Quantcast
Channel: Marcos Brolia – 101 Horror Movies
Viewing all 532 articles
Browse latest View live

Trailer do game The Tape é SINISTRO!

$
0
0

Jogo indie, estilo inspirado no found footage, totalmente atmosférico, promete algumas das cenas mais perturbadoras na história da indústria dos games!


Pense num trailer sinistro, assustador, estranho, atmosférico e bizarro, que lembra muito aquele vídeo creepy de O ChamadoÉ esse aí do game The Tape, que está sendo desenvolvido pelo russo Kazakov Oleg, criador de Putrefaction, um jogo de tiro de horror lançando no Steam em agosto.

O jogo indie de horror em primeira pessoa, tem um estilo inspirado no found footage, e prefere apostar na criação de uma atmosfera tétrica, ao invés do jump sacre. E segundo a descrição na página do Steam, o jogador será testemunha de algumas das cenas mais perturbadoras na história da indústria dos jogos eletrônicos. CARACA! ,

Na trama, um detetive de meia idade está em busca de uma jovem garota desaparecida no subúrbio dos EUA. Ele viaja até uma casa abandonada para checar algumas pistas que irão revelar coisas tão horríveis, que farão ele questionar sua própria sanidade. Lovecraft curitu isso!

Assista o trailer aí embaixo, confira uns screen shots e por favor, coloque o jogo na lista de desejos para ser avisado de seu lançamento!

ss_4dc3edc29244838b607a223647ef1e1f36e30c11 ss_8d01c51981381fab7ccd71eebe1e1e998d358cca ss_91d122dfe01a5064bf2886d85cbed692353a8dfc ss_98fa39f425ac97e187db9eba3540cf0ac0a535d2 ss_a0f46a37ad654dba33d73eee9650599fcf7597b8 ss_a20cb60d3edbee8968d7c3e07eaa516eeed0bbb4 ss_d425f82dd1f28e49a1d3572881a14e387e0ab1f2 ss_ffaabd99ae403cd1d9f19341ffd671659f7f5e2a



753 – Ligação Perdida (2003)

$
0
0

one-missed-call


Chakushin ari / One Missed Call


2003 / Japão / 112 min / Direção: Takashi Miike / Roteiro: Minako Daira (baseado no livro de Yasushi Akimoto) / Produção: Yoichi Arishige, Fumio Inoue, Naoki Sato; Hiroshi Okawa (Coprodutor Executivo); Kazuo Kuroi (Produtor Executivo) / Elenco: Kô Shibasaki, Shin’ichi Tsutumi, Kazue Fukiishi, Anna Nagata, Atsushi Ida, Mariko Tsutui


Ligação Perdida é a empreitada do polêmico, excêntrico e multifuncional diretor Takashi Miike no J-Horror tradicional. Apesar do cineasta já ter trabalhado o gênero e usado de seus elementos em outros longas anteriores, como Audition, por exemplo, aqui ele flerta mais profundamente com o típico clichê do terror japonês de tema vingança sobrenatural e garotas fantasmas cabeludas.

Isso sem contar a contundente mensagem asiática contra os malefícios da tecnologia e a alienação da população jovem japonesa, nesse caso, com o celular, e olhe que estamos falando de um filme de mais de dez anos, em que a febre dos smartphones, redes sociais, mensageiros instantâneos e aplicativos na tela do computador ainda nem havia atingido o grau viciante de consumo de dados da população hoje em dia.

Fato é que a trama de Ligação Perdida, baseada no livro de Yasushi Akimoto, é das mais doideiras, que lembra algum episódio inspirado e bizarro de Além da Imaginação. Começa com a jovem Yoko (Anna Nagata) recebendo uma chamada perdida em seu celular, que vem de seu próprio número, do futuro, daqui a dois dias!!!! No recado deixado na caixa postal (hoje em dia ninguém nem ouviria, porque gente que deixa mensagem de voz merece os piores castigos da humanidade – isso quando não é apenas uma respiração que você escuta) ela ouve sua própria voz dando um grito de pavor.

MEDO!
MEDO!

Batata que chegando o horário e data da mensagem Yoko acaba morrendo em circunstâncias misteriosas, sendo jogada contra um trem em movimento e espatifada. Uma espécie de corrente passa a acontecer, com um grupo de amigos que estão em sua agenda telefônica recebendo outras dessas ligações sobrenaturais e falecendo alguns dias depois. Natsumi (Kazue Fukiishi) recebe ao invés de uma ligação perdida, uma foto com um daqueles famosos espectros de garotas cabeludas se aproximando, e como o caso das mortes já havia se popularizado, um produtor de TV resolve leva-la para um programa sensacionalista ao vivo (hey, estamos falando da televisão japonesa que tem aqueles jogos e gincanas malucas) para transmitir sua morte no dia e horário marcado, ou tentar ajuda-la, convidando um sacerdote que praticará um exorcismo em rede nacional.

Enquanto isso, a jovem Yumi (Ko Shibasaki) e o detetive Yamashita (Shin’ichi Tsutshumi) tentam desvendar o mistério por trás de todo aquele entrevero, pesquisando o último número ligado nos celulares dos falecidos (discado pós-morte, detalhe) e uma bala que é encontrada na garganta das vítimas (que não era soft, senão saberíamos a verdadeira causa mortis). A investigação levará a desaparecida Marie Mizunuma (Mariko Tsutsui), a possível figura fantasmagórica vingativa da vez, que quando em vida sofria de síndrome de Münchhausen por Procuração, machucando suas filhas para leva-las constantemente para o hospital, com o intuito de chamar atenção, até suas mortes.

Bom, gato escaldado que somos do J-Horror, que costuma sempre se apropriar de uma fórmula prosaica em quase todos seus filmes, claro que a investigação levará aos fatos consumados em que o “corpo” do desencarnado precisa ser encontrado e perdoado, mas sempre haverá (como de praxe) um plot twist lá no finalzinho, que irá subverter o senso comum que o espectador é levado a acreditar até aquele momento. Não que isso seja um demérito, mas já sabemos bem o que esperar do subgênero.

Exu japa!
Exu japa!

Ligação Perdida bebe bastante na fonte da construção do horror japonês (mas dessa vez tendo uma entidade espectral muito mais ocidentalizada, repleta de maquiagem, do que o tradicional vestido surrado e cabelão escorrido no rosto), e claro, tratando-se de Miike, tem lá sua dose de violência e humor negro, além de velada crítica social, como por exemplo, o caso da exploração televisiva de uma tragédia iminente e os destemperos psicológicos e psicopatas da sociedade oriental e do tratamento abusivo maternal (ou fraternal, como você irá entender no final), mostrando o colapso familiar e das relações humanas, temas que o diretor carrega em boa parte da sua filmografia mais perturbada.

Mas há um grande problema de ritmo em Ligação Perdida, que vai construindo muito bem aquela atmosfera costumeira do J-Horror em seu desenrolar, mas acaba pecando em seu final por se estender demais (o longa tem duas horas de duração, e poderia ter deixado trinta minutinhos na lixeira da sala de edição fácil, fácil) se arrastando um pouco demais da conta na sua conclusão, e principalmente na desnecessária última cena final (mas que tem lá um dedo de Miike, vai), e a musiquinha anticlímax na subida dos créditos.

Porém Ligação Perdida é ainda um dos bons exemplos do J-Horror em seu período fértil (quando ainda não havia virado apenas uma cópia cíclica de todos seus próprios artifícios) e que deu origem a mais duas continuações e obviamente, foi vítima de uma refilmagem americana, Uma Chamada Perdida, de 2008 (quando o horror japonês e suas filmagens já haviam dado no saco), que eu sequer assisti.

Moshi moshi
Moshi moshi


754 – Mar Aberto (2003)

$
0
0

2004-open_water-1

Open Water


2003 / EUA / 79 min / Direção: Chris Kentis / Roteiro: Chris Kentis / Produção: Laura Lau; Estelle Lau (Produtora Associada) / Elenco: Blanchard Ryan, Daniel Travis, Saul Stein, Michael Williamson, Cristina Zenato, John Charles


Mar Aberto é um filme que merece um verdadeiro estudo de caso. Impressionante como um filme centrado em apenas dois atores, que passaram mais de 120 horas dentro da água, em que praticamente o único cenário é o meio do oceano, feito com 130 mil dólares por um casal fã de mergulho, consegue ser tão tenso, desconcertante, assustador, claustrofóbico (apesar do ambiente completamente aberto), mexe com conflitos psicológicos e traz uma situação limite que na medida do possível, poderia acontecer com qualquer um, alimentando nossos medos mais primais.

Eu lembro do buzz que Mar Aberto gerou em sua estreia nos cinemas do Brasil, a caralhada de elogios da imprensa que a distribuidora (no caso, a Paris Filmes), fez questão de espalhar e até propaganda no Pânico na TV rolava (quem aí se lembra do Emílio Surita falando sobre o filme?)! Eu estava lá em uma sala de cinema no seu final de semana de estreia, com minha ex-namorada e um casal de amigos, e todos, saíram extremamente desconcertados da sessão. Essa ex-namorada de meu amigo literalmente estava passando mal devido ao elevado nível de estresse e da agonia crescente que o diretor Chris Kentis conseguiu imprimir em sua fita tão simples, mas ao mesmo tempo, tão visceral.

