Saw 3D
2010 / EUA, Canadá / 90 min / Direção: Kevin Greutert / Roteiro: Patrick Melton, Marcus Dunstan / Produção: Mark Burg, Gregg Hoffman, Oren Koules; Troy Begnaud (Coprodutor); Kaleigh Kavanagh (Produtor Associado); Peter Block, Jason Constantine, Daniel J. Heffer, StaceyTestro, James Wan, Leigh Whannell (Produtores Executivos) / Elenco: Tobin Bell, Costas Mandylor, Betsy Russell, Cary Elwes, Sean Patrick Flanery, Chad Donella
Não teria uma forma mais deprimente de se terminar uma franquia quanto Jogos Mortais – O Final. Aquele longa independente de James Wan que chocou o mundo em 2004, faturou um caminhão de dinheiro, criou o subgênero torture porn – um dos mais comercialmente explorados da primeira década do novo século – e colocou um novo movie maniac, Jigsaw, no panteão do horror, chegou a sua sétima parte, com um lançamento por ano, entregando o pior filme de cinesérie e com o plot twist mais ridículo de todos.
Pegando a onda do 3D, todo exagerado e afetado, aquela velha máxima de escalada da violência sem limite de um episódio para o outro, o total de 11 armadilhas (a maior quantidade da série), uma mais estapafúrdia e desafiando as leis da física, mecânica e engenharia que a outra, e tentando ser sangrenta ao máximo, Jogos Mortais – O Final não se sustenta desde o início, provando-se ser uma tarefa mais tortuosa de assistir que escapar de uma armadilha de Jigsaw.
Aliás, vale muito bem lembrar que o serial killer que tecnicamente não é um serial killer, morreu lá no TERCEIRO EPISÓDIO, e até agora, não deixaram o presunto esfriar em paz, e nesse último episódio, Tobin Bell aparece por míseros três minutos em cena, deixando todo o protagonismo para o já batido Detetive Hoffman (Costas Mandylor) que sobrevive à armadilha preparada pela ex de Kramer, Jill Tucker (Betsy Russell) e parte para a vingança.
Paralelo a isso veremos a história de Bobby (Sean Patrick Flanery), um dos sobreviventes de uma armadilha de Jigsaw que começa a aparecer em programas de TV contando sua história, escrevendo livros best-seller de auto-ajuda e dando palestras em grupos de apoio às vítimas, que acaba capturado pelo assassino (só que quem é essa versão de Jigsaw, não saberemos) pois era um charlatão que ganhou dinheiro inventando a mentira com relação a sua captura e escape, e terá que passar pelas boas e velhas provações de costume em um roteiro que consegue ser tão ruim, ou mesmo pior, que o do filme anterior.

Bom, tudo isso para termos dois dos momentos mais vergonhosos da cinesérie: o primeiro é aquela ridícula – para ser polido – cena da armadilha no meio da praça, ao ar livre, e por um motivo completamente esdrúxulo, e a outra é o plot twist final. No começo presenciamos a volta do Dr. Gordon, interpretado novamente por Cary Elwes, e depois na reviravolta final, descobrimos que ele também, além de Amanda e de Hoffman, esteve mancomunado com Kramer durante todo esse tempo. Ah, faça-me o favor!
E se tem uma única coisa que se salva em Jogos Mortais – O Final, é armadilha da garagem, que mesmo sendo completamente rocambolesca, é gore até o talo, numa morte quádrupla, e dá uma puta aflição em ver o chicano colado ao banco do carro, a mina embaixo sendo esmagada pela roda, o veículo em movimento arrancar os membros do outro cholo e atingir com tudo e esmagar mais um sujeito preso à parede. Foi uma morte digna (que originalmente seria utilizado em outro filme anterior da franquia, mas limada por ser “muito perturbadora”)!
Jogos Mortais – O Final foi seis vezes enviado para a MPAA para conseguir uma classificação R, evitando o NC-17 que seria um fracasso comercial, levando em consideração que foi a maior bilheteria da franquia desde Jogos Mortais 4, e definitivamente, o pior filme entre todos eles.
Alívio desse escriba em não precisar mais assistir mais filmes dessa série execrável ao final das contas, em que realmente o primeiro e o terceiro são bons e relevantes. E que finalmente Jigsaw possa descansar em paz.

