinharia e traumas, que serão levados por todos ali presentes, até suas trágicas consequências.

Publicado originalmente no Boca do Inferno
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Só observo

773 – A Mansão Marsten (2004)

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Salem’s Lot


2004 / EUA / 181 min / Direção: Miakel Solomon / Roteiro: Peter Filardi (baseado no livro de Stephen King) / Produção: Brett Popplewell, Marc van Buuren (Coprodutor); Jeffrey M. Hayes, Mark W. Wolper (Produtores Executivos) / Elenco: Rob Lowe, Andre Braugher, Donald Sutherland, Samantha Mathis, Robert Mammone, Dan Byrd, Rutger Hauer, James Cromwell


O livro “A Hora do Vampiro” de Stephen King, seu segundo romance (e um de seus preferidos) pela segunda vez ganha uma adaptação televisiva, na forma de microsérie em duas partes, com A Mansão Marsten, exibido pela TNT gringa e lançada diretamente em DVD aqui no Brasil. A primeira, foi o clássico Os Vampiros de Salem, de Tobe Hooper.

A Mansão Marsten não deixa nada a dever ao original e ao livro de King, e por incrível que pareça, sua metragem longa (181 minutos) passa despercebido da forma que o longa te prende, por ser interessante, conciso, com suas interessantes aparições vampíricas, firme construção de uma gama de personagens (como King bem gosta), uma atuação contida de Rob Lowe e grandes veteranos que ajudam a fazer a minissérie brilhar, como Donald Sutherland, que está ótimo, James Crowmwell e Rutger Hauer.

A história, atualizada e com seus elementos diferenciais, tanto da primeira adaptação quanto do livro, mas que funcionam muito bem, traz o escritor Ben Mears (Lowe) que volta para sua cidade natal, Salem’s Lot (diminutivo de Jerusalem’s Lot) para supostamente escrever um livro sobre a tal Mansão Marsten do título.

 

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Carreira outrora proeminente enterrada por um escândalo!

Casarão vitoriano infame no topo de uma colina onde o excêntrico milionário Hubbie Marsten se suicidara e matara sua esposa – ambos eram suspeitos de molestar a matar crianças – , sendo que Mears quando garoto, foi testemunha ocular do ocorrido ao invadir o local após uma aposta, algo que o assombrou durante toda sua vida.

Acontece que a casa foi comprada por dois senhores antiquários, Richard Straker (Sutherland) e Kurt Barlow (Rutger Hauer – que só dá mesmo as caras no final), e logo em sequência, uma série de assassinatos e desaparecimentos passa a acontecer na pequena cidade, começando pelos irmãos Glick em uma fatídica noite, após o corrupto prefeito, Larry Crockett (Robert Grubb) encomendar um servicinho que consistia em trazer uma misteriosa caixa para dentro da mansão.

Como se não bastasse, uma estranha crise de anemia também assola Salem’s Lot, o que fará com que Mears se junte ao seu antigo professor de escola, Matt Burke (Andre Braugher), a garçonete e futura pretê, Susan Norton (Samantha Mathis), o médico da cidade, Dr. James Cody (Robert Mammone) e o jovem Mark Petrie (Daniel Byrd) para investigar os ocorridos.

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Concubina das trevas!

Bom, descobrimos (mas já sabemos desde o começo) que na verdade Barlow é um vampiro e passa a transformar outros em criaturas da noite, até a outrora pacata Salem’s Lot se tornar um antro de criaturas das trevas. Aqui, diferente da adaptação de Hooper, o vampiro-mor de Hauer tem a aparência bem das normais de um velho senhor, exceto os olhos brancos e grandes caninos – e sua agilidade – e em nada aparenta como o vampiro careca azul, inspirado no Nosferatu de Murnau. Aliás, ponto positivo para o visual dos mortos-vivos que ficam rastejando pelas paredes.

Outro diferencial é o epílogo e prólogo do longa, quando Mears encontra o Padre Donald Callahan (Cromwell) tempo depois do incidente em Salem’s Lot, e tenta mata-lo, o que vamos descobrir que é por conta do sacerdote ter ficado mancomunado com Barlow e seu séquito de vampiros, tornando-se seu carniçal (ocupando o lugar de Straker). Todo o decorrer do filme será um flashback contado por Mears a um enfermeiro, muito disso utilizando o recurso da narrativa em off,  hospitalizado pela queda de uma janela na tentativa de assassinar o ex-pároco (sua contraparte de tinta e papel sobrevive e até depois aparecerá em “A Torre Negra”).