Como ele conseguiu atingir esse nível, chega a ser uma aula de fazer cinema de terror puro e simples. Traz um muito provável (e identificável) casal em conflito que vive os problemas do estresse da vida moderna, conjugal, com seus trabalhos lhe tirando suas únicas forças e só umas férias não planejadas (porque a planejada não poderia acontecer devido a conflitos de agenda) poderia tentar resolver parte do problema. Eles partem para o Caribe, completamente desconectados entre si, e até o constrangimento da cena de um sexo não consumado entre um casal de férias (afinal, transar nas férias é algo dos mais libertadores), nos expondo tanto sua intimidade quanto o esgotamento físico e da libido de ambos, serve para deixar o espectador afetado.

Férias idílicas
Férias idílicas

Durante um mergulho em um recife de corais, por conta de um erro de contagem (e boa dose de cabacice de ambos), os dois são deixados à deriva em mar aberto enquanto o barco parte sem dar sua falta. Daí para frente, o nível de tensão é de uma crescente absurda, realmente não recomendado para os de coração fraco. Kentis, utilizando uma câmera digital em um tom quase documental, invoca os ensinamentos do mestre Hitchcock, e até mesmo o que Spielberg fez em seu Tubarão durante a primeira metade, de que definitivamente, temos medo muito mais medo daquilo que não podemos ver, uma vez que o casal está boiando em uma área infestada de tubarões logo abaixo de seus pés de pato.

Dois momentos de diálogo explanam qualquer tipo de sentimento sobre Mar Aberto e aquele medo irracional: quando Susan (Blanchard Ryan) diz que fica aterrorizada com a sensação de não saber o que há embaixo dela, ou quando pergunta ao marido, Daniel (Daniel Travis) se é pior ver os tubarões ou não vê-los, e o rapaz diz que é vê-los é muito pior, afinal, são os peixes que estão ali no topo da cadeia alimentar. Mais uma vez o medo primal, coletivo, sendo invocado, fora a ameaça de outros animais marinhos, como moreias e águas-vivas.

Ajuda a completar a situação extrema, as brigas e discussões do casal, sempre tentando colocar a culpa um no outro e a completa perda de esperança de resgate. A protagonista ainda precisa escolher entre uma das duas opções aterradoras e repletas de desilusão para o público do outro lado da tela que espera um final feliz ou uma história de superação: a morte lenta à deriva, por conta da desidratação, fome e enjoo, ou rápida, devorados pelo cardume de tubarões. Qual seria a sua?

Cadê o spray do Bátima de espantar tubarões?
Cadê o spray do Bátima de espantar tubarões?

Resumindo em miúdos: Mar Aberto é um filme que te deixa numa bad, em vários sentidos da palavra. Dois pontos aumentam ainda essa sensação niilista. O primeiro é ser baseado em fatos reais, do casal americano Tom e Eileen Lonergan, que em 1998 mergulhou com um grupo na costa da Austrália, e acidentalmente foram deixados para trás por um erro de contagem da equipe do barco. Foram 26 outros mergulhadores e cinco membros da  tripulação que não deram falta de ambos, e apenas dois dias depois, quando seus pertences e passaportes foram encontrados no barco, que percebeu-se o desaparecimento, dando início a uma extensa procura por água e ar, que durou três dias. O casal nunca foi encontrado.

O segundo é que nenhum CGI ou animatrônico foi usado no filme. Os dois atores foram DE FATO jogados no meio de um cardume de tubarões em mar aberto. O próprio diretor alimentava os tubarões com atum, uma vez que desde que estivessem de barriga cheia, não atacariam os atores. Além disso, eles usaram o “encantador de tubarões” Stuart Cove, famoso em Hollywood e em mergulhos com os peixes, para as filmagens (metade do orçamento foram gastos só com ele e sua equipe).

Os direitos de Mar Aberto, completamente independente e financiado por Kentis (que teria como crédito seguinte na direção apenas A Casa Silenciosa, remake do filme uruguaio) e sua esposa, a produtora Laura Lau, foram comprados pela Lions Gate após o sucesso de sua exibição em Sundance, por 2,5 milhões de dólares. Faturou mais de 54 milhões de bilheteria mundial. Ainda conseguiu gerar uma defenestrada sequência tosquíssima, coisa típica das produtoras hollywoodianas.

Self-service!
Self-service!


HORRORVIEW – Amizade Desfeita (2014)

TOPE NOVE – Mortes de Jason

$
0
0

Já que é sexta-feira 13 e somos clichês MESMO, claro que vai rolar um TOPE NOVE com as mortes mais escabrosas praticadas por Jason Voorhees, o amistoso anfitrião de Crystal Lake AND o assassino slasher mais FODÃO de todos. Mamãe Pamela ficaria orgulhosa dessa lista feita em conjunto pelos colaboradores do 101!


09) Judy em Sexta-Feira 13 Parte 7: A Matança Continua

Com toda sua delicadeza ímpar, Jason arrasta a garota enfiada em seu saco de dormir e arrebenta com ela batendo contra uma árvore. UM GENTLEMAN!

Sacou?

08) Mark em Sexta-Feira 13 Parte 2

Jason manda o politicamente correto às favas e enfia seu facão no rosto do pobre monitor paraplégico de cadeira de rodas. Deixa os direitos humanos saber!

Acesso para deficientes

07)  Allen Hawes em Sexta-Feira 13 Parte 6: Jason Vive

“Vamos lá, destruir o corpo do Jason de uma vez por todas”,Tommy Jarvis disse. Daí o brother foi lá ajudar, a bagaça deu errado, e ele teve seu coração arrancando num golpe à la Kano!

FATALITY!

06) Andy em Sexta-Feira 13 parte 3

Tava lá o garoto todo pimpão depois de se dar bem, andando de bananeira quando Jason aparece e VRÁ, divide o cara em DOIS com um violento golpe de facão para acabar com a zueira.

Pés pelas mãos!

05) Adrienne Hart em Jason X

Lá num futuro muito distante, Jason congela a cabeça da paquita no nitrogênio líquido e quebra seu rosto em dezenas de pedacinhos contra uma bancada. QUE FRIA!

♪ Let it goooo ♫

04) Xerife Michael Garris em Sexta-Feira 13 Parte 6: Jason Vive

Jason usufrui de seu diploma em quiropraxia e dobra o xerife Garris, pai da mocinha crush do seu nêmese, Tommy Jarvis, no meio!

Origami

03) Trey em Freddy vs. Jason

O cara tinha dado umazinha (ÓBVIO) e como resultado? Jason esfaqueia ele repetidas vezes e para completar o serviço, dobra o sujeito junto com a cama, com as técnicas aprendidas na morte anterior.

Alguma coisa tinha que prestar nesse filme

02) Axel – Sexta 13 Parte 4: O Capítulo Final

O legista escrotão tá lá vendo as garotas fazendo ginástica de maiô na TV, quando Jason ZÁZ, de surpresa serra sua jugular e depois gira seu pescoço para o grand finale.

Serra, serra, serrador…

01) Julius Gaw em Sexta 13 Parte 8: Jason Ataca Nova York

Medalha de ouro para a morte WTF de toda a franquia, quando o boxeador Julius treta com Jason em um telhado em Manhattan e tem sua cabeça ARRANCADA FORA POR UM SOCO!!!

Tiger Robocop!

755 – O Massacre da Serra Elétrica (2003)

$
0
0

o-massacre-da-serra-eletrica-2003-poster-papo-de-cinema1

The Texas Chainsaw Massacre


2003 / EUA / 98 min / Direção: Marcus Nispel / Roteiro: Scott Kosar / Produção: Michael Bay, Mike Fleiss; Joe Dishner, Kim Henkel, Tobe Hooper (Coprodutores); Matthew Cohan, Pat Sandston (Produtores Associados); Jeffrey Allard, Ted Field, Andrew Form, Brad Fuller, Guy Stodel (Produtores Executivos) / Elenco: Jessica Biel, Jonathan Tucker, Erica Leershen, Mike Vogel, Eric Balfour, Andrew Bryaniarski, R. Lee Ermey


No último sábado, morreu Gunnar Hansen, o ator islandês que interpretou Leatherface em O Massacre da Serra Elétrica original, de Tobe Hooper, vítima de câncer no pâncreas, aos 68 anos. Mais uma perda trágica para o cinema de terror nesse 2015 zicado que já nos levou Wes Craven, Christopher Lee, Roddy Piper (Eles Vivem) e Robert Z’Dar (Maniac Cop – O Exterminador).

Calhou que o remake de O Massacre da Serre Elétrica fosse o post desta sexta-feira, e sinceramente, de coração, eu gosto dessa refilmagem, me julguem. Eu não sou tão xiita com relação a remakes como muitas pessoas, porque na verdade, uma nova versão, roupagem, ou o que seja de um filme clássico, não significa que substitua o original e que ele deixará de existir. Ambos estarão lá na eternidade cinematográfica para quem quiser ver, compará-los, apreciá-los, e tudo mais. Minha birra é com remakes ruins. O que de verdade não acho esse o caso.

