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Channel: Marcos Brolia – 101 Horror Movies
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HORRORVIEW – A Possessão do Mal (2014)


Sequência de abertura de American Horror Story: Hotel

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Quinta temporada tem estreia marcada para próxima quarta-feira, 07 de outubro, no FX, inclusive no Brasil.


Da sessão: “aguardados de outubro”. Ou não!

American Horror Story: Hotel, quem vem bombardeando as Interwebs de imagens, promos, clipes, trailers, pôsteres e tudo que o marketing tem direito, estreia na próxima quarta-feira, 07, no FX, simultaneamente aqui no Brasil. Agora o canal liberou a sequência de abertura da série. Se tem algo que não podemos negar, é que em todas as cinco temporadas, a abertura sempre foi foda. Pelo menos…

A trama gira em torno do Hotel Cortez, construído em 1930 pelo rico e charmoso, porém psicótico, James March (Evan Peters). O lindo hotel em art-deco é, na verdade, uma estrututa de labirintos construídos para esconder as atividades assassinas de March (pense em corredores sem saída, salas secretas, poços de elevadores sem fim…). A inspiração vem de H.H. Holmes, o primeiro serial killer americano.

Gaga irá interpretar a Condessa Elizabeth, uma glamurosa socialite que adquire o hotel nos dias de hoje, frequenta exposições de arte e desfiles de moda, mas mantém a forma com uma deita de sangue humano.


Veja os spots de TV de Atividade Paranormal 5: Dimensão Fantasma

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Último filme da franquia chega as cinemas brasileiros em 22 de outubro.


Outra para a sessão: “aguardados de outubro”. Ou não (também)!

Os primeiros spots de TV (aka “comerciais”) de Atividade Paranormal 5: Dimensão Fantasma já estão no ar e você pode conferir abaixo.

O filme, que chega aos cinemas brasileiros em 22 de outubro, promete revelar quem raios é o tal do Toby, e responder todas as questões dos filmes anteriores. No elenco, Chris J. Murray, Brti Shaw, Ivy George, Chloe Csengery e Jessica Tyler Brown.

Atividade Paranormal 5: Dimensão Fantasma acompanha uma nova família, os Fleeges, formada por Ruan (Murray), Emily (Shaw) e sua filha pequena, Leia (George), que se mudam para uma nova casa e descobrem uma câmera de vídeo e uma caixa de fitas na garagem (NE: não, isso não é a sinopse de A Entidade). Quando eles olham pelas lentes das câmeras, começam a presenciar atividades paranormais acontecendo ao redor deles, incluindo o ressurgimento das jovens Kristi e Katie.


731 – Cabana do Inferno (2002)

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Cabin Fever


2002 / EUA / 93 min / Direção: Eli Roth / Roteiro: Eli Roth, Randy Pearlstein / Produção: Evan Astrowsky, Sam Froelich, Lauren Moews, Eli Roth; Jeffrey D. Hoffman (Coprodutores Executivos); Susan Jackson (Produtora Executiva) / Roteiro: Rider Strong, Jordan Ladd, James DeBello, Carine Vincent, Joey Kern, Arie Verveen, Robert Harris


Meados dos anos 2000 era uma época em que eu acompanhava muito os fóruns de filmes de terror na Internet, a comunidade “Trash, Terror e Gore em Geral” no Orkut e lia compulsivamente o Boca do Inferno, com suas notícias e críticas. Foi um período também, que com o uso do emule, baixava diversos filmes que conhecia nesses espaços cibernéticos, onde demorava dias nessa tarefa, menos que o tempo que levava para chegar aqui no Brasil, isso quando eles eram lançados.

Ainda havia a tarefa hercúlea de embutir a legenda e gravá-los em DVD para assistir no meu DVD player (sempre odiei ver filmes no computador), que não era boiada como hoje em dia também. Dois dos longas mais emblemáticos desse período pirateiro e que parecia que nunca chegaria ao Brasil foi a refilmagem de O Massacre da Serra Elétrica (quem lembra o drama que a Europa Filmes fez para estrear o filme nos cinemas com seus adiamentos infinitos?) e esse Cabana do Inferno, que tinha gerado um hype absurdo (antes mesmo da palavra cair na moda) por conta da dose cavalar de violência e gore, que colocou um nome nos holofotes, a ser observado: Eli Roth.

Acho que Cabana do Inferno para mim foi um pouco prejudicado exatamente por esse buzz (antes mesmo da palavra buzz cair na moda) por essa expectativa. Eu realmente esperava um filme completamente diferente, sem todo o toque de humor negro, escracho e situações e personagens caricatos. Hoje em dia, a gente tá ligado que essa é uma marca registrada de Roth, mas não naqueles tempos. Esperava um filme sério, tenebroso, angustiante. Confesso que acabei gostando mais dele em uma segunda ou terceira revisitada, do que da primeira vez que o vi.

Só estourei uma espinha no rosto...
Só estourei uma espinha no rosto…

Fato é que realmente os pontos altos são exatamente a selvageria e o gore, e o ponto baixo, o humor forçado que certas vezes funciona, e outras não (leia-se o policial chapado tarado por festinhas ou o moleque loirinho de mullets que luta caratê e morde as pessoas). Claro que não poderíamos esperar nada diferente de um produto com efeitos especiais e maquiagem entregues pela KNB EFX de Kurtzman, Berger e Nicotero. E o tema da fita é extremamente propício a isso: um vírus que corrói a pele humana.

Um banho de sangue e nojeira com direito a necrose cutânea, escaras, feridas pustulentas e outras selvagerias como assassinatos violentos com tiros ou pauladas e um cachorro com raiva estraçalhando uma garota, será o futuro de um grupo propositalmente clichê de cinco jovens universitários que irão passar o final de semana em uma propositalmente clichê cabana rústica no meio da floresta. Logo no começo, um vagabundo encontra seu cachorro morto e acaba contraindo o tal do vírus hemorrágico.

Ao atacar os jovens em um surto misto de loucura e de necessidade de auxílio, ele é queimado vivo e acaba por cair em um riacho, que promove o abastecimento de água na região, o que irá infectar todo mundo que beber o líquido. Instala-se um clima de paranoia entre os jovens, gerando uma boa e velha febre da cabana (daí o título original, uma vez que não há absolutamente nada de infernal naquele casebre de madeira), jogando-os um contra os outros, além dos demais locais ao descobrirem o surto de infecção, obrigando-os a lutar por suas vidas.

Depilação oldschool
A primeira faz tchan…

É absolutamente perceptível a influência de Sam Raimi e Peter Jackson (que adorou o filme e o exibiu três vezes para sua equipe enquanto rodava O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei) com seus splatsticks Uma Noite Alucinante (a mais óbvia) e Fome Animal. Roth tenta, de sua forma, atualizar os trejeitos desses dois clássicos escatológicos do splatter com humor, digamos assim, para uma nova geração, metendo suas piadinhas sexuais ou de duplo sentido, como o lance da arma para os “crioulos” que o sulista republicano white trash guarda em sua mercearia, e que vira uma excelente gag logo no final da fita.

Fato é que Cabana do Inferno catapultou o nome de Roth e chamou a atenção de Quentin Tarantino, que virou parça do diretor, produziu seu próximo filme, o suprassumo do torture porn, O Albergue, o colocou para dirigir um dos falsos trailers de Grindhouse e lhe deu o papel do emblemático Antonio MAR-GHE-RI-TI em Bastardos Inglórios. E todos os seus filmes são recheados de influências do ponto de vista de um verdadeiro fã do cinema de horror, como o controverso Canibais (que finalmente estreou nos EUA na semana passada) e seu resgate do ciclo italiano de canibais, Bata Antes de Entrar (que teve estreia adiada aqui no Brasil), e sua pegada Atração Fatal e o vindouro Meg, com seu tubarão megalodonte gigante, sua empreitada no eco-horror.

Cabana do Inferno foi o menor orçamento de um filme da Lions Gate lançado em 2003 (1,5 milhões de dólares) e sua maior bilheteria (22 milhões), e o mais rentável filme de terror daquele ano. Gerou uma continuação, que confesso não ter assistido, e recentemente foi anunciado um remake (mas hein, um filme com apenas 13 anos de lançamento já rendendo refilmagem?), onde Roth será produtor executivo.

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Passa um hidratante aí…


732 – O Chamado (2002)

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The Ring


2002 / EUA / 115 min / Direção: Gore Verbinski / Roteiro: Ehren Kruger (baseado no livro de Koji Suzuki) / Produção: Laurie MacDonald, Walter F. Parkes; Christine Iso (Coprodutora); Benita Allen (Produtora Associada); Neal Edelstein, J.C. Spink (Coprodutores Executivos); Roy Lee, Mike Macari, Michele Weisler (Produtores Executivos) / Elenco: Naomi Watts, Martin Henderson, David Dorfman, Brian Cox, Jane Alexander, Lindsay Frost, Amber Tamblyn, Rachael Bella, Daveigh Chase


Se posso apontar uma vez que os americanos acertaram em uma refilmagem de um J-Horror, e das poucas vezes que acertaram em refilmagens em geral, é O Chamado.

