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Channel: Marcos Brolia – 101 Horror Movies
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760 – Rota da Morte (2003)

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Dead End


2003 / França / 85 min / Direção: Jean-Baptiste Andrea, Fabrice Canepa / Roteiro: Jean-Baptiste Andrea, Fabrice Canepa / Produção: James Huth, Sonja Schillito, Gabriella Stollenwerck, Cécile Telerman; Guy Courtecuisse (Coprodutor); Yves Chevalier, James Huth (Produtores Executivos) / Elenco: Ray Wise, Lin Shaye, Mick Cain, Alexandra Holden, William Rosenfeld, Amber Smith


Filme completamente independente, de baixo orçamento, obscuro e pouquíssimo conhecido, Rota da Morte é um interessante exercício de suspense e tensão, com uma atuação primorosa de dois queridos veteranos (Ray Wise, o Leland Palmer de Twin Peaks e Lin Shaye, a Elise de Sobrenatural), mesmo que com um final bastante óbvio e batido (principalmente visto nos dias de hoje).

Os diretores Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa conseguem fazer malabarismo e entregam um filme na cara e na coragem, que levou longos seis anos para ser feito, que se passa quase exclusivamente com cinco personagens dentro de um carro o tempo todo, e ainda consegue manter a atenção do espectador em uma atmosfera verdadeiramente sombria e aterradora de uma estrada escura no meio de uma floresta.

Os Harringtons são uma típica família de classe média que estão em uma viagem de carro na véspera do Natal, quando o patriarca, Frank (Wise) resolve pegar um atalho e vai parar em uma interminável estrada que não dá a lugar nenhum, cercado por uma mata fechada e assustadora, com nenhum carro passando ou alma viva para lhes dar indicação. Os primeiros dez minutos de filme e todas as pistas jogadas até seu plot twist final já entrega o que aconteceu com os pobres diabos, mas ainda assim, dá para se divertir e se deixar levar pela experiência.

Em determinado momento da viagem, a família, já em seu processo de estresse e estafa mental, além de brigas e acusações entre eles, encontra uma mulher vestida de branco pedindo carona. Ela está emocionalmente abalada, com um ferimento na cabeça e um bebê de colo coberto por trapos. Eles resolvem dar uma carona e será o estopim para o surgimento de acontecimentos bizarros e assustadores que selará o destino trágico daquela família, caso eles não consigam sair da estrada deserta.

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Tentando encontrar quem matou Laura Palmer

Não dá para escrever tanto sobre Rota da Morte sem entregar muito dos detalhes que acabam por estragar o final, mas vale prestar atenção em todas as dicas, mesmo com a cacetada de furos no roteiro e situações inverossímeis, e principalmente, nos arquétipos da família que deveria ser perfeita, mas é disfuncional e cheio de segredos, mentiras, intrigas e traições que uma situação limítrofe como aquela irá fazer com que cuspam tudo um na cara do outro.

Frank, por exemplo, mistura o bom pai com o péssimo marido, sujeito esquentado, abusivo, agressivo, que destrata a mulher, e que poderia muito bem ser um homem dos #amigossecretos dos depoimentos do Facebook que está rolando. Já sua esposa, Laura (Shaye), tem um comportamento passivo-agressivo que irá se transformar na mais pura insanidade (e ela está ótima!) conforme os acontecidos trágicos vão se abatendo a família, e claro, tem lá seus segredinhos maculados. Há a filha mais velha, Marion (Alexandra Holden), que está grávida (só que ninguém ainda sabe) e passa por uma dúvida existencial, inclusive se continua seu relacionamento com Brad Miller (William Rosenfeld, que fez o filme com o pseudônimo de Billy Asher), também na viagem com os sogros, e o irmão mais novo babaca, Richard (Mick Cain) com seu típico comportamento de adolescente desmiolado e punheteiro, com suas piadas e provocações sem graça.

Os diretores, que depois não fizeram absolutamente mais nada com suas carreiras que pareciam promissoras, contam que a ideia para o roteiro de Rota da Morte partiu de uma famosa lenda urbana no interior da França, sobre um casal que dá carona a uma garota no meio de uma floresta escura e depois descobrem que era de uma jovem morta em um acidente de carro. Inclusive a lenda é citada no filme. Mas todas as situações bizarras que se desenrolam já dão a entender que não é apenas essa experiência cognitiva sobrenatural que será o infortúnio da família Harrington.

Rota da Morte foi lançado direto em DVD tanto nos EUA pela Lionsgate como aqui no Brasil, pela Europa, que só ganhou conhecimento mesmo pela força do boca a boca na época das locadoras. Inclusive eu tenho a cópia desse filme que ganhei de um chefe que sabia que eu gostava de filmes de terror, onde ele havia ganhado o mesmo em um amigo secreto, nunca havia tirado do plástico, mas lhe diziam que era “muito bom e elogiado”. Vale a pena assistir pela experiência, mas deixe de lado os furos do roteiro, fique ligado nas pistas e aproveite o plot twist mesmo que manjado e claro desde o começo da fita.

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A morte pede carona!


HORRORVIEW – A Visita (2015)

Hoje tem festa oficial de abertura do II Festival Boca do Inferno

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Esse blogueiro que vos escreve, que também é colaborador do site, vai discotecar, rola welcome drink e double blood mary. E a entrada é gratuita!


 

Hoje, BLACK FRIDAY, vai rolar a festa oficial de abertura do II Festival Boca do Inferno, no Alberta 3.

A comemoração será das 21h até 23h, com entrada gratuita, direito a um welcome drink para os convidados (avisa lá na entrada que você foi para o evento do festival) e double blood mary, na compra de um, você leva outro!

No som, músicas e trilhas sonoras de filmes e seriados de terror, que irei discotecar. \o/

Depois da 00h, para o mais festeiros, rola a FRENEZI com abertura da pista lá embaixo, com muito rock, indie rock e anos 80. Guitarras, baixos e baterias serão os instrumentos dominantes nesta noite. Nos toca-discos Bruno Golfette (sim, meu parça do Horrocast), Flavio Cavichioli e Flora Marchetti

VIP ATÉ 23H. Depis, nomes para frenezi.alberta@gmail.com você entra para a lista de R$ 25,00 de entrada ou R$ 50,00 de consumação. O Alberta 3 fica na Av. São Luís, 272 – República – São Paulo. Infos no evento do Facebook: https://www.facebook.com/events/525935300918350

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761 – A Vingança de Willard (2003)

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Willard


2003 / EUA / 100 min / Direção: Glen Morgan / Roteiro: Glen Morgan (baseado no livro de Stephen Gilbert) / Produção: Glen Morgan, James Wong; Richard Brener, Bill Carraro, Toby Emmerich (Produtores Executivos) / Elenco: Crispin Glover, R. Lee Ermey, Laura Harring, Jackie Burroughs, Ashlyn Gere, William S. Taylor


Sabe aquela velha e eterna discussão (principalmente dos haters) sobre os remakes e sua “necessidade”? Bom, quero só passar para dizer que A Vingança de Willard é um daqueles casos felizes (de esfregar na cara) que sua refilmagem é melhor que o original, Calafrio, filme lá de 1971.

E tenho certeza que muita gente nem sabia que a fita estrelada por um ÓTIMO (assim em letras garrafais mesmo) Crispin Glover, o outrora pai de Marty McFly, na verdade fosse um remake. E pior ainda, talvez a maioria conheça a ratazana Ben por conta da canção de Michael Jackson (aquela que DELICIOSAMENTE, assim em letras garrafais, toca na cena em que um pobre gato – chamado Scully, o que é um easter egg SENSACIONAL – é perseguido por um monte de ratos assassinos), que foi trilha sonora do filme homônimo, Ben, o Rato Assassino, exatamente a continuação de Calafrio.

Tendo até feito sucesso aqui no Brasil, passando no cinema, comercial na televisão e os diabos, A Vingança de Willard tem aí dois nomes envolvidos na direção e produção que merecem destaque, e que sempre os cito quando aparecem em algum filme resenhado no espaço desse humilde escriba: Glen Morgan e James Wong. Sempre cito porque os dois foram escritores de ótimos episódios de Arquivo X, além de produtores da série, e muita gente aqui sabe que para mim é a melhor de todos os tempos.