Claro, ele tem seus defeitos, e diferenças gritantes com relação ao cânone que são motivos de torcer o nariz, mas ele funciona, tem uma boa direção do Marcus Nispel, certa dose de violência gráfica, apesar dos cortes para evitar um NC-17 (muito maior que o original, por exemplo, só lembrar que não se vê UMA GOTA de sangue derramando), homenageia as mortes do seminal longa de Tobe Hooper e consegue dar aquela atualizada para um novo público, uma nova geração. Mas o grande PROBLEMA é exatamente o Leatherface.

Here's Johnny... oh, wait
Here’s Johnny… oh, wait

O primeiro longa produzido pela Plantinum Dunes de Brad Fuller, Andrew Form e Michael Bay (!!!!), traz um brucutu, todo bolander no papel do vilão inspirado em Ed Gein, interpretado por Andrew Bryniarski, em detrimento do gordinho retardado vivido por Hansen. Mais ou menos a mesma ideia de girico do roqueiro metido a diretor, Rob Zombie, colocando o parrudo white trash do Tyler Mane para ser seu Michael Myers.

Além da completa descaracterização do personagem há grandes mudanças no roteiro que acabam fazendo falta no frigir dos ovos, como, por exemplo, o fato de nunca ser mencionado ou ficar implícito o fato da família ser canibal, a violação de túmulos (motivo da viagem de Sally e seu irmão deficiente físico – obviamente de fora de um filme politicamente correto pós-11 de setembro – ao glorioso estado do Texas) e a inexistência do caroneiro, vivido por Bill Moseley no original, substituído por uma das vítimas do Leatherface. Aliás, a família “serra elétrica” é completamente nova e diferente, com sete membros ao total, e sem o infame “vovô”, presente nos quatro filmes da série até então.

A fotografia estourada no calor do Texas e o decrépito design de produção do filme de 1974 também foram substituídos por um tom mais escuro, sépia, com uma atmosfera mais industrial, ocre, suja e enferrujada (Daniel C. Pearl foi o diretor de fotografia de ambas as produções). Isso sem contar aquele tom documental de cinema verité que também aqui se converte em uma narrativa mais convencional hollywoodiana.

Congelando de medo!
Congelando de medo!

Aliás, continua-se taxado como uma história baseada em fatos reais (John Larroquete reprisou sua participação na narração inicial, que também remete aos efeitos sonoros e música do original) e há um foco na investigação policial dos bizarros e terríveis crimes cometidos pela família Hewitt (ah sim, Leatherface deliberadamente ganhou nome e sobrenome: Thomas Hewitt)

Sem dúvida a principal adição dessa nova versão de O Massacre foi o personagem de R. Lee Ermey, o Xerife Hoyt. Claro que todo papel de Ermey parece uma variação tonal do Sargento Hartman de Nascido Para Matar de Stanley Kubrick, mas sabemos que o cara sabe muito bem viver um psicopata, e caiu como uma luva como o líder dessa nova família esquisita e congênita de gente maluca que matam gente sob o sol escaldante do Grande Estado do Texas.

Mas apesar dos apesares, de Jessica Biel não ser uma Scream Queen como Marilyn Burns e Bryniarski viver um Leatherface selvagem e troncudo, muito menos assustador e verossímil que o “gordinho-psicopata-retardado-da casa ao lado” de Hansen, e não ser amoral, transgressor e perverso como o clássico de Hooper, como disse lá em cima, eu gosto dessa refilmagem. É bem violenta, brutal, suja, desconcertante, aflitiva, tem sua dose de adrenalina e perseguição, e serve ao seu propósito.

NOW DROP AND GIVE ME 25!
NOW DROP AND GIVE ME 25!

Agora valem parágrafos sobre o DRAMA que foi o lançamento de O Massacre da Serra Elétrica nos cinemas do Brasil pela Europa Filmes. Quem aí se lembra de quantas e quantas vezes o filme foi adiado, sendo lançado nas telonas SOMENTE EM FEVEREIRO DE 2005, depois que praticamente todo mundo já havia baixado e visto por meios ilícitos? Eu lembro que naquela época eu ainda tinha algumas restrições contra download de filmes. Se soubesse que chegaria aos cinemas ou as vídeo-locadoras, com certeza que esperaria, ainda mais porque naqueles tempos para baixar um filme no eMule ou no KaZaa (e entupir seu computador de vírus), encontrar a legenda, sincronizar e queimá-lo em DVD (eu sempre detestei ver filme no PC) era uma tarefa hercúlea.

Só que daí a Europa começou a patifaria de anunciar o filme e adiá-lo infinitas vezes. Eu lembro muito dos fóruns das comunidades de terror do Orkut (o saudoso Trash, Gore e Terror em Geral), ou mesmo no próprio Boca do Inferno na época, de pessoas que já haviam assistido ao filme e gostado, bons elogios, e toda a expectativa aumentava, mas daí vinha o descaso da distribuidora com os fãs. Lembro da galera xingando, organizando um “piquete internético” para todo mundo enviar e-mail perguntando quando ia estrear de verdade, rolar uma petição, etc.

Bom, o imbróglio foi tanto que não aguentava mais e baixei-o para finalmente conseguir assistir. Quando chegou aos cinemas, lógico que foi flopado, já que quase dois anos de atraso é muita coisa para aqueles que realmente queriam ver o longa. Tanto que a sua continuação, que na verdade foi um prequel, O Massacre da Serra Elétrica – O Início, foi direto para o home video. Só contando o causo…

Teje morto, Marcos Mion!
Teje morto, Marcos Mion!

Horrorcast#96 – O Homem-Cobra (1973)

Vem aí o II Festival Boca do Inferno

$
0
0

Biblioteca Viriato Correa em São Paulo será palco do evento gratuito que contará com exibição de filmes, premiação, bate-papo, lançamento de livros e sorteios, nos dias 28 e 29 de novembro


Anote aí na agenda do fã do horror! Nos dias 28 e 29 de novembro acontece a segunda edição do Festival Boca do Inferno, na Biblioteca Viriato Corrêa, em São Paulo, das 12h às 19h. O evento, realizado pelo maior e mais completo site brasileiro sobre horror, ficção científica e cinema fantástico, será gratuito e terá em sua programação exibição de filmes, premiação, bate-papo, lançamento de livros e sorteios.

Entre os longas e curtas metragens que serão exibidos para o público, alguns inéditos no país, destaques para: Mandala Night Club de Lula Magalhães; Nua por Dentro do Couro de Lucas Sá; Carniçal de Rubens Mello; Judas de Joel Caetano; e A Maldição do Sanguanel de Eliseu Demari, Felipe M. Guerra, Rafael Giovanella e Richard Ghirozi no sábado; e O Estripador da Rua Augusta de Felipe M. Guerra e Geisla Fernandes e As Fábulas Negras de Rodrigo Aragão, José Mojica Marins, Petter Baiestorf e Joel Caetano no domingo.

Também no dia 29, serão exibidos três curtas e um longa internacionais: The Herd, de Melaine Light, produção do Reino Unido; Mr. Dentonn, de Ivan Villamel Sanchez, da Espanha; El Gigante, de Gigi Saul Guerrero, do Canadá; e Morgenrode, de Anders Elsrud Hultgreen, da Noruega.

A primeira edição do Festival Boca do Inferno aconteceu em maio de 2014, em comemoração ao aniversário de 13 anos do site, com exibição de curtas e longas, palestras e uma prévia de Diário de Um Exorcista. Este ano, segundo Marcelo Milici, criador do Boca do Inferno, houve uma quantidade maior de filmes inscritos, além da abertura para produções internacionais, contando com uma seleção mais criteriosa, e por isso, o foco será na exibição desses materiais além de concurso que irá selecionar e premiar os melhores, escolhidos por um júri especialista no assunto. “Esperamos que este segundo Festival consiga superar o primeiro em termos de público e sustos, contrariando a regra do cinema sobre as continuações serem inferiores aos originais”, explica Milici.

A Biblioteca Viriato Corrêa fica localizada na Rua Sena Madureira, 298 – Vila Mariana, São Paulo. A programação completa e horários podem ser conferidos por meio do site: www.bocadoinferno.com.br ou pela página do Facebook: https://www.facebook.com/bocadoinfernooficial

Programação:

Sábado – 28/11

12h

Abertura

12h30

Maria Sangrenta

Direção: Douglas Silva Rosa de Oliveira

Brasil – 6 min – 2015

Jhonatan é um homem perturbado, que alega ser perseguido por uma espécie de espírito maligno que o atacou uma vez em um banheiro, e, desde então, ele se recusa a entrar em qualquer um, temendo voltar a se encontrar com este ser.

Colecionador

Direção: Irmãos Gurski

Brasil – 5 min – 2015

Colecionador é uma produção independente que retrata o que um ser humano doentio é capaz de fazer com seu semelhante. O curta-metragem traz uma visão do que se passa na cabeça de um psicopata.

Noite sem Nome

Direção: Helvecio Parente

Brasil – 16 min – 2014

Traficantes impõem um toque de recolher na cidade do Rio de Janeiro. Dois amigos veem uma mulher na rua e resolvem tentar ajudá-la.

Canibal Tropical

Direção: Guilherme S. Zanella, André Luis Garcia

Brasil – 5 min – 2014

Um sacrifício antropofágico de consumação totêmica.

Matador

Direção: Cleiner Micceno

Brasil – 19 min – 2014

Curta-metragem adaptado sobre a história de Diogo da Rocha Figueira, o “Dioguinho”, matador de aluguel notório na região de Botucatu e Itatinga. 