Claro, Ringu de Hideo Nakata ainda é MUITO superior, mas o grande trunfo de O Chamado é que, apesar de suas mudanças pontuais e artifícios pensados especificamente para o público americano, que não tem a mesma veia religiosa dos japoneses e gostam de todos os detalhes explicadinhos quase que de forma mobral, dispõe de uma impressionante beleza técnica e visual e excelente construção de clima para a fita.

A direção sóbria de Gore Verbinski é excelente (e dá uma pena do sujeito nunca mais ter dirigido um filme de terror, e se metido com o exagero escandaloso de Piratas do Caribe e a bomba O Cavaleiro Solitário), construindo o filme em um ritmo impressionante, até dos mais desacelerados para o padrão yankee, auxiliado pela belíssima fotografia da sempre chuvosa Seattle em cores frias, predominantemente azulada, do iugoslavo Bojan Bazelli (de Encaixotando Helena e Kalifornia – Uma Viagem ao Inferno) e claro, a trilha sonora minimalista e hipnótica do monstro Hans Zimmer.

No fundo do poço...
No fundo do poço…

Coloque também na conta positiva de O Chamado a incrível Naomi Watts, cuja lindeza e seus olhos azuis chegam ser estonteantes, vivendo a jornalista Rachel, que investiga a morte da sobrinha sete dias depois que assistiu a uma fita VHS, assim como a trama do original de Nakata e o livro de Koji Suzuki. Ela chega até a cabana onde sua sobrinha se hospedou e encontra o tape. Logo depois, o telefone toca e lhe dá sua sentença de morte. Rachel é mãe solteira de Aidan (David Dorfman), moleque irritante que se acha adulto autossuficiente. Ela pede auxílio ao pai do garoto e ex, Noah (Martin Henderson), videomaker e técnico de vídeo, para tentar juntar as pistas antes que a contagem regressiva se expire.

Nessas investigações ela acaba chegando até Samara Morgan (Daveigh Chase), a versão americanizada da Sadako. É exatamente esse subplot que conta a história da menina com poderes paranormais, envolvendo sua mãe e pai, cavalos, uma maldição, uma ilha com um farol e um rancho, que O Chamado perde um pouco do brilho em relação ao seu par nipônico.

Rachel é levada a destrinchar todas as informações e detalhes para chegar ao já bem conhecido poço e a morte da menina, envolvendo aí dramas familiares e de toda uma comunidade, a relação conturbada com o pai, suicídio dos cavalos do rancho e infortúnio da família, querendo explicar o porquê do desejo vingativo, ao invés da quase poética e simples sequência do japonês que retrata os dons paranormais e a pecha de bruxaria e poderes telepáticos em volta ao redor Sadako e sua mãe.

Outro ponto bem dos discutíveis e que acaba fazendo com que O Chamado derrape em pequenos detalhes bobos com relação ao original, é o apelo para alguns sustos fáceis e efeitos especiais de vultos e sombras passando, e claro, a emblemática saída de Samara da televisão, que enquanto o balé macabro de Sadako faz nego cagar nas calças pelo seu realismo manual e a falta de truques em CGI, o americano apela para os efeitos especiais (dos bem feitos, diga-se de passagem) e aquele close no rosto de Samara que mais parece a Regan McNeill em O Exorcista, para criar um efeito de jump scare.

Tem uns vídeos que a gente assiste que deixa assim mesmo...
Tem uns vídeos que a gente assiste que deixa assim mesmo…

Mas isso não desmerece o belo, potente e assustador filme que é O Chamado. Inclusive para muitos, que como eu, ficaram impressionados e o viram no cinema, antes mesmo de ter qualquer conhecimento do longa de Nakata. Fato também é que esse é, junto com O Sexto Sentido, O FILME DE TERROR de toda uma geração. Responsável por meter medo, mas muito medo numa molecada que das duas uma: ou ficou viciado no cinema de terror, ou então simplesmente parou de assisti-los, principalmente esses com pegada sobrenatural, por ter ficado traumatizado de tanto horror. Conheço pessoas de ambos os casos.

O Chamado foi um sucesso ESTRONDOSO faturando quase 250 milhões de dólares no mundo todo (contra um orçamento de 48 milhões), dando uma PUTA grana de retorno para a Dreamworks, e para o bem ou para o mal, teve uma importância crucial em outro aspecto, pois abriu as portas do J-Horror para o mercado ocidental.

Ao mesmo tempo em que as produções originais começaram a chegar às locadoras e cinemas, inclusive aqui no Brasil, praticamente TODOS os filmes asiáticos de terror ganharam sua versão americana. E desses TODOS, somente O Grito que consegue se destacar, pois foi dirigido pelo próprio Takashi Shimizu e na medida do possível é quase uma cópia em carbono de Ju-On, só que com mais grana. Outros exemplos, como Chamada Perdida, O Olho do Mal, Água Negra, Imagens do Além e outros, são completamente execráveis ou dispensáveis, não chegando próximo do impacto de suas inspirações vindas do outro lado do mundo.

A minha voz continua a mesma, mas meus cabelos...
A minha voz continua a mesma, mas meus cabelos…


Veja o trailer de Jaws 19 em comemoração aos 30 anos de De Volta Para o Futuro!

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Filme estava em cartaz quando Marty McFly viajou para o ano de 2015 com seu DeLorean em De Volta Para o Futuro II


De Volta Para o Futuro está completando 30 anos e quando Marty McFly viajou para o futuro com seu DeLorean em De Volta Para o Futuro II, mais precisamente em 21 de outubro de 2015, nos cinemas estava sendo exibido Jaws 19, décima nona continuação de Tubarão!

Não perdendo tempo, a Universal, que está fazendo uma série de ações para celebrar esse aniversário, preparou um trailer falso dessa hipotética sequência. QUE É SIMPLESMENTE SENSACIONAL, captando muito bem os plots absurdos que estamos acostumados nessas longevas franquias. Triste é saber que o SyFy já vem fazendo coisas com tubarões que já são bem próximos ou piores do que anunciado pelo fictício narrador.

Confira aí embaixo:


Coelhinho da Páscoa assassino slasher no trailer de Easter Sunday

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Filme póstumo de Robert Z’Dar era só o que faltava para completar a coleção de “feriados” macabros…


Depois do Halloween, Natal, Dias das Mães, Dia dos Pais, estava mesmo faltando um slasher movie de… Páscoa! O indie slasher Easter Sunday é o filme póstumo de Robert Z’Dar, o eterno Maniac Cop, falecido no começo desse ano, que promete uma viagem de volta aos clima zueiro dos slashers dos anos 80.

Easter Sunday é escrito e dirigido pelo novato Jeremy Todd Morehead e no elenco, junto de Z’Dar estão Ari Lehman, Edward X. Young e Shawn C. Phillips.

Confira o trailer e sinopse do escracho, abaixo:

Faz 24 anos desde que o demente serial killer Douglas Fisher foi executado pela polícia na noite de Páscoa. Este ano, um grupo de adolescentes baladeiros não irão somente tocar o terror, como irão trazer o terror de volta! Os jovens acidentalmente conjuram o espírito de Fisher, também conhecido como o: Assassino com Máscara de Coelhinho da Páscoa! Eles terão até meia-noite para parar o malvado coelho slasher, ou ele irá deixar todos em pedaços.


733 – Dark Water – Água Negra (2002)

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Honogurai mizu no soko kara / Dark Water


2002 / Japão / 101 min / Direção: Hideo Nakata / Roteiro: Ken’ichi Suzuki, Yoshiro Nakamura; Takashige Ichise, Hideo Nakata (não creditados) (baseado no livro de Kôji Suzuki) / Produção: Takashige Ichise / Elenco: Hitomi Kuroki, Rio Kanno, Mirei Oguchi, Asami Mizukawa, Fumiyo Kohirata, Yu Toki


É certo dizer que Dark Water – Água Negra é um dos melhores filmes de terror já feitos no Japão. Mas ele não é apenas um filme de terror. O fantástico, belíssimo e triste pra cacete longa de Hideo Nakata é mais um drama sobrenatural do que qualquer outra definição.

E diferente de seus pares do mesmo período, incluindo aí o próprio Ring – O Chamado, igualmente dirigido por Nakata e baseado em um livro de Kôji Suzuki, o tal “Stephen King nipônico”, apesar de conter os mesmo elementos e chavões clássico do subgênero, o poder de sua história é algo que foge completamente da curva.

Muita gente pode dizer que “mesma coisa”  é um caminhão cheio de J-Horror (adaptei a piada xenofóbica), devido a sua semelhança entre si, mas Dark Water não cai nesse clichê não, e mais, aborda de forma bastante contundente e carregada de melancolia, quase dividindo a tela por igual com a vontade de assustar, um drama familiar de sobrevivência de mãe desquitada e filha pequena, algo completamente inaceitável ainda no Japão ainda patriarcal dos dias de hoje.