Os principais elementos de Calafrio e também do livro que ambos os filmes é baseado, “Ratman’s Notebook” de Stephen Gilbert, estão aqui nessa nova roupagem: Willard Stiles é um sujeito que tem uma vidinha miserável, tem de cuidar da mãe com esclerose (interpretada por Jackie Burroughs), não tem amigos, traquejo social, inabilidade com as pessoas e sofre assédio moral dos bravos do seu chefe, o Sr. Martin (R. Lee Ermey, também incrivelmente caricato como sempre), que roubara a empresa de seu pai quando o mesmo faleceu, e deixou a família sem dinheiro e com um casarão hipotecado caindo aos pedaços.

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Ratos vingando o Willard e o recruta Pyle!

Eis que Willard então descobre que seu porão está infestado de ratos e o pobre rapaz faz amizade com Sócrates, um dócil e inteligente ratinho branco e tem uma relação passivo-agressiva com Ben, a ratazana que mais parece uma capivara de tão grande (tá, exagerei) e tem um instinto assassino e maldade no olhar. O sujeito passa a treinar seu exército particular de ratos para praticar a sua vingança (hey, é o que o título do filme alardeia, não?), principalmente contra o Sr. Martin, que acaba matando Sócrates quando o loser leva o pet para passar uma tarde no escritório, sendo morto a pauladas pelo chefe (detalhe, com Ben sendo testemunha ocular e reprovando o covarde do Willard).

Tirando a atualização, orçamento maior, efeitos especiais, a inserção do humor negro e tudo mais, o grande diferencial de A Vingança de Willard é Crispin Glover. Só eu acho que ele daria um EXCELENTE CORINGA? Mas não, me chamam o Jared Leto, tsc, tsc… Enfim, o cara está ótimo, tanto nas suas atitudes vilanescas, quanto na sua histeria, covardia e choramingos da sua criação leite com pera e ovomaltino. Até sua maquiagem, com seus ângulos da face acentuados, pele com bronzeado de palmito, nariz sobressalente e olheiras ao redor dos olhos, lhe dá uma aparência sinistra, nada atrativa, nervosa e quase como um rato humano. Um detalhe bem legal para quem já assistiu o original é que o falecido pai de Willard, que aparece apenas em pinturas, é o ator Bruce Davidson, exatamente quem fez o papel de Willard em Calafrio.

Agora pense que QUINHENTOS ratos foram usados e passaram por um extensivo treinamento antes de serem colocados no set, e ainda divididos em categorias dependendo das ações que eles iriam performar. Já Ben não foi interpretado pelo rato tradicional que conhecemos, o Rattus norvegicus, e sim por um Rato Gigante da Gâmbia, o Cricetomys gambianus, que podem chegar até 1m de comprimento e 3kgs!

Acho A Vingança de Willard ótimo, divertidíssimo, curto pacas o Crispin Glover desde Sexta-Feira 13 – O Capítulo Final e taí um dos casos de um remake melhor que o original.

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EXCELENTE!

TOPE NOVE – Remakes

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Uns amam, outros odeiam. Remakes de filmes sempre são uma controvérsia a parte, e de filmes de terror e sci-fi então, nem se fale. Mas existem BOAS REFILMAGENS SIM querem os haters admitam ou não. Aqui vai um TOPE NOVE para provar para vocês de uma vez por todas!


9) A Vingança de Willard  (2003)

Crispin Glover é o CARA e fez um Willard Stiles memorável na refilmagem do obscuro Calafrio, onde um sujeito filhinho da mamãe e LOSER até umas horas faz amizade com um bando de ratos.

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Sobre homens e ratos

8) A Bolha Assassina (1988)

O clássico do sci-fi com Steve McQueen de 1958 ganhou uma versão atualizada trinta anos depois do seu lançamento, que não deixa nada devendo ao original e com efeitos especiais e gore do jeito que a gente gosta!

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QUEM JOGOU ESSE BUBBALOO EM MIM?

7) Maníaco (2012)

Você consegue imaginar o angelical Elijah Wood como um pervertido assassino psicopata? Eu também não, até ver o remake do slasher oitentista de William Lustig, produzido pelo francês doido Alexandre Aja.

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Melhor que uma folha de Longbottom!

6) Viagem Maldita (2006)

Quadrilha de Sádicos de Wes Craven é um PUTA clássico. Mas nem por isso, mais uma vez Alexandre Aja deixa de entregar uma remake brutal, violento, com baldes de sangue derramado, que para mim é melhor que o original #prontofalei!

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Na cara não, para não estragar o funeral

5) O Chamado (2002)

Não supera Ring – O Chamado de Hideo Nakata e muito menos a Sadako saindo da televisão, mas a versão americana de Gore Verbinski estrelado por Naomi Watts é climática, assustadora e com uma fotografia impecável, fora que fez uma geração inteira se cagar de medo.

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Já usei a legenda: “TV 3D”?

4) Os Invasores de Corpos (1978)

Outro grande clássico do sci-fi de todos os tempos, Vampiros de Almas, auge da alegoria da paranoia comunista, ganhou uma refilmagem decentíssima nas mãos do diretor Phillip Kaufman, que também, me desculpem os puritanos,  supera o original.

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VOCÊÊÊÊÊÊÊÊÊ!

3) A Mosca (1986)

Um sci-fi B dos anos 50 estrelado por Vincent Price se transforma num festival de nojeira escatológica memorável com o “Rei do Terror Venéro”, David Cronenberg por trás das lentes. Tenha medo, tenha muito medo!

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Com a pulga atrás da orelha!

2) A Noite dos Mortos-Vivos (1990)

Sim, o original de George A. Romero é imbatível, mas Tom Savini mandou MUITO BEM nessa nova versão, atualizando o longa e suas críticas sociais para a década de 90 e primando por uma maquiagem excelente e realista em seus mortos-vivos.

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Na micareta!

1) O Enigma de Outro Mundo (1982)

FILMAÇO em letras garrafais! O mestre John Carpenter pegou outro sci-fi B dos anos 50, O Monstro do Ártico, mais uma alegoria da paranoia comunista, para fazer um filme claustrofóbico, gore, nojento e DO MAL.

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Estou com um buraco no lugar do estômago!

762 – Calvaire (2004)

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Calvaire / The Ordeal


2004 / Bélgica, França, Luxemburgo / 88 min / Direção: Fabrice Du Welz / Roteiro: Fabrice Du Welz, Romain Protat / Produção: Michael Gentile, Eddy Géradon-Luyckx, Vincent Tavier; Phillippe Kauffmann, Guillaume Malandrin, Donato Rotunno (Produtores Associados) / Elenco: Laurent Lucas, Brigitte Lahale, Gigi Coursigny, Jean-Luc Couchard, Jackie Berroyer, Phillippe Nahon, Phillippe Grand’Henry


Calvário é o nome dado à colina na qual Jesus foi crucificado, porém informalmente ganhou o significado de martírio, sofrimento, também por conta desse subtexto religioso embutido na expressão. E sofrimento, ao extremo, é exatamente o que passa Marc Stevens, o personagem de Laurent Lucas, em Calvaire.

Produção belga-francesa, definitivamente esse é um daqueles filmes brutais, violentos, psicóticos, nada convencionais e de dar um verdadeiro mal estar no estômago na melhor escola do new french extremity, ainda dando seus primeiros passos no começo do século XXI, onde, até o final da década, seriamos agraciados com a demência do cinema de terror francês.

A obra do diretor Fabrice Du Welz em nenhum momento tenta flertar com o cinema mainstream, recheando o longa de situações bizarras e de violência e crueldade ímpar ao ser humano (isso quando o torture porn ainda engatinhava), personagens insanos sem pé nem cabeça e um terror que você sente na pele, que ao primeiro momento poderia descambar para o clichê, mas em seu lugar, é entregue um filme retardado e angustiante.

Marc é um cantor decadente que vive se apresentando em deprimentes asilos, e nas vésperas do Natal, sua van quebra em uma noite chuvosa no meio da floresta. Com o veículo quebrado, um sujeito esquisitíssimo chamado Boris (Jean-Luc Couchard) bate em seu vidro perguntando se alguém tinha visto seu cachorro perdido, e indica a Marc uma pousada ali perto, gerida pelo simpático Bartel (Jackie Berroyer), um comediante aposentado que fica absurdamente feliz com a presença de um outro artista em seu recinto, e que com isso, irá acalentar seus dias tristes, enquanto procura um mecânico para arrumar sua van.