Mandala Night Club

Direção: Lula Magalhães

Brasil – 32 min – 2014

Um estranho homem da noite procura por garotas de programa para satisfazer a sede do seu exótico prazer. Uma cafetina atormentada é encarregada da tarefa para recrutar as meninas. Enquanto isto, um michê se prepara para uma estranha missão na noite. Nada é o que parece no submundo da cidade do Recife.

O Desejo do Morto

Direção: Ramon Porto Mota

Brasil – 33 min – 2014

A velhice não é uma batalha, é um massacre.

Nua por Dentro do Couro

Direção: Lucas Sá

Brasil – 20 min – 2015

Ela protege sua carne, mas o couro começa a cair.

Carniçal

Direção: Rubens Mello

Brasil – 15 min – 2015

Felipe é um garoto de vida dupla, cuja relação com uma mulher mais velha não tem aprovação da mãe, uma mulher amarga. Com a chegada de um bando de ciganas, um segredo virá à tona, trazendo um desfecho irreversível.

Judas

Direção: Joel Caetano

Brasil – 10 min – 2015

Sábado de aleluia é dia de malhar o Judas… você tem coragem?

Na Carne

Direção: Jarderson Rodrigues

Brasil – 13 min – 2015

Curta conta a história de um jovem padre que sente o peso da responsabilidade de assumir a paróquia de sua cidade, envolto num vórtice de tentações carnais, até descobrir o preço de suas escolhas. Amor, religião, purgatório, inferno estão entre os temas abordados.

Capital dos Mortos 2: Mundo Morto

Direção: Tiago Belotti

Brasil – 75 min – 2015

Cinco anos após os eventos ocorridos em A Capital dos Mortos, Lucas une forças com a traumatizada Denise. Juntos eles tentam manter a sanidade e sobreviver num mundo onde há coisas muito mais perigosas que zumbis.

A Maldição do Sanguanel

Direção: Eliseu Demari, Felipe M. Guerra, Rafael Giovanella, Ricardo Ghiorzi

Brasil – 71 min – 2014

Quatro diretores independentes apresentam quatro episódios sobre uma das mais aterrorizantes lendas brasileiras: o Sanguanel, uma criatura do imaginário italiano que assombrava os imigrantes europeus no Rio Grande do Sul do século 19.

19h

Encerramento

Domingo – 29/11

12h

Abertura

12h30

Daddy

Direção: Walter Junior

Brasil – 5 min – 2015

Pai e filho presos numa casa durante um apocalipse zumbi, ficam sem energia elétrica e água. Uma difícil decisão deve ser tomada.

A Casa Esquecida por Deus

Direção: Renato R. Batarce

Brasil – 1 min – 2015

Estranhas perturbações levam um investigador a adentrar uma residência onde enfrentará seus piores pesadelos.

Tobias

Direção: Helvecio Parente

Brasil – 2 min – 2014

Uma velhinha é cercada por três bandidos. Mas não é ela quem está em perigo!

Nightmare

Direção: Leandrus Felix

Brasil – 8 min – 2015

Quando energias se encontram, uma passagem é aberta. Em uma noite chuvosa, um homem dorme, e sonha, com a TV ligada.

Caçador

Direção: Rafael Duarte e Taisa Ennes Marques

Brasil – 19 min – 2015

Após a morte de seu pai, o jovem caçador enfrenta a si mesmo enquanto defende as fronteiras de sua terra.

Morgenrode

Direção: Anders Elsrud Hultgreen

Noruega – 71 min – 2014

Morgenrode é um Kammerspiel mitológico ambientado no início de uma nova era, anos depois de um apocalipse. Rodeados por um deserto sem fim – enevoado, sombrio e lúgubre –, dois sobreviventes observam um ao outro com a mesma suspeita depravada mútua com que contemplam seus arredores inóspitos.

The Herd

Direção: Melanie Light

Reino Unido – 20 min – 2014

Um grupo de mulheres sequestradas e traficadas se encontram presas em uma instituição médica precária. Para Paula, a continuação de sua sobrevivência tem base apenas em sua função humana básica. A fuga, em qualquer nível, parece impossível, e as mulheres são condenadas a uma vida de servidão forçada pelos caprichos de seus captores por apenas uma razão: seu leite.

Mr. Dentonn

Direção: Ivan Villamel Sanchez

Espanha – 9 min – 2014

Em uma noite fria de inverno, Laura lê para seu irmão, David, a história de uma estranha criatura que ataca crianças. De repente, um arrepio passa pelo corpo de Laura, que sente uma estranha presença na casa.

El Gigante

Direção: Gigi Saul Guerrero

Canadá – 14 min – 2014

Depois de tentar passar pela fronteira Estados Unidos/México em busca de uma vida melhor, Armando acorda em um quarto desconhecido, seu corpo quebrado e uma máscara de Lucha Libre costurada em seu pescoço. Ele tenta escapar, mas é rodeado por uma família sádica, que o observa com olhos famintos. A única chance para a sobrevivência de Armando neste pesadelo é durar em uma luta contra o vilão mais terrível de todos: Gigante!

O Estripador da Rua Augusta

Direção: Felipe M. Guerra e Geisla Fernandes

Brasil – 20 min – 2014

Uma sedutora vampira com séculos de existência usa a famosa Rua Augusta, em São Paulo, e a profissão de prostituta como fachada para conseguir alimento fácil nas agitadas e selvagens noites paulistanas. Isso até que seu caminho se cruza com o de outro monstro que ataca no mesmo endereço, o Estripador do título – um serial killer que está matando prostitutas na região.

As Fábulas Negras

Direção: Rodrigo Aragão, José Mojica Marins, Petter Baiestorf, Joel Caetano

Brasil – 105 min – 2014

Um grupo de crianças brinca na mata e acaba embarcando numa aventura macabra povoada com personagens do imaginário popular brasileiro: lobisomem, bruxa, fantasma, monstro e Saci. Esta é uma antologia que mostra a versão de quatro diretores do cinema de horror brasileiros inspirados em lendas do folclore nacional.

19h

Encerramento

Serviço:

Data: 28 e 29 de novembro de 2015

Horário: 12h às 19h

Local: Biblioteca Viriato Corrêa

Endereço: Rua Sena Madureira, 298 – Vila Mariana – São Paulo

Entrada: Gratuita

Classificação: livre, verificar a classificação indicativa de cada filme

Capacidade: 101 pessoas (Sujeito à lotação)

Site: www.bocadoinferno.com.br

Facebook: https://www.facebook.com/bocadoinfernooficial

12182494_1712984368932629_1428796243725323597_o.jpg


 



756 – Medo (2003)

$
0
0


Janghwa, Hongryeon / A Tale of Two Sisters


2003 / Coreia do Sul / 115 min / Direção: Kim Ji-woon / Roteiro: Kim Ji-woon / Produção: Oh Jeong-wan, Oh Gi-Min; Choi Jae-Won e Oh Jung-Wan (Produtores Executivos) / Elenco: Kim Kap-su, Yum Jung-ah, Lim Su-jeong, Moon Geun-Young


Sabemos que não é só de Japão que o cinema de terror asiático vive. A Coreia do Sul tem o seu ótimo representante no horror de olhos puxados, conhecido como K-Horror, com o incrível Medo (um dos títulos em português mais infelizes e safados da história). Um poético drama sobrenatural, com um aspecto visual lindo, fotografia impecável, roteiro brilhante e trilha sonora sublime.

Nesse novo século, com toda certeza o cinema coreano é um dos mais revigorantes e criativos, sendo sinônimo de produções do mais alto nível, deixando, por exemplo, o cinema convencional ocidental no chinelo. Medo é um dos seus maiores expoentes, mas nessa leva podemos incluir diversos outros títulos, não só necessariamente de terror, como Oldboy, O Hospedeiro, Sede de Sangue, Eu Vi o Diabo e Mother – A Busca Pela Verdade.

Dirigido com maestria por Kim Ji-woon, Medo tem a capacidade de nos emocionar e assustar na medida certa. Ao mesmo tempo em que segue o mesmo padrão do J-Horror, cenas arrastadas, câmera estática, expressões exaltadas de medo e um fantasma com longos cabelos escuros, ele foge completamente dos padrões por causa da sua grande dose de drama e seu roteiro complexo com duas reviravoltas eletrizantes na trama.

Baseado em um milenar conto coreano chamado Janghwa, Hongryeon, que significa Rosa e Lótus Vermelho (que também é o título original do filme), foi completamente rearanjado para contar a história de duas irmãs adolescentes, Su-mi e Su-yeon que voltam para a casa do pai depois de ficarem internadas em uma instituição psiquiátrica. Só que ao retornarem ao lar, uma série de conflitos com a madrasta começam a chacoalhar ainda mais a disfuncional família. A terrível madrasta é responsável por torturar psicologicamente a irmã mais nova sempre que tem uma oportunidade e vive em eterno conflito com a mais velha. O pai ao contrário é extremamente submisso e ausente, tentando levar a vida como se nada de extraordinário estivesse acontecendo.