Uma das coisas mais interessantes de A Mansão Marsten é que ele consegue agradar tanto os fãs de Stephen King, quanto também os amantes do subgênero, mostrando-se uma grata surpresa, que pode assustar a princípio por conta de sua longa duração, mas como disse lá em cima, é um tempo que passa e a gente nem percebe, de tão envolto no longa que ele consegue te manter, diferentes de outras adaptações da obra de King para a televisão, que você tem vontade de dar um tiro na cabeça, tendo seus maiores exemplos, os sacais A Dança da Morte e Tommyknockers – Tranquem Suas Portas.

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Você esperava alguém azul e careca?


Horrorcast#99 – Uma Noite de Fúria (2005)

TOPE NOVE – Melhores de 2015

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Vampiros, zumbis, paródia de slasher, seitas satânicas, demônios, canibais, moleque psicopata e assombrações! Foi um 2015 para todos os gostos dos fãs do horror.

Com o que promete ser uma tradição do 101 Horror Movies (substituindo a finada lista dos TOP CINCO em vídeo no nosso canal do YouTube) aqui vai a lista do TOPE NOVE com os melhores filmes de terror de 2015. Vale salientar que a regrinha é: filmes lançados comercialmente neste ano – cinema, DVD, Blu-Ray ou VOD – mesmo que o ano de produção seja anterior e tenha sido exibido somente em festivais.


9) Terror nos Bastidores (The Final Girls)

Deliciosa homenagem ao cinema slasher dos 80’s! Terror nos Bastidores, dirigido por Todd Strauss-Schulson é uma paródia ao subgênero daquelas para os fãs de filmes de assassinos psicopatas em acampamento com adolescentes cheio de libido nenhum botar defeito. Elenco afiadíssimo e engraçado (destaque para Thomas Middleditch) e um roteiro esperto que brinca de metalinguagem quando a filha de uma Scream Queen entra dentro de um filme com seus amigos e precisam sobreviver a um slasher movie da década de 1980.

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Machete Kills!

8) Cooties – A Epidemia (2014)

Crianças em uma escola de ensino fundamental comem nuggets contaminado que as transformam em zumbis, fazendo um grupo de professores como reféns! Só isso já seria o suficiente para Cooties – A Epidemia (Cooties), co-dirigido por Jonathan Milott e Cary Murnion entrar nessa lista. Mas além disso, ele também é uma paródia ao subgênero, com sacadas engraçadas e humor na medida certa, contando com Elijah Wood e Rainn Wilson ótimos, e, claro, aquela boa e velha dose de gore!

RAWR! RAWR!
RAWR! RAWR!

7) Deathgasm

Definitivamente, 2015 foi o ano das comédias de horror. E Deathgasm é o seu suprassumo! Diretamente da Nova Zelândia, lar de Peter Jackson (Fome Animal, além de A Morte do Demônio são suas óbvias inspirações), o longa de Jason Lei Howden é um banho de sangue interminável – o mais gore do ano, mas sem a menor sombra de dúvida – escatologia, heresia, pintos e comédia rasgada de humor negro misturada com besteirol que coloca um fã de heavy metal contra uma terrível horda de demônios invocados por uma música profana. Metal Fuck Up Your Ass!

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SPM!

6) Last Shift

Mas esse ano também tivemos filmes de terror sérios, e Last Shif é um dos mais climáticos, atmosféricos e aterrorizantes deles. Uma espécie de Assalto ao 13ºDP de John Carpenter encontra Charles Manson, o novo filme do diretor Anthony DiBlasi, coloca uma policial rookie em uma abandonada delegacia, sem saber que o local foi o palco do suicídio de membros de um culto satânico, em um terror psicológico que te prende até seu final, daqueles para assistir na sala ou quarto escuro.

Vamos dar a 666 volta, volta 666 vamos dar!

5) Bone Tomahawk

Um pequeno grupo liderado por um xerife precisa libertar um forasteiro, uma enfermeira e um subdelegado sequestrados por uma tribo de índios trogloditas canibais. Bone Tomahawk, dirigido por S. Craig Zahler, e com um elenco fantástico (Kurt Russel, Patrick Wilson, David Arquette, Matthew Fox e Sid Haig), agrada aos fãs do bom e velho western e do ciclo italiano canibal, carregado com toda uma aura independente, mas ainda assim mainstream, com um pegada cult, clima sóbrio, excelente fotografia e ambientação de época.