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Passa a zero aí!

Você pode logo de cara pensar: eu já conheço essa história! Só que não meu caro leitor, ou leitora. Esqueça os convencionalismos básicos de um roteiro do horror moderno porque a vida do pobre Marc vai virar um verdadeiro inferno e vamos ser testemunhas passivas, boquiabertas e amedrontadas, do seu infortúnio e do real medo da natureza humana.

Tu não vai fazer a menor ideia que esse Bartel é um sujeito com TODOS OS PARAFUSOS FROUXOS, que irá sequestrar Marc após vandalizar seu veículo, irá amarrá-lo em uma cadeira, raspar seu cabelo e metê-lo num vestido florido, decretando que dali em diante ele será um cosplay de sua esposa, Gloria, mulher infiel que o abandonara certa noite.

O maluco vai comer o pão que o diabo amassou, sendo espancado, torturado e até crucificado! E não é só Bartel, ou Boris – que certo momento vai retornar com um bezerro jurando que era seu cachorro desaparecido (!!!!) – que não regulam bem naquele vilarejo ermo. Toda a população é das mais esquisitas.

Uma cena é emblemática, quando Bartel vai até um bar dizendo que sua “Gloria” voltou e que ninguém deveria tocar nela, recusando-se a acreditar que ela deu para todo homem naquela cidadela. Ao ameaça-lo e ir embora, um outro doido senta ao piano, e começa a tocar uma polca que um bando de homenzarrões barbudos começam a dançar. É BIZARRO! E todos irão sentir uma necessidade animalesca de estar perto de Marc, e de possuí-lo.

Bom, contar mais sobre Calvaire irá estragar a insanidade, o estresse psicológico e o banho de sangue de seu terceiro ato. Só digo que é daqueles filmes para assistir preparado para se sentir estupefato com tamanha energia pulsante de loucura que Du Welz emana de cada cena, assim como toda a atmosfera e fotografia lúgubre que ele imprime, para chegar a uma explosão demente de sentir pena do pobre cantor até o final, que pode não parecer tão pessimista a priori, mas é de um niilismo assustador, onde Marc enfrenta seu próprio calvário, até mesmo em simbolismo religioso geográfico nos últimos momentos, e que com certeza te deixará um gosto amargo na boca quando os créditos subirem. Afinal, já dizia Goya, o sono da razão produz monstros!

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Cada um carrega a cruz que pode!


763 – A Casa dos Pássaros Mortos (2004)

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Dead Birds


2004 / EUA / 91 min  / Direção: Alex Turner / Roteiro: Simon Barrett / Produção: David Hillary, Timothy Wayne Peternel, Ash R. Shah; Simon Barrett, Jim Bustfield, Isaiah Washington (Coprodutores); Laura Warner, Douglas Wroan (Produtores Associados); D. Scott Lumpkin (Coprodutor Executivo); Barry Brooker, Sundip R. Shah (Produtores Executivos) / Elenco: Henry Thomas, Patrick Fugit, Nicki Aycox, Michael Shannon, Muse Watson, Mark Boone Junior, Isaiah Washington


Taí um dos melhores (e subestimados) filmes da década passada. Lembro até hoje da surpresa extremamente positiva, climática e assustadora de assistir A Casa dos Pássaros Mortos pela primeira vez. E sempre refutei que era um FILMAÇO do gênero sobrenatural.

Principalmente pela originalidade do roteiro, que mesmo com muitos elementos clichês, consegue se destacar na multidão das produções do cinema de horror, principalmente naquela metade dos anos 2000. “Culpa” de um novato Simon Barrett, roteirista do longa, que despontou depois de A Casa dos Pássaros Mortos e hoje é daqueles nomes essenciais do novo cinema indie de horror americano, o chamado mumblegore, tendo escrito os ótimos A Horrible Way To Day, Você é o Próximo e o primeiro e segundo V/H/S/.

Fora isso, outra força motora do filme dirigido por Alex Turner, é sua atmosfera horripilante, passado em uma casa isolada no meio de um milharal durante uma noite de tempestade, e sua ambientação, situado durante a Guerra Civil Americana.

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Os seis odiados

Um grupo de soldados confederados desertores, formado por William (Henry Thomas), seu irmão, Sam (Patrick Fugit), sua namorada, Annabelle (Nicki Aycox), o escravo liberto, Todd (Isaiah Washington), e mais Clyde (Michael “General Zod” Shannnon) e Joseph (Mark Boone Junior), assalta um banco e se escondem em uma plantação abandonada, esperando a partilha do ouro e conseguir fugir para o México na manhã seguinte. A ganância será a perdição de todos eles.

O que eles não fazem a menor ideia, e irão descobrir da pior forma, é que o local é assombrado, uma vez que seu antigo proprietário, ao perder a esposa para a tuberculose, resolve fazer um ritual satânico para tentar ressuscitá-la, por meio de sacrifício dos escravos, o que claro, vai dar merda e acaba despertando uma maligna força das trevas que possuiu as suas crianças e transformará aquele casarão em uma residência maldita. E o próprio dono acabou pagando por suas heresias, sendo crucificado como um espantalho no meio do milharal.

O bando fora de lei que resolveu passar a noite por ali passará a ser visitado por aparições fantasmagóricas de crianças (daquelas que dão medo de verdade) com olhos e bocas costuradas ou com longos maxilares negros e com dentes pontiagudos e buracos na cavidade ocular e criaturas estranhas e amorfas, sem pele, como avistada logo ao chegar no recinto. Um a um, eles começam a sentir o peso daquela atmosfera tétrica do local, sendo levados as raias da loucura e atacados pelos espíritos e entidades malignas ali presentes em busca de novas almas para o sacrifício, até seu final, daqueles bem pessimistas do jeito que a gente bem curte.

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Colheita Maldita!

A Casa dos Pássaros Mortos é um típico terror de época, totalmente slow-burner, com sua fotografia escura, envelhecida e saturada que cria uma excelente atmosfera de terror, o que é cada vez mais raro no imediatista e intenso cinema de horror da nova década, sem apelar para sustos fáceis, mas pronto para fazer o espectador pular da cadeira quando preciso, muito naquele momento inspirado pela estrutura do J-Horror que vinha em avalanche, mas com um toque yankee.

Vale muito pela inventividade do roteiro de Barrett, deixando algumas coisas no ar e não se prendendo a explicações didáticas e pontuais durante todo o longa, e a capacidade em transformar um plot que poderia soar dos mais batidos, em algo original, principalmente em trabalhar ao seu tempo, algo que claramente vai dar ruim, e que descarrilha para seu final niilista (e mais uma vez sobre os perigos da ganância) e sua conclusão em aberto.

Filmado em apenas 21 dias e com um orçamento merreca de 1,5 milhões de dólares, A Casa dos Pássaros Mortos foi lançado direto em DVD, sem muito estardalhaço (por um daqueles milagres chegou aqui ao Brasil), gerou um baita buzz em seu lançamento, ganhou força no boca a boca, e mesmo após uma revisitada tanto tempo depois, ainda mantém a sua força e para mim, continua figurando entre os melhores daquele período.

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Bú!


HORRORVIEW – O Presente (2015)


764 – El Habitante Incierto (2004)

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El Habitante Incierto / The Uninvited Guest


2004 / Espanha / 90 min / Direção: Guillem Morales / Roteiro: Guillem Morales / Produção: Joaquín Padró, Mar Targarona / Elenco: Andoni Gracia, Mónica López, Francesc Garrido, Agustí Villaronga, Minnie Marx


 

O cinema espanhol sempre é digno de nota, principalmente, tratando-se dos gêneros terror, suspense e fantástico, ainda com a guinada de suas produções a partir da década passada. El Habitante Incierto, filme desprezado de acordo por nossas “ótimas” distribuidoras brasileiras, é um desses mais felizes exemplos.

Suspense com S maiúsculo, o longa do diretor Guillem Morales evoca todos os ensinamentos de Alfred Hitchcock e Roman Polansky para apresentar uma trama simples que mistura paranoia, claustrofobia e voyeurismo, executada de forma perfeita, em suas duas metades completamente distintas, até seu desfecho pessimista soco no estômago.