Rosa e Lótus Vermelha

Como se tudo isso não bastasse, há uma presença maligna na casa, que aparece tanto para Su-mi quanto para sua madrasta, Eun-ju. E coloca maligna nisso, porque ela é um dos fantasmas mais assustadores de todo o cinema oriental. Entre as cenas impactantes, há uma de gelar a espinha quando Su-mi vê o fantasma espreitando na cama e outra em um fatídico jantar com os tios, onde uma das convidadas começa a passar mal, tendo praticamente um ataque epilético se estatelando no chão, e vê de vislumbre alguma coisa embaixo da pia, que nem conseguimos reparar, no primeiro momento, para depois o diretor filmá-la em close para nos fazer pular da cadeira.

E entre esse conflito das irmãs com a megera e a distância e passividade do pai, somos presenteados com atuações espetaculares e algumas cenas que são aulas de cinema, mostrando todo o elenco em verdadeira sintonia fina. E ao começar a surgir as questões do que é o tal fantasma, e o porquê dele estar ali, as respostas começam a aparecer gradativamente em forma de flashback e seguindo uma estrutura narrativa não linear que vai explodir em dois twists no roteiro que com certeza, você não estará nem um pouco preparado.

Pode até soar clichê, já que esse expediente de finais bombásticos já tem se tornado comum no cinema atual. Mas acredite, não é. E de forma complexa, até a última cena, o diretor vai lhe jogando essas informações, para um desfecho dramático. E apesar das cenas de horror puro, há momentos belíssimos sempre pontuados por uma simples e envolvente trilha sonora.

Medo é um dos melhores filmes de terror do século, e olha que ele nem pode ser creditado como somente um filme de terror. É daqueles que agrada quem quer levar um bom susto, como também quem gosta do cinema de arte com riqueza visual, dramas psicológicos e atuações fortíssimas.  Foi um mega sucesso e quebrou todos os recordes de bilheteria na Coreia do Sul. Aqui no Brasil levou uma eternidade para ser lançado (graças a boa e velha Internet, eu já tinha assistido), mas depois veio em um DVD duplo caprichado da Europa Filmes, tirando o ordinário nome que acabou ganhando. Claro que como toda produção oriental de sucesso, ganhou uma refilmagem yankee, que aqui no Brasil ganhou o nome de O Mistério das Duas Irmãs, ironicamente fiel ao título internacional do original coreano (A Tale of Two Sisters).

Madrasta gente boa!


Slasher à brasileira

$
0
0

Habemus nosso Leatherface tupiniquim em Condado Macabro, codireção de Marcos DeBrito e André de Campos Mello, referência e homenagem rasgada ao cinema de terror dos anos 70 e 80, mas com aquele toque de regionalidade.


O Brasil pode bradar aos ventos que finalmente ele tem seu primeiro slasher movie! E pode ter orgulho que ele é DOS BONS! Condado Macabro, codireção de Marcos DeBrito e André de Campos Mello, é uma baita referência/homenagem ao cinema dos anos 70 e 80, com toda a estética de um filme de terror estrangeiro, mas que preserva características de regionalidade de nossa terra brazilis.

Adaptação de um curta metragem da época da faculdade, que depois de 13 anos tornou-se um longa, a fita teve sua história toda remodelada, incluindo aí a criação de dois personagens chaves, os palhaços Cangaço (Francisco Gaspar) e Bola 8 (Fernando de Paula), mantendo do original apenas o nome e um único personagem, Jonas (Beto Britto), que na verdade é um anagrama de Jason, o vilão clássico da série Sexta-Feira 13.

Jonas, assim como grande parte de Condado Macabro parece na verdade uma grande “cópia” de O Massacre da Serra Elétrica de Tobe Hooper, descaradamente sua principal influência, tanto no quesito do assassino sádico munido de uma motosserra, que aqui ao invés usar uma máscara de pele humana, o faz com pele de porco (instantaneamente já remetendo a outro filme emblemático do período, Motel Diabólico), quanto pela existência de uma espécie de família psicopata. Aqui eles não são canibais, mas alimentam sua vara de porcos com carne humana. A cena de Jonas no matadouro estrebuchando e esfolando um suíno é para os de estômago forte!

maxresdefault (2).jpg
Fazendo porcaria!

Só que essa “cópia” não é um problema e nem um demérito, uma vez que desde o começo, e até mesmo em entrevistas, a dupla de diretores sempre deixou clara sua intenção em homenagear “tudo que é do gênero” e os filmes pelos quais são apaixonados. Melhor ainda que seja um filme nacional, já que esse tipo de “cópia” é encontrada a rodo em todo o cinema de terror, principalmente no próprio americano.

A trama é das mais clichês do cinema slasher, e não poderia ser diferente: um grupo de jovens vai passar o final de semana em uma casa afastada no interior. Durante a viagem, eles dão carona a Bola 8, palhaço de rua inocente, parceiro do sacana Cangaço, que cansado dos pequenos golpes e furtos que não dão dinheiro, resolvem invadir a casa e assaltar a playboyzada. O que eles não imaginam é que aqueles que só queriam passar um feriado idílico e transar, já estão na mira da família insana.

A história toda é contada por meio de uma narrativa não linear que tem como ponto de partida o interrogatório de Cangaço pelo investigador Moreira (Paulo Vespúcio) que o deteve em flagrante na cena do crime, e espera uma confissão para jogar o palhaço atrás das grades, jogando pistas entre flashbacks, da carnificina que se passara naquela mansão.

Pois bem, Condado Macabro tinha potencial, sem brincadeira, de ser um dos filmes mais perturbadores do gênero recente e disparadamente o melhor filme de terror nacional já feito. Sua metade final é de uma selvageria e violência gráfica absurda, como manda a cartilha do exploitation, com direito a uma final girl, um verdadeiro banho de sangue (excelente maquiagem de Fabio Servullo e Olivia de Brito) e uma crescente de suspense que te faz roer as unhas, até chegar a DOIS acachapantes plot twists, mesmo que um deles deveras didático.

maxresdefault (1).jpg
Hey, boneca!

Só que sempre tem um mas, e nesse caso, o problema gritante é exatamente o exagero cômico que eles imprimem em sua primeira metade, que passa do ponto e, a maioria das vezes, chega a ser dos mais sem graça, sempre com piadinhas de conotação sexual que mais parecem um esquete de American Pie, só que com tempero brasileiro para aproximá-lo da nossa cultura jovem, que um filme de terror propriamente dito.

Apesar da construção proposital desse humor escrachado no intuito de relaxar o espectador, preparar para a pancada e o rolo compressor que é seu desenrolar, a fita perde o prumo pela quantidade absurda de bobagens, chegando até soar repetitivo na galhofa. Acredito que se Condado Macabro tivesse, claro, seus alívios cômicos, mas uma dose de humor negro ao invés do puro e simples besteirol e piadas do Zorra Total, e focasse realmente em ser um filme depravado e brutal, definitivamente estaríamos nos deparando com um possível novo clássico.

Outro grande problema do filme é que uma de suas inspirações é justamente Rob Zombie. Além de um dos personagens citar Rejeitados pelo Diabo como o filme mais perturbador e escroto já feito, é óbvio o quanto ele remete A Casa dos 1000 Corpos em sua construção estética, com o uso de granulado, emulsão, filme sujo, fotografia estourada, uso de câmera lenta e enxerto de imagens fora de contexto, que também acaba soando desnecessário, uma vez que emula um dos mais picaretas diretores do gênero (olha a polêmica!).

Agora, há de se tirar o chapéu que diferente dos slasher movies convencionais, onde personagens com a personalidade mais rasa que um pires são enxertados apenas para entrar na contagem de cadáveres, Condado Macabro trabalha e desenvolve bem suas personas para gerar empatia do público, e claro, com seus arquétipos e estereótipos baseados no clichê do horror:

cena-do-filme-condado-macabro-1435183453556_1024x768.jpg
Cangaço ou CAGAÇO?

Beto (Rafael Raposo) é o escroto que quer trepar de qualquer jeito (a brasilidade do personagem vai além do teor das piadas, com sua indumentária toda de camisas de time de futebol falsas); Theo (Leonardo Miggiorin) é o garoto bobo, casto e todo certinho e sua irmã, Mari (Larissa Queiroz), talvez seja a personagem menos trabalhada em termos de personalidade; Vanessa (Olivia de Brito), ou como é pejorativamente chamada durante toda sua estada em cena, Vanessão, é a impopular fã de música brega (Frankito Lopes, Carlos Alexandre e Reginaldo Rossi estão na trilha sonora) que vai servir como para-raios de bullying e vítima de uma metralhadora giratória de piadas preconceituosas de gosto duvidoso de cunho sexual ou por conta de sua aparência/ peso; e por fim, Lena (Bia Gallo – também diretora assistente), a garota safa, que nada lembra as heroínas virginais de praxe, que faz sexo e strip-tease, sendo a versão brasileira da Sally de Marilyn Burns no terceiro ato.

Em compensação, tirando esse núcleo com seus recursos de dramaturgia limitado (com exceção de Lena em seu momento final girl), o resto dos atores dá show de atuação, elevando ainda mais o nível de Condado Macabro, principalmente Gaspar com seu Cangaço (cínico durante o interrogatório e assustador na cena final) e a psicótica personagem de Marcela Moura, uma dos membros da família sádica.