Sendo assim, mais uma vez coloca o cidadão comum contra problemas inerentes do mundo moderno contra tradições arraigadas na cultura milenar asiática: uma mulher desempregada, porém forte ao não abrir mão da guarda da criança, mudar-se sozinha para um conjunto de apartamentos e ter que tentar ganhar a vida, aceitando um emprego que lhe pagava muito menos que seu anterior, o qual abriu mão por conta do casamento e a maternidade.

Mas só chove, choveeee...
Mas só chove, choveeee…

Fora isso, seu ex é um crápula, babaca que esquece o aniversário da própria filha, e coloca Yoshimi Matsubara (Hitomi Kuroki) numa desgastante briga judicial para ficar com a guarda de Ikuko (Rio Kanno). E para entornar ainda mais o caldo, há todo um trauma familiar e o medo de falhar como mãe, sendo negligente como acontecera com sua própria progenitora.

Ah sim, mas é um filme de horror. Então Yoshimi e Ikuko irão se mudar para um prédio mal-assombrado, que numa jogada de mestre de Nakata, consegue estender e elevar o nível de tensão apenas com o aumentar de uma infiltração no teto do apartamento em que as duas recém se mudaram, os tormentos físicos e mentais inerentes a esse tipo de situação sobrenatural e a aparição quase que constante de uma suspeita lancheira vermelha.

Mantendo tudo no horror psicológico subentendido, algo que o J-Horror é expert no assunto, Nakata economiza bastante no clichê garota-fantasma-cabeluda-vingativa de praxe no subgênero oriental, para somente no terceiro ato fazer com que o espírito mirim dê as caras, e explicar qual a ligação com a lancheira, a caixa d’água e aquele tanto de vazamento de água, goteiras e infiltrações no apartamento.

Larga, diabo!
Larga, diabo!

Agora o final de Dark Water é de uma bad sem tamanho. Duas na verdade. Daqueles que dá uma tristeza sem fim e um vazio no âmago ao terminar de assisti-lo. ALERTA DE SPOILER. Pule para o próximo parágrafo ou leia por sua conta e risco. O fantasma da garotinha de capa de chuva amarela que se afogara acidentalmente na caixa d’água do prédio, fato escondido pelo próprio zelador negligente, tenta a todo custo matar a pequena Ikuko, porém Yoshimi resolve se sacrificar para poder ser a mãe da menina, e assim poupar de qualquer mal que pudesse ser feito a filha. Mais tarde, Ikuko com 16 anos visita o antigo complexo de apartamentos e encontra sua mãe. Além da distância material e espiritual óbvia para que elas não pudessem ficar juntas, Yoshimi virou refém por toda a eternidade daquele espírito egoísta.

Dark Water é de uma beleza ímpar. A fluidez de como Nakata desenrola o filme, com toda sua beleza estética e carga dramática, e mantém o nível de horror sem apelar para chavões bem conhecidos do público ocidental e deixar tudo na base do subentendido, mesmo que de forma óbvia para aqueles que conhecem a estrutura narrativa do J-Horror, mostram o quanto ele domina a arte do cinema de terror oriental (pena ter perdido a forma hoje em dia, como o próprio cinema de gênero japonês) nessa mistura belíssima de drama com terror.

É sabido que o brasileiro Walter Salles dirigiu o remake ocidental de Dark Water, e o resultado, por incrível que pareça, não é de todo tão ruim, conseguindo, na medida do possível, manter o elemento dramático e poético do original, apesar do próprio renegar a fita por conta da interferência dos produtores, responsáveis pelo corte final, que queriam entupir o filme de jump scare, efeitos digitais e todos os artifícios medíocres do gênero que americano tanto gosta, deixado de lado quase que por completo por Nakata, em nome de uma experiência cinematográfica assustadoramente triste e única.

Não usou Tigre?
Não usou Tigre?



Vem aí o prequel de O Iluminado

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The Overlook Hotel será um filme independente, baseado no prólogo de O Iluminado não utilizado por Stephen King. James Vanderbilt produz e Mark Romanek dirige.


Há mais de um ano foi anunciado que O Iluminado ganharia uma prequela. Qual a necessidade disso eu não sei, uma vez que tem aí o “Doutor Sono“, a continuação do livro, que poderia ganhar sua versão cinematográfica. Mas enfim, Hollywood é Hollywood.

Intitulado The Overlook Hotel, o longa terá James Vanderbilt (roteirista dos últimos dois filmes do Homem-Aranha, O Ataque, Os Perdedores e Zodíaco) como produtor, o roteiro escrito por Glen Mazzara (das séries The Walking Dead e a vindoura Damien, baseado em A Profecia) e a direção de Mark Romanek (Retratos de uma Obsessão e Não me Abandone Jamais).

Vanderbilt falou ao Collider sobre a produção:

“Honestamente eu acho que as pessoas ficarão muito empolgadas com isso, porque não é algo como “20 anos antes de O Iluminado…” Eu não quero entregar muito da história, mas a forma que Glen [Mazzara, roteirista) a decodificou e a forma como Mark [Romanek, diretor] captou o espírito, fará dele um filme completamente independente, o que eu acho genial. Não é algo como: “Quando Scatman Crothers era jovem, ele…”. Não é nada disso”.

O filme será baseado em Before The Play, prólogo não utilizado no livro original de Stephen King, centrado no barão do crime Bob T. Watson, que fundou o Overlook Hotel com sua família no começo do Século XX, basicamente explicando a problemática origem do hotel de veraneio.

Fique ligado para novos detalhes.


734 – Dog Soldiers – Cães de Caça (2002)

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Dog Soldiers


2002 / Reino Unido, Luxemburgo, EUA / 105 min / Direção: Neil Marshall / Roteiro: Neil Marshall / Produção: David E. Allen, Christopher Flagg, Tom Reeve; Keith Bell, Brian O’Toole (Coprodutores); Caroline Waldron (Produtora Associada); Vic Bateman, Harmon Kaslow, Romain Schroeder (Produtores Executivos) / Elenco: Sean Pertwee, Kevin McKidd, Emma Cleasby, Lian Cunningham, Thomas Lockyer, Darren Morfitt


Dog Soldiers – Cães de Caça é o melhor filme de lobisomem desde os tempos áureos dos filmes de lobisomem nos anos 80, e ponto. Para ser mais sincero, talvez desde A Hora do Lobisomem, baseado no livro de Stephen King, que sucedeu os clássicos Um Lobisomem Americano em Londres e Grito de Horror, os suprassumos do gênero.

Isso se deve muito pela forma como Neil Marshall conduziu o longa, misturando elementos de horror com ação, muito na pegada câmera na mão que dá aquele toque de cinema de guerrilha, um excelente time de atores britânicos, e acima de tudo a escolha, acertadíssima de não utilizar CGI para a criação dos lobisomens. Como nos bons e velhos tempos, afinal sabemos os resultados desastrosos de lincatropos construídos por efeitos digitais, desde Um Lobisomem Americano em Paris, passando pela saga Underworld e até mesmo o contemporâneo francês O Pacto dos Lobos.

Os envolvidos acreditavam no exagero e saturação do CGI no gênero (isso em 2002, imagine hoje em dia…) e preferiram efeitos práticos, usando animatrônicos e fantasias com pernas de pau (para aumentar o tamanho das criaturas). Os efeitos de maquiagem foram supervisionados por Dave Bonneywell, o mesmo de O Enigma do Horizonte, O Filho de Chucky, Extermínio 2, Rei Arthur, Alexandre, Fúria de Titã e Hellboy II: O Exército Dourado. Já os animatrôncios ficaram a cargo de Richard Darwin de Hellraiser III – Inferno na Terra, Alien vs. Predador, Harry Potter e O Enigma do Príncipe, Planeta dos Macacos: A Origem, O Guia do Mochileiro das Galáxias e Missão Impossível – Protocolo Fantasma.

Outros dois pontos que devem-se salientar é a presença constate de humor negro com requintes do humor britânico (sem dúvida a melhor sacada é o “there is no Spoon” referência clara a Matrix, quando o soldado Spoon é morto), e claro, o gore, muito gore. Afinal, é a droga de um filme de lobisomem, então queremos ver o monstro que se transforma na lua cheia destroçando as pessoas com suas garras, arrancando nacos de carnes e vísceras com suas dentadas, sangue jorrando aos borbotões e por aí vai. É uma verdadeira sessão de sangreira desmedida toda vez que os meio homens, meio lobos, atacam algum membro do exército inglês.

Engole chumbo, Lobão!
Engole chumbo, Lobão!

Na verdade essa mistura com filme de guerra, e as incontáveis referência e homenagens ao filme Zulu de 1964 (onde soldados ingleses têm de enfrentar um bando de guerreiros zulus em maior número), se dá por conta da trama, onde um grupo do exército britânico está em treinamento nas florestas inóspitas da Escócia, e passam a ser atacados por uma alcateia de lobisomens, obrigados a se refugiar em uma casa, junto de uma bióloga que se mudou para o local para estudar as criaturas, e lutar por suas vidas, enquanto a munição vai diminuindo e o dia não nasce.