Félix, interpretado por Andoni Gracia é um arquiteto que se separou de sua mulher, Vera (Mónica López) e mora sozinho em uma grade casa, projetada por ele, repleta de cômodos. Desde então, o sujeito já vive certo clima de solidão, tristeza e paranoia por ficar sozinho naquele local tão grande. Até que certa noite, um estranho bate em sua porta, pedindo para usar o telefone, pois a cabine em frente a residência não está funcionando.

Félix aceita ajudar o sujeito, e no curto espaço de tempo que ele vai até a cozinha e volta, ele desapareceu. Esse é o gancho para que Félix tenha a certeza absoluta que o estranho continua dentro de sua casa, se esgueirando por cantos escuros, cômodos, porão, sótão e todos os locais, espionando a sua vida, o que vai fazer com que ele vá as raias da loucura e fique completamente paranoico, a ponto de chegar até a machucar fisicamente Vera com uma faca.

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Cadê o sujeito que estava aqui?

Essa é a primeira metade do filme, que vai sendo levada num suspense crescente, daqueles tensos de roer as unhas. Certa noite, Félix acaba alvejando o habitante incerto com um tiro, e deixa-o trancado na sua casa, fugindo do local. Por um golpe de sorte (daqueles enfiados milimetricamente no roteiro de forma tosca) ele descobre onde o sujeito mora, após fazer um retrato falado do mesmo, e resolve invadir a sua casa.

Lá ele descobre que ele se chamava Martín e era casado com uma paraplégica, Claudia (também interpretada por López), paralisada da cintura para baixo e que se locomove por meio de uma cadeira de rodas. Esse é o momento que o filme da uma guinada em 360º e Félix passa então a fazer a vez do habitante incerto, se esgueirando pela casa de Claudia, observando-a em diversas situações, mudando inclusive o tom do longa, mais puxado para a comédia e o drama.

Morales foi indicado ao Goya na categoria Melhor Novo Diretor, com todas as honras, uma vez sua direção é precisa, prende a atenção do espectador, trabalhando muito bem o suspense, enquanto escancara a angustia de Félix, tanto pela situação desconcertante e paranoica como pela sua relação com a ex-esposa, travando uma feroz batalha contra a sanidade, com os elementos de comédia de situação e o drama, mesmo sujeito aos furos de roteiros e escorregadas em sua parte final.

O grande lance de El Habitante Incierto é essa inversão de valores, de por que diabos que Félix, que já estava bem pirado das ideias e que viveu na pele essa estranha sensação de perseguição, voyeurismo e desconforto, resolveu experimentar a experiência, chegando a desenvolver até uma relação rotineira com Claudia e se apaixonar por ela, até seus momentos finais, onde mais uma vez o nível de adrenalina sobe e teremos uma daquelas revelações que vai te deixar de queixo caído, espantado ou provocar uma risada nervosa (que foi meu caso).

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PARANÓÓÓÓÓÓÓIA


765 – Espíritos – A Morte Está ao seu Lado (2004)

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ชัตเตอร์ กดติดวิญญาณ / Shutter


2004 / Tailândia / 97 min / Direção: Banjong Pisanthanakun, Parkpoom Wongpoom / Roteiro: Banjong Pisanthanakun, Sopon Sukdapisit, Parkpoom Wongpoom / Produção: Yodphet Sudsawad (Produtor Executivo) / Elenco: Ananda Everingham, Natthaweeranuch Thongmee, Achita Sikamana, Unnop Chanpaibool


 A produção tailandesa Espíritos – A Morte Está ao seu Lado (e esse subtítulo, hein???), é uma das melhores do ciclo de filmes asiáticos de terror. Apesar de possuir algumas diferenças do tradicional J-Horror, como aparições mais bruscas do fantasma ao estilo jump scare, um pouco mais próxima da linguagem ocidental e trilha sonora mais impactante e exagerada, ainda assim traz o velho e conhecido espírito vingativo com longos cabelos negros e o final mais criativo e apavorante dessa safra.

Um dos pontos mais interessantes de Espíritos (me recuso a ficar toda hora escrevendo o subtítulo extenso) é a ideia da fotografia de espíritos. Desde que a fotografia foi inventada por Joseph Niépce em 1826, um dos fenômenos mais aterrorizantes é a tal captação de fantasmas e pessoas mortas em fotografias. Sabe aquelas que têm um rosto estranho ou um vulto esquisito onde não deveria haver e que mete um baita medo nos impressionáveis? Esse é o principal argumento que move a produção.

Outro ponto interessante é a pura e simples nostalgia. O filme foi lançado em 2004, quando quase todo mundo já tinha uma câmera digital, mesmo que das mais simples. Hoje em dia, as câmeras digitais amadoras e profissionais tem uma resolução astronômica, as impressoras são capazes de imprimir fotos com uma alta qualidade e os smartphones e instagrams da vida fizeram com que todo mundo virasse “fotógrafo”. Mas no filme, todas as fotos são reveladas naquele velho e conhecido processo manual de mistura química e uma sala escura, ou levadas para um tiozinho que tem uma loja para fazer revelação. Hoje em dia isso é algo tão extinto quando a videolocadora ou os dodôs. Mas era uma barato você não saber como ficaram suas fotos até ir buscá-la no outro dia dentro de um daqueles pacotes verdes da Fujifilm ou amarelos da Kodak. Ou seja, hoje em dia nem dá para você encontrar mais fantasmas em fotos!

Sangue no zóio! E no lábio!

Enfim, tudo isso para dizer que Tun é um fotógrafo profissional, e no começo do filme ele está com mais três amigos e a namorada Jane celebrando o casamento de um deles. Ao voltar para casa, o casal se envolve em um acidente de carro, atropelando uma pessoa que passava pela rua escura. Sem prestar socorro à vítima, os dois partem em fuga. A partir daí coisas estranhas começam a acontecer. As fotos de Tun na universidade começam a sair borradas, com um vulto branco que ele acredita ser defeito da máquina. Mas então uma maligna presença começa a atormentá-los. Inicialmente Jane acredita que se trata da garota atropelada, porém eles descobrem que não houve vítima fatal no acidente.

Enquanto isso, Tun começa a ser atingido por uma crônica dor no pescoço e no ombro, algo que segundo ele faz tempo que o incomodava, mas depois do acidente pioraram os sintomas. Tentando descobrir o que significava aquela presença sinistra nas revelações, eles vão até uma editora que publica revistas de fotos de fantasmas. Ao chegar lá, descobrem que a maioria delas é falsa, conseguidas através de efeitos no Photoshop. Porém segundo o editor, algumas são verdadeiras, como é o caso das fotos da Polaroid, que são impossíveis de serem falsificadas. E ele ainda dá a deixa, de que talvez os espíritos nas fotos venham para tentar dizer alguma coisa para aqueles que amam, ou que lhe fizeram um mal.

É aí que entra o implacável espírito vingativo oriental. Sabe aquela coisa de “voltar para puxar o pé”? É mais ou menos isso que acontece, mas digamos que seja algo relacionado a outra extremidade do corpo. Enfim, Tun e Jane descobrem que seus três amigos, aqueles mesmos do começo do filme, se suicidaram e revela-se a trama: eles estavam envolvidos no desaparecimento misterioso de uma antiga namorada de Tun, Natre, que era uma esquisita estudante de química pelo qual ele se apaixonou, relacionamento esse reprovado e motivo de chacota dos amigos, por isso era praticado às escondidas. Após ele romper com a garota, ela cometeu o suicídio.

Vai um salonpas, aí?

Apesar de nessa altura do campeonato até parecer um filme clichê já que o terror oriental começava a perder sua força e entregar produções que eram sempre uma variação do mesmo tema, Espíritos tem muitos méritos por ser uma das mais assustadoras do gênero. Você mal consegue respirar quando o filme começa a emendar sessões de susto uma após a outra, de uma forma bem mais frenética, diferente do que vínhamos vendo até então nas narrativas mais estendidas e sóbrias como em Ring – O Chamado e Ju-On – O Grito, por exemplo. E quando chega no terceiro ato e você pensa que está tudo resolvido… BANG! Aí sim, somos surpreendidos novamente com a reviravolta no final.

Parágrafo de SPOILER. Leia por sua conta e risco ou pule imediatamente para o próximo. Após achar que todos os problemas terminaram quando o corpo de Natre foi cremado em uma cerimônia budista, eis que Jane encontra os negativos que revelam o motivo da fúria do fantasma contra Tun e seus amigos. Certa noite, eles entram bêbados no laboratório de química e estupram a garota, com Tun como cúmplice e testemunha ocular, ainda tirando as fotos do ato. E como se não bastasse, o espectador fica boquiaberto ao descobrir o real e apavorante motivo da dor nas costas do fotógrafo: o espírito atormentado de Natre está sentada em cima seus ombros!!!! É simplesmente do caralho. E a última cena do filme, antes dos créditos, é fantástica.