Apesar dessa, digamos, infeliz escolha do exagero humorístico para permear parte do filme, Condado Macabro é absolutamente incrível, tendo levando com louvor o prêmio do júri de Melhor Filme Brasileiro no Fantaspoa, é  gory e tresloucado ao extremo quando se propõe, não soa falso e caricato por ser ambientado no Brasil, respeita a regionalidade sem precisar resgatar elementos de nosso folclore, como vem acontecendo bastante nessa nova e excelente safra do cinema nacional – tendo isso como seu grande diferencial – e funciona como uma homenagem rasgada e apaixonada, seu intuito desde o primeiro momento.

E convenhamos, onde mais veríamos uma garota fazendo strip-tease ao som de “Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme” de Reginaldo Rossi, do que no nosso glorioso cinema de terror nacional?

CONDADOstill01.jpg
Leatherface brazuca!

 


757 – Pânico na Floresta (2003)

$
0
0

Wrong-Turn-2003-movie-poster.jpg


Wrong Turn


2003 / EUA / 84 min / Direção: Rob Schmidt / Roteiro: Alan B. McElroy / Produção: Erik Feig, Brian J. Gilbert, Robert Kulzer, Stan Winston; Hagen Behring, Sven Ebeling (Coprodutores Executivos); Don Carmody, Mitch Horwits, Aaron Ryder, Patrick Wachsberger (Produtores Executivos) / Elenco: Desmond Harrington, Eliza Dushku, Emmanuelle Chriqui, Jeremy Sisto, Kevin Zegers, Lindy Booth


Hoje estreia nos cinemas de São Paulo (já estreou em outras praças), o filme nacional Condado Macabro, inspiração/ homenagem/ referencia rasgada a O Massacre da Serra Elétrica, e os exploitation dos anos 70 e os slasher dos anos 80.

Sabe outro filme que é exatamente nessa mesma pegada? Pânico na Floresta. Suas comparações ou “imitações” com o seminal filme de Tobe Hooper são inevitáveis, assim como ele bebe, e muito, na fonte de outro clássico dos anos 70, Quadrilha de Sádicos, de Wes Craven e até mesmo uma pitada de Amargo Pesadelo, citado no próprio longa.

Estamos lá testemunhas de uma família congênita que mora na floresta, são deformados, canibais e possuem um chalé que parece ter servido muito bem pertencer a Leatherface e parentes. E ah, eles também raptam os turistas incautos que adentram a mata fechada ou se perdem por lá, e pegam seus pertences como souvenir, e ao que tudo indicam, estão mancomunados com um redneck sem dente de um posto de gasolina. Se tudo isso não é uma homenagem ao Massacre e Quadrilha, então eu sou mico de circo.

Mas quer saber, Pânico na Floresta é bom, isso basta, e eu curti muito desde a primeira vez que o vi no cinema. Apesar de uma trama manjadíssima, batida e cheia de clichês, com aqueles atores meia-boca oriundos da TV em uma época que a TV não era como hoje em dia (capitaneados por Elisa Dushku recém estrelando a série Tru Calling), pelo menos o filme é bem sujo, violento, com uma boa dose de gore e mortes gráficas, além de momentos repletos de tensão, como a fatídica cena em que o grupo resolve se meter na cabana dos mutantes, ao melhor estilo Cachinhos Dourados, e os caipiras aparecem com uma das vítimas abatidas, sendo os heróis obrigados a se manter escondidos até eles resolverem tirar uma pestana.

fhd003WTN_Eliza_Dushku_007.jpg
Tru chamando!

Aliás, é digno de nota os três assassinos consanguíneos de Pânico na Floresta: Three Finger, Saw-Tooth e One-Eye, com suas skills de sobrevivência na floresta e habilidades em caça, arco e flecha e tudo mais. O incrível visual dos irmãos é cortesia do Stan Winston Studio, responsável pela maquiagem protética utilizado pelos atores em questão. E vale lembrar que o mago dos efeitos visuais, responsável por Jurassic Park, Aliens – O Resgate, O Predador e O Exterminador do Futuro, entre tantos outros, é o produtor do longa.

Claro que ele vai ter as suas forçadas de barra, tem todo um romancezinho nhé entre Jessie, a personagem de Dushku e o mocinho, Chris (Desmond Harrington), aquela cena da árvore em que os personagens deveriam ter quebrado pernas, braços, costelas, coluna, dentes, mas saem ilesos, e nossa heroína que de repente, do nada, no calor do confronto final, sabe manejar um arco e flecha com uma precisão imensa, sem nunca ter sido mencionado suas aulas com Clinton Barton ou Oliver Queen.

Mas está valendo, pois Pânico da Floresta entrega aquilo que se propõe, ser uma cópia/homenagem/inspiração/referencia/mistura de O Massacre da Serra Elétrica e Quadrilha de Sádicos, só que das boas, isso que importa, nunca perdendo a mão em ser um filme sujo, violento e brutal.

Duro mesmo é saber que o longa se tornou uma franquia e mais CINCO continuações foram feitas, inclusive a última delas datada de 2014. Por quê? Não vou dizer que não assisti nenhuma, pois em um desses final de ano desses na praia passou a quarta parte na Sky, que se passa na neve, e na falta de algo melhor para se ver, e não ter que jogar buraco com a família da namorada, acabei por assisti-lo. Experiência para se esquecer!

Wrong-Turn-1-2003-English-720p-650MB-BRRip-moviecomix.com1_.jpg
LINDEZA!


HORRORVIEW – Condado Macabro (2015)

TOPE NOVE – Negros mais fodões do cinema de terror

$
0
0

Infelizmente aqui no 101 Horror Movies a gente só tem uns branquelos toscos sem graça escrevendo, e NENHUM chega aos pés dessa lista com os negros mais fodões do cinema de terror. Neste Dia da Consciência Negra, aí vai o TOPE NOVE desses afrodescendentes que levam muito a sério o termo BADASS!


9) Rainha Akasha (A Rainha dos Condenados)

A personagem de Aaliyah quer por que quer que Lestat seja seu rei. Para isso, ela vai mostrar seus caninos, morder algumas jugulares, comer uns corações (e arrasar outros) por aí e tocar o terror.

Iniciação Dothraki

8) Katrina (Vamp – A Noite dos Vampiros)

A diva Grace Jones interpretando uma vampira exótica e sensual (que parece uma integrante do Timbalada), que também é uma rainha das trevas na boate de strip-tease que trabalha. FO-DO-NA!

Canto pro mar,mar,mar,mar

7) Blacula (Blacula, o Vampiro Negro)

Se temos duas vampiras aí na lista, com certeza o outrora soberano príncipe Mamuwalde, sacaneado por Drácula ao tentar acabar com o tráfico de escravos, é o vampiro-negro mor do cinema blaxploitation.

How you doin’?

6) Frank (Eles Vivem)

Gente, Keith David fica mais de CINCO FUCKIN’ MINUTOS trocando sopapos com o Roddy Piper em filme de invasão alienígena dirigida por John Carpenter. Preciso falar mais alguma coisa?

TUM! POW! SOC!

5) Peter (Despertar dos Mortos)

Se não fosse o Ken Foree, tenho certeza que aquele grupo de branquelos azedos não teria conseguido chegar até o shopping e sobrevivido tanto tempo no gory fest do George A. Romero. Fora que ele manjava dos paranauês sobre quando não houver mais espaço no inferno e tal.

Dá a letra aí!

4) Candyman (O Mistério de Candyman)

Vai lá, fala Candyman três vezes na frente do espelho para ver se o negão aí com um gancho na mão não vai fazer você se arrepender amargamente. Ainda por cima é uma criação de ninguém menos que Cliver Barker. E o Tony Todd merecia um TOPE NOVE só dele, se pá.

Sou um doce por dentro!

3) Blade (Blade – O Caçador de Vampiros)

Wesley Snipes já é fodão por si próprio. Vivendo ainda o daywalker da Marvel caçando vampiros por aí, na produção que fez nascer os filmes modernos de super-herói, mostra o quanto o cara é o MELIOR!

Como me sinto quando entro no TOPE NOVE

2) Neville Flynn (Serpentes a Bordo)

“I’ve had it with these motherfucking snakes on this motherfucking plane”. Nada mais a acrescentar!

tumblr_mggqqpfZSl1qcga5ro1_500
Quem nunca?

1) Ben (A Noite dos Mortos-Vivos)

Duane Jones interpretou o primeiro protagonista negro do cinema de terror. Isso lá em 1968! Só mesmo o genial George A. Romero para fazer uma dessas no mais importante filme de terror de todos os tempos!

Pittsburgh em chamas!

Horrorcast#97 – O Morcego Diabólico (1940)

758 – Premonição 2 (2003)

$
0
0

Final_destination_2_poster.jpg


Final Destination 2


2003 / EUA / 90 min / Direção: David R. Ellis / Roteiro: J. Mackye Gruber, Eric Bress / Produção: Craig Perry, Warren Zide; Justis Greene (Coprodutor); Sheila Hanahan (Produtora Associada); Richard Brener, Toby Emmerich, Matt Moore, Jeffrey Reddick (Produtores Executivos) / Elenco: Ali Larter, A.J. Cook, Michael Landes, Evan Lewis, James Kirk, Lynda Boyd, Keegan Connor Tracy, Jonathan Cherry


Eu falei lá no post de Premonição sobre sua originalidade ao surgir subvertendo os slasher movies, vindo na contramão daquele mundaréu de terror adolescente do final dos anos 90, colocando o assassino em questão como a própria morte, usando de coincidências e de divertidos planos ao melhor estilo ACME para coletar sua vítimas.