Rever Dog Soldiers é interessante por você sacar quantos rostos conhecidos hoje em dia, principalmente dos fãs de séries de TV, estão no elenco. Começamos pelo líder da equipe, o Sargento Wells, vivido por Sean Pertwee, que hoje faz o papel do mordomo Alfred na série Gotham. Depois temos o mocinho do longa, Kevin McKidd, que se tornou o Dr. Owen Hunt de Grey’s Anatomy. Por fim, o antagonista humano, Capitão Ryan, líder da equipe de forças especiais que pretendia capturar e estudar os lobisomens para usá-los como arma de guerra e colocou todo o time do Sgt Wells em perigo como dispensáveis, que é interpretado por Liam Cunningham, o Davos Seaworth, o Cavaleiro das Cebolas de Game of Thrones.

Aliás, o ritmo frenético que Marshall imprime nas batalhas contra os monstrengos e principalmente na investida final à casa, quando todo o filme converge para a hora do “lobo beber água” é sensacional, e deixa o nível de adrenalina lá no alto, o que se tornou até certo ponto uma marca do diretor, inclusive nos seus próximos longas, o espetacular Abismo do Medo e Juízo Final. Pena que depois ele ficou um bom tempo sem fazer nada para o cinema, focando seu trabalho na televisão, dirigindo episódios de Game of Thrones, Constantine e Hannibal. Só neste ano que ele dirigirá um dos segmentos da antologia Tales of Halloween e é cogitado como diretor de Skull Island: Blood of the Kong, nova versão de King Kong para a Universal.

Dog Soldiers – Cães de Caça é um daqueles filmes até subestimados, mas que com certeza, está no top cinco dos melhores filmes de lobisomem de todos os tempos. Para os fãs da criatura peluda que uiva para a lua cheia, é um prato cheio!

There is no spoon!
There is no spoon!


HORRORVIEW: Last Shift (2014)

A queda em The Strain

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Segunda temporada da série dos vampiros virais de Guillermo Del Toro deixou muito a desejar em todos os sentidos e não chegou nem próximo do que poderia entregar. :(


A segunda temporada da série The Strain, baseada na trilogia de livros sobre vampiros virais escrita por Guillermo Del Toro e Chuck Hogan, terminou no último domingo, inclusive aqui no Brasil onde teve transmissão simultânea com a gringa, e a grande sensação ao assistir o season finale foi de 12 episódios meia-boca, e um último sensacional, deixando o conjunto da obra muito a desejar e não chegando nem perto do que poderia entregar.

“Night Train”, o último episódio foi tudo aquilo que a série poderia ter sido desde o começo, lá quando Del Toro dirigiu o sensacional prelúdio do S02E01, ao nos mostrar como o gigante romeno Jusef Sardu se transformou no hospedeiro do Mestre, uma história folclórica de terror contada para assustar as crianças incautas, inclusive pela babushka de um infante Abraham Setrakian (David Bradley).

O que poderia ter sido uma temporada memorável, resultou em algo medíocre, sem frisson, sem empolgar, com uma ou outra sequência grandiosa e sublime. Talvez o grande erro tenha sido entupir a série de um monte de personagens sem qualquer verdadeira profundidade e as relações interpessoais fraquíssimas com romances aos borbotões que quase descambaram para a cafonalha e o piegas.

Eu falo mais precisamente do erro no tom ao “tentar falar de amor”, um tema que deveria ser de extrema importância, uma vez que uma das regras malditas dos Strigoi é que eles sempre voltam para seus “loved ones”. Em troca disso, tivemos grande parte do tempo gasto em um esdrúxulo relacionamento de um recém-curado e todo pimpão Eldritch Palmer com a novinha secretária, Coco Marchand. Do ucraniano durão Vasily Fet com a hacker Dutch Velders e por sua vez sua relação mimizenta com a namorada Nikki. Até Gus Elizalde se engraça com a filha sem graça do dono de um restaurante tailandês.

Casal 20
Gosto das 9nha!

Em contrapartida não houve nenhum esmero nas cenas de terror ou de ação, sempre repetitivas, com as investidas dos vampiros seguindo incansavelmente o mesmo modus operandi e todos os ataques ao grupo parecendo um grande CTRL C + CTRL V (ou ⌘ C + ⌘ V se você usa o Mac) das mesmas sequências.

Aliás, a expectativa principal era que, tal qual nos livros, a situação da epidemia vampírica estivesse bem fora de controle, como uma verdadeira situação de calamidade pública e uma crônica de tragédia anunciada. Mas não foi beeeeem o que se viu. Na verdade, nem parecia taaaaaaanto assim que a humanidade estava indo para o buraco, e que os Strigoi representavam um perigo até de fácil controle: era só você chegar com sua espada, um vergalhão de prata e uma lanterna UV que eles eram abatidos como moscas, tamanha sua inépcia.

Nosso herói falho, Eph Goodweather deveria ter crescido quanto personagem, mas a interpretação de Corey Stoll estava sempre no automático (pelo menos ele conseguiu se livrar daquela peruquinha ridícula). Sua relação com o álcool, seu “demônio da garrafa” (Tony Stark feelings) pessoal, não foi explorada da forma que deveria. Assim como o relacionamento com seu sacal filho Zach, muito por conta da troca de ator mirim, de Ben Hyland para o absolutamente péssimo Max Charles, tornou-se frio, não gerava a menor empatia pai-filho para o espectador e juro que torcia para a Kelly, sua mãe transformada, pegar esse moleque mala logo de vez em vários momentos.

O affair de Eph com Nora Martinez (Mia Maestro), foi cada vez mais se deteriorando, algo que quem já leu os livros esperava num futuro próximo, com a moça cansada das mentiras e das atitudes do parceiro, sua obsessão e seus meios escusos e egoístas que vinha encontrando em tentar resolver seus problemas (somado ao vício pela birita). Porém, o esperado florescer de um novo amor com outro personagem, como nas páginas, não vai acontecer, por conta do, hã, CHOCANTE destino de Nora no último capítulo, que surpreendeu tanto quanto revoltou na mesma medida.

Adeus peruca! Oi aeroporto de mosquito!
Adeus peruca! Oi aeroporto de mosquito!

Já Setrakian acabou se tornando um personagem caricato de si mesmo, assim como o próprio Fet (Kevin Durand), o que mostrou-se uma gritante involução de personagens. A incessante busca do velho caçador de vampiros pelo Occido Lumem, uma espécie de grimório de capa de prata que conta a origem dos Strigoi, incluindo aí o Mestre e os demais Anciões, e a possível forma de destruí-los, foi arrastada até seu limite, numa série de acontecimentos e coincidências bem tacanhas do roteiro, que envolveu até uma conspiração da própria Igreja Católica que foi reduzida a um pastiche, quase tão inócua quanto a trama política, centrada numa disputa birrenta de poder de um tosco prefeito de Nova York com uma determinada vereadora, Justine Faraldo, outra cara nova com relação ao livro (mas essa pelo menos uma adição forte e interessante).

Falando nisso, o ponto crucial para os leitores da “Trilogia da Escuridão”, foi como a série se descolou do livro em relação “A Queda”. o segundo exemplar. Enquanto a primeira temporada se manteve fiel, com algumas mudanças pontuais e liberdade de roteiro interessante, praticamente 80% do material dessa temporada era novo. Isso é ruim? De forma alguma. Seria como se víssemos o desenrolar de outra história e os leitores tivessem a oportunidade de acompanhar uma nova linha narrativa. O problema é que não ornou, como diriam os mais velhos.

Ninguém aqui quer ser xiita e discursar sobre adaptações ipsis literis de livros. O problema em si não foram as mudanças, mas sim o quanto elas se mostraram desinteressantes com relação ao plot original e deu a sensação de enchimento de linguiça mais do que qualquer outra coisa. E o caminho, literalmente fica obscuro, uma vez que o grande calcanhar de Aquiles da “Trilogia da Escuridão” é exatamente o terceiro livro, “Noite Eterna”, e toda a repercussão que surgiu por conta do pessimista fechamento de “A Queda”, que foi ignorado, ou pelo menos, adiado pelos realizadores, como deu a entender na construção dos complexos que servirão como abatedouro de humanos, supervisionada de perto pelo crudelíssimo vampiro nazista e capanga do Mestre, Thomas Eichrost.

Aliás, apesar de tudo de ruim, houve Thomas Eichrost! Com o perdão da palavra, PUTA QUE PARIU que o cara simplesmente resolveu colocar a série toda embaixo do braço, no meio de um bando de atores medíocres ou se fazendo de. Richard Sammel simplesmente matou a pau com seu personagem, com aquela sua maldade, arrogância e sarcasmo que transbordavam pelos poros, e dois momentos precisam ser destacados: quando ele sequestrou Dutch, prendeu-a na masmorra e abusou nos requintes de crueldade e perversão, e a fantástica sequência em flashback de seu passado como vendedor fracassado de rádios na Alemanha pré-ascensão do Terceiro Reich, antes de sua entrada na SS.

Temperando a vítima!
Temperando a vítima!