Espíritos foi um grande sucesso de bilheteria em seu país natal, e fez um relativo sucesso aqui no Brasil também. Tanto que de todos esses filmes orientais postados até agora, esse foi o primeiro que estreou em circuito comercial, distribuído pela Playarte. Claro que eu estava lá para assistir na telona. A Playarte fez até um trabalho bem decente de divulgação, principalmente com um assustador trailer que vai mostrando as fotografias dos espíritos, chamada na televisão, banners na internet e tudo mais. Só que tudo isso com dois anos de atraso. Mas claro que esse lançamento comercial só foi possível porque já estávamos habituados às refilmagens de J-Horror como O Chamado, O Grito e Água Negra, dirigido pelo brasileiro Walter Salles, e seus originais que vinham sendo lançados direto em DVD por aqui. Falando em refilmagem, não preciso nem dizer que Espíritos também teve sua versão americana, lançada em 2008 com o nome de Imagens do Além. Também nem preciso falar se ficou boa ou não, certo?

Peekaboo!!!

 

 


TOPE NOVE – Filmes asiáticos

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Não é só de J-Horror que vive o terror asiático, não. Já fizemos aqui um TOPE NOVE das mais assustadoras produções vindo da Terra do Sol Nascente. Agora, é a vez dos melhores longas que saíram dos países vizinhos para apavorar e impressionar os pobres ocidentais!


9) 13 Desafios (2006)

Sabe aquele pior dia da sua vida? Não é nada comparado ao de Pusit, que depois de perder o trampo e atolado em dívidas, recebe um telefonema onde precisa completar trezes “simples” tarefas para ganhar uma bolada

Cuidado com o balaústre

8) Rigor Mortis (2013)

Coproduzido por Takashi Miike e uma homenagem aos filmes chineses de vampiros dos 80’s, um ator decadente se muda para um prédio em Hong Kong e descobrir que seus vizinhos são vampiros, zumbis e fantasmas. Daqueles deliciosos filmes asiáticos pirados sem pé ne cabeça!

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Fungada no cangote!

7) Fantasmas de Guerra (2004)

Durante a II Guerra Mundial, uma base coreana recebe uma transmissão de rádio de uma equipe desaparecida, dada como morta, e um pelotão é enviado para seu resgate, num local outrora sagrado para os vietnamitas e onde rolou um massacre há 100 anos.

Carrie?

6) Eu Vi o Diabo (2010)

Um agente especial parte em uma insana busca contra um serial killer sádico que matou sua noiva. Mas a morte é muito pouco (segundo ele) e ele prefere colocar em prática uma sangrenta e violenta vingança, mesmo que ela mate a alma e envenene.

TOMA! TOMA! TOMA! TOMA! (ad infinitum)

5) Sede de Sangue (2009)

Um sujeito era um padre, morre após se voluntariar como cobaia de uma vacina contra um vírus mortal, recebe uma transfusão de sangue que o ressuscita e o transforma em um vampiro, tendo de viver o dilema entre o desejo carnal e vital de sangue e sua fé. Tá bom para você?

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Falei pra não comer aquela azeitona da empada…

4) O Hospedeiro (2006)

O melhor filme de monstro do século XXI! Uma criatura mutante gigantesca emerge de um rio em Seul depois de ser jogada pelo ralo. O cara mais loser do pedaço terá de encarar o monstrengão para tentar resgatar sua família dos seus terríveis tentáculos

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Chega junto!

3) The Eye: A Herança (2002)

Uma moça cega recebe um transplante de córnea e passa a enxergar não só nosso plano, mas também os espíritos que vivem a nosso redor. Nunca mais entrei tranquilo em um elevador depois desse filme!

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Dhalsim

2) Medo (2003)

Duas irmãs gêmeas voltam para a casa depois de uma temporada no hospital psiquiátrico, tendo que lidar com uma madrasta bruaca, um pai ausente e ainda por cima, alguns distúrbios sobrenaturais. Poético, e com um plot twist de dar gosto!

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LIMPA aquela sujeira embaixo da pia!

1) Espíritos – A Morte Está ao Seu Lado (2004)

Esse é de cagar nas calças de medo! Um fotógrafo e sua namorada descobrem manifestações espirituais em suas fotografias após atropelarem uma garota. Da forma “mais pesada” ele vai descobrir que não se pode fugir do seu passado.

Tia, dá UM REAL?
Tia, dá um REAL?

TOPE NOVE – Mortes de Chucky

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Ele é nosso infame boneco assassino possuído pelo espírito de um macumbeiro preferido. Aí vai nosso TOPE NOVE com as mortes promovidas pelo serial killer de plástico, politicamente incorreto e cheio de humor negro, que também é esposo e pai de família.

E antes que me perguntem, a morte de John Waters em O Filho de Chucky foi obra de sua prole, então tecnicamente não entra no ranking!


9) Sra. Kettlewell em Brinquedo Assassino 2 (1990)

Mão à palmatória!

8) Dr. Ardmore em Brinquedo Assassino (1988)

Terapia de choque

7) Sargento Botnick em Brinquedo Assassino 3 (1991)

Fígaro!

6) Ian em A Maldição de Chucky (2013)

De cair o queixo!

5) Tiffany em A Noiva de Chucky (1998)

A TV mata!

4) Xerife Warren Kincaid em A Noiva de Chucky (1998)

Maldito Pinhead! Não, pera…

3) Funcionário da Fábrica Bonzinho em Brinquedo Assassino 2 (1990)

Falcon olhos de águia

2) Tony Gardner em O Filho de Chucky (2004)

Cabeças vão rolar!

1) Britney Spears em O Filho de Chucky (2004)

Ooops, I did it again…

 

 

 

 

 

 

 


766 – Exorcista – O Início (2004)

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Exorcist – The Beginning

2004 / EUA / 114 min / Direção: Renny Harlin / Roteiro: Alexi Hawley (William Wisher Jr., Caleb Carr – história) / Produção: James G. Robinson; Wayne Morris (Coprodutor); Guy McElwaine, David C. Robinson (Produtores Executivos) / Elenco: Stellan Skarsgård, Izabella Scorupco, James D’Arcy, Remy Sweeney, Julian Wadham, Andrew French, Ralph Brown


Não há quantidades de caracteres para escrever o quanto Exorcista – O Início é uma porcaria. Então resolvi fazer um pouco aqui diferente nesse post e escrever um versus da versão de Renny Harlim, com o original concebido por Paul Schrader, que depois foi lançado como Domínio: Prequela de O Exorcista, que é OUTRO filme.

Pois bem, o que rolou foi que a Paul Schrader, aka o roteirista de Taxi Driver, Operação Yakuza e Touro Indomável, e diretor de A Marca da Pantera e Gigolô Americano, inicialmente seria o diretor de Exorcista – O Início, escrito por William Wisher Jr. e Caleb Carr. Tarefa dureza, uma vez que sabemos que O Exorcista é um dos suprassumos do terror, o segundo filme é das maiores bombas da história e o terceiro sofreu diabos (perdão pelo trocadilho) na mão dos produtores e saiu aquele menosprezado remendo.

Depois de trinta anos do lançamento do original de William Friedkin, Schrader queria voltar ao terror psicológico e deixar as papagaiadas de lado, entregando muito mais um thriller psicológico, artsy, metafísico, sobre horror implícito. Ao entregar essa versão com esse approach para os engravatados da Morgan Creek, ele tomou um gigantesco NÃO na fuça, uma vez que um filme como aquele seria “comercialmente invendável”.

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Templo da perdiçãi

Na lata me lembrou o caso de Mario Bava com seu Lisa e o Diabo que virou A Casa do Exorcismo, quando Alfredo Leone forçou o mestre italiano a abandonar a sua abordagem lírica e empírica e enxertando cenas adicionais para pegar carona no sucesso de O Exorcista. Ele usou essa mesma “desculpa”.