Índio fazer barulho!

4) The Boy

Produzido por Elijah Wood e baseado no capítulo “The Henley Road Motel” do livro “Miss Corpus” de Clay McLeod Chapman, o filme se passa em um decadente motel beira de estrada no verão de 89, onde acompanhamos um garoto e sua gênese como um psicopata. Tudo incrível: direção, fotografia, atuações, trilha sonora minimalista, atmosfera pesada e tensão crescente, e um exercício de slow burning (sem trocadilhos) que chega a um final acachapante. Promete ser o primeiro de uma trilogia do diretor Craig William MacNeill. Tudo o que Boa Noite, Mamãe deveria ter sido!

Corre, Forest!

3) Ainda Estamos Aqui (We Are Still Here)

Imagine um filme que tem como principal inspiração, A Casa do Cemitério, de Lucio Fulci? Isso é Ainda Estamos Aqui, de Ted Geoghegan. Baita homenagem ao cinema de terror dos anos 70 e 80, bem aos moldes dos filmes dessa nova geração de cineastas do indie horror e do mumblegore, que começa climático, quando um casal se muda para uma casa mal-assombrada em uma pequena cidade, até chegar ao seu alucinado terceiro ato, um verdadeiro banho de sangue. Um daqueles throwback parte dessa nova boa safra do gênero.

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Só um segundo que já falo com você!

2) Garota Sombria Caminha Pela Noite (A Girl Walks Home Alone At Night)

Dirigido por Ana Lily Amirpour, o filme iraniano de vampiro indie faroeste noir é o melhor do subgênero desde Deixe Ela Entrar. Todo artsy, todo hipster, belíssima fotografia P&B, jogo de luz e sombra, poderoso subtexto sobre opressão da mulher em um regime fundamentalista e empoderamento feminino e uma afiada trilha sonora, ao melhor estilo Quentin Tarantino, fizeram com que a assistir a vampira de Bad City em Garota Sombria Caminha Pela Noite fosse uma das mais incríveis experiências cinematográficas desse ano que se encerra.

O beijo da vampira!
O beijo da vampira!

1) Corrente do Mal (It Follows)

Não tem para ninguém. Corrente do Mal é o melhor filme do ano. Todo o hype em cima do terror indie sexual do jovem diretor David Robert Mitchell é nada menos que justo, já que é um dos melhores e mais originais dos últimos tempos, com sua forte influencia da estética dos filmes de terror dos anos 80 e das maldições do J-Horror, além da metáfora para a DST e dos dramas e angústias adolescentes com relação ao sexto e relacionamentos interpessoais. Suas sequências arrastadas nos subúrbios de Detroit, diálogos melancólicos, momentos de silêncio e introspecção, tudo pontuado com a trilha sonora oitentista de um teclado melodioso, encaminham para um final desolador. Filmaço!

Tá seguindo!
Tá seguindo!

Menções honrosas: O irlandês The Hallow, melhor filme de criaturas desde Abismo do Medo (se fossem os dez melhores filmes do ano) e o canadense The Editor, outra espirituosa paródia de horror, dessa vez do giallo.

E que venha 2016!


Apesar de você (seu final…)

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Ash vs Evil Dead foi a melhor (e mais sangrenta) série de terror dos últimos tempos. Mesmo com aquela conclusão em seu season finale


Agora com sua primeira temporada completa, tendo sua season finale exibida nos EUA no último sábado, pode-se afirmar sem nenhum erro que Ash vs Evil Dead foi a melhor série de terror dos últimos tempos, apesar de seu final.

Como escrevi por aqui anteriormente, ver novamente Bruce Campbell munido de sua boomstick e da serra elétrica acoplada em sua mão decepada explodindo e decapitando a cabeça dos deadites foi como revisitar um velho amigo que não vemos a um tempo, daqueles que amamos, conhecemos já todos os seus trejeitos e ficamos à espera de sua piadinha infame de gosto duvidoso, cantada de pedreiro ou atitude jocosa, que acha O Poderoso Chefão chato, e seu tipo de filme é Duro de Matar, segundo o próprio.