Alguns breves momentos de respiro de genialidade fizeram com que a segunda temporada de The Strain só desse ainda mais uma sensação de frustração pelo seu potencial desperdiçado. Entre elas, a pérfida falange de crianças cegas farejadoras controladas por Kelly na busca por Zach, o segmento P&B de introdução do personagem Angel de La Plata, aflorando toda a cultura mexicana de Del Toro, inspirada numa sequência de filmes de um personagem lutador de lucha-libre chamado Santo, que enfrentava vampiros, lobisomens e bruxas; e a chegada de Quinlan, o Nascido, um dos personagens mais fodões do livro e da série, um híbrido entre humano e Strigoi nascido durante o Império Romano, que possui uma ligação de sangue com o Mestre.

Com o término da sua segunda temporada, fica um incógnita do que realmente se esperar em The Strain no futuro. Muitos dos elementos do terceiro livro já não serão utilizado pelo atual curso das situações e as decisões tomadas durante esse novo caminho de distanciamento. Isso não é um demérito, mas espero que as novidades e seu ineditismo sejam muito mais excitantes e concisas do que se mostrou até aqui, e nos entregue muito, mas muito mais. Que o roteiro, personagens, atores e situações saiam um pouco do limite do mediano em que se meteram e de uma fórmula prosaica e tediosa que impregnou durante boa parte dos 13 episódios, uma vez que há capacidade para se fazer melhor e muita gente boa envolvida para isso.

E principalmente, que tenha sido uma espécie de temporada ½, um daqueles ínterim sem graça, apenas uma queda (viu o que eu fiz aqui?), e que a terceira se aproxime muito mais do que foi a primeira, ao invés desta segunda. Para não correr o risco de jogar os fãs em uma noite eterna.

Por favor, Mestre, melhore essa terceira temporada!
Por favor, Mestre, melhore essa terceira temporada!

735 – Dragão Vermelho (2002)

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Red Dragon


2002 / EUA, Alemanha / 124 min / Direção: Brett Ratner / Roteiro: Ted Tally (baseado na obra de Thomas Harris) / Produção: Dino de Laurentiis, Martha de Laurentiis; James M. Freitag (Produtor Associaodo); Terry Needham (Produtor Associado – não creditado); Andrew Z. Davis (Produtor Executivo) / Elenco: Anthony Hopkins, Edward Norton, Ralph Fiennes, Harvey Keitel, Emily Watson, Mary-Louise Parker, Philip Seymour Hoffman, Anthony Heald


Dragão Vermelho veio para redimir a injúria cometida com o querido Dr. Lecter em Hannibal, filme anterior, dirigido por Ridley Scott. E olha, consegue fazer isso com todo o louvor, em um daqueles casos raríssimos que o terceiro filme é muito foda, e infinitamente superior ao segundo.

Aquele bom e velho “Hannibal, the Cannibal” que tanto adoramos em O Silêncio dos Inocentes, com aquela atuação requintada, repleta de maldade, frio e calculista, impressa pelo Sir Anthony Hopkins e que lhe rendeu a estatueta de melhor ator, está de volta, usando de sua voz calma e aterradora, erudição e refinamento, sua presença corporal, sua manipulação psicológica, e não aquele potencial e vulgar proto-assassino slasher do segundo filme, que tratou de banalizar completamente o personagem e tentar transformá-lo em um anti-herói, algo que definitivamente ele não é. Essa inclusive foi a motivação de Hopkins em aceitar o papel para reprisar o canibal novamente.

E outra, mais uma vez lhe é relegado o papel de coadjuvante de luxo, não de protagonista, que fora a Clarice Starling de Jodie Foster em O Silêncio dos Inocentes e agora dá lugar ao agente Will Graham de Edward Norton, outro baita ator. Esse sim toma as rédeas da fita em sua investigação sobre o abominável assassino de famílias conhecido como Fada dos Dentes, interpretado por outro peso-pesado, Ralph Fiennes, absurdamente excelente no papel.

Aliás, é bem interessante revisitar Dragão Vermelho depois do término da série Hannibal, uma vez que grande parte do texto é baseado exatamente no primeiro livro de Thomas Harris e explora muitos elementos que são apenas ventilado no longa metragem de Brett Ratner (por incrível que pareça um bom trabalho, uma vez que  sujeito é um dos diretores mais medíocres que já pisou em Hollywood e tenho só três palavras e um artigo para provar: X-Men – O Confronto Final – e podia ser pior, uma vez que foi oferecido a MICHAEL BAY dirigir o filme), como, por exemplo, à caça de Graham ao Picanço de Minesotta, que o levou ao tratamento psiquiátrico e depois ao Estripador de Cheesapeake, que sempre fora Lecter.

 Me avisará quando os cordeiros pararem de gritar, não é? Não, espera...
Os cordeiros já pararam de gritar… Não, espera!

A última metade da terceira e derradeira temporada de Hannibal também era completamente baseado em Dragão Vermelho, trazendo Francis Dolarhyde para a telinha, também magistralmente interpretado por Richard Armitage. Porém algumas liberdades poéticas e o final, muito por conta da decisão da ABC em cancelar o seriado acabam não agradando tanto quanto o próprio filme, mas em compensações outras passagens e falas são idênticas ao livro e a adaptação cinematográfica. E isso sem esquecer que a mesma história já fora levada às telas por Michael Mann em Caçador de Assassinos, de 1986, trazendo a primeiro encarnação de Lecter no cinema, por Brian Cox (e chamado de Lektor).

Na trama, Graham é quase morto por Lecter quando descobre que ele é o assassino canibal que procura, e decide se afastar do FBI após ser gravemente ferido enquanto o doutor pega prisão perpétua e é enviado para o Hospital Estadual de Baltimore para Criminosos Insanos aos cuidados do Dr. Chilton (Anthony Heald), o mesmo que conheceria Clarice Starling uns bons anos depois. Aposentado, Graham é convencido por Jack Crawford (dessa vez interpretado por Harvey Keitel) a ajuda-lo com suas espécie de empatia e sensibilidade em montar cenas de crime e perfil de psicopatas, a ajudar no caso do chamado Fada dos Dentes, que mata famílias inteiras durante a lua cheia.

Renegando esse nome, Dolarhyde é um sujeito completamente pancada, que cresceu sob maus tratos e abusos psicológicos da avó, e acredita estar se tornando o Grande Dragão Vermelho, muito por conta da sua obsessão pela pintura de William Blake, que ele carrega em uma gigante tatuagem nas costas. No ínterim que a investigação de Graham avança, e ele é obrigado a pedir a ajuda do encarcerado Lecter, Dolarhyde se envolve com uma garota cega, Reba McClane (Emily Watson) que trabalha na mesma empresa de filmes fotográficos que ele.

EITA!
EITA!

Lecter por sua vez, vilanesco ao extremo do jeito que é, troca correspondências com Dolarhyde, que se autodenomina um ávido fã, pelas colunas pessoais do sensacionalista jornal Tattler, onde trabalha o jornalista Freedie Lounds (Philip Seymour Hoffman, outro baita ator), que vai comer o pão que o diabo amassou nas mãos do Dragão Vermelho quando ele e Graham o difama em uma reportagem que deveria servir para leva-lo ao veterano agente do FBI, apenas para incitar o psicopata a atacar o responsável pela sua prisão e sua família.

O mais interessante é o quanto Dolarhyde é um personagem foda e muito bem construído, quase tão legal quanto o Jame “Buffalo Bill” Gumb de O Silêncio dos Inocentes, e mostra a capacidade de Thomas Harris em criar ótimos assassinos psicopatas, manter a dose de macabro e suspense lá em cima e aproveitar todos os elementos de um filme procedural de investigação forense, tudo quando não havia caído nas ideias megalomaníacas e endinheiradas hollywoodianas (os livros “Dragão Vermelho” é de 1981 e “O Silêncio…”de 1988) quando escreveu sob encomenda o péssimo Hannibal, que resultou em um filme medíocre, e o pior ainda, Hannibal – A Origem do Mal, que rendeu uma catástrofe.

Dragão Vermelho, segundo Hopkins, era para trazer a última e definitiva versão do personagem canibal. Não rolou, porque Mads Mikkelsen fez um trabalho à altura e até muitas vezes superior na série, mas ainda assim, foi regozijante vê-lo novamente em toda sua forma para tirar o gosto de cabo de guarda-chuva que o filme anterior tinha deixado. E poderia ter encerrado a franquia com chave de ouro, se não existisse aquele prequel deprimente. Mas isso fica para um outro momento.

O Grande Dragão Vermelho!
O Grande Dragão Vermelho!


736 – Extermínio (2002)

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28 Days Later


 2002 / Reino Unido / 113 min / Direção: Danny Boyle / Roteiro: Alex Garland / Produção: Andrew MacDonald / Elenco: Cillian Murphy, Naomie Harris, Christopher Eccleston, Brendan Gleeson


 

Dany Boyle é um dos meus diretores preferidos. Desde Cova Rasa e Trainspotting, até seus mais recentes Quem Quer Ser Um Milionário e 127 Horas, Boyle sempre vem fazendo ótimos filmes (claro, com excessões como Por Uma Vida Menos Ordinária), todos eles com uma excelente edição e trilha sonora. Extermínio foi sua incursão única e definitiva no gênero de terror, e logo foi responsável por mais uma vez, reinventar o gênero de zumbi.