A decisão dos produtores foi fazer uma extensa revisão de script, entregando a história nas mãos de Alexi Hawley, e praticamente refilmá-lo por completo, com uma nova trama, novos atores, e claro, óbvio, lógico, uma mulher possuída pelo Pazuzu, falando com voz gutural e todas aquelas coisas básicas que vem no pacote do subgênero. Schrader perdeu o posto na cadeira de diretor e a fita foi dada para Renny Harlim.

Dá vontade de dar um tiro na cabeça vendo Exorcista – O Início. A premissa é interessantíssima, mostrando a juventude do padre Lankester Merrin (Stellan Skarsgård), – apesar de um erro cronológico gritante quanto a idade do pároco – logo após abandonar a batina depois de um trágico incidente em sua paróquia na Holanda durante a ocupação nazista na II Guerra Mundial, e resolver virar o Indiana Jones e se tornar arqueólogo. Você sabe né, que Merrin e Pazuzu já haviam se encontrado em algum momento da vida, uma vez que isso fica claro tanto no filme quanto no livro de William Peter Blaty. Ninguém imaginava que seria algo tão tosco e deprimente.

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Encoxado por Pazuzu

Exagerado ao extremo, com um desbunde de CGI porco (o que são aquelas hienas, pelamor), furos no roteiro que parecem crateras lunares (que foi reescrito e com vários elementos enxertados de última hora, além do dedo dos produtores, então não dava para sair nada nem maomeno dali), erros históricos, lapsos de continuidade, anacronismos, e por aí vai, Exorcista – O Início é uma afront que culmina da pior forma possível naquela patética cena da caverna com Merrin enfrentando a Dra. Sarah (Izabella Scorupco) com o Cramulhão no corpo. Só quero frisar a cena em que ela sai correndo, cabelos esvoaçantes parecendo comercial da Seda, com a sua linguinha pra fora de um lado par ao outro… Só isso basta.

Pois bem, o longa foi um fracasso colossal nas bilheterias e despertou ira de público e crítica, principalmente nos debates nos fóruns na Internet, mídia especializada e comunidade do Orkut (tipo a saudosa Trash, Gore e Terror em Geral) sobre a existência de uma versão classuda e atmosférica de Schrader que subiu no telhado.

Todo mundo queria ver a diferença entre o que seria concebido originalmente e aquela bomba que chegou aos cinemas, esbanjando um orçamento de 50 milhões de doletas e faturando “só” 41 milhões nos EUA (e depois mais 36 no resto do mundo, mas somando todos os gastos, publicidade, etc, etc, o filme ficou no prejuízo). Fora o tanto de reviews negativos.

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Yoga fire!

Originalmente a versão de Schrader deveria ser lançada como um bônus no DVD de Exorcista – O Início, mas eis que os engravatados em suas salas com ar-condicionado demoveram da ideia depois da situação vexatória e autorizaram Schrader a terminar o seu filme e exibi-lo em alguns festivais assim como um pequeno lançamento nos cinemas, dando-lhe um novo título: Domínio: Prequela de O Exorcista. A data que os amigos da onça marcaram foi 20 de maio de 2005, o mesmo de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, o único que presta daquela nova trilogia bomba do Lucas e que traria a tão esperada origem do Darth Vader.

Claramente tu percebe que Schrader não recebeu dinheiro nem para publicidade do filme e nem para produção musical. Ele só teve 35 mil dólares para efeitos visuais e pós-produção, o que fica bem nítido a qualidade inconstante do áudio e a pobre computação gráfica utilizada. Com certeza isso impacta no andamento e resultado final de Domínio.

O grande problema, a meu ver, é que todo mundo foi com muita sede ao pote assisti-lo, depois da vergonha alheia que passou ao encarar O Início. E convenhamos, Domínio é chato para cacete! Ele pode não sofrer da crise de identidade e de megalomania do seu irmão, mas também não assusta, não envolve e nem tem tooooooda essa atmosfera assim. Apesar de ter sido elogiado pelo próprio William Peter Blaty e pelos Roger Egbert da vida.

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Os caçadores do capeta perdido

Ele é inteligente, explica algumas passagens e pontas soltas (por exemplo, como realmente foi a cena de execução dos judeus que fez com que Merrin se afastasse da batina, e deixa implícita a história da igreja construída sobre o local de profanação, sem inventar baboseiras de que ali seria o ponto que Lúcifer caíra na Terra depois da Guerra nos Céus) mas ainda assim é entediante ao extremo, e praticamente NADA acontece. Decepciona, Menos, mas decepciona.

Seu final, apesar de não ter aquela parafernália de O Início, e ser um embate muito mais psicológico, verborrágico entre o padre de fé renovada e o possuído da vez (como deveria ser O Exorcista III também, sem o dedo dos produtores), ainda mantém a mesma panfletagem carola. E não era de se esperar que fosse diferente, uma vez que sabemos que Merrin voltou a usar a estola e o crucifixo, tanto que foi chamado para ajudar o padre Karras a tirar o capeta de Regan.

Conclusão: se tiver que escolher entre assistir Exorcista – O Início ou Domínio: Prequela de O Exorcista, coloque o DVD ou Blu-Ray do original mais uma vez e dê o play, vá (re)ler o livro de Blatty.

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Sai, diaba!

 


 


767 – O Filho de Chucky (2004)

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Seed of Chucky


2004 / EUA, Reino Unido, Romênia / 87 min / Direção: Don Mancini / Roteiro: Don Mancini / Produção: David Kirschner, Corey Sienega; Guy J. Louthan, Laura Moskowitz, Vlad Paunescu (Coprodutor); Guy J. Louthan (Produtor Executivo) / Elenco: Brad Dourif, Jennifer Tilly, Billy Boyd, Redman, Hannah Spearritt, John Waters


Na boa, haters gonna hate, mas O Filho de Chucky é o melhor da série do boneco assassino. Eu já elogiei diversas outras vezes aqui como Don Mancini, criador do serial killer de plástico mais infame do cinema de terror, acertou em mudar o tom em A Noiva de Chucky, deixando de se levar a sério e entregar filmes fracos e péssimos (leia-se parte 2 e 3), e partir de vez para a zueira sem limites.

Gente, estamos falando de UM FUCKIN’ BONECO QUE MATA POSSUÍDO PELO ESPÍRITO DE UM MACUMBEIRO! Tudo bem que quando Brinquedo Assassino foi lançado lá em 1989, vivíamos a galhofa e o exagero daquela década, e temos uma conta de MUITO saudosismo com o filme. Mas tu já o assististe depois de velho, né? E ainda mantem a mesma opinião de quando pivete? Creio que não.

O Filho de Chucky é SIMPLESMENTE sensacional. Você pode até vociferar contra minhas próximas gerações, deixar de ler o blog e os cambau, mas é inegável o quanto eles acertaram na mão, principalmente para um quinto filme de uma franquia. O absurdo come solto, e nada melhor do que não se levar a sério em nenhum centímetro de película gasto, e ainda sacanear a si mesmos, os atores envolvidos no filme (a autoparódia de Jennifer Tilly – incluindo seu filme de maior sucesso, Ligadas pelo Desejo, dos irmãos Wachowsky – é das mais mordazes EVER) e a própria indústria de Hollywood. E fazer uma homenagem velada ao cinema de horror.

E o nonsense come solto, como manda o figurino. Chucky (mais uma vez impagável com a voz de Brad Dourif) e Tiffany tiveram um FILHO! Quão bizarro é isso? E não é um filho comum, é um boneco hermafrodita, que não sabe se é menino ou menina (e os pais ficam brigando por conta de seu gênero) e que depois vira uma TRAVA LHOKA! Detalhe, com a cara do Ziggy Stardust e chamado de Glen/ Glenda (voz de Billy Boyd), obviamente por conta do filme de Ed Wood, em que ele interpreta um crossdresser, algo que ele era na vida real.

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Pais exemplares!

Convenhamos também que a cena de abertura de O Filho de Chucky é demais! Filmado em POV, pelo ponto de vista de Glen/Glenda, que remete tanto a Psicose, na cena do chuveiro, quanto, e principalmente, Halloween – A Noite do Terror de John Carpenter. E as mortes são das melhores da franquia, sangrentas e inventivas, fazendo o gore rolar solto.