Obviamente que estávamos diante de uma enorme potencial de franquia e não deu outra, mesmo sendo um slasher às avessas, três anos depois chegou as telas Premonição 2, que seria acompanhado de outros três filmes lançados no período de 11 anos, seguindo a risca a regra das sequências: ser maior e mais exagerado, com um número superior na contagem de cadáveres e mortes cada vez mais sangrentas e elaboradas.

Só que além disso, outra “tradição” se criou na franquia, que era, além das mortes mais incríveis, o público sempre aguardava um acidente mais espetaculoso em comparação ao filme anterior, o qual algum personagem teria uma premonição, salvaria uma turma, e colocaria a morte na bota para completar seu plano macabro e recuperar as almas da sua lista negra.

Em Premonição 2 foi a vez de um épico acidente em uma rodovia, com direito a caminhões desgovernados, carros capotando, veículos em chamas, pessoas sendo esmagadas, trespassadas por toras de madeiras e queimadas vivas! Desta vez, a jovem Kimberly (A.J. Cook) terá uma experiência pré-cognitiva e impedirá a morte de uma galera, fazendo com que o grupo seja perseguido pela morte para que as coisas mantenham-se em seu natural equilíbrio.

maxresdefault.jpg
Direção perigosa

A moça terá ajuda do policial Thomas Burke (Michael Landes) e de Clear Rivers (Ali Lartes) a única  passageira do voo 180 da Volée Airlines ainda com vida, que internou-se por conta própria em uma clínica psiquiátrica, paranoica e tentando manter-se viva a qualquer custo. Eles mais uma vez terão uma dica dada pelo agente funerário misterioso vivido por Tony “Candyman” Todd, de como podem ludibriar a morte, e em determinado momento da fita, descobrirão que todos eles tem seu destino ligado de alguma forma com os sobreviventes do desastre de avião do primeiro filme.

Nada do roteiro realmente importa e nem é novidade, daqui até Premonição 5, então o que REALMENTE interessa, são as mortes escalafobéticas, e nesta segunda parte, dirigida por David R. Ellies (que voltara a cadeira de diretor na quarta parte) temos alguns dos melhores exemplares da franquia, com destaque para o moleque esmagado por uma chapa de vidro, a moça que tem o rosto perfurado por um cano quando o airbag é acionado, e claro, o sujeito que é fatiado por uma cerca de arame farpado que sai voando em sua direção. Tudo com muito sangue e violência gráfica.

Aliás, outro elemento presente nesse segundo filme, que não estava lá no primeiro, é o humor negro mais abundante e situações verdadeiramente bizarras. Taí a sequência final que é realmente deliciosa, com um garoto absolutamente nada a ver da trama, salvo de um acidente fatal, em determinado ponto do filme, só para explodir em pedacinhos durante um idílico churrasco. Impagável!

Premonição 2 não é tão bom quanto o primeiro, já deixando o quesito frescor e originalidade de lado, mas com relação as mortes, violência e sangue, deixa seu predecessor no chinelo. E de verdade, é uma boa sequência, divertida, e que a partir dela você capta que é um filme, e uma franquia, que não se leva a sério, algo que acontece firme e forte no original, e que convenhamos, não deveria ser logo de começo, pois a morte arquitetando um plano aos moldes do Tom pegar o Jerry e o Coiote pegar o Papa-Léguas, é muito forçada de barra para nossa cabeça.

Final-destination-2-081111.jpg
EXPLOSIVO!



Kevin Bacon de volta aos Vermes Malditos! \o/

$
0
0

Ator irá estrelar e ser produtor executivo da nova série dos graboids em produção pela Universal e Blumhouse!


Fãs dos graboids, regozijem-se!

De acordo com o Entertainment Weekly, Kevin Bacon, que interpretou o vaqueiro Valentine McKee no clássico O Ataque dos Vermes Malditos, anunciou que irá estrelar e ser produtor executivo da nova série Tremors, produção da Universal Cable Productions e Blumhouse Productions, do midas do terror moderno, Jason Blum.

Andrew Miller está escrevendo a série e Bacon irá reviver McKee na luta contra os terríveis graboids, ou agarroides, em português claro , tipo a versão dublada do SBT.

No momento o show está sendo vendido para as emissoras, mas com o anúncio de Bacon, certeza que logo logo as minhocas mutantes anabolizadas terão uma casa televisiva. Vale só lembrar que o SyFy Channel já produziu uma série do universo Tremors (com uma única temporada) em 2003, com aquele seu devido padrão de qualidade.

Só faltava o Fred Ward também confirmar sua volta!

tremors-2.jpg

 


Trailer do terror israelense Jeruzalem

$
0
0

UMA CRIATURA DEMONÍACA GIGANTE é o prenúncio do apocalipse em filme dirigido em POV por Doron e Yoav Paz.


 

O novo trailer do filme de terror israelense Jersuzalem acaba de ser lançado, e olha, promete, hein…

O trailer explica, segundo o Jeremias 19 do Talmud, que há três portões do inferno: um no deserto, outro no oceano e um em Jerusalém. Isso dá pano para manga para a sinopse:

Duas garotas americanas em férias seguem um misterioso estudante de antropologia em uma viagem a Jerusalém. A festa logo termina quando elas se veem no meio do apocalipse bíblico. Presas entre as muralhas da antiga cidade sagrada, elas precisam encontrar uma forma de escapar enquanto a fúria do inferno é solta sobre elas

Todo filmado em POV, o longa dirigido pelos irmãos Doron e Yoav Paz vem recebendo muitos elogios no circuito de festivais e será distribuído pela Epic Pictures Groups nos cinemas americanos e VOD em 22 de janeiro. Nenhuma previsão de lançamento no Brasil.

Confira o trailer abaixo:

 


Trailer de filme sobrenatural com a Lori de The Walking Dead

$
0
0

Produção da Fox traz Sarah Wayne Callies, a Lori de TWD e Jeremy Sisto no elenco.


Mais um thriller sobrenatural vem aí, dessa vez com produção da Twentieth Century Fox. The Other Side of the Door traz Sarah Wayne Callies, a finada Lori Grimes de The Walking Dead e Jeremy Sisto, de May – Obsessão Assassina e Pânico na Floresta.

Dirigido pelo cineasta indie Johnnes Roberts (Floresta dos Condenados, Storage 24) o lançamento está previsto para 11 de março de 2016 nos cinemas dos EUA e traz a treta que é você interferir no equilíbrio entre a vida e a morte e tentar contatar os espíritos. Nenhuma informação sobre sua chegada ao Brasil.

Abaixo você confere a sinopse, trailer e pôster.

Em luto pela morte de seu filho, uma mãe procura um ritual em que ela possa se despedir de sua criança morta, mas ela acaba abrindo a porta entre o mundo dos vivos e mortos. Com isso, sua filha mais nova passa a ser o foco do terror, e ela deve descobrir como proteger sua família contra a força do mal que um dia foi seu amado filho.

THE-OTHER-SIDE-OF-THE-DOOR-693x1024.jpg


759 – Re-Animantor – Fase Terminal (2003)

$
0
0

2013-11-19-beyond-re-animator.jpg


Beyond Re-Animator


2003 / Espanha / 96 min / Direção: Brian Yuzna / Roteiro: José Manuel Gómez, Brian Yuzna (não creditado), Miguel Tejada-Flores (história) / Produção: Brian Yuzna, Julio Fernández; Carlos Fernández, Julio Fernández (Produtores Executivos) / Elenco: Jeffrey Combs, Tommy Dean Musset, Jason Barry, Bárbara Elorrieta, Elsa Pataky, Lolo Herrero, Simón Andreu


Quase vinte anos depois do clássico absoluto, Re-Animator – A Hora dos Mortos-Vivos eis que Brian Yuzna, produtor do longa original (que como vocês bem devem saber – espero –  fora dirigido por Stuart Gordon) resolve retomar ao universo de Herbert West e, junto de sua produtora hispânica, Fantastic Factory, comete dirige esse Re-Animator – Fase Terminal.

Deslocado no tempo em um novo século, completamente sem necessidade e que não serve nem para os fãs mais ávidos e saudosistas, apesar de trazer novamente o ator Jeffrey Combs como o “Dr. Frankenstein moderno”, o título em português, “Fase Terminal” é o que melhor representa esse filme.

Certo, sabemos que tanto Re-Animator quanto sua continuação direta, A Noiva de Re-Animator, são clássicos do splatter com uma grande veia cômica e piadas de humor negro, duplo sentido e conotação sexual. Era o que se encaixava perfeitamente naquele climão anos 80. Agora em 2003, o casamento não funcionou nada bem, e não só pelo orçamento baixo e a falta absoluta de qualquer esmero técnico, presente nos longas anteriores mesmo tendo o dedo podre de Charles Band e sua Empire Pictures no meio, mas simplesmente pela comédia ridícula, sem graça e exagerada, apesar da já propensa natureza caricata de Herbert West e suas experiências, em detrimento de um decente filme do subgênero.