O grande ponto positivo de Extermínio é ele ter conseguido atingir o cinema mainstream, sendo produzido e distribuído pela poderosa Twentieth Century Fox, e alcançar tanto sucesso crítico quanto comercial sem perder sua aura independente. Gravado em vídeo digital, de forma rápida, com baixo orçamento, Extermínio mantém um tom documental de filme de guerrilha disfarçado de cinema de estúdio, tendo a honra de ser a primeira produção britância do gênero (com muitos dólares americanos injetados, é claro).

E o que faz esse filme fugir da curva dos tradicionais filmes de zumbi, é que Boyle e o roteirista Alex Garland deixam de lado o conceito do morto-vivo que se alimenta de carne humana e tem sua capacidade motora reduzida, para transformá-lo na vítima humana de um poderoso vírus mutante da raiva, que a deixa incontrolável e extremamente rápida, dando uma dinâmica alucinante ao filme com dezenas de cortes por segundo e estética de videoclipe.

Se correr o bicho pega…

Os zumbis não-zumbis de Extermínio surgem quando um grupo de ativistas dos direitos dos animais invade um laboratório da universidade de Cambridge para libertar chimpanzés que vinham sendo usados como cobaias na criação de um vírus sintético da raiva. Esse poderoso vírus transforma suas vítimas em rápidos 20 segundos após uma mordida ou contato direto da mucosa com sangue ou saliva contaminada. Um dos símios sai do controle e acaba mordendo uma das ativistas, que passa o vírus para outro colega ao vomitar sangue em sua cara e por aí vai, até que depois de 28 dias (daí o título original), toda a Inglaterra foi praticamente dizimada por essa mortal epidemia.

Passado esse tempo é quando o mensageiro Jim (interpretado por Cillian Murphy) acorda do coma, após ter sofrido um acidente de trânsito. O rapaz encontra Londres deserta, e vai desfilando por ruas às moscas, lojas saqueadas, pontos turísticos fantasmas e uma Picadilly Circus sem uma alma viva (em uma cena bastante impressionante, por sinal). A cidade toda se tornou uma gigante área de risco. Junto de Selena, o motorista de táxi Frank e sua filha adolescente Hannah, sobreviventes que encontra pelo caminho, resolvem seguir uma transmissão de rádio amadora do exército que oferece abrigo e proteção militar para outros sobreviventes.

Porém ao chegar no bloqueio militar, os homens do exército ali confinados ficaram obviamente paranoicos e frustrados com o andar da carruagem da destruição da humanidade. Como não existem mais leis e as convenções sociais se desintegraram, eles resolvem usar as duas garotas para fins sexuais sob o falso pretexto de perpetuação da espécie e detonam uma crise interna, com Jim e as duas tendo que lutar por suas vidas, regredindo o rapaz ao estado mais primitivo da selvageria humana, canalizando toda essa raiva insana nos soldados, que também devem se preocupar com os zumbis que invadem o local, sendo que um deles era um ex-companheiro mantido como prisioneiro ao ser infectado, libertado pelo próprio Jim.

Zumbi ou não zumbi? Eis a questão!

Extermínio parecia ser o filme de terror perfeito para explorar o medo e paranoia dos pós-11 de setembro. Armas biológicas criadas em laboratório, pandemias globais mortíferas (o lançamento do filme coincidiu com o pânico gerado em torno da epidemia do vírus SARS, a primeira do século XXI), o totalitarismo e abuso de autoridades do exército e a sociedade mergulhando no mais completo caos anárquico. Fora isso, os zumbis não-zumbis de Boyle refletem uma metáfora dos medos e problemas modernos: a epidemia de raiva natural, sem um agente biológico causador, que está em todo o lugar, como nas brigas de trânsito, no fundamentalismo religioso, nos arrastões, nas brigas de gangues, no canibalismo corporativo. Tanto que no começo do filme, centenas de imagens desse tipo são exibidas para os chimpanzés de teste para alimentar ainda mais seu descontrole e fomentar o poderio do vírus, como se eles estivessem naquela experiência de Laranja Mecânica de Stanley Kubrick, só que ao contrário.

Com a fotografia digital escura, quase que documental, como se fosse filmada por um correspondente de guerra e imitando o granulado do circuito interno das milhares de câmeras de segurança que se espalham pela capital inglesa, Boyle transforma a paisagem urbana corriqueira em uma sucursal do inferno e espalha pilhas e pilhas de corpos por entre as ruas, igrejas, hospitais, deixando claro que a coisa toda saiu do controle e não há mais governo, não há polícia, e não há cura. Isso se reflete perfeitamente em uma das pixações que Jim encontra na igreja logo ao sair do coma, onde está escrito: “O fim do mundo está perto para caralho”.

O maior defeito de Extermínio é seu final. Apesar de todos esses óbvios detalhes que jogam na cara do espectador que tudo está perdido, por pressão de estúdio, Boyle abre mão de um final ainda mais pessimista e apocalíptico e coloca os três sobreviventes em uma fazenda, tecendo enormes letras para pedir ajuda a um avião que sobrevoa frequentemente a região, o que mostra que a epidemia ficou limitada apenas a Grã-Bretanha enquanto o resto do mundo vivia sua vida calma e tranquilamente. Isso abriu precedente para uma continuação, Extermínio 2, que se passa 28 semanas depois da infecção, quando os Estados Unidos transformam a Inglaterra em uma área militarizada de contenção e tem a missão de reconstruir e repovoar o local (uma analogia clara à presença americana no Iraque e Afeganistão).  Boyle recentemente disse que volta para dirigir a terceira parte. Esperemos!

Panic on streets of London!
Panic on streets of London!


737 – Halloween – Ressurreição (2002)

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Halloween: Resurrection


2002 / EUA / 94 min / Direção: Rick Rosenthal / Roteiro: Larry Brand, Sean Hood / Produção: Paul Freeman; Malek Akkad (Coprodutor); H. Daniel Gross, Louis Spiegler, Bob Weinstein, Harvey Weinstein (Coprodutores Executivos); Moustapha Akkad, Ralph Rieckermann (Produtores Executivos) / Elenco: Jamie Lee Curtis, Brad Loree, Busta Rhymes, Bianca Kajlich, Sean Patrick Thomas, Daisy McCrackin, Katee Sackhoff


Bem, disputar qual é a pior sequência de Halloween (oficial, sem contar as cometidas pelo roqueiro metido a diretor, Rob Zombie, que ganha de forma hors concours) é como briga de foice no escuro, mas acho que Halloween – Ressureição é o pior de todos, definitivamente. E olha que tem uma parte 5 e 6 aí que é dureza de aguentar.

O grande problema dessa nova aparição de Michael Myers nas telonas é obviamente, o oportunismo de todos os envolvidos. Do bom e velho Sr. Caça-Níquel da franquia, o produtor executivo Moustapha Akkad e os irmãos Weinstein da Dimension Films/ Miramax, que querem continuar capitalizando com o serial killer mascarado ad infinitum.

Depois de uma porrada de sequências malfadadas e devidamente ignoradas na cronologia da franquia (que só considerava Halloween – A Noite do Terror e Halloween 2 – O Pesadelo Continua), Myers voltou à ativa no decente Halloween H20 – 20 Anos Depois, cuja ideia era exatamente resgatar a personagem de Jamie Lee Curtis, a eterna Laurie Strode, e atualizar a cinesérie para uma nova leva de fãs adolescentes, vindo na rabeira do sucesso de Pânico.

Mas (sempre tem um…) inventaram mais uma continuação, que é esse aborto da natureza chamado de Halloween – Ressureição, que deveria ser um curta metragem apenas com a cena em que Laurie está internada em um hospício, após descobrir que decapitara acidentalmente um policial, pai de família, no final de H20, uma vez que o sacana do Myers colocou a máscara no pobre diabo que teve a cabeça separada do corpo. Aliás, vale lembrar que Curtis só topou participar disso aqui para ter a certeza absoluta, em contrato, que Strode não voltaria em outra sequência.

Filma eu!
Filma eu!

Depois que o vilão finalmente mata sua irmã, nos primeiros únicos 15 minutos aproveitáveis do longa, a coisa descamba para uma sequência de erros vergonhosa, colocando um grupo dentro de um reality show (vamos lembrar que estamos no começo dos anos 2000, quando esse estilo de programa televisivo tinha se tornado uma febre, incluindo aqui no Brasil com a chegada de Casa dos Artistas e Big Brother Brasil na TV aberta), que se passará na noite de Dia das Bruxas, dentro da antiga casa dos Myers em Haddonfield.