Destaque para Tony Gardner, famoso maquiador que fez escola com Rick Baker, papel dele mesmo, e tendo a cabeça decepada pelo casal de bonecos psicopatas; participação mais que especial de John Water, vivendo um paparazzo que tem metade do rosto corroído por ácido; e o rapper Redman, cujo plano é fazer um filme bíblico épico sobre José e Maria (com Tilly almejando o papel de VIRGEM MARIA, nada menos que genial) e tem seu bucho aberto com uma faca por Tiffany e seu intestino colocado para fora.

E também vale e MUITO pela piada com Britney Spears, que tem seu carro jogado ribanceira abaixo por Chucky. Que detalhe, NÃO é a cantora, por mais que se pareça MUITO, e os produtores foram obrigados a colocar nos comerciais de TV o nada usual aviso de que ela NÃO PARTICIPAVA DO FILME!

E quer saber o que mais? Além de brincar com a metalinguagem e fazer troça com a indústria cinematográfica, O Filho de Chucky critica de forma mordaz a questão do gênero, ao direito da escolha e aos muitos daddy e mummy issues que isso pode provocar na cabeça dos filhos, principalmente vindo de famílias disfuncionais, travestido aqui de dois bonecos de plástico possuídos pelo espírito de dois psicopatas. E para os detratores de plantão, só ver o quão BOÇAL é A Maldição de Chucky, quando Mancini resolveu tentar voltar a fazer um “filme de terror” sério para a versão de plástico de Charles Lee Ray. E tenho dito.

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Filho de peixe…


768 – O Grito (2004)

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The Grudge


2004 / EUA, Japão / 91 min / Direção: Takashi Shimizu / Roteiro: Stephen Susco / Produção: Takashige Ichise, Sam Raimi, Robert Tapert; Aubrey Henderson, Michael Kirk, Shintaro Shimosawa; Doug Davison, Jospeh Drake, Nathan Kahane, Roy Lee, Carsten H.W. Lorenz (Produtores Executivos) / Elenco: Sarah Michelle Gellar, Jason Behr, William Mapother, Clea DuVall, Grace Zabriskie, Bill Pullman


Mais uma refilmagem americana de um J-Horror, O Grito tem alguns diferencias pontuais que fazem com que, junto de O Chamado, de Gore Verbisnki, figure como os dois únicos que realmente prestam, perante a enxurrada das “americanizações” dos longas de terror vindos do Japão.

Ressalto que, vale citar que o produtor de O Grito é Sam Raimi, que dispensa apresentações, junto de seu parça, Robert Tapert, com quem fundou (e essa foi a primeira produção) a Ghost House Pictures. Pô, um nome como Raimi credencia o longa, até porque, ele mesmo é fã de Ju-On – O Grito, e considera “o filme mais assustador que já assistiu”. Pelo menos é o que diz o quote no DVD do original lançado aqui no Brasil.

Outro ponto positivo é a escolha do próprio Takashi Shimizu como diretor, afinal, ele dirigiu o japonês, escreveu seu roteiro e manja dos paranauê. Mais um bônus, diferente de TODOS os outros remakes, esse aqui se passa no Japão. Apesar da trama americanizada, escrita por Stephen Susco, ele mantem muito dos elementos do original, afinal, não faria o menor sentido pegar uma maldição que tem suas bases enraizadas no budismo e no xintoísmo, e transportar para a cultura yankee.

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MEOW!

Fora isso, tirando alguns elementos pontuais, O Grito segue por boa parte de seu tempo como quase um fac-símile de Ju-On, tanto em sua estrutura narrativa, como em cenas praticamente idênticas. Não é um demérito, só dá uma sensação de déja-vu, que suprime a liberdade do roteiro e difere, por exemplo, de uma abordagem completamente distinta e até estilística, como aconteceu em O Chamado.

A narrativa não linear que trabalha elipses temporais de passado, presente e futuro estão igualmente aqui presentes, salvo a subtrama das colegiais (que mais tarde foi aproveitada na sequência, O Grito 2) presente no original. No caso, Karen, papel da Scream Queen Sarah Michelle Gellar, é uma jovem americana que se muda com o namorado para o Japão, e trabalha como assistente social, incumbida de visitar uma família americana instalada em Tóquio há pouco tempo, cuja matriarca possui Alzheimer, após o sumiço da responsável por cuidá-los.

Vale aqui a mesma explicação técnica sobre a trama de Ju-On: uma maldição se instala no local onde alguém morreu sofrendo de muito rancor, amaldiçoando todos aqueles que entrarem no recinto. Esse é o mesmo plot utilizado nessa versão. Além disso, outro fator extremamente acertado é a presença da família Saeki, composta por Kayako, Takeo e Toshio, interpretados pelos mesmos atores da versão japa. Ficaria zuadíssimo uma Kayako (com qualquer nome anglo-saxão que lhe dessem) interpretada por uma atriz americana, ao invés da bailarina e contorcionista Takako Fuji, que naquela fatídica (e assustadora, tanto quanto a original) cena da escada, não usou dublê, truque ou efeito especial… Era ela descendo daquele jeito todo troncho, usando suas habilidades contorcionistas (e com sua característica sonoplastia).

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Hey, você não é a Buffy? E você não é o presidente?

ALERTA DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por conta e risco. Entre os diferenciais da versão americana, temos aí a introdução de Bill Pulman como o professor que Kayako era apaixonada, responsável por gerar a crise de ciúmes e acesso de loucura e raiva assassina de Takeo, matando esposa, filho, gato, tudo que via pela frente, e depois a si mesmo (numa daquelas explicações didáticas ao extremo, literalmente para americano ver); o namorado de Karen, que também entra na casa para ter seu destino fatídico; e a moça, que escapa viva, após incendiar a casa (completamente forçado, até aquele final desnecessário e clichê do hospital), enquanto a protagonista do original acaba sucumbindo e morta por Takeo

O filme é todo bem feito, bem produzido, bem dirigido, peca no uso do CGI (público americano é tarado pela coisa, não tem jeito), tem lá seus arroubos de exagero e artifícios de jump scare, inexistentes no climático e assustador original, mas é uma boa refilmagem. E claro, fez um sucesso danado, inclusive aqui no Brasil, sendo lançado no cinema e tudo mais, afinal naquela quase metade da década, o J-Horror estava no auge e O Chamado abrira a porteira para suas transposições pelo Pacífico para ganharem seus remakes.

Prova disso é que no final de semana de estreia, O Grito faturou nada menos 39 milhões de dólares na bilheteria americana, e logo na segunda-feira, recebeu a luz verde para a realização da sua sequência, O Grito 2, lançado dois anos mais tarde. Ao término de sua empreitada nas salas de cinema do mundo todo, embolsou mais de 110 milhões de dólares (sendo que seu orçamento foi de 3,5 milhões) e tornou-se um dos mais famosos (e vistos) filmes de terror da década passada.

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Saindo do armário



Versátil lança Obras-Primas do Terror 4

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Programado para chegar às lojas em fevereiro, coleção traz longas de Guillermo Del Toro, Michael Reeves, Lucio Fulci, Sidney Hayers, Larry Cohen e Mario Bava


 

Se a Versátil chutou bundas em 2015 com seus lançamentos para os fãs do terror, o próximo ano promete não ser diferente. Em fevereiro, chega às lojas a coleção Obras-Primas do Terror 4, que reúne seis clássicos inéditos dirigidos por mestres do horror como Mario Bava, Lucio Fulci e Guillermo Del Toro. Todos os filmes em versões restauradas, além de duas horas de vídeos extras.

E seguindo a tradição, a primeira edição será limitada com seis cards. O digistack com 3 DVDs terá o preço sugerido de R$ 69,90. Fica a dica do que assistir ao invés do desfile das escolas de samba!

 

DISCO 1
A ESPINHA DO DIABO (“El Espinazo del Diablo”, 2001, 108 min.)
De Guillermo Del Toro. Com Marisa Paredes, Eduardo Noriega e Federico Luppi.

Durante a Guerra Civil Espanhola, o menino é levado a um orfanato, que esconde macabros segredos que envolvem uma criança desaparecida. Gótica história de fantasma do visionário Guillermo Del Toro (“Labirinto do Fauno”).

SOB O PODER DA MALDADE (“The Sorcerers”, 1967, 86 min.)
De Michael Reeves. Com Boris Karloff, Catherine Lacey, Ian Ogilvy.