A trama começa com um zumbi invadindo uma casa, apavorando um moleque e matando sua irmã mais velha. O garoto em choque vê a polícia abatendo o cadáver ambulante e prendendo West nas imediações. Antes de entrar na viatura, ele deixa cair uma ampola do seu famoso líquido verde fluorescente capaz de reanimar os mortos.

beyond_reanimator1.jpg
Cadê meu café?

Elipse temporal e depois de 13 anos West está cumprindo a pena em uma prisão de segurança máxima quando o Dr. Howard Phillips (para quem não sabe, o H.P. de H.P. Lovecraft, autor do conto “Herbert West – Reanimador”, é exatamente Howard Phillips), interpretado por Jason Barry, é transferido como novo médico da penitenciária. Ele é na verdade o garoto que testemunhou a morte da irmã e tentou reanima-la com a fórmula de West, guardando o material por todo esse tempo, construindo seu caminho até o infame cientista para ajuda-lo a replicar o soro.

Paralelo a isso, uma audaciosa repórter, Laura Olney (Elsa Pataky) a gostosa sedutora da vez, está a fim de escrever uma matéria sobre West, investigando o massacre cometido por ele durante sua residência no hospital da Universidade de Miskatonic. Para isso não vai medir esforço, chegando até a seduzir o carrasco diretor da prisão, Brando (Simón Andreu).

Beleza, Re-Animator – Fase Terminal vai se levando em banho-maria até onde dá, sem nada de novo no front, com os experimentos de West no presídio, com seus zumbis e ratos reanimados, vários detentos completamente caricatos e repletos de estereótipos, humor pueril até a derrocada final, quando aí o filme se perde de vez e vira um pastiche, uma patifaria, com direito ao diretor se transformar em um zumbi-homem-rato-mutante (mas que de rato tem somente os dentes salientes da frente, parecendo dentaduras postiças de fantasias compradas nas lojas da Ladeira Porto Geral), Laura que vira uma zumbi dominatrix e um embate final entre um rato e um pênis decepado! Galhofa total, mas da péssima.

Re-Animator – Fase Terminal é completamente dispensável e algo que poderia render uma saudosa volta de Combs interpretando nosso cientista louco preferido, é só uma caricatura de um dos melhores filmes de terror dos ano 80, que lá em meados dos anos 2000 (quando chegou ao Brasil direto para o DVD) não valeu o dinheiro gasto na locação, e hoje não merece uma revisita, ou uma primeira chance para aqueles que nunca tiveram o desprazer de assisti-lo.

6a017d4117b2c6970c019b0053b987970d.jpg
Elementar, Dr. West!

A Visita, ou mais um plot twist de M. Night Shyamalan

$
0
0

Depois de 16 anos que Haley Joel Osment viu “pessoas mortas o tempo inteiro”, o diretor tenta voltar às origens em terror found footage produzido por Jason Blum.


M.Night Shyamalan é uma vítima de seu próprio sucesso. Quando ele arrebatou público e crítica em O Sexto Sentido e seu mais que lendário plot twist final, o indiano, cria de Alfred Hitchcock, talvez NUNCA imaginasse toda a benesse e o estrago que estava fazendo em sua carreira.

A partir de então o nível de exigência com seus próximos filmes e expectativa tornaram-se altíssimos, muito por conta da incessante busca do espectador pelas reviravoltas em seus finais, algo que se tornou uma espécie de marca registrada do diretor. Tá certo que ele conseguiu cumprir mais uma vez em Corpo Fechado, mas tentou abandonar o subterfúgio em Sinais, que recebeu uma recepção bem das mornas, e depois, já perdendo fôlego, voltou ao modus operandi de seus finais mind blowing no fraquinho A Vila.

Hoje, 16 anos depois que Haley Joel Osment viu “pessoas mortas o tempo inteiro” é mais certo constatar que Shyamalan não conseguiu atingir o estrelato que lhe fora prognosticado e falhou miseravelmente EM TODOS os seus próximos filmes, alguns dignos de pena como Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra. E aí não dá para te defender, miga.

Hoje, sua o status de sua carreira se encontra no estágio: “fazendo found footage para a Blumhouse Pictures de Jasom Blum”. Que é o caso de A Visita, seu novo longa metragem, e volta ao cinema de terror, que estreia nessa quinta-feira no Brasil.

1728a37d_32.xxxlarge_2x.jpg
Vovó e vovô amáveis! SQN!

Se Shyamalan procura redenção, já adianto de antemão que ele não conseguiu aqui por completo, mas pelo menos ele retorna à velha forma e entrega um filme de terror redondo, que claro, tem um plot twist – dos bons, diga-se de passagem – e uma ótima construção de suspense crescente e sufocante no seu terceiro ato.

Na trama, um casal de irmãos adolescentes, Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould) vai passar uma semana na casa dos avós, que não os conhecia, pois sua mãe fugira de casa aos 19 anos e o contato perdeu-se por completo por todos esses anos, até que seus pais a acharam na Internet e gostariam de receber uma visita dos netos. Becca, no alto de seus 15 anos, resolve fazer um documentário sobre essa estada, filmando tudo em todo momento, auxiliada pelo irmão mais novo, para conhecer mais do passado de sua mãe e a casa onde ela cresceu, e tentar extrair daí um perdão para ambas as partes.

Acontece que o comportamento da vovó (Deanna Dungan) e do vovô (Peter McRobbie) é estranho, errático e às vezes até violento. Ah, e ASSUSTADOR PRA CACETE! Principalmente da velha senhora que é diagnosticada com Síndrome de Sundown, termo médico que se refere ao período do tempo em que o sol se põe e provoca agitação e inquietação nas pessoas que possuem Alzheimer.  Pois isso, uma das regras mais importantes daquela casa é que as crianças têm de ficar em seus quartos após 21h30.

Mas estamos falando de dois adolescentes, abelhudos por natureza, que conforme o comportamento demente dos velhos piora e barulhos estranhos que passam a ouvir à noite, começam a xeretar e o caldo vai entornar para seu lado, até que chegaremos ao, TCHAN-THCAN-TCHAN-TCHAN, plot twist de Shyamalan, óbvio.

visit4-xlarge.jpg
Mãe, o que fazemos em caso de plot twist?

Mas olhe, confesso que achei bem interessante, viu, indo contra todas as zilhares de explicações sobrenaturais que já passavam pela minha cabeça desde que vi o primeiro trailer e pensei: “ah, lá vem mais um do Shyamalan achando que engana mais alguém nessa altura do campeonato”. Até dá uma gelada boa na espinha quando revelado.

Isso sem contar a intensa interpretação de Dunagan e McRobbie e seu degringolar de demência enquanto a última noite junto dos netos vem se aproximando. Sério, aquela velha senhora dá um MEDO desgraçado por si só, muito maior do que qualquer monstro, encosto, zumbi, alienígena ou explicação clichê de filme de terror que o valha.

Só que até chegarmos lá, por conta da famosa estrutura narrativa dos filmes estilo “filmagem encontrada”, você perde uma hora da sua preciosa vida sentado em uma cadeira de cinema testemunhando O MAIS ABSOLUTO NADA, e aquelas cenas entediantes de diálogos enfadonhos, o moleque sendo um rapper infame, a rotina do dia a dia na casa dos avós, mesmo que os dois velhos sejam creepy as hell por vez ou outra, e tudo que vem no pacote.

Dos novos subgêneros do cinema de terror, o found footage certamente é o mais saturado, surrado, usado até o bagaço e mais malhado que Judas no Sábado de Aleluia. Porque você já sabe EXATAMENTE tudo que vai encontrar nesses falsos documentários e já não abre precedente para nenhum tipo de surpresa: sustos fáceis, câmera tremida, visão noturna, sensação de claustrofobia, correria desenfreada e picos de adrenalina conforme se aproxima o final. Em A Visita também está tudo lá.

maxresdefault.jpg
Velha a ASSUSTAR!

E sinceramente, analisando a fita ao término deu seus 90 minutos, a conclusão é que havia nenhuma necessidade de escolha da câmera na mão e cinema verité. O que difere aqui é a qualidade de Shyamalan como diretor de suspense, algo inegável, e aqui ele resolve voltar ao básico e novamente evoca os ensinamentos do mestre Hitchcock, principalmente da sensação de medo e pavor daquilo que nós não vemos (NISSO o found footage ajuda, fato) e toda a construção da atmosfera e de personagem, até chegar em seu gimmick.

Só que TODO mundo já começa a assistir A Visita sabendo (ou imaginando muito forte, vai) que teremos aquele momento de ficarmos boquiabertos, estupefatos, sem ar, que nosso chão caiu (tá, parei…), que fomos enganados e tudo que está ali bem na frente do nosso nariz não é nada que imaginávamos. . É a mesma coisa que ir ver um filme do Stallone ou do Schwarzenegger e saber que em algum momento haverá pelo menos um tiro, porrada e bomba!

O fetiche do diretor é, ao mesmo tempo, seu Cavalo de Troia e o calcanhar de Aquiles. Então o lance é se deixar levar e meio que já saber o que te espera, e realizar de uma vez por todas que você NUNCA mais ficará passado como ao descobrir o que se sucedeu com Bruce Willis em O Sexto Sentido. Vai por mim que você fará um bem para si mesmo. Shyamalan agradece.

Texto originalmente publicado no Judão

the-visit-image-1.jpg
Eu vejo pessoas mortas… Não, pera!

Viewing all 532 articles
Browse latest View live