Pega que o produtor do programa é o Busta Rhymes, que também sabe lutar caratê e dá uns roundhouse kick em Michael Myers! Precisa falar mais alguma cosia? Claro que precisa, uma vez que todos os atores são os mais péssimos e amadores possíveis, a casa dos Myers de um sobrado no subúrbio de Illinois parece ter as dimensões de um enorme casarão gótico vitoriano por dentro (com direito a masmorras e passagens secretas que dão para um túnel subterrâneo), o programa deve ter sido o mais flopado da história, uma vez que só parece que um grupo de adolescentes babacas está assistindo em uma festa e a galera está sendo assassinadas em frente às câmeras e nunca, nenhuma polícia chega ao local. Fora que as mortes já não causam nenhum impacto, nessa altura do campeonato.

Apesar de beeeeeem lá no subtexto manter uma espécie de crítica velada aos reality shows, a busca pelo sucesso instantâneo, que geraram no futuro uma cacetada de ex-BBBs e celebridades de Internet, por exemplo, e ao sensacionalismo e manipulação da mídia em busca de audiência, nada disso se sustenta, diferente, por exemplo, de outro filme do mesmo período com uma temática parecida, O Olho que Tudo Vê (falarei mais sobre em seu respectivo post). Isso porque todas as fórmulas tanto do slasher tradicional dos anos 80, e do slasher 2.0, aqueles filhos de Wes Craven e Kevin Williamson, já estavam completamente saturadas, e ver Myers na ativa de novo (e a própria Jamie Lee Curtis), em um longa tão fraco, é realmente deprimente.

Mas se Halloween – Ressureição teve uma utilidade nessa vida, foi de enterrar de vez a franquia, e parar de explorar as sequências infindáveis do clássico que John Carpenter concebera lá no longínquo ano de 1978. Isso até Rob Zombie aparecer na brincadeira…

Amor fraternal! <3
Amor fraternal! <3



738 – Hellraiser: Caçador do Inferno (2002)

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Hellraiser: Hellseeker


2002 / EUA, Canadá / 86 min / Direção: Rick Bota / Roteiro: Carl V. Dupré, Tim Dary / Produção: Michael Leahy, Ron Schmidt; Jesse Berdinka, Joel Soisson (Produtores Executivos) / Elenco: Dean Winters, Ashley Laurence, Doug Bradley, Rachel Hayward, Sarah-Jane Redmond, Jody Thompson, Kaaren de Zilva


Olhe, de todas as grandes franquias do cinema de terror, com suas continuações quase infinitas, eu acredito que a única que não tenha sequer uma sequência que seja boa, é Hellraiser.

Sexta-Feira 13 é excelente até O Capítulo Final e depois Jason Vive também é ótimo. A Hora do Pesadelo tem o querido Os Guerreiros dos Sonhos e o incrível O Novo Pesadelo. Halloween 2 – O Pesadelo Continua é quase tão bom quanto o primeiro. Até os filmes do Chucky, Pânico, Jogos Mortais, e mesmo alguns mais recentes, como Atividade Paranormal, todos tem pelo menos algum outro filme, que não seu original, que seja interessante. Menos Hellraiser!

Puta merda, e olhe que é uma cinesérie que já teve dez continuações (se eu não perdi a conta) e NENHUMA se salva. No máximo é um regular Hellraiser 2 – Renascido das Trevas, e olhe lá. Esse Hellraiser: Caçador do Inferno é outro que entra nesse balaio de gato de decadência a que foi submetida a cria de Clive Barker.

Até porque no mesmo caso do anterior, Hellraiser: Inferno, a trama originalmente não era de um filme da franquia. Era uma história qualquer comprada pela Dimension Films. Para economizar uns tostões em contratar um roteirista para reescrever toda uma nova história, o script foi adaptado para enxertar os cenobitas e as referencias ao passado de Kirsty Cotton, a garota do primeiro filme, sobrinha do hedonista Frank Cotton, o sujeito que tentou ludibriar Pinhead e cia limitada no clássico dos clássicos, Hellraiser – Renascido do Inferno, interpretada mais uma vez por Ashley Laurence.

Nunca vi esse cubo, seu moço!
Nunca vi esse cubo, seu moço!

Aliás, isso talvez seja o único micro trunfo que esse filme meia-boca tenha, tentando de alguma forma, fazer uma ligação com a franquia e remetendo ao original. Kristy está casada com Trevor (Dean Winters), um mal caráter e adúltero homem de negócios. Ambos sofrem um acidente de carro logo no começo da fita e Trevor acorda em um hospital, sofrendo de amnésia e com a esposa desaparecida, possivelmente dada como morta.

Claro que as primeiras suspeitas vão cair sobre o sujeito. Tentando entender o que aconteceu, ele passa a ser acometido por uma série de alucinações (a maioria delas absolutamente TODAS as moças do filme querem dar para ele) e passa a encontrar pessoas próximas sendo mortas de forma bizarra. Tudo isso gira em torno do misterioso cubo que ele comprara em um antiquário para dar de presente de aniversário de casamento para a noiva, sem fazer ideia do pão que o diabo amassou que a mulher já passou por conta dele.

Bem, entre pesadelos, aparições sem graça dos Cenobitas e a volta do Pinhead de Doug Bradley completamente no automático, o filme todo é um xoxo só, que não aproveita em nenhum momento o retorno de uma personagem principal da trama original. Seu reencontro com o vilão SM cheio de pregos na cabeça, que poderia ser no mínimo interessante é completamente sem graça e decepcionante. Aliás, absolutamente NADA sobre o passado da garota é citado: a morte do pai, do tio, os acontecimentos no sanatório e na dimensão dos Cenobitas abordado no segundo filme. Niente. Para piorar, a sequência em que isso deveria ser retomado, foi parar na lata de lixo da sala de edição por decisão do diretor Rick Bota.

O final tem um plot twist bem interessante, tenho que confessar. Mas quando chega naquelas tantas, depois de você aguentar a pseudo trama de suspense e investigação, misturado por uma horror psicológico canhestro, atores péssimos e direção sem inspiração alguma, o trem já passou e você está rezando aos céus (ou aos infernos) para que Hellraiser: Caçador do Inferno acabe logo, uma vez que a tortura de assisti-lo parece maior do que viver a eternidade tendo a pele rasgada pelos ganchos dos cenobitas.

Ói nóis aqui traveiz!
Ói nóis aqui traveiz!


739 – Ju-On – O Grito (2002)

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Ju-On / The Grudge


 2002 / Japão / 92 min / Direção: Takashi Shimizu / Roteiro: Takashi Shimizu / Produção: Takashige Ichise , Kunio Kawakami, Yoshinori Kumazawa, Hiroki Numata /  Elenco: Megumi Okina, Misaki Itô, Misa Uehara, Takako Fuji, Yuya Ozeki


O sucesso de Ring – O Chamado de Hideo Nakata foi o responsável pela popularização do gênero J-Horror não só no Japão como em todo o ocidente. Outro filme que se aproveitou desse bom momento foi Ju-On – O Grito, de Takashi Shimizu, que traz mais uma história sobre espíritos vingativos, é um dos marcos do gênero e também ganhou sua própria versão americanizada.

E os elogios que impulsionaram Ju-On – O Grito vieram de pessoas que tinham gabarito no cinema de terror. Sam Rimi disse que era “o filme mais aterrorizante que já viu. Não dá para recuperar o fôlego”. Eli Roth, diretor de Cabana Infernal e O Alberque também deu seu testemunho: “absolutamente aterrorizante”.

E não foram exagerados, não. Realmente Ju-On – O Grito é um dos filmes mais assustadores já feitos. Shimizu joga você em uma montanha-russa de tensão e horror sem te dar chance de respirar, com uma narrativa não linear que conta uma história de forma bastante inteligente, criando uma ligação entre os vários elementos e várias pessoas colocadas em contato com a maldição do filme. E o melhor de tudo é que Shimizu nunca deixa sua obra cair na vala comum, com situações óbvias e explicações esdrúxulas, tipo de armadilha preferida das produções americanas (até mesmo do seu remake, lançado aqui no Brasil como O Grito, também dirigido por Shimizu).

rrrrrrrrrrrrrrrrrrrr…

Ju-On é a tal maldição que se inicia quando uma pessoa morre com um forte rancor. No caso do filme, um marido e pai de família (Takeo Saeki) acometido por um ataque de cólera e ciúmes, mata a sua esposa, Kayako e seu filho pequeno, Toshio, e se suicida na sequência. Nem o pobre do gato escapa da fúria do japonês louco. Pois então, os fantasmas dos três ficam ali presos na casa onde ocorreu o assassinato, passando a maldição a todos que entram naquele local.

Contado em forma de episódios, que vai fazendo o link de como a maldição se espalha para cada um dos personagens, primeiro conhecemos a assistente social voluntária Rika, que é designada a cuidar de uma velha senhora que aparentemente mora sozinha exatamente naquela casa. Ao chegar ao local, ela encontra uma sujeira danada e a idosa semi-catatônica. Não demora muito para que ela conheça os antigos moradores, Toshio e Kayako.