Um casal idoso passa a usar um novo método de hipnose para manipular a mente alheia e conseguir tirar vantagens. Excelente filme do talentoso Michael Reeves (“O Caçador de Bruxas”) e o último grande papel do astro Boris Karloff.
DISCO 2
A CASA DO CEMITÉRIO (“Quella villa accanto al cimitero”, 1981, 86 min.)
De Lucio Fulci. Com Catriona MacColl, Paola Malco, Ania Pieroni.

Norman Boyle muda-se com a família para uma velha mansão ao lado de um cemitério. E violentas mortes começam a acontecer… Com uma atmosfera de pesadelo, esse é um dos clássicos do mestre supremo do gore, Lucio Fulci. Dual áudio (italiano e inglês).

A FILHA DE SATÃ (“Night of the Eagle/Burn, Witch, Burn”, 1962, 90 min.)
De Sidney Hayers. Com Peter Wyngarde, Janet Blair e Margaret Johnston.

Cético professor universitário descobre que sua esposa, com quem está casada há muitos anos, é uma bruxa. Clássico filme de bruxaria do cinema inglês com uma atmosfera de terror muito bem construída.

DISCO 3
NASCE UM MONSTRO (“It’s Alive”, 1974, 91 min.)
De Larry Cohen. Com John P. Ryan, Sharon Farrell, James Dixon.

Um bebê mutante nasce com um apetite voraz e canibal. Ao fugir do hospital, coloca em pânico uma pequena cidade americana. Lendário filme B da Nova Hollywood, esse tour de force de Larry Cohen tem trilha de Bernard Herrmann.

SCHOCK (Idem, 1977, 93 min.)
De Mario Bava. Com Daria Nicolodi, John Steiner e David Colin Jr.

Ao voltar a morar em sua antiga casa, Dora passa a ser assombrada pelo fantasma do ex-marido. E seu filho pequeno age de modo estranho… Subestimado terror psicológico que marcou a despedida do mestre Mario Bava do cinema. Dual áudio (italiano/inglês).

VÍDEOS EXTRAS: Especial sobre “A Espinha do Diabo” (14 min.), Cenas excluídas de “A Espinha do Diabo” (4 min.), Entrevista com o elenco de “A Casa do Cemitério” (14 min.), Uma história mal assombrada: “A Casa do Cemitério” (14 min.), Gótico Espanhol (18 min.), Depoimento sobre “Schock” (9 min.), Documentário sobre Michael Reeves (25 min.), Cena excluída de “A Casa” (1 min.), Trailers e Spots (19 min.)


HORRORVIEW – Bone Tomahawk (2015)

TOPE NOVE – Melhores frases do cinema de terror

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O cinema de terror é cheio de frases espirituosas, de efeito, ditas por personagens emblemáticos, que acabaram caindo no cânone da cultura pop e da sétima arte! Aqui juntamos as melhores delas, para um TOPE NOVE aprovado pela Academia Brasileira de Letras!


9) “Quem irá acreditar em uma cabeça falante? Vá arrumar um emprego em um circo” – Dr. Herbert West – Re-Animator – A Hora dos Mortos Vivos


8) “Você é um feio filho da puta” – Major Dutch – O Predador


7) “Eu chuto bundas pelo Senhor” – Padre McGruder – Fome Animal


6) “Bem-vinda ao horário nobre, cadela!” – Freddy Krueger – A Hora do Pesadelo 3 – Os Guerreiros dos Sonhos


5) “Eu comi seu fígado com favas e um bom chianti” – Dr. Hannibal Lecter – O Silêncio dos Inocentes


4) “Certo seus cabeças de bagre primitivos, escutem! Vocês estão vendo isso? Isso… é meu pau de fogo!”– Ashley J. Williams – Uma Noite Alucinante 3


3) “Você vão precisar de um barco maior” – Chefe Martin Brody – Tubarão


2) “Eu vim aqui mascar chicletes e chutar bundas. E eu estou sem chicletes!” – Nada – Eles Vivem


1)“Aqui está Johnny!” – Jack Torrance – O Iluminado

 

 

 

 


769 – Infecção (2004)

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Kansen / Infection


2004 / Japão / 98 min / Direção: Masayuki Ochiai / Roteiro: Masayuki Ochiai / Produção: Takashige Ichise; Yukie Kito (Produtor Associado); Kazuya Hamana, Yasushi Kotani (Produtores Executivos) / Elenco: Michiko Hada, Moro Morooka, Shirô Sano, Kôichi Satô, Masanobu Takashima


Você já ouviu falar do J-Horror Theater? Foi uma série de filmes de terror japoneses (ah, vá), produzidos por Takashige Ichise (o produtor de Ring – O Chamado, responsável por começar a porra toda), onde ele escolheu seis diretores diferentes para cada um criar um filme lançado sob o selo.

Infecção, dirigido por Masayuki Ochiai foi o pontapé inicial do projeto, que ainda contou com O Terror da Premonição, de Tsuruta Norio, Almas Reencarnadas, de Takashi Shimizu, Crimes Obscuros, de Kiyoshi Kurosawa, A Maldição do Rio, de Hideo Nakata e Herança Amaldiçoada, de Hiroshi Takahashi (você viu que bonitinho, todos eles lançados aqui no Brasil… Quando falo que o J-Horror fez sucesso por essas bandas…).

Muito bem, Infecção é mais um daqueles filmes que ganham o selo WTF do cinema de terror japonês. Confuso, desajuntado, não-linear, apesar de gastar mais tempo com explicações do que o convencional, com uma reviravolta maluca no final, típico do subgênero. E definitivamente é só para os iniciados no J-Horror, e não para aqueles ávidos por um espírito cabeludo aparecendo para se vingar.

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Caindo pelas tabelas!

O filme se passa todo um hospital decadente, que desde o começo, fica claro que está com sérios problemas financeiros, sem uma equipe médica o suficiente, a ponto de não receber novos pacientes e uma série de funcionários no limite do estresse e da exaustão e novatos muito aquém da competência de suas responsabilidades. Isso para o japonês pode ser um choque, mas aqui, nada muito diferente do que encontramos no SUS.

Pois bem, um paciente chega até o hospital, depois de rodar por horas e sendo devidamente ignorado por todas as emergências, supostamente carregando uma perigosa doença infecciosa degenerativa hemorrágica. Ele é largado na porta de entrada do PS durante a noite e pouco a pouco, todos os médicos residentes e enfermeiros passam a ser contaminados por essa doença, que literalmente os fará se dissolver em uma gosma verde.

Esse é o plot básico, mas como todo filme asiático de terror, há todo um subtexto e uma subtrama envolvida, e não é simplesmente um daqueles filmes de epidemia e contágio. Vale ficar atento em todas as nuances e os sentidos metafóricos dados para a infecção, não simplesmente como uma causa patológica e principalmente sobre a questão do contágio. Além disso, é possível perceber uma gradual mudança de estilo, completamente proposital, imposta pelo diretor Masayuki Ochiai, que também escreveu o roteiro, com história de Ryôichi Kimizuka, que aos menos atentos e detratores, pode parecer simples erro de continuidade.

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Use filtro solar, já dizia Pedro Bial

No começo da fita percebemos o hospital movimentado, durante o dia, com uma equipe maior de funcionário, mas o decorrer da noite, o local vai se tornando inóspito, escuro, claustrofóbico, com o sumiço quase que completo dos pacientes e também do staff de médico e enfermeiros, focando apenas em um pequeno grupo de pessoas. Algo que não faria o menor sentido, se não fosse apenas um simbolismo, que remete a conclusão da trama.

Há também uma clara transformação na paleta de cores, principalmente do vermelho para o verde, que haverá uma explicação lógica, e psicológica, sobre a percepção de cores em nossa mente, e que bem passa despercebido até seu plot twist final, quando você pensará: mas é claro, como não pensei nisso antes. Pelo menos aconteceu comigo da primeira vez que vi, confesso.

Agora para os menos chegados no horror psicológico (então você deve estar vendo o filme errado, mas tudo bem) Infecção ainda há uma presença espiritual no local (nada muito acentuado e nem clichê), tem toda aquela bizarrice tipicamente japonesa, algumas maluquices, atmosfera lúgubre e claro, uma boa dose de nojeira, afinal, ainda é um filme sobre uma doença contagiosa, então rola algumas coisas gráficas, principalmente quando os afetados praticamente tem seus órgãos liquefeitos. Em gosma verde, detalhe!

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Vem cá me dar um abraço!


Horrorcast#98 – Aqui, Tarados (1981)

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