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Channel: Marcos Brolia – 101 Horror Movies
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Review 2016 #41: Bruxa de Blair

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Algumas fitas perdidas na floresta NUNCA deveriam ter sido encontradas…


Quem aqui tem idade suficiente para se lembrar claramente do ano de 1999, recorda MUITO BEM do fenômeno que foi A Bruxa de Blair, com toda sua campanha de marketing inovadora utilizando a Internet para viralizar uma suposta história real e meter medo em muita gente, quando o termo viralizar ainda nem existia!

Todo aquele frenesi anterior ao lançamento, desde as fitas encontradas daqueles três estudantes de cinema perdidos na floresta que desapareceram misteriosamente tidas como verdadeiras, passando pelo site do filme contando toda uma mitologia apavorante, as discussões nos fóruns, a propagação dos boatos usando a rede mundial de computadores e o boca a boca como uma poderosa arma de campanha de marketing, era de gelar a espinha e causar um puta CAGAÇO (ainda mais se você, como eu, era um adolescente naqueles idos) fazendo com que todo aquele entorno contribuísse muito para a expectativa pelo filme.

A Bruxa de Blair caiu no imaginário popular e tornou-se um divisor de águas no cinema de terror, tanto pela sua genialidade em nunca se preocupar em mostrar a tal maldita bruxa em nenhum frame do longa – talvez algo inadmissível para o padrão de comportamento do cinema de Hollywood de hoje – quanto trabalhar muito mais com o imaginário e o terror psicológico subentendido, colocando o espectador como participante do evento e não mais uma mera testemunha ocular, tirando-o do conforto da sua poltrona. Somado ao fato de se virar com um orçamento irrisório e faturar um caminhão de dinheiro, e principalmente, o uso inédito do found footage como recurso narrativo, e não somente estético.

Estou falando de uma época em que não existia uma enxurrada dos filmes desse subgênero, ou dos mockumentaries, como aconteceu pós RECCloverfield: MonstroAtividade Paranormal e Diário dos Mortos, que proliferam até hoje, vide os recentes A Forca e A Visita. A única coisa próxima dessa ideia de cinema verité que havíamos visto no horror era o controverso Cannibal Holocaust de Ruggero Deodato, no início dos anos 80, ou Aconteceu Perto de Sua Casa, no comecinho da década de 90.

Acampamento sinistro

Acampamento sinistro

Pois bem, o tempo passou e depois de 17 anos, chega aos cinemas Bruxa de Blair (sem o artigo definido feminino do singular), sua sequência oficial, ignorando completamente aquela EXCRECÊNCIA que é Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras, com a dupla queridinha do mumblegore, Adam Wingard e Simon Barrett na direção e roteiro. Detalhe que os dois estão presentes nos dois melhores exemplares do found footage dessa década: V/H/S/ 1 e2. Então já deu para entender o peso dessa escolha no fã do horror.

O anúncio pegou absolutamente todo mundo de surpresa, uma vez que a existência dessa sequência só fora revelada na SDCC em sua première, sendo que até então vinha sendo divulgado por aí com seu working title: The Woods. Foram cinco anos entre o processo de produção e filmagem sem ninguém fazer a mínima ideia e absolutamente nenhuma informação vazada sobre o filme. Mais uma vez os caras usaram do marketing de forma assertiva, ainda mais em época de teasers de trailers e exposição massiva (e maçante) dos filmes antes mesmo de entrar em cartaz.

Lembra-se daquele lettering no começo do original?  “Em outubro de 1994, três estudantes de cinema desapareceram na floresta próxima a Burkittsville, Maryland, enquanto filmavam um documentário… Um ano depois as imagens foram encontradas”.

Pois bem, James (James Allen McCune), o irmão da Heather (aquela que pede desculpas na cena mais clássica de A Bruxa de Blair) é a figura central de um novo documentário, produzido pela estudante de cinema, Lisa (Callie Hernandez) onde ambos, e mais dois amigos, Peter (Brandon Scott) e Ashley (Corbin Reid) irão se embrenhar na floresta Black Hills, em Burkittsville, ex-Blair, em busca do paradeiro de sua irmã, após descobrirem um vídeo no YouTube com uma suposta gravação encontrada na região, que podem ajuda-los a elucidar o caso, sem conclusão até então.

Pense que TODA a atmosfera de tensão e de medo primal do longa de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez (que agora são produtores executivos), com sua tática de guerrilha usada nas filmagens, assustando os atores acampados a noite e filmando quase tudo de improviso sem eles saberem nada do roteiro, a experiência cinematográfica compartilhada de pavor com todos os outros presentes na sala de cinema, o final abrupto e controverso, a originalidade e inovação no gênero, foi completamente jogado no LIXO em um dos filmes mais DESNECESSÁRIO já feitos.

Siga as placas

Siga as placas

Pior ainda, a produção não consegue sequer trazer NADA de original, limitando-se a tentar reproduzir EXATAMENTE o mesmo filme, como se fosse um remake e não uma sequência propriamente dita, só que dessa vez com os documentaristas utilizando tecnologia de ponta, como câmeras auriculares, walkie talkies com GPS, drones e os caralhos – que obviamente não irão conseguir ajuda-los na hora do perrengue.

E não se preocupa, em nenhum momento na tal construção do clima, manutenção e escalada daquele suspense minimalista que lhe dá a amarga sensação de tragédia iminente, causa zero empatia com os personagens, esquecendo completamente o drama e conflitos entre eles, e tudo isso para caminhar para um final previsível e enfadonho.

Parece que o único recurso cabível aqui foi aumentar a dose de ação, a contagem de cadáveres, meter cenas e mais cenas de grito, correria na floresta, câmera tremida e glitchs, como se produzido milimetricamente, com sua edição frenética, para a nova geraçãoyoutuber– aquela também do jumpscare, que considera medo equivalente a susto – que deve encarar o original chato, cansativo, parado e que “não mete medo” em ninguém. Tipo de espectador que avacalha A Bruxa e rasga elogios a Invocação do Mal 2, saca? Bem, também estamos falando não mais de um longa indie, e sim de um filme de estúdio, no caso a Lionsgate e seus evidentes pitacos.

Ainda joga contra o próprio patrimônio por apenas recauchutar fórmulas batidas e desgastadas do subgênero, uma vez que o found footage já DEU NO SACO, de tanto que explorado a exaustão na proliferação de produções de qualidade duvidosa, feitas geralmente a toque de caixa.

Bruxa de Blair é um filme afetado, exagerado, completamente forçado, que apenas requenta ideias e consegue destruir aquilo que a seminal obra original sempre prezou: a experiência e a atmosfera.

 

1 sacrifício virado para a parede para Bruxa de Blair

Desculpe, desculpe, desculpe (por esse filme existir)

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