Esse primeiro contato vai ser o pano de fundo para o desenrolar de toda a trama, para descobrirmos como a maldição afetou a família que morava na casa que Rika foi visitar, seu chefe, os investigadores de polícia, o antigo policial que cuidou do caso da morte da família Saeki e até de sua filha, utilizando de elipses temporais tanto do passado quanto do futuro, fazendo com que a narrativa do filme seja um dos seus pontos altos. Todos que entraram naquela casa estão destinados a morrer, mais cedo ou mais tarde e não há nada que seja capaz de impedir a maldição do rancor de exterminar suas vítimas, através das aparições terrivelmente sinistras de Kayako, Toshio, e vez ou outra, de Takeo.

O samba do japonês doido

Falando nisso, as aparições de Kayako são de fazer marmanjo cagar nas calças de medo. Interpretada pela bailarina Takako Fuji, que repetiu esse papel, assim como Yuya Ozeki que interpretou Toshio, pelo menos mais umas seis vezes contando todas as versões japonesas (houve duas versões anteriores feitas no final da década de 90 direto para a televisão antes desse reboot e mais uma continuação) e americanas (onde a trinca de atores originais estão repetindo seus papeis, assim como na sequência, o Grito 2, também dirigido por Shimizu). A cena em que ela desce as escadas se contorcendo, com um apavorante gemido que parece um barulho de estática, o ranger de seus ossos e estalar da coluna, é uma das mais assustadoras de todo o cinema de horror.

Seguindo a escola do J-Horror, Ju-On – O Grito repete basicamente a mesma fórmula do gênero, que foi usada em outras produções como o próprio Ring – O Chamado, Dark Water – Água Negra e O Telefone, que são tomadas lentas com a câmera estática. E isso é o que mais me chama atenção no cinema oriental, porque acredito que se tivéssemos uma experiência extrassensorial com um fantasma na vida real, seria mais ou menos como acontece nesses filmes. Não seria de forma abrupta, seguida de um aumento no volume para assustar a plateia como no cinema americano e o fantasma viria voando para cima da gente. Ele estaria ali parado, se aproximando lentamente enquanto somos testemunhas oculares, morrendo de medo e completamente impotentes.

A fotografia escura, a trilha sonora de Shiro Sato e seus efeitos sonoros, que são realmente apavorantes, contribuem ainda mais para a atmosfera do filme e fazem com que Ju-On – O Grito seja um dos melhores filmes do terror moderno do sol nascente e uma experiência assustadora ao limite.

Búúúúúúú!


Horrorcast#93 – Cannibal Ferox (1981)

Confira a programação completa da mostra do Zé do Caixão no MIS

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Expo À Meia-Noite Levarei sua Alma vai de 31 de outubro até 09 de janeiro de 2016 em São Paulo.


O MIS (Museu da Imagem e do Som) apresenta a exposição À Meia-Noite Levarei sua Alma, que revela parte da trajetória de Zé do Caixão, personagem emblemático de José Mojica Marins. A exposição tem curadoria e concepção de André Sturm e foi baseada na seleção feita por Liz Marins, filha de Mojica, e Marcelo Colaiacovo, guardião e curador do acervo do cineasta.

Imersos em um ambiente obscuro e tortuoso – que guarda muitas revelações e assombros –, o público terá acesso a uma seleção inédita de itens como fotografias, figurinos, roteiros, objetos cênicos, colagens, trechos de filmes e imagens de bastidores das produções de Zé do Caixão. O inventário é proveniente do acervo pessoal de Mojica e de sua filha Liz Marins, e também dos diretores Marcelo Colaiacovo, Paulo Sacramento e Kapel Furman, este último, diretor especialista em efeitos especiais que trabalhou com Mojica em seu último filme Encarnação do Demônio.

Ao todo, são 12 nichos distribuídos no ambiente da exposição, que apresentam itens como o filme em película 16mm original de À Meia Noite Levarei sua Alma (resguardado pelo diretor por mais de 50 anos); o troféu recebido no ano de 1973 durante o Festival Internacional de Cine Fantástico y de Terror Sitges (Espanha); e o cartaz e algumas fotografias de bastidores inéditas do filme O Exorcismo Negro, de 1974.

Ainda dentro do labirinto da exposição À Meia Noite Levarei sua Alma, o público poderá sentir a presença do personagem mais famoso de José Mojica Marins em um ambiente semelhante a um caixão, que, forrado com veludo capitonê, resguarda a histórica vestimenta de Zé do Caixão. Nele, o público poderá ter acesso à capa, a cartola, a camisa, a calça, os sapatos e o medalhão de bruxo usados no filme A Encarnação do Demônio (2008).

Curiosidades como os santinhos da candidatura de Zé do Caixão para deputado em 1982 e pôsteres originais de O Estranho Mundo de Zé do CaixãoDelírios de um Anormal e Ritual dos Sádicos [proibido pela censura e lançado posteriormente como O Despertar da Besta] também integram o inventário da mostra.
Josefel Zanatas, mais conhecido como Zé do Caixão, é um personagem mítico do cinema nacional do Brasil criado e interpretado pelo ator e diretor José Mojica Marins. O contraditório coveiro, que ao mesmo tempo que é cruel e sádico tem como marca ser um defensor de crianças, é um homem de crenças obscuras, cujo objetivo principal passa a ser encontrar uma mulher perfeita para possa dar continuidade à sua espécie (que ele acredita ser superior) e suas ideologias. Sua primeira aparição se deu no longa À Meia-Noite Levarei Sua Alma, lançado em 9 de novembro de 1964, em São Paulo. A obra foi a primeira da trilogia clássica, que inclui Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967) e A Encarnação do Demônio (2008).
Em À Meia Noite Levarei sua Alma, o estúdio Fazemos Arquitetura assina a expografia e a cenografia fica por conta do Estúdio Xingú.
ABERTURA
Para marcar a abertura dessa grande exposição em homenagem ao icônico personagem Zé do Caixão, o Museu preparou 14 horas de programação ininterrupta em parceria com a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco.  A inauguração inclui performances assustadoras, caixas de surpresas, comidas e drinks temáticos além de palestras com temas como efeitos especiais para o cinema com Kapel Furman e sobre a obra de José Mojica Marins e o personagem Zé do Caixão com curadores e convidados e, muitas emoções e surpresas para aqueles que tiverem coragem de adentrar a meia-noite, – e sentir na própria pele as profundezas do estranho mundo de Zé do Caixão.
Confira a programação completa >
14h às 02h | Comidas e drinks temáticos em parceria com o Guia Food Trucks + Exposição em cartaz [Área externa]
14h: Palestra/bate-papo sobre a obra de José Mojica Marins e o personagem Zé do Caixão com Marcelo Colaiacovo, Ivan Finotti, Paulo Sacramento e Liz Marins. Mediador: Carlos Primati
[Auditório LABMIS, 66 lugares]
16h: Palestra sobre produção de efeitos para cinema (desde o projeto, pré-produção, roteiro, produção, pós, etc) com Kapel Furman (dir. de efeitos do Encarnação do Demônio, último filme do Zé do Caixão). [Sala de Interfaces, 30 vagas, distribuição de senha com 1h de antecedência na recepção do MIS]
19h-20h: Show da Banda CÃO
O grupo Cão levará ao MIS um concerto de noise, eletropunk e sound art que envolve um trabalho visual construído a partir de efeitos de luzes e fumaça que ativará o espaço de uma forma bastante inusitada. [Área externa]
21h-23h: Cenas com mágicas macabras com Cleyton Heredya [Área externa]
21h e 21h40: Uma noite em um sanatório abandonado | História de jovens que passam a noite em um sanatório e uma tragédia acontece. Uma pessoa dentre a platéia é escolhida aleatoriamente e de forma inexplicável ela dirá exatamente o que aconteceu, mesmo sem nunca ter ouvido falar desta história (15 min)
22h e 22h40: Matilda, in memoriam |História de duas amigas que possuíam estranhos e místicos laços de amizade. A presença espiritual de Matilda se manifestará através de uma sinistra boneca que sua amiga lhe deu de presente, fazendo com que um participante, escolhido aleatoriamente de entre a platéia, sinta na pele esta estranha conexão. (15 min)
23h45: muitas emoções e surpresas estão reservadas para aqueles que tiverem coragem de adentrar a meia-noite e sentir na própria pele as profundezas do estranho mundo de Zé do Caixão
01h-2hConcurso de Fantasias de Terror 
O MIS convida o público a vir trajado com roupas assustadoras e participar de um concurso com o júri formado por Ivam Cabral, diretor da Cia. Satyros e equipe do museu. O ganhador recebe um prêmio especial.
A mostra vai de 31 de outubro (aka Halloween!) até 09 de janeiro de 2016. O valor da entrada é de R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Ingressos estarão à venda em breve na recepção do MIS ou pelo site: www.ingressorapido.com.br

Pega esses sneakers dos Caça-Fantasmas!

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Quando você quiser andar pela vizinhança, o tênis de quem você irá usar?


A marca de tênis Nookie acaba de lançar uma série de sneakers inspirado nos Caça-Fantasmas, com o nome dos mesmos tageados em sua lateral: Stantz, Spengler, Venkman e Zeddemore!

Além disso, há três outros modelos variantes: um com Goezer, e outros dois com o famoso logo da empresa que irá lhe livrar dos seus problemas ectoplásmicos!

Shut up and take my money!

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