O sujeito de camisa azul e calça cáqui, depois de 30 anos passados da sua verdadeira cruzada contra os demônios kandarianos, recitou para uma moça em seu trailer, quando chapado após fumar um cigarrinho de artista, as passagens proibidas do Necronomicon, que guardava escondido em um baú de metal junto com sua coleção de revistas pornô, liberando mais uma vez as terríveis forças das trevas que poderão exterminar nosso mundo.

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GROOVY!

Coube ao nosso herói maneta preferido combater o exército de deadites, com o auxílio de Pablo e Kelly, ambos colegas de trabalho do nosso herói, também com o acréscimo da detetive Amanda Fisher em sua reta final e a revelação de quem é a misteriosa personagem de Lucy “Xena” Lawless, não apenas Ruby Knowles, filha do Professor Knowles, aquele que traduziu as inscrições do Necronomicon na cabana – que como sabemos, junto com sua esposa Henrietta e sua outra filha, Annie, teve um destino trágico no segundo filme – mas sim uma dos Obscuros, antiga ceita de híbridos humanos e demônios que escreveram o Necronomicon com sangue em páginas feitas de pele humana.

Ao final de sua primeira temporada com seus 10 episódios de curta duração, apenas 30 minutos cada, apesar de perder o fôlego, o mais importante para se avaliar (e curtir) Ash vs Evil Dead é colocar na cachola que séries de televisão e filmes de cinema são duas mídias COMPLETAMENTE diferentes, por mais que conversem de forma bem próxima. É simplesmente impossível executar a mesma linguagem em ambas, por conta de um simples motivo: duração. Ao fãs mais puristas de Evil Dead, há de se saber que não haveria a menor possibilidade de utilizar Ash como um personagem sozinho, sem seus sideckicks, Pablo e Kelly, ao longo de toda uma temporada.

Simplesmente não haveria roteiro, estrutura narrativa e até mesmo atuação, mesmo se tratando de um Bruce Campbell de volta na sua melhor forma, que suportasse um único personagem durante tanto tempo em uma “mitologia expandida”, se é que podemos chamar assim. Outro ponto passível a entrar nessa discussão é que também seria impraticável um enredo tão straight forward como dos três filmes.

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Trio Parada Dura!

A Morte do Demônio e Uma Noite Alucinante, as duas maiores referências para a série, tem lá seus 90 minutos de duração em média, mostrando um homem em uma cabana no meio da floresta enfrentando criaturas demoníacas possuídas. Não dá para fazer uma série inteira só com isso, gente, peloamor. Por isso as tramas paralelas, os parceiros de Ash, o enxerto de personagens, outras ameaças para o trio combater (que se autodenominou de forma infame como Bate-Fantasmas em um episódio), elementos que entraram no cânone (como o ótimo demônio Eligos com seu visual meio Silent Hill e meio Cenobita) e até algumas barrigadas e arcos longos demais que a tornou arrastada em alguns momentos. Até aí, normal, nem séries aclamadas que todo mundo paga um pau conseguiram 100% de aproveitamento em todos os seus episódios.

Houve também quem reclamasse muito da utilização do CGI. Acho que isso passa por um gosto mais pessoal e oldschool, mas devemos lembrar que a série PRECISAVA ser atualizada, com recursos tecnológicos disponíveis. Todo mundo adora a tosqueira, os bonecões, o sangue de guache, o stop-motion e o purê de batata nos filmes com seus efeitos práticos, mas sabemos que isso simplesmente não funciona nos dias de hoje, é datado, e não dá para brigar com a tecnologia. Achei, tirando vez ou outra, os efeitos especiais bem aplicados, e sem exagero ou falta de qualidade técnica.

O mais importante é que Ash vs Evil Dead manteve o espírito do original, com certeza. Principalmente em seus primeiros episódios e nos três últimos, com a volta do personagem à cabana. Todos os deadites mantiveram-se fiéis ao visual das criaturas kandarianas criadas por Sam Raimi, mas com um toque de maquiagem e de efeitos mais modernos.

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Aqui que fica Silent Hill?

Os quesitos gore e splatter, marcas registradas da “franquia” então são indiscutíveis. Baldes e baldes de sangue, vísceras, tripas, membros amputados, cabeças decapitadas, cérebros espatifados com tiro de espingarda, demônios abertos ao meio com serra elétrica e até um rosto fatiado numa máquina de frios (!!!) estiveram presentes, elevando à estratosfera o nível da violência gráfica já mostrada em uma série de televisão. Em um só episódio havia mais sangue que toda uma temporada de True Blood, por exemplo!

E cá está também o humor negro, politicamente incorreto ao extremo, com algumas sacadas simplesmente hilárias do tiozão Ash como um bom e velho medíocre americano de meia-idade, e até um pouco do pastelão também se fez presente. Ponto para tudo isso, além de algumas boas cenas climáticas de puro terror.

Para os fãs dos filmes, principalmente os mais xiitas, impossível negar a tonelada de referências, homenagens e easter eggs, que Ash vs Evil Dead prestou, desde a reaparição do famoso Oldsmobile Delta 88, do Necronomicon, do punhal kandariano, da sua mão decepada, do Bad Ash (aquele com quem ele treta em Uma Noite Alucinante 3), a cabana e todos os seus elementos ali presentes (a cabeça de veado empalhada, o relógio de pêndulo, o espelho na parede, o tape de rolo com a tradução das inscrições, o balanço na entrada e o porão) e até a famosa “shaky cam” – o improviso de um Raimi que não tinha grana para bancar uma steadicam – que faz as vezes do POV da força do mal zanzando entre as árvore da floresta.

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O gooooooooore!

O grande ponto negativo da série ficou mesmo por conta de seu final, que termina com um gosto ruim na boca, com um recurso preguiçoso de roteiro (que até faz certo sentido, uma vez que Ash nunca foi um herói, ele é um anti-herói, racista, hipócrita, mulherengo, machista, arrogante e egoísta – mas que amamos, vai) com um cliffhanger nada atraente e sem aquele “gostinho de quero mais” para uma segunda temporada, que já nasce sob desconfiança do que ela poderá se tornar, uma vez que corre o risco de ser mais um Sobrenatural da vida, com Ash, Pablo e Kelly tendo que caçar demônios por aí, do que Evil Dead propriamente dito.

Sinceramente, eu acho que deveria ter funcionado como uma temporada única, como um revival do personagem e daquele universo, como uma verdadeira volta triunfal, com todos os envolvidos na mais perfeita forma (Campbell está incrível e o piloto dirigido por Raimi é histórico), e que se mostrou muito além do simples fandom service, e todo mundo ficaria contente. Além disso, ao invés de 10 episódios relativamente curtos, talvez seis, com uma metragem maior (45 minutos habituais ao invés da meia-horinha), condensando algumas passagens e eliminando outras colocadas ali só para encher linguiça.

Mas já que teremos uma nova temporada vindo aí no segundo semestre, o jeito é confiarmos em Campbell e nos produtores, Sam Raimi e Robert Tapert, esperando que eles possam nos surpreender, uma vez que tem total nosso voto de confiança. E que Ash vs Evil Dead continue sendo tão GROOVY quanto essa primeira temporada, que apesar de uma ou outra derrapada, nos levou de volta à cabana (e até à infância de alguns) e presenteou os fãs com a sensação deliciosa de ver a real sequência de Evil Dead, depois de longos anos de espera, e não aquele remake/pseudo continuação desnecessária de 2013.

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Vejo vocês na segunda temporada!

 


TOPE NOVE – Filmes mais aguardados de 2016

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Já que 2016 chegou chegando, vamos falar sobre coisa boa: o que está por vir no cinema de terror este ano! Então taí um TOPE NOVE com os mais aguardados das telonas – alguns já com seus devidos trailers ou teasers – em um ano, que ao que tudo indica, promete hein?

Tomara que todos eles cheguem aos cinemas brasileiros, o que a gente já sabe que não vai acontecer…


9) Boneco do Mal (The Boy)

Releve o título idiota que ele recebeu aqui no Brasil pelas nossas distribuidoras joinhas. Uma babá americana é contratada por uma família inglesa para tomar conta de seu filho, que é um… boneco!!! Só que há uma série de regras que não podem ser quebradas (não molhe, não exponha à luz forte e não alimente depois da meia…não, pera) que ela ignora, e já viu. E ah, é com  a Lauren Cohan, a Maggie de The Walking Dead.

Previsão de estreia: 22/01 nos EUA e 04/02 no Brasil


8)  Bite

Lembra daquela história do filme que provocou vômitos, desmaios e concussões na escada do cinema na sua exibição de estreia, que pintou na Internet há um tempinho? É esse aqui, onde uma jovem viaja em sua despedida de solteira, é picada por um inseto, e a partir daí, seu corpo começa lentamente a passar por uma metamorfose, transformando-se em um bicho nojento, cheio de feridas e pus. A Mosca feelings!

Previsão de estreia: sem data


7) Jeruzalem

POV israelense onde duas garotas americanas em férias seguem um misterioso estudante de antropologia em uma viagem a Jerusalém (um dos portões do inferno, segundo o Talmud). A festa logo termina quando elas se veem no meio, SÓ do apocalipse bíblico. Presas entre as muralhas da antiga cidade sagrada, elas precisam encontrar uma forma de escapar enquanto a fúria do inferno é solta sobre elas. Bom, tem um DEMÔNIO GIGANTE! Nada mais a declarar…


6) Darling

O horror psicológico de Mickey Keating (do excelente Pod) vem acumulando adjetivos como “soberbo”, “hipnótico”, e “magistral” e sendo comparado como uma mistura entre Repulsa ao Sexo e O Inquilino de Roman Polanski, com Eraserhead de David Lynch. WOW! Uma jovem solitária se muda para uma velha e misteriosa mansão, contratada como zeladora, para descobrir que o local tem a reputação de assombrado e problemático, que vai levar a garota para uma distorcida e violenta descida à loucura.

Previsão de estreia: Sem data.


5) The Invitation

O novo filme da diretora de Garota Infernal levou 4,5 caveiras do Fangoria, já ganhou o prêmio de melhor filme em Sitges e tem uma sinopse creepy as hell: Um sujeito aceita o convite de sua ex para jantar com seu novo marido (detalhe, após seu desaparecimento misterioso logo depois da morte do filho) e começa a desconfiar que eles tem terríveis intenções para com sua pessoa.

Previsão de estreia: 25/03 nos EUA e sem data no Brasil

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4) February

O Bloody Disgusting o classificou como “uma obra-prima do terror” e “um dos melhores filmes satânicos já feitos”, e o colocou como o segundo melhor filme do ano passado, quando exibido no TIFF. Tá bom para você? Com Emma Roberts (American Horror Story e Scream Queens) e Kiernan Shipka (Mad Men) no elenco, se passa em um internato de garotas onde duas jovens compartilham uma série de eventos sinistros. Mas que tem a ver com o capeta.

Previsão de estreia: sem data


3) Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2: The Enfield Poltergeist)

Vem ni mim, James Wan! Depois do excepcional Invocação do Mal, Patrick Wilson e Vera Farmiga retornam como o casal Warren, investigando mais um caso paranormal baseado em fatos reais – o mais famoso e violento acontecimento sobrenatural já relatado, só para constar – onde a mãe de uma garota que está sendo assombrada por um espírito zombeteiro precisa desesperadamente de ajuda.

Previsão de estreia: 10/06 nos EUA e 09/06 no Brasil

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2) Baskin

A première do filme turco no Midnight Madness no TIFF arrancou elogios, gerou um puta buzz e chegou-se já a um consenso que é uma incrível obra de horror. “Pega o espírito de Hellraiser de Clive Barker, preenchendo a tela com todos os tipos de imagens de pesadelo”, cravou Brad Miska do Bloody Disgusting. Uia! Na trama, um grupo de policiais inocentes passa por um alçapão para o inferno quando se deparam com uma missa negra acontecendo em um prédio abandonado.

Previsão de estreia: Sem data.


1) A Bruxa (The Witch)

Desde a exibição do seu primeiro trailer no ano passado, tá todo mundo ansioso por ver A Bruxa, já cravando que deve ser um dos melhores dos últimos tempos! Aliás, quem já viu, inclusive na própria Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, confirma isso veementemente. Uma família na Nova Inlgaterra do Século XVII se vê às voltas com bruxaria, magia negra, possessão e alguns bodes! Robert Eggers já levou o prêmio de diretor no último Festival de Sundance.

Previsão de estreia: 26/02 nos EUA e 03/03 no Brasil


Alguns outros filmes que também estamos no aguardo por estas bandas: Chamados (a terceira continuação da peripécias de Samara Morgan em sete dias, dessa vez contra o Leonard do The Big Bang Theory – 01/05 nos EUA); The Neon Demon (terror de Nicolas Winding Refn, o diretor de Bronson, Drive e Só Deus Perdoa, com Keanu Reaves, Jena Malone e Ellen Fanning – 18/08 no Brasil); Leatherface (Prequel reboot sei lá o quê com o Leatherface adolescente, só que dirigido pelos franceses Alexandre Bustillo e Julien Maury, de A Invasora e Livide – sem data de estreia); Southbound (antologia de cinco contos que seguem o destino de um grupo de viajantes tendo que confrontar seus piores pesadelos – 05/02 nos EUA) e claro, Godzilla Resurgence (a Toho voltando a produzir um filme do Lagarto Rei – 29/07 no Japão).

E dois filmes que já prometem ser bombas desde agora: A Floresta (aquele sobre a floresta do suicídio japonesa com a Natalie Dormer – 08/01 nos EUA) e 31, afinal, é dirigido pelo Rob Zombie… (que sequer foi liberado pelo MPAA, tomando um NC-17, mas será exibido em Sundance no dia 23/01).



Veja o primeiro teaser de Invocação do Mal 2

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Novo filme de James Wan traz o casal Warren investigando outro caso sobrenatural. Estreia está marcada para o dia 09 de junho no Brasil


Saiu o primeiro teaser de Invocação do Mal 2, sequência do sucesso de terror de 2013, do diretor James Wan, e um dos filmes mais aguardados desse 2016, entrando até no nosso TOPE NOVE.

Confira o vídeo aí embaixo. A estreia está prevista para dia 09 de junho aqui no Brasil.

Vera Farmiga, Patrick Wilson, Simon McBurney e Frances O’Connor estrelam o longa, que trará uma nova investigação paranormal do casal Lorraine (Farmiga) e Ed Warren (Wilson), onde a mãe de uma garota que está sendo assombrada precisa desesperadamente de ajuda. O roteiro é co-escrito por Wan, Chad e Carey Hayes, com revisões de David Leslie Johnson.


Contos da Cripta de volta por M. Night Shyamalan

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TNT encomendou um novo bloco de duas horas de terror, com curadoria do diretor indiano, revivendo a antologia televisiva inspirada pelas HQs da EC Comics


Quem aqui não se lembra do Coveiro, na sensacional série da HBO, Contos da Cripta, inspirada pelos quadrinhos dos anos 50 da EC Comics, exibida na TV americana de 1989 a 1996, e que ainda deu origem a dois longa metragens?

Quer saber a boa nova? Segundo o TheWrap, a TNT planeja a volta do programa, em um bloco de duas horas dedicado ao terror, com curadoria de ninguém menos de M. Night Shyamalan, diretor de O Sexto Sentido, que recentemente voltou ao gênero (e a forma) com o found footage A Visita.

O segmento “Tales From the Crypt”, dentro desse bloco, será baseado na série original e trará novas histórias, todas com produção executiva de Shyamalan e seu parceiro da Binding Edge Pictures, Ashwin Rajan.

“Eu não poderia estar mais excitado por me juntar a Kevin Reilly, Sarah Aubrey e todo o time da TNT nessa empreitada única. Fazer parte de uma marca tão adorada quanto Contos da Cripta, algo que eu cresci assistindo, e ter a chance de elever os níveis do gênero na televisão como um todo, é uma oportunidade inspiradora que eu não vejo a hora de mergulhar”

M. Night Shyamalan

A ideia é que o programa estreie na TNT gringa nesse outono (do hemisfério norte). Fique ligado que vamos contando para os fãs do horror todas as novidades!

 


Confira o trailer da série Damien

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Produção do A&E traz o Anticristo 25 anos depois depois dos eventos de A Profecia. Estreia será no dia 07 de março


Ave satani! Saiu o primeiro trailer de Damien, nova série do A&E, inspirado no clássico de Richard Donner, A Profecia, de 1976.

A ambientação se passa depois de 25 anos do desenrolar dos acontecimentos do original e contará a trajetória do Anticristo, agora um adulto, mostrando o que aconteceu com o capeta em forma de guri.

Damien Thorne é vivido por Bradley James, e o elenco ainda conta com Megalyn Echikunwoke, Barbara Hershey, Omid Abtahi e David Meunier. A produção executiva fica a cargo de Glen Mazzara.

Confira o trailer abaixo. A estreia será n dia 07 de março (não sei porque não em 06/06/16)…


As crianças dos filmes de terror atualmente

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Aproveitando o primeiro trailer da nova série Damien, que estreia em março, inspirada em A Profecia, mostrando a vida do Anticristo 25 anos depois dos acontecimentos do filme, nos perguntamos: Como estão as crianças famosas dos filmes de terror?

Você se perguntou também? Pois bem, aí vai uma galeria, ao melhor estilo “antes e depois” de alguns dos mais famosos enfant terrible do cinema de terror, nos dias de hoje.

Harvey Stephens, o Damien Thorn de A Profecia:

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Vivendo de autógrafos e consertar triciclos

Haley Joel Osment, o Cole Sear de O Sexto Sentido:

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Eu vejo comida com calorias. O tempo todo.

David Dorfman, o Aidan de O Chamado:

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Fazendo o cowboy

Falando em O Chamado, Daveigh Chase, a Samara:

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Te conquisto em sete dias!

Miko Hughes, o Gage Creed de Cemitério Maldito:

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Não é justo!

Ainda no quesito “Stephen King”, John Franklin, o Isaac de Colheita Maldita:

Bochechas de mamão macho
Bochechas de mamão macho

Drew Barrymore, a Charlie McGee de Chamas da Vingança, também do King:

Antes e depois das dorgas
Antes e depois das dorgas

Linda Blair, a Regan MacNeil de O Exorcista:

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A re-re-re-repossuída

Alex Vincent, o Andy Barclay de Brinquedo Assassino:

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Nunca ganhei bonecos de presente

Lisa e Louise Burns, as irmãs Grady de O Iluminado:

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Venha brincar com a gente…

Will Sandin, o pequeno Michael Myers de Halloween – A Noite do Terror:

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Cosplay dele mesmo

Macaulay Culkin, o Henry Evans de O Anjo Malvado

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Party Monster nível HARD!

Heather O’Rourke, a Carol Anne de Poltergeist – O Fenômeno:

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Desculpe, não resisti…

RIP Angus e David!

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Que domingo… :(

Se você achou que 2015 tinha sido pesado, nem bem 2016 começou já com duas notícias muito tristes em um único domingo:

Angus Scrimm, o Tall Man da cinesérie Fantasma e David Bowie, faleceram, respectivamente aos 89 e 69 anos.

Scrimm ficou famoso pelo papel do misterioso vilão do filme de 1979, dirigido por Don Coscarelli (que está sendo restaurado em 4K por J.J. Abrams), repetindo-o nas três continuações longas seguintes. Um quinto filme estava em planejamento, Phantasm: Ravager, onde Scrimm estava escalado para reprisar o icônico agente funerário.

Coscarelli postou em seu Twitter:

“Scrimm morreu em paz ontem à noite, rodeado de seus amigos e entes queridos. Sua atuação como O Tall Man é uma conquista extraordinária na história do cinema de horror. Ele era última das estrelas do cinema clássico de terror”.

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Já Bowie travava uma luta de mais de um ano contra o câncer e havia acabado de lançar seu último álbum de estúdio, “Blackstar”. Sua importância para o cinema de terror e fantástico foi inestimável, atuando em filmes como o cult vampiresco Fome de Viver, além de Labirinto e Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer, e presente na trilha sonora de tantos outros, como de A Marca da Pantera, de Paul Schrader.

Uma curiosidade é que alguns filmes da cinesérie Sexta-Feira 13, utilizavam o nome de músicas de Bowie como working title, para desviar atenção, como “Crystal Japan” (Sexta-Feira 13 – Parte 3), “Repetition” (Sexta-Feira 13 – Parte 5 – Um Novo Começo), “Aladdin Sane” (Sexta-Feira 13 – Parte 6 – Jason Vive) e “Birthday Bash” (Sexta-Feira 13 Parte 7 – A Matança Continua).

Foi postado na página do Facebook oficial do artista:

“David Bowie morreu em paz hoje cercado por sua família após uma corajosa batalha de 18 meses com câncer. Enquanto muitos de vocês vão compartilhar essa perda , nós pedimos que respeitem a privacidade da família durante o seu tempo de luto”.

Fica aí a homenagem do 101 Horror Movies aos dois